História A Gata - Reviravoltas

"Porque a vida é cheia de mistérios. Porem, quando ela decide mexer o tabuleiro, simplismente alguns mistérios vem a tona..."

3 Dias Depois...

Penduradas em um pano branco de setim, descemos a janela cuidadosamente a fim de nao chamar a atençao dos seguranças. Faz três dias desde que pensei em fugir, e concluí que o melhor para mim e para Ivy só podia ser mesmo uma fuga, por mais perigosa que fosse. Eu nao suporto mais isso aqui, foi loucura, quase sete meses presa nesse buraco, eu vi meus sentimentos morrerem e vi o meu eu desaparecer. Quero ser alguém nova, o meu coração anseia tanto por isso! Não quero ser mais uma garota boazinha, mas tambem nao uma garota tao rude a ponto de ser alguem chata.

Uma vez lembro do que Bruce Wayne disse: Você deve se encontrar, entao quando fizer isso vai saber quem realmente é. Bom, nao foram exatamente essas palavras, mas foi o que eu entendi. Então, talvez seja hora de fazê-lo, eu nao sei mais quem sou, está na hora de mudar isso.

Pulamos após ter rodado o parapeito exterior da janela cuidadosamente. Ivy quase gritou por êxtase, mas impedi de fazê-lo, pois os seguranças estavam atentos. Não é como se fosse a primeira vez,  já assaltei várias casas durante a noite, eu sei bem como as pessoas reagem a cada barulho, ou como elas se distraem facilmente. Sou hábil o suficiente, mas me preocupo com Ivy... Precisamos de uma distração. Ela murmurrou algo como: E agora?  O que vamos fazer?

Não respondi, fiquei parada, analisando a cena atentamente, em busca de qualquer distração que servisse para tirar aqueles trogloditas do portão. Então olhei para trás e me deparei com o registro. É isso!, pensei. Precisava estourar aquele cano, serviria de atenção suficiente.

Mandei Ivy ficar parada no mesmo lugar, enquanto fui na ponta dos pés para perto do registro. -suspirei. -Analisei a situaçao e assim que conguimos estourá-lo, saímos correndo e nos escondemos atrás de outra divisória, assim que vimos os seguranças correrem para trás da mansão. Desesperadamente fomos até o portao, era de grade e fácil de se pular, ao menos para mim, cheguei ao topo em poucos segundos, quando olhei para o lado pensei que Ivy havia ficado para trás, mas nao! Ela pulou o muro até melhor que eu, vai ver era o desespero.

Corremos pela rua e logo viramos uma esquina, nos sentamos atrás de uma árvore e respiramos fundo. Estávamos super cansadas, até que nos entreolhamos e demos uma risada baixa.

-Conseguimos? -perguntou ela esperançosa.

Aquela fora a primeira vez que pude dizer a verdade para ela.

-Sim! Estamos livre!

Vi como ela comemorou em silêncio, com apenas um sorriso.

Ao que parece ninguém ainda havia notado nossa ausência, e pelo visto continuaria assim até amanhã. 

Começamos a caminhar por uma estrada, a noite estava fria, mas nao deixamos isso nos intimidar. Duas garotas completamente loucas, soltas à rua e descalças, típica cena de filme Hollywoodiano.

Olhamos para os lados e demos sorrisos largos. Respire, expire, isso é a vida! Sinta o vento batendo em seu rosto, isso é ser livre! E não há maior privilégio que esse. Eu sei, pessoas te julgam a vida toda, você só tem que dar a volta por cima e dizer: Essa é quem sou! Eles não podem mudar voce, e nem voce tem que mudar por eles. Ambos devem se aceitar, mas você deve se aceitar por primeiro. Está na hora de mudar, não para melhor, porque cansei de me entregar, as pessoas nos destroem e a vida nos destroe quando fazemos isso, dói tanto... E eu não quero nunca mais passar por algo parecido. Eu decidi nao me apaixonar. Amar já nao é mais uma opção, não existe isso, amor é uma palavra que se usa para esconder os verdadeiros objetivos, para disfarçar as verdadeiras intenções.

Então, por um momento, quando voltei o olhar para Ivy, vi o quanto ela estava sorridente, girava no vazio enquanto prosseguia a caminhar. Ela voltara a ser uma menininha, eu vi, estava contente no fundo por isso. No entanto, quando uma luz subiu em direçao ao seu cabelo vermelho e seu rosto redondo um tanto corado, vi meu coração entre as maos. Demorei um pouco para associar aquilo, até que com toda a minha força, gritei:

-Ivy!

Então quando ela virou-se em direçao aos faróis coloquei as maos sobre a boca. Ela tentou escapar, eu vi. Mas percebi que o caminhão colidiu contra seu quadril a fazendo voar para fora da estrada. Logo o automóvel perdeu o controle e colidiu contra o muro. Eu corri em direçao a lateral, estávamos sobre uma ponte, então quando olhei para baixo e vi aquelas águas movimentarem-se de forma violenta. Abaixei-me descrente, meu coração vascilou nao querendo acreditar no que acabara de presenciar. Que droga! Voce vê por que escolho nao me importar? 

A vida sempre me tira as pessoas que mais amo! Fiquei paralisada por alguns minutos, pensando sobre tudo, não pude conter algumas poucas lágrimas que escorreram pelo meu rosto. Certamente ela não sobreviveu... A queda daqui de cima é muito alta!

Sabe? Não é nem porque ela era minha colega, mas sim o fato de ela ser tao jovem! Por que é que a vida brinca desta forma com as pessoas? O que é que nos espera amanhã? Estou confusa, meu coração está doendo e sou incapaz de pensar. Ela se foi, como um passaro que cai de um ninho e ainda não sabe voar. O inesperado a levou. -enquanto levanto o olhar, me deparo com mais dois caminhões a alguns metros de distância daquele que estava preso contra o muro. - Então, uma remota lembrança vaga pela minha mente...

Estou em três caminhões a beira da estrada... O que é, o que é... Quem eu sou?

Mas é claro! As palavras de Ed... Agora tudo faz sentido! Ele estava falando desses caminhões. -aproximei-me daquele que estava preso ao muro, fui até o banco do motorista e percebi que ele estava desacordado. Enquanto passava pelo lado, vi estampado no caminhao o nome e sobrenome do novo prefeito de Gotham, o tal de Cobblepot que Nygma havia mencionado. O que me levou a crer, que a charada só podia estar completa. Finalmente tenho a resposta! -pensei. - Abri o fundo do caminhao, então me deparo com algumas caixas lacradas. Ao entrar dentro do automóvel, retiro as faixas e abro as caixas. Entao, a minha resposta é comprovada. É claro, não podia ser outra, a solução para essa charada, é o "dinheiro!". Sim, o dinheiro! Mas pela quantidade, parece até bom demais para ser verdade. Parece estare sendo desviado de uma empresa. Tudo isso é muito suspeito... O que o novo prefeito pretende? Bom, não era hora para aquilo. Peguei uma bolsa e a enchi com alguns bolos de dólares, aquilo daria para passar uma noite em alguma parte da regiao escondida, nao retornaria para Gotham a noite, podia ser perigoso. Entao fechei as portas do caminhão.

Olhei uma última vez para o rio e então pensei:

"Não se preocupe, Ivy! Isso não ficará assim. Vou viver por você, eu vou me vingar de sua morte. Irei procurar saber sobre todo esse dinheiro. Gotham que me aguarde, pois meu retorno, ele é certo..."