Jasmine's pov
- O que está fazendo ai sozinha? – Jolie se aproximou de mim. Por sorte, ela não viu Peter. - Porque você está com essa cara?
- Que cara? – Me levantei pra olhar pra ela.
- Ah, sei lá, vocês está com uma cara diferente. – Ela riu me abraçando. - Ainda bem que você está melhor, eu já tava ficando preocupada.
- Tá tudo bem agora. – Falei caminhando até a porta. Eu ainda conseguia sentir as borboletas na minha barriga.
- Jasmine, aconteceu alguma coisa? – Jolie parou na minha frente. - Você tá com cara de quem aprontou.
- Aprontou? Eu não sai daqui dez da hora que você foi embora. – Falei passando por ela.
- Eu não sei o que ouve, mas eu vou descobrir. – Afirmou ela, me fazendo rir.
Demorei pra dormi essa noite. Eu não conseguia parar de pensar em Peter, e em como ele pode acabar se machucando, nessa tentativa de me ajudar. Como eu posso machuca-lo. Eu nunca consegui controlar meus poderes, não adianta o quanto eu pratique. No final, alguém sempre acabara saindo machucado.
Não mais do que eu.
Quando o despertador tocou, percebi que não havia dormido nem por uma hora. Sem animo algum, parti pro banho. Depois que me vesti, me juntei a minha mãe na cozinha, onde tomamos um café bem rápido, já que ela teria que chegar mais cedo ao trabalho. Consegui convence-la a me deixar ir a escola sozinha. No metro, eu teria tempo de terminar algumas matérias atrasadas. Ela hesitou um pouco, mas acabou deixando.
Infelizmente, o clima hoje não estava dos melhores. Gosto de frio, mas não curto usar muitas roupas, me faz se sentir sufocada. Assim que sai do metro, senti o vento gelado bater no meu rosto. Arrumei meu gorro na cabeça, e me preparei pra atravessar a rua. Assim que o sinaleiro mudou de cor eu atravessei apresada, a rua era meio comprida, e era um pouco difícil passar rápido com vários pessoas esbarrando em você o tempo todo.
Quando achei que consegui passar pro outro lado, senti o impacto de alguma coisa batendo em mim com força. Fui jogada no chão bruscamente. Olhei pra cima maio zonza e vi um homem se aproximar de mim. Achei que iria me ajudar, mas o que ele fez foi totalmente diferente. Ele gritou pra outros homens atrás dele alguma coisa como "eu achei ela", e então me puxou com uma certa brutalidade. Quando percebi que as intenções dele não eram das melhores, comecei a me debater. Eu poderia me safar sozinha daquilo, mas ai eu poderia acabar machucando as pessoas que estavam por perto.
Vi alguém vestido de vermelho surgir rapidamente perto de nós. Imediatamente, o homem que me segurava, sacou uma arma e aponto pra minha cabeça.
- Fique parado ou eu atiro nela. – Disse ele me segurando mais forte ainda. Uma lagrima escorreu pelo meu rosto. Eu era fraca, fraca demais pra quem tem um poder tão grande igual ao meu. Ouvi a sirene da policia, e muitas pessoas apareceram nas sarjetas. Entre elas, Kian e Jolie.
- Calma, não faça nada que vá se arrepender depois. – Peter falou enquanto se aproximava lentamente.
- Eu mandei ficar parado! – O homem gritou novamente. Agora estavam os policiais e os outros homens apontando armas uns pros outros. E eu ali, no meio na rua, sendo usada de refém.
- Cá entre nós, eu já sei que você não vai fazer nada com ela. – Peter parou a nossa frente. - Você precisa dela.
- Tem razão. – Afirmou. - Mas eu não preciso de você. – Rapidamente ele apontou o gatilho pra Peter e atirou. Fechei os olhos por impulso, e quando abri já estava no chão. Enquanto ouvia barulhos de tiros e pessoas saindo correndo. Senti alguma coisa me puxar da cima, e logo em seguida, Peter me tirou dali.
- Você está bem? Se machucou? – Ele começou a verificar se eu estava ferida. Olhei pros lados ainda apavorada, e percebi que estávamos em cima de uma caminhão. - Jasmine, fala comigo, por favor!
- Ela está bem? – Ouvimos alguém gritar na parte de baixo. Era um policial.
- Acho melhor levar ela pro hospital. – Peter se levantou ainda olhando pra mim.
- Tudo bem.
- Escuta aqui... – Peter se ajoelhou na minha frente. - Você vai ficar calada mesmo?
- Foi estranho. – Falei fazendo ele rir. - E assustador.
- Não foi tão mal assim.
- É porque você não estava de refém. – Olhei pra ele.
- Você vai pro hospital agora. – Ele me ajudou e levantar, e usou a teia pra me descer dali. - Eu passo lá pra te ver.
- Pronta? – Um homem vestido de branco chegou ao meu lado, me guiando até a ambulância.
Jolie's pov
- Para de correr Jolie! – Ouvi Kian gritar atrás de mim. Ignorei e continuei correndo pela calçada lotada de gente, até chegar ao hospital.
- Eu acho que é aqui. – Falei parando, pra esperar Kian me alcançar.
- Vamos entrar agora? – Perguntou chegando ao meu lado.
- É claro que sim! – Fui entrando no local. Tinha muito gente, de pessoas esperando pra visitar alguém, a jornalistas intrometidos. Quando consegui chegar na recepcionista, perguntei imediatamente sobre a garota que ficou de refém. Ela começou a nos questionar, e eu tive até que mostrar um foto com Jasmine pra provar que eu a conhecia. Depois de uma longa discussão, ela nos permitiu entrar.
No quinto andar, onde Jasmine estava, não havia quase ninguém nos corredores. Estava o maior silencio. Eu e Kian fomos andando até a sala que nos indicaram, onde encontramos a dona Angie sentada numa cadeira, ao lado da cama, onde se encontrava Jasmine.
- Vocês demoraram. – Jasmine olhou pra nós. Fiquei feliz em perceber que ela não se machucou.
- Como você está? – Perguntei me aproximando e lhe dando um abraço. - Fiquei muito preocupada.
- Relaxa, eu estou bem. – Disse sorrindo.
- O homem-aranha te ajudou a sair dessa. – Comentou Kian do outro lado da cama.
- Me ajudou mesmo.
- Cheguei. – Peter entrou meio ofegante. - O que aconteceu? Você está bem?
- Sim, não me machuquei. – Respondeu Jasmine. - Só quero ir pra casa.
- Aquilo foi uma loucura! Porque aquele homem te pegou como refém? Tinha tando gente lá? –
- Acho que eu tenho azar mesmo. – Ela deu de ombros. - Mas felizmente não me aconteceu nada, então...
- O médio já vai te liberar e nós vamos direto pra casa. – Disse Angie. - E você nunca mais vai ir sozinha na escola.
- Porque você não fez nada? – Perguntei vendo Peter e Kian se distrair conversando.
- Não deu.
- Como assim não deu? E se ele te machucasse? – Questionei inconformada.
- Jolie, relaxa, não aconteceu nada e é isso que importa.
- Deixa eu ver como é que esta essa garotinha. – O médico entrou na sala, antes que eu possa protestar. - Como se sente? – Ele parou ao nossa lado.
- Estou bem. – Jasmine sorriu.
- Então eu acho que já posso te liberar. – Ele escreveu alguma coisa nos papeis. - Foi um susto e tanto em?
- Nem me fale. – Angie concordou enquanto encava a filha.
[...]
Quando cheguei em casa, não havia ninguém lá. Estranhei e andando até a cozinha pra beber alguma coisa. Hoje o dia foi um tento exaustivo. Quando voltei pra sala encontrei uma bolsa do meu pai jogada no sofá. Alem de achar aquilo super estranho, a curiosidade falou mais alto, então eu resolvi dar uma olhadinha. Havia muitos papeis e pastas, nada de interessante. Continuei fuçando até encontrar uma pasta com fotos. Na frente da pasta estava escrito "the family", então eu abri imaginado ser fotos minhas ou de algum parente, mas não eram. Continuei encarando aquelas fotos ainda confusa, até achar alguns documentos entre elas. Tirei fotos da pasta, de algumas fotos e dos documentos com meu celular e guardei tudo de volta.
Porque meu pai teria fotos de Jasmine quando criança?
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