Nós chegamos tão perto do para sempre, e agora o sempre acabou e nem felizes podemos ser. O que está acontecendo? Porque o meu amor está ecoando por todo o quarteirão.
Corri até a próxima esquina o mais rápido que pude. Bruce estava prestes a fazer uma burrada, tinha de impedi-lo. Tentei ligar para ele, mas só caia na caixa postal, então testei Henry.
-Selina! Aconteceu algo? -perguntou ele de prontidão como se ja advinhasse que era eu ao outro lado da linha.
-É sobre o caso da Michelle. -comentei. -Acho que isso é uma cilada.
Ele parou por um minuto como se tentasse raciocinar tudo aquilo e depois riu.
-Por que voce está rindo? -perguntei seria.
-Cilada? Cilada pra quem Selina? A menina foi sequestrada! -ele continuou a rir.
Balbuciei.
-Ja pensou que isso pode não ser sobre a Michelle? -perguntei brava.
-O que? -Ele pareceu confuso.
-E se ela for só uma isca?
-Isca? Isca pra quem?
-P-Por exemplo para o Bruce!
Ele confuso, nao disse nada.
Mas de repente, de repente eu havia criado uma possibilidade magnifica em minha mente. E se isso fosse verdade? Seria loucura?
-Eu nao entendi ainda, Selina.
-O Sr. BlackBerry, ele pode estar usando a Michelle como isca para o Bruce. -minha voz ficou tremula de repente.
-Que absurdo! -replicou. -Como ele usaria a própria sobrinha?!
-Eu nao sei. -disse tentando manter a calma. -Eu o vi entrar no local em que ele disse que a Michelle estava, eu o vi conversar com dois homens suspeitos e eu vi ele se negar a pagar a fiança da Michelle e negar a investigação naquela epoca. -suspirei cansada. -Ele nunca me pareceu um cara de confiança.
-Selina! Eu estou aqui na delegacia e o Sr. BlackBerry está passando as informações ao Jim, então tira essa ideia da cabeça! -ele falou preocupado.
-Eu nao sei. -neguei com a cabeça, sentando-me a calçada.
-Foi um bom raciocínio, mas sai daí e volta pra casa! Não quero te ver no meio disso. -assegurou.
Eu queria obedecer, gostaria de dizer que a voz dele me acalmou e me deixou segura como em todas as outras vezes. Mas nao foi assim. Eu sentia uma aflição, meu eu dizia que estava certa, que devia insistir nisso.
-Sinto muito. -falei com um tom de lamento -Eu nao posso. -desliguei o celular.
Tentei me acalmar respirando fundo diversas vezes, além de Bruce correr perigo, havia brigado com Henry, hoje não era o meu melhor dia.
Levantei a cabeça para o lado, de onde eu estava era possível ver o galpão. Então levantei ao ver o tio de Michelle entrar novamente, ah, meu Deus! Era ele! Como ele havia chegado tão rápido? O que estava acontecendo? Ele não estava na delegacia? -quanto mais perguntas se acumulavam em meus pensamentos, mais minha aflição aumentava. - Quando Bruce chegasse devia estar aqui para impedi-lo, eu nao sei se ele me ouviria, mas devia tentar. Ah, ja nao sabia mais o que se passava.
Meu coração acelerou quando vi os pés de Bruce aproximarem-se do lugar. Então aproximei-me dele.
-Bruce! -corri em direçao a ele.
-Selina, o que faz aqui? -Ele pareceu surpreso.
-Não entra! -disse ao encostar em seu braço. -Por favor, eu estou te pedindo! Não vai lá! -tentei impedi-lo, mas de fato estava decidido.
-Selina! Tenho a intenção de ir. -ele tentou livrar-se de mim, quando por fim conseguiu.
-Entao, eu vou com você! -retruquei.
Não podia deixá-lo ir sozinho.
-Você não vai, não. -assegurou.
-Tem ideia de como entrar aí? -questionei.
-É... Selina! O Henry disse para você se manter afastada!
-E daí? Eu nao quero! -o encarei de forma franca. -Já sei como entrar! -completei ao juntar as maos.
*******************
Ele não teve escolha, precisou aceitar a minha ida. Com a minha ajuda ele entrou no galpão, estava feliz por não ter o deixado entrar só e por ter conseguido o que queria, mas também com medo. O galpão era vasto e não era amplo em visão, havia alguns corredores estranhos e escadas. Caminhamos por ali em baixo e nao havia ninguem, ela só podia estar lá em cima. Mas Bruce parou por um instante e voltou-se para mim.
-Eu nao posso deixar você fazer isso.
Franzi a testa tentando entender aquelas palavras.
Quando Bruce fez um olhar de pena e levantou a mao para mim, senti ela colidir contra meu nariz, o impacto fora tao forte que nao suportei, acabei por desmaiar.
*******************
Acordei com uma luz forte em meu olhar, quando minha vista se acostumou com aquilo foi que minha mente retomou os sentidos. Eu olhei para mim mesma e estranhei ao ver aquela cena, estava sentada sobre uma cadeira e presa com uma corda em volta. O que era aquilo? Por que estava presa? E por que Bruce me bateu? -tentei me soltar, mas a corda era forte. - Olhei para o alto quando escutei uma voz.
-Se você der um passo a frente, eu atiro!
Não era a voz de Bruce, parecia que algo estava precionado contra a boca de quem falava, deveria ser um dos capangas.
Ele não me deixou subir com ele! -ainda tentava me soltar, mas parecia ser inútil. -O -que significava aquilo? Bruce havia me traído? Em pensar que pensei a toda hora nele...
Ouvia algumas vozes ainda, o eco do lugar me permitia escutar mais ou menos o que estava acontecendo.
Quando ouvi a porta do balcão abrir, me encolhi na cadeira, parei de tentar me soltar e de fazer barulho. Devia ficar quieta, só agora tinha noção do quao perigoso foi topar essa ideia. Minha pele ficou gelida. Com cautela inclinei-me sobre uma divisória para observar, a porta não havia sido aberta, mas sim arrombada e aqueles sapatos... Só podiam ser de Henry! O que ele estava fazendo aqui? Ah, meu Deus! Ele estava aqui por mim, tinha certeza. Que foi que fiz? Agora mais do que nunca precisava soltar-me.
(Narrador)
Henry subiu as escadas desesperado para encontrar Selina, não havia percebido que ela estava no térreo. Sacou a arma e ao subir as escada deparou-se com dois capangas apontando a arma para Bruce, quer dizer, agora os dois apontavam as armas para ambos enquanto Michelle estava amarrada a uma cadeira e amordaçada. Henry viu-se obrigado a soltar a arma ao chao, não tinha muita escolha.
Um dos capangas chegou mais perto de Bruce apontando a arma para ele, o obrigando a caminhar para uma direção contrária. Porém Bruce, com sua habilidade, quando o assassino apontou a arma em sua direçao, ele desviou sua cabeça para um lado e afastou a arma. Viu que o outro capanga atiraria nele e rolou para trás da cadeira de Michelle, assim este acabou por acertar a bala na parede. Escondido atras da cadeira atingiu com um tiro o capanga que ele havia derrubado, depois quando o capanga restante pensou em atirar em Henry surpreendeu-se ao ver que ele já tinha uma arma apontada para sua fonte e havia sido mais rápido ao puxar o gatilho, entao o segundo capanga caiu ao chao.
-Conseguimos! -comemorou o advogado ao perceber que os capangas estavam mortos ao chao.
Bruce saiu detrás da cadeira, o coração de Michelle acalmou-se aos poucos ao perceber que estava salva e em seguida ele lhe tirou a mordaça e soltou seus braços que estavam presos com a corda. Eles deram um abraço profundo, enquanto que Henry encaminhou-se até a janela.
-A polícia está virando a esquina! -contou ele enquanto os ponbinhos abraçavam-se.
Michelle curiosa correu para a janela para comprovar a chegada da policia, Bruce ficou de costas para a porta e o advogado aproximou-se dele.
-Finalmente! -falou Bruce aliviado.
Mas para a surpresa de Henry que o viu, o Sr. BlackBerry entrou pela porta armado, e vendo aquela cena o advogado nao pensou em dizer mais nada a nao ser gritar:
-Bruce!
Selina já no térreo estava desesperada por ter ouvido os disparos anteriores e ao ouvir este último sentiu uma forte pressão em seu coraçao, ficou preocupada e angustiada. O que estava acontecendo? Quem havia sido baleado?
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