Então me diga, que de outra maneira você pode se tornar alguem mau a não ser que as pessoas o tornem primeiro? Então conte, qual é a sua historia por trás desse sorriso?
-O que você veio fazer aqui? -voltei meu olhar para a loira megera a minha frente.
-Bom, isso é muito simples. -ela abriu os olhos como se visse seus objetivos através de mim. -Eu quero uma posiçao em Gotham. -riu
-Ah é? -perguntei enquanto me aproximava dela. -Uma posiçao melhor do que costumava ter no asilo? Uma posição sem uma camisa de forças e remédios contra loucura? -gritei bem a sua frente.
Ela levantou uma das maos ameaçando me bater, mas eu a segurei, com muita força.
-Não é assim que se joga princesa. -sorri.
Uma vez, ainda naquele maldito prostíbulo, eu deixei aquela mulher histérica me bater, mas desta vez seria diferente. Essa loira metida nao tinha nenhum motivo para levantar a mao para mim, e mesmo que ela tivesse, eu nao permitiria.
-Aquele maldito do Gordon conversou com você, não foi? -ela pareceu suficientemente brava. -Ah, ele nao entende de nada!
-Se estava pensando em ir pra festa. -indiquei com um dos dedos a proxima esquina. -Perdeu seu tempo, ele vai estar la.
-Ah é? E voce? Por que está tão arrumada? Por acaso nao ia aquela festa também? -semicerrei os olhos. -Oh! Você ficou com medo que reconhecessem uma prostituta que nem você, não é?
-Cala a boca! -disse dando um tapa em seu rosto.
Estranhamente algo me possuiu, como se fosse um desejo obscuro, como se meu interior me acusasse por eu ter sido estúpida o suficiente nas minhas atitudes durante todo esse tempo. Milhares de coisas se passavam em minha mente, muitas personalidades rodavam ao meu redor. Eu ja nao sabia mais quem era.
A loira cambaleou de uma forma que so assim percebi o quanto meu tapa fora forte.
-E você não fica muito longe disso. -assenti. -O que fazia naquele local?
Ela riu virando o rosto para mim novamente.
-Foi a única casa mais próxima que encontrei a Gotham. Mas eu saí muito mais antes do que você de lá. -disse com certo desdém. -Você ficou com medo de fugir? Sério? A ladra que estava acostumada a roubar objetos? Para onde foi suas estratégias com buracos? -desafiou com seu olhar maluco.
-Aquela guerra dentro de mim ia além de minhas habilidades. -assegurei. -Eu tinha uma parte boa aqui. -apontei para o meu coraçao. -Sempre tive. Apesar de roubar alimentos e alguns objetos, eu tinha esperança e vendo agora preferia nao tê-la tido nunca. Eu achei que pudesse sair de lá fazendo a coisa certa, uma vez uma pessoa me ensinou assim. Mas eu demorei para descobrir que infelizmente as coisas nao podem ser desta forma. Só que por vezes esse lado bom que me arrependo de ter tido, ele vem a minha mente e me faz fazer coisas estupidas, como agora! -disse erguendo as maos percebendo a atitude estúpida que tomara a pouco.
-Precisa matá-lo, Selina. Esse seu lado bom. -apontou para o meu coraçao.
-Ah, você não sabe coisa alguma!Está aqui apenas para ter uma "posiçao". -fiz sinal de aspas com os dedos. -Que lugar voce quer Barbara, e por que me procurou?
-Uh! -ela começou a rir. -Vejo que entendeu! -balançou a cabeça para si mesma. -Voce nao consegue advinhar?
-Sou péssima em charadas. -afirmei.
-Eu quero ser a nova prefeita! -disse colocando as maos na cintura e erguendo a cabeça.
Eu ri.
-Ah, eu nao acredito! Uma pessoa com o seu histórico... -apontei para ela.
-Docinho... -interrompeu-me. -Isso eu posso mudar, ninguém me conhece aqui ainda. Mas eu preciso que me ajude a destruir Cobblepot!
-Nós duas? Trabalhando juntas? -ri novamente. -Acho que isso não vai rolar. -passei pelo seu lado, mas senti sua mao me parar.
-Você vai mudar de ideia, quando eu te mostrar o que tem na casa do novo prefeito. -ela sussurrou ao meu ouvido. -Se quer mesmo descobrir, fique mais próximo dele, va para a festa, ele estara lá. É algo muito valioso.
Ao ouvir isso senti-me encorajada a prosseguir, como se algo revirasse meu estômago e aquela pequena porção de medo fosse embora completamente.
-Ah, Ed vai estar lá também! -provocou.
Eu me desvincilhei dela, prosseguindo a caminhar pela rua enquanto ouvia sua risada paranoica atrás de mim. Eu daria um jeito de entrar naquela festa, mesmo sem o convite. É, talvez eu tenha sido estúpida, eu disse que eu ia seguir meu próprio caminho não disse? Está na hora de fazê-lo.
Havia um carro parado a beira da esquina, pensei em recuar, mas continuei mesmo assim, aquilo nao iria me assustar, ja passei por situaçoes piores. De repente ouvi a porta do carro se abrir, peguei a faca que escondera em minha bolsa e virei-me apontando-a para cima. Quando olhei para trás deparei-me com a face assustada do Capitão Gordon. Ah, meu Deus! Então era ele, ah, que droga! Ele me assustou.
-Eu nao acredito que você tentou me matar. -retorquiu.
-Voce me assustou! O que esta fazendo aqui? Pensei que ja estivesse na festa. -guardei a faca.
-Eu sabia que você retornaria. -assentiu.
-E ficou aí parado me esperando?
-Não... É, eu estava no telefone, é por isso que demorei. -ele pareceu desconcertado como se escondesse algo.
-Ainda tem o convite? -perguntei.
-Mas é claro. -confirmou.
-Então vamos para a festa! -entrei novamente em seu carro.
******************
Ao chegarmos, na entrada o segurança apenas deu uma olhada em nosso convite e depois nos permitiu a entrada. Era meio estranho eu estar de braços dados com um policial.
-Bom, agora é a parte que cada um vai para o seu canto, né? -perguntei.
-É, é sim. -disse ele baixinho.
-Está bem. -desentrelacei meu braço do dele. -Boa sorte! -desejei enquanto ajeitava o seu palitor.
Segui em um caminho reto, espalhando-me entre aquelas pessoas. Na mesa ao lado esquerdo tinha algumas comidas bem peculiares que nunca havia experimentado antes, coisa de gente da alta, ah, um monte de frescura. Mas é delicioso. -pensei, ao provar um daqueles quitutes. Em seguida olhei para o lado direito, ha uns seis passos de mim enxerguei Alfred, o mordomo de Bruce, entao conclui que o jovem que conversava tão espontaneamente de costas era ele. Disfarcei o olhar, Alfred conseguiu me enxergar, mas eu saí dali. Com o coração ainda apertado e a respiração batendo forte. Encostei-me ao canto da parede, parecia que minha respiraçao estava falhando. Quando ergui o olhar estava proxima ao palco de apresentação, e quando fixei meus olhos no canto da cortina, enxerguei o maldito Edward Nygma, ele pareceu surpreso a princípio, mas em seguida sorriu pra mim. Aquilo me deu nojo e fiquei com vontade de vomitar, andei o mais depressa que pude para o banheiro. Quando estava entrando vi uma moça sair, mas eu nao consegui nem ao menos dar um sorriso para ela. Inclinei-me sobre a pia e olhei para o espelho, peguei um pouco de água e molhei o meu rosto em leves batidas, depois o enxuguei com papel descartável. Abri a bolsa e vasculhei procurando minha máscara, ja estava na hora de coloca-lá, haviam conhecidos demais por lá para o meu gosto.
Saí do banheiro tentando evitar de olhar para o palco e procurando atentamente o Bruce, para que eu nao desse de cara com ele como sempre acontece em todas as festas que eu vou. Peguei um Wisky para refrescar a minha garganta, mas aquilo desceu tão depressa... De repente senti uma mao tocar o meu braço, a bebida dentro do copo tremeu e só quando olhei para trás percebi de quem se tratava.
-Você me oferece um pouco, Selina? -perguntou enquanto direcionava a taça para sua boca, ainda que ela permanecesse em minhas maos.
-Como me reconheceu? -perguntei pasma.
Ele voltou um passo atrás, observando minhas costas.
-Bem, nessa posição é fácil. -sorriu.
Era um dos meus antigos clientes, até que com ele eu me dava bem, mas nao era nada como "melhores amigos" ou "melhores amantes". Nós nos davamos bem apenas, mas pra mim ele nao deixava de ser como todos aqueles homens sujos.
-E o que você faz aqui? -perguntou. -Conseguiu sair de lá?
Eu sabia bem de qual lugar ele se referia.
-É. -sorri, mas claro que forçadamente.
-Você quer dançar? -ele olhou-me fixamente.
-Não sou de dançar, Marcus. -assenti enquanto deixava a taça sobre a mesa.
-Ah, que pena, Cinderela! -ele mexeu no bolso do palitor. -São somente nove e quinze ainda. -falou enquanto retirava um relógio de seu bolso.
Havia uma pena desenhada no próprio ouro. Aquilo me fazia lembrar do relógio de bolso do Henry. - fiquei intrigada. - Em um ato impensável peguei o objeto entre as maos, vi que Marcus estranhou minha atitude.
-O que está fazendo? -perguntou.
O abri e na parte esquerda havia um nome bordado, escrito com letras douradas perfeitamente nítidas: "Henry". Senti meu sangue ferver, aquilo me irritou completamente. Aquele relógio era igual ao de Henry, exatamente igual.
-Onde arrumou isso? -perguntei erguendo o objeto diante de seus olhos.
As pessoas viraram-se para nós, talvez eu houvesse dito isso um pouco alto.
-Por que você tem um relógio que nem possui a droga do seu nome? -tornei a perguntar.
-Selina, por favor, eles estão olhando para nós...
-Dane-se! -disse.
-Vamos conversar... -ele pareceu assustado com minha reação.
-Ah, você quer conversar? -perguntei brava, mas disfarcei meu tom de voz. -Será que você entende essa língua?
Eu o beijei, colocando minhas em seu ombro e inclinando meu corpo sobre o seu. Ele reagiu bem, apertou meu corpo como da última vez que eu me lembrava, mas eu nao me importei. Eu estava com raiva e quanto mais forte ele passava a mão pelo meu corpo, mais eu o beijava aceleradamente e o machucava com meus apertoes, mas estava certa que ele estava gostando. Talvez as pessoas estivessem nos olhando, mas continuei sem me importar, o direcionei até a porta do banheiro, quase caímos na entrada. Mas assim que entramos fechei a porta e com força. Enfim separei meus lábios dos dele.
-Ah, essa língua eu entendo direitinho. -ele sorriu de maneira maliciosa.
Me segurei para nao revirar os olhos.
-Ah, e voce ta afim de alguma coisa mais excitante? -perguntei enquanto me aproximava dele novamente e jogava meu corpo contra o seu.
Dobrei minha perna e o cerquei, ele apertou minha cocha enquanto me olhava com um olhar atraente.
-É claro gata! -disse puxando meu cabelo, eu ri, não vou negar que não estava gostando, mas eu nao queria nada daquilo que eu parecia estar propondo. -Mas, aqui? -ele perguntou estranhando o local.
-Tem problema pra voce? -perguntei baixinho enquanto endireitava meu corpo.
-Claro que nao! -ele balançou a cabeça.
-Então vem aqui. -puxei sua gravata o trazendo para perto do espelho. -Mas sou eu que vou mandar agora. -sorri.
-Ah, eu já gostei. -ele beijou meu rosto e tentou descer até meu pescoço.
Revirei os olhos, mas o parei antes que ele prosseguisse.
-Não, não! -fiz sinal com o dedo indicador. -Eu quero que você comece por baixo. -mordi a ponta do meu dedo de forma sexy.
Ele pareceu bastante excitado quando eu disse. Entao como um cachorrinho abaixou-se e começou a lamber minhas pernas. Revirei os olhos novamente, já nao aguentava mais toda aquela farça. Então encostei minha mão em seu cabelo e o puxando com força direcionei sua cabeça contra a quina da pia do banheiro. Ele caiu ao chao, batendo seu rosto contra o mesmo. Verifiquei sua pulsação e ele ainda estava vivo, ficaria bem. Ainda com certa raiva abri seu palitor a força e retirei o relógio de bolso dali. Finalmente, a única coisa que me deixava perto de Henry fora recuperada, estava mais tranquila agora. Porém, ao tirar o objeto que tanto desejava de seu bolso, vi algo mais cair. Era um chaveiro com um passaro preso a ele, estranhei aquilo ao pegar. Mas em seguida o guardei na bolsa junto ao relógio de bolso.
Ouvi palmas atrás de mim, ergui o olhar e me virei na direçao contrária. Reconhecia aquele rosto, aqueles óculos de grau, era Nygma, o maldito me seguiu.
-Ah! Já acabou? -ele recolheu as maos. -Eu esperava por mais... -o mais ridículo é que ele estava mesmo fazendo uma expressão triste, afastei o olhar, desacreditando no que via.
-Você fez tudo isso para recuperar um estúpido relógio de bolso? -questionou sério.
Aquilo me irritou mais ainda.
-Não é um relógio qualquer, ele é valioso para mim! -retorqui.
-É claro que é. Assim como uma pequena pulsera de joias e brilhantes, ou um pequeno colar de diamantes... -ele deu um sorriso de orelha a orelha.
-Pense o que quiser Nygma. -passei adiante dele, mas ele segurou fortemente em meu braço.
-Selina, coloque-se no seu lugar. -riu.
Com a outra mão precionei seu pescoço contra a parede, ele acabou por soltar meu braço, eu nem sei de onde tirei tanta força.
-Eu estou no meu lugar, Nygma... -disse com certo desprezo.
E o soltando, sai imediatamente dali.
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