História A garota sem alma - Morta por dentro

A garota sem alma cap.24

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 Já faz cerca de 30 minutos que ele está rodeando a mata próxima da casa de Marcelle, já está perto de escurecer, mas as pesadas nuvens de chuva, que mesmo não chovendo mais, ainda tapavam a luz do céu, parecendo já ser tarde da noite, não há sinal de Marcelle em seu radar, mas ela não iria desistir, ele sabe o por que dela ter fugido, e não queria deixar esse peso todo em seus ombros, ela já carregava mortes demais em sua mente, mas essa, essa com certeza é diferente.

 Cristofer decide finalmente entrar na floresta, sabia que, se ela estivesse lá dentro sairia alguma hora, mas ele não queria esperar, precisava ajuda-la agora, sabia o que podia acontecer com ela, e ele não permitiria isso, ele desce da moto, e caminha até a floresta tirando o capacete e tacando no chão, ele se lembra de anos atrás, quando ele descobriu sua imortalidade, foi Marcelle, ainda bem pequena, ela salvou Cristofer, então ele viveu até hoje observando ela, de longe, esperando até ela ter idade de saber a verdade, mas ela fugiu antes disso, se ele tivesse dito isso antes, talvez ele pudesse ter impedido isso.

>>Era uma noite fria, Cristofer já estava terminando sua terceira garrafa de vodca barata, seus dedos estavam roxos com o frio, mas ele não se sentia bêbado, machucado ou qualquer coisa, ele deve ter sugado mais alguma alma perdida, ele se sentia ótimo, e por isso se odiava, ele estava destinado a viver para sempre, perdido em meio a novos tempos que surgiam, já faz algumas horas que a garota se cabelos tão claros como neve chegou para ele e disse que ele nunca morreria, e que ele deveria aceitar isso, mas ele não aceitava, nem sabia o nome dela, mas sabia que era verdade, ele já teve provas disso, só não sabia que significavam isso.

 Então ele olha para o céu, fechado por causa da eminente chuva a vir, algumas pequena e geladas gotas caem em seu rosto, e se misturam com sua quentes e salgadas lágrimas, até ela ser coberta por um tecido rosa, muito rosa, ele abaixa a cabeça e se depara com uma garotinha, usando um vestido tão rosa quando o guarda-chuva que ela usara para tapar as pequena gotas de chuva, ela usava botinas rosas com corações brancos e um sorriso gigante tanto na boca quanto nos olhos, seus olhos extremamente azuis, e seus cabelos castanhos e cacheados estavam presos em um laço muito desproporcional, o que fez Cristofer rir baixo, aquela era a criança mais fofa que ele já vira.

 Ela se inclinou até ele estendendo a mão, ainda com o sorriso no rosto

-Oi moço, por que você está na chuva?

 Adorável, pensou ele

-Bom, princesa, eu estava bem cansado e não queria ir até meu banheiro, então resolvi tomar um banho de chuva

 Disse ele com um sorriso bobo na cara, a criança caiu em gargalhadas, ela é realmente feliz, pensou ele,

-Moço, não seja bobo, você não pode tomar banho na chuva

 Disse ela ainda rindo, ele estava realmente muito feliz naquele momento, ele não se sentia podre, sujo ou canalha, aquela criança estava irradiando felicidade, e ele gostou disso

-Tem razão, eu sou mesmo um bobão

 Disse ele com um sorriso que não conseguia tirar do rosto, ele ainda estava sentado, e a garota ainda estava segurando o guarda-chuva em mãos, mas assim que ele ia perguntar o nome da menina, a mulher de mais cedo aparece, ela parece não gostar de Cristofer estar falando com alguém, então a garota se despede ainda rindo, e sai saltitando.

A mulher de cabelos claros de aproxima com uma cara muito séria, e Cristofer se prepara para o sermão,

-De onde você conhece aquela menina?

 Ela pergunta, surpreendendo Cristofer, ela parece realmente aflita, o que o deixa ainda mais surpreso

 -Acabei de conhecer, mas isso não é da sua conta, moça que eu não se o nome, mais que me persegue por todo lado

 Esse é um grande título

-Primeiro, espero que isso seja verdade, segundo, esse não é um bom nome, terceiro, mantenha distancia dela

 Ela disse, estava ficando nervosa, Cristofer resolveu aproveitar a deixa

 -Não pretendo me afastar dessa lindinha, e se você não quer me dizer seu nome, vou continuar a te chamar assim

-Meu nome é Sophia, e espero que esteja brincado sobre não manter distância dela

Sophia... anotado

-Então, Sophia, me diga o porquê de eu ter que manter distância dela, e talvez eu pense no assunto

-A mãe dela morreu a 2 meses, ela está em profecias, e ela é minha, esse é o motivo

 Aquela criança sorridente, não tem mãe, isso só fez ele querer ainda mais se aproximar dela

 -Você já deve ter notado que ela é uma criança, você por acaso é algum tipo de pedofila homossexual?

 Mas antes de Sophia responder ele, eles escutam gritos vindos de um lugar mais abaixo da rua onde estavam.

 Ambos correm até uma casa com janelas grandes, mas assim que chega, Sophia impede Cristofer de caminhar até o quintal, a casa está cercada de sombras, e bem lá dentro, de uma das janelas, só podemos ver, um corpo adulto, se esfaqueando e uma garotinha coberta de sangue, parada, enquanto vê o homem morrer em sua frente, e o azul deixando os olhos dela, à medida que mais sombras entravam em seu corpo, ela não se meche, nem eles, e ficam assim, até depois de a garota ficar com os olhos, agora cinzas focados no corpo caído a sua frente, ela não se move, ela estava morta por dentro.