História A girl to stay - My truth

Jasmine's pov

Ontem a noite minha mãe e eu tivemos uma conversa um tanto estranha. Ela finalmente decidiu que vai me levar e buscar da escola todos os dias, e dessa vez, sem exceções. Achei melhor nem protestar, ainda mais depois da conversa que ouvi há alguns dias atrás. E o pior, é que não era apenas minha mãe que está agindo de um jeito – estranho – super protetor, os pais de Jolie também estavam.

Ouvi na TV alguma coisa sobre um homem estranho que "voltou" pra New York. De acordo com o noticiário, ele é um dos maiores bandidos que já passou pela nossa cidade, e que a policia nunca conseguiu prende-lo. Todos o conhecem como Rei do Crime. Pelo que consegui intender também, tá todo mundo contando que o homem-aranha consiga prende-lo.

E falando nele, o Peter anda muito sumido. Normalmente, ele vinha pra escola e sumia logo depois do sinal bater. Mas durante essa última semana, ouve dias que ele nem aparecia na escola, e isso já estava me deixando preocupada. Mas como de costume, ele não me contava nada a respeito.

- Bom dia. – Encontrei Kian e Jolie perto dos armários.

- Bom dia mais ou menos né? Hoje está muito frio! – Jolie segurava os cadernos contra o corpo, numa tentativa de se esquentar mais.

- O pior que está mesmo. – Abri meu armário a procura do meu livro de historia e de mais uma roupa de frio. - Tô afim de assistir um filme hoje, o que acham?

- Se tiver chocolate quente... – Kian me fez rir. - Eu já topei.

- Se eu for pra sua casa, a sua mãe vai me levar embora de carro depois né? – Jolie perguntou mas pra si mesma, do que pra mim. - E lá vai ter comida, então eu acho que vou sim.

- Vai chamar o Peter? – Kian perguntou.

- Se ele vier pra escola. – Dei de ombros.

- Bom dia. – Peter passou por nós.

- Olha quem decidiu aparecer. – Jolie arqueou uma sobrancelha.

- Eu estava doente.

- Um dia doente, outro dia normal. Esses seus resfriados são bem estranho né? – Kian cruzou os braços.

- Vou levar as fotos pro jornal. – Peter mudou de assunto.

- Nós iremos a casa da Jasmine depois da escola, e você vai também. – Jolie afirmou nos fazendo rir.

- Ok. – Peter riu.

Hoje seria a apresentação dos trabalhos de literatura, mas – pra minha sorte – a professora tirou uma licença. E pelo que nos falaram, ela vai ficar um tempinho fora. O lado ruim disso era que teria outro professor no lugar dela, e o bom, era que eu não precisarei ter que aguentar mais o Luke como parceiro de trabalho, já que a data de entrega teria ficado pra quando a professora voltasse.

Eu gosto muito do Luke, mas com ele tentando alguma coisa comigo a cada cindo segundos quando estamos juntos, me deixa com raiva! Nunca fui o tipo de garota que chama atenção na verdade. Quando os garotos começaram a reparar em mim, infelizmente, meu coração já estava ocupado.

E ainda está.

- Foi o Luke que te deu isso? – Jolie me tirou dos meus devaneios.

- Ah, foi. – Afirmei tirando o chocolate do armário.

- Você não vai comer né? – Perguntou.

- Vamos ficar gordas juntas. – Falei abrindo a embalagem e lhe entregando um.

- Hm, isso é muito bom. – Jolie sentou-se no chão.

- Muito! – Falei me sentando também e se encostando no armário. Era bom ficar no corredor durante o intervalo, quase ninguém passava por lá.

- Sabe Jasmine, eu sei muito bem o motivo de você não querer dar uma chance para o Luke... – Ela olhou pra mim.

- Ah é?

- É sim! – Ela firmou, como se tivesse toda certeza do mundo. - Você foi e é apaixonada até hoje pelo mesmo garoto.

- Não é isso.

- Eu te conheço tá? Só pra lembrar.

- Jolie, não é por isso, tem muitos outros motivos.

- É claro que tem. – Ela riu. - Mas esse é maior de todos eles.

- Não viaja Jolie. – Falei comendo mais um chocolate.

- Ok Jasmine, então vamos continuar fingindo que você não gosta mais dele. – Deu de ombros. - Continua escondendo, tá indo muito bem.

- Você sabe muito bem que eu não posso fazer isso. – Falei me levantando.

- Porque não? – Ela se levantou também.

- Eu não vou nem te responder.

- Ok, eu já intendi. – Jolie revirou os olhos. - Relaxa, as coisas vão se resolver, e logo essa sua paranoia vai acabar.

- Essa paranoia jamais vai acabar!

[...]

- Estou de olho em vocês! E sem bagunça. – Minha mãe avisou do banco de motorista, assim que descemos do carro. Ela teria que voltar pro trabalho.

- Tudo bem mãe, pode deixar. – Falei e então ela se foi.

- Já vou avisando que eu não vou ajudar você a arrumar a sua bagunça, ouviu? – Jolie foi entrando na minha frente.

- Isso que é uma boa amiga. – Kian foi irônico e Jolie lhe mostrou o dedo.

- Vocês dois brigam bastante né? – Falei rindo. - Sabem o que dizem por ai, quem briga...

- Ama. – Peter terminou minha frase e caímos na risada. Menos os dois, que se calaram na hora.

- Eu escolho o filme, ok? – Jolie foi logo entrando no meu quarto pegar as caixas de filmes. - Onde você botou os meus filmes de terror?

- Eu escondi. – Falei simples, fazendo todos olharem pra mim.

- Onde você botou? – Jolie cruzou os braços, e os meninos começaram a rir.

- Não vamos assistir filmes de terror! – Afirmei.

- Você não manda! – Jolie protestou.

- Beleza, então fica a vontade pra procurar pelos filmes. – Me joguei no sofá.

- Não acredito que você escondeu mesmo. – Peter se sentou ao meu lado.

- Foi preciso.

- ONDE ESTÁ JASMINE? – Jolie gritou do meu quarto.

- Já disse que não vou contar. – Me levantei e andei até a cozinha. - Minha mãe fez um bolo ontem a noite, vocês querem?

- Eu quero! – Ouvi Kian gritar, e logo entrar na cozinha.

No final, Jolie desistiu de procurar pelos filmes de terror e decidiu assistir um filme qualquer que achou pelo meu quarto. Ela até acabou se esquecendo dos mesmo quando eu apareci na sala com um prato com bolo de chocolate. O filme acabou me dando um pouco de sono, e assim que notei já havia cochilado.

Quando acordei, Jolie e Kian dormiam tranquilamente jogados no meu sofá. Eu ri daquela cena e me levantei, mas notei que faltava alguém por aqui. Peguei meu celular e olhei as mensagem, Peter estava lá na cobertura do prédio. Fui até meu quarto, peguei um casaco e subi até lá.

- O que faz ai sozinho? – Perguntei encontrando o mesmo parado na ponta do prédio.

- É legal ficar olhando as coisas do alto. – Respondeu. Cheguei ao seu lado e olhei lá pra baixo, me dava um pouco de aflição por conta da altura do prédio. - O que foi?

- É alto né? – Falei encarando os carros que passavam lá em baixo.

- Mas seus prédio só tem seis andares. – Ele riu de mim.

- Mas mesmo, eu tenho medo de altura.

- Eu quero te mostrar uma coisa.

- O que é?

- Você confia em mim? – Perguntou. Eu assenti um pouco receosa, pois eu conhecia muito bem aquele sorrisinho de lado. Peter pegou minha mão e caminhamos até a outra ponta do prédio.

- O que tem aqui? – Perguntei, mas ele nem me respondeu.

- Só não grita tá? – Ele passou seu braço pela minha cintura e soltou uma teia no prédio. Logico que eu sabia muito bem o que ele ia fazer em seguida, então me segurei pra não gritar. Fechei meus olhos e senti o vendo bater no meu rosto. Continuei do mesmo jeito, segurando firme no braço dele, sentindo a movimentação que Peter fazia. - Pronto, pode abri. – Finalmente senti o solo sobre meus pés, abri os olhos devagar sem me soltar de Peter, e olhei pros lados.

- Uau. – Falei, ainda com um pouco de medo. Estávamos no alto de um dos maiores edifícios de New York. - Como chegamos tão rápido aqui?

- Você sabe... – Ele se inclinou pra me botar sentada na ponta do edifício. - Eu queria que você visse New York, assim com eu vejo. – Eu ainda tinha medo de altura, mas eu tinha que admitir, aquela era uma das vistas mais lindas que eu já havia visto na vida. - E o que achou?

- Achei lindo. – Respondi. Ele sorriu e se sentou ao meu lado.

- Descobri umas coisas sobre o tal Rei do Crime. – Olhou pra mim. - Eu segui ele até uma reunião e achei um dos esconderijos que ele estava ficando.

- E o que achou lá?

- Achei alguns papeis da S.H.I.E.L.D. – Respondeu me fazendo arregalar os olhos. - Acho que talvez você já tenha ouvido falar dessa agencia secreta, não é? Pois então, na tal reunião, ele mandou os bandidos fazerem qualquer coisa pra me manter ocupado, enquanto ele procura por uma garota...

- Uma garota? – Perguntei confusa.

- Nos papeis que eu achei não conta muito sobre ela. – Continuo Peter. - Diz que ela foi adotada por uma ex agente e que veio morar em New York, e só. Não diz nada de mais, e muito menos sobre o que poderes ela possui.

- Poderes?

- Pois é, acho que não sou o único "diferente" de New York. – Ele riu. Fiquei calada por um tempo sem saber o que dizer. Garota com poderes? Agora fazia todo sentido! A vinda do pai de Jolie pra cidade; as paranoias da minha mãe; as conversar estranhas entres eles, em fim, tudo começou a se encaixar. Porem, agora eu tinha um problema, e não qualquer problema!

- Peter, eu tenho que te contar uma coisa... – Falei me levantando.

- O que foi? – Peter se levantou, me olhou meio preocupado. Eu tinha certeza que ele ia achar tudo uma loucura, mas eu tinha que contar á ele. Alem de minha mãe, ele seria talvez a única pessoa que possa ajudar.

- Eu sei quem é a garota que o Rei do Crime esta procurando. – Falei. - Sou eu.