História A Grande Influência - Primeiros compromissos

Assim que chegaram em Konoha, Sakura e Shizune seguiram para o hotel cinco estrelas Konoha Palace. Iria ter algumas horas para se preparar para o primeiro compromisso até o momento da coletiva de imprensa. Sakura trajava um vestido Dolce & Gabbana preto com uma estampa floral, brincos pequenos e um colar discreto para dar a sua primeira entrevista na cidade. A maquiagem também era leve, menos a cor da boca que era um vermelho vivo.

 Quando Shizune a chamou, Sakura sentiu como se estivesse sendo obrigada a encarar seu passado. Era um sentimento incomodo, porque ela sabia que sua presença naquela cidade era uma afronta aos Uchiha. Sorriu só de imaginar o desgosto que aquela família deve ter sentido ao saber da sua volta à cidade e se sentiu vitoriosa com isso. Ela não era mais a menininha acuada que eles assustaram quando tinha 18 anos.

— Pronta para começar? – Perguntou Shizune antes de Sakura entrar na sala em que os jornalistas e fotógrafos a esperavam.

— Pronta! – Sorriu e entrou na sala.

Os flashes disparavam assim que Sakura apareceu. Ela era o maior acontecimento que aquela cidadezinha poderia ter. Konoha era uma cidade bem abastecida com tudo, apesar de ser do interior. Durante a juventude de Sakura, ela sofreu um pouco a se adaptar ali. E, quando finalmente achou que conseguira, o Uchiha apareceu e estragou tudo. Voltando a se concentrar na coletiva, Sakura respondeu às perguntas com bom humor e elegância. Um dos jornalistas perguntou a ela “O que espera para o seu primeiro contato com os fãs na livraria?”

— Gosto de pensar que meus seguidores são sempre pessoas inteligentes e de excelente bom gosto. Então, espero me surpreender com beijos e abraços! Pessoal, sério... podem dizer aos meus fãs que não precisam levar presentes! Eu canso de falar, mas eles não acreditam, então sempre ganho muitas coisas! Enfim, espero um encontro caloroso! – Disse Sakura com um largo sorriso.

Sakura realmente admirava cada pessoa que gastava algum tempo do seu dia dando importância ao que ela falava. Quando era mais nova, tinha sentido a pressão por não ser uma garota popular no colégio, então amava poder ser a voz de alguma dessas pessoas agora. A rosada sentia orgulho de si própria, do que construiu com ajuda de todas as pessoas nos últimos doze anos. Um tempo que ela se dedicou muito a seu trabalho.

Os pais de Sakura não estavam mais vivos, mas ela sabia que eles estavam satisfeitos com o rumo de sua vida. Sakura só mudaria uma coisa em sua trajetória. Se bem que, talvez, o que ela mudaria poderia ter afetado todo o fluxo de sua vida. Alguns dias Sakura ficava se perguntando se realmente se importava com a fama, mas na verdade a única coisa que valia pra ela em tudo isso era poder atingir o coração das pessoas. Receber tanto amor era o mais gratificante. Isso dinheiro no mundo pagava.

— Sakura, meu nome é Rin, sou repórter da Teen Choice. Você ficou cerca de dez anos sem vir aqui. Gostaria de saber se já tem planos para voltar à Konoha depois dessa passagem. Seus fãs aqui sentem muito a sua falta.

— Oi, Rin. Tenho uma agenda muito ocupada, então fica difícil lhe responder exatamente uma data. Sinto muito por não ter vindo antes, mas prometo não ser mais tão negligente com meus fãs aqui. Vou tentar compensar o máximo nessa semana. – Respondeu gentilmente.

Sakura não odiava Konoha. Ela tinha um bom motivo para não querer pisar ali, afinal quase tinha sido escorraçada da cidade pela família Uchiha. Um segredo que nem que a imprensa vasculhasse muito iria descobrir. A família Uchiha era ótima em guardar segredos, principalmente os que afetavam o futuro de seus herdeiros. Sakura odiava aquela família.

No fim da coletiva, Sakura posou para algumas fotos e depois se recolheu no quarto. Estava exausta. No entanto, Shizune interrompeu seus pensamentos.

— Vamos sair para jantar? – Convidou a assessora.

— Desculpe, Shizune, mas vou comer aqui no quarto.

— Até parece que está se escondendo de alguém.

— Talvez, eu esteja...

— Pensando naquele homem? Por que não vai procurá-lo?

— Estou pensando no mal que aquele homem me fez, ele e sua maldita família.

— A família dele era contra o relacionamento de vocês?

— Eu nunca tive um relacionamento com ele...

— Como assim?

— É uma longa história, Shizune. Longa e muito dolorosa.

— Um dia você me conta?

— Não sei. Eu mesma não consigo digerir tanta sujeira.

— Bem, vou deixá-la com seus pensamentos. Se precisar da minha companhia, não hesite em chamar, ok?

— Ok! – Sakura sorriu e Shizune se retirou.

Shizune era mais do que uma mera assessora de imprensa. Era a melhor amiga de Sakura e por isso ela a convidou para trabalharem juntas. Quando o sucesso chegou, Sakura não dava mais conta sozinha de tomar conta de sua agenda ao mesmo tempo em que precisava criar conteúdo para diversas plataformas. No entanto, mesmo Shizune sendo quem era, Sakura não era capaz de dividir com a amiga sua maior dor, a dor que a família Uchiha a causou. Para ela, todos eles eram monstros. Após ficar pensando sobre seu passado, Sakura fechou os olhos e acabou dormindo sem comer nada. Ela se sentia horrível e assobrada por seu fantasma particular.

 

[...]

 

Sarada estava olhando as atualizações do instagram quando viu que Sakura postara uma foto do look do dia de sua coletiva de imprensa. A menina logo curtiu e comentou “Quando crescer, quero ser como você”. Desde que bateu os olhos na Haruno, Sarada sentia-se extremamente ligada a blogueira. Ela admirava Sakura pela beleza, pelo carisma e por ter conquistado seus sonhos.

Sarada tinha muito medo de ser obrigada pela família a seguir uma carreira que não gostasse no futuro. Sabia que seu avô torcia muito para que ela se interessasse pelo negócio da família, que era dona da rede de hospitais da cidade. No entanto, Sarada não queria fazer administração muito menos ser médica. Ela gostaria de ser uma Digital influencer como Sakura e até já tinha gravado seus primeiros tutoriais de maquiagem e faça você mesmo (DIY). Mas, segundo seu pai, ser blogueira não era profissão. Sarada amava seu pai, mas achava que ele tinha um pensamento muito pequeno. Não via nada além do que estava na sua frente e já deixara claro que odiava sua maior referência de feminilidade.

Por mais que admirasse sua avó Mikoto, Sarada sabia que a gentil senhora era deveras submissa a seu avô. Sua tia Izumi era muito bonita, mas também se anulara diversas vezes para pôr em primeiro plano as necessidades de Itachi e sua mãe, Karin, tinha morrido antes de ser capaz de se tornar uma referência para ela. Na verdade, Sarada mal se lembrava dela. Era como se ela nunca tivesse tido mãe. Uma vez falou isso e seu pai ficou muito bravo, dizendo que a menina não dava valor para a mãe maravilhosa que tinha tido, mesmo que por pouco tempo.

Sarada queria conhecer Sakura para ver de perto a mulher que já a ensinara tanto, mesmo que fosse com um vídeo no Youtube ou um texto no blog. Já fazia um pouco mais de um ano que a menina acompanhava a rotina da rosada através de todas as redes sociais. Às vezes, acreditava que sabia mais sobre Sakura do que sobre seu próprio pai.

A menina achava que o pai guardava algum segredo. Sarada não entendia porque seu pai não se casava de novo nem porque não arrumava uma namorada. Era estranho um homem tão bonito como ele estar sozinho. Uma vez ele brincou dizendo que as mulheres não gostam muito de caras que já são pais, mas Sarada acha que a desculpa é meio besta. Ela já é grande. Queria que seu pai fosse feliz de novo. Sabia o quanto ele amou Karin, mas já faziam oito anos. Era tempo demais para permanecer de luto.

— Você tá tão quietinha aí por que? – Perguntou Sasuke, despertando a filha de seus pensamentos.

— Tava vendo as fotos da Sakura na coletiva hoje. Ela tava tão linda, pai! Você bem que podia mudar de ideia e me deixar vê-la! – Olhou para o moreno com esperança, mas recebeu um semblante fechado como resposta.

— Minha resposta não vai mudar. É não! – Falou com os braços cruzados.

— Você sempre empata a minha felicidade! – Reclamou.

— Só estou cuidando de você, como sempre fiz! – Sasuke se sentou na cama ao lado da filha e abraçou – Deixe de ser malcriada!

— Se eu sou assim é por sua causa! – Deu língua e Sasuke riu.

— Olha aqui, Sarada! Concordo que boa parte desse gênio forte que você tem é minha culpa, mas eu também te dei educação suficiente para que você me respeite!

— Vai me deixar de castigo mesmo se eu insistir em ver a Sakura?

— Vou! Então, não me afronte! Eu não sou mole como a sua avó que faz todas as suas vontades! – Retrucou.

— A vovó com certeza deixaria eu ir a sessão de autógrafos!

— Ela não pode autorizar isso porque eu já falei que não pode! Agora vá dormir, que tá muito tarde pra criança ficar de pé! – Disse enquanto se levantada e Sarada notou que o pai estava arrumado e cheiroso. Devia ser uma das suas saídas misteriosas.

— Ok, mas posso saber aonde o senhor vai? – Perguntou curiosa.

— Encontrar com um amigo. Também tenho direito a uma vida social, né?

— Pai, você arrumou uma namorada?

— Que pergunta é essa menina? Claro que não! Eu já lhe respondi que não colocarei outra mulher no lugar da sua mãe!

— Acho que tava na hora de você arrumar uma namorada para largar um pouco do meu pé! – Respondeu e ele fez careta.

— Nem se eu arrumasse uma largaria do seu pé, Sarada! Vê se cria juízo! – Alertou já de saída e lhe deu um beijo na testa.

— Não posso, afinal não sei o que ele come! – Respondeu divertida e Sasuke riu.

— Vou pedir para o Itachi parar de te ensinar essas respostas! Boa noite!

— Boa noite, papai!

Obviamente, Sarada não dormiu àquela hora. No entanto, Sarada gostava de deixá-lo pensar que o pai tinha o controle da situação. Após sair do quarto da filha, Sasuke se despediu dos pais e foi se encontrar com Naruto, seu melhor amigo, no bar.

— Como está, Sasuke? – Perguntou Naruto, que já estava bebendo antes mesmo do amigo chegar.

— Bem, apesar da péssima notícia de que aquela mulher está entre nós. – Falou meio chateado e pegou um copo para começar a beber.

— Eu vi as fotos dela na coletiva de imprensa e, meu caro, ela está mais linda do que nunca! – Afirmou Naruto e Sasuke agiu com indiferença.

— Do que adianta ser bonita se não tem coração? Além disso, deixe só a Hinata ouvir você elogiando outra mulher que não é ela.

— Minha esposa não é uma neurótica ciumenta, Sasuke!

— Sorte a sua! – Disse bebericando a cerveja.

— Já que estamos falando de mulher... como é que tá com a Ino?

— Ah, na mesma de sempre... a gente transa de vez em quando. Agora que ela tá casada é mais difícil do que antes.

— Você não se sente culpado?

— Ela que é casada, Naruto! E, outra coisa, eu como a Ino desde o colégio. Ou seja, muito antes dela sonhar em se casar com o Sai.

— Desde que a Karin morreu você virou esse mulherengo e, sinceramente, este não é seu verdadeiro eu!

— Eu era assim antes de casar com a Karin esqueceu?

— Sim, eu me lembro bem. Até que a Sarada mudou sua vida.

— Ela mudou a vida de todo mundo. – Falou pensativo.

— Você pensou em contar a verdade agora já que...

— Não! Minha filha nunca vai saber de nada, Naruto! – Sasuke interrompeu o amigo antes mesmo que ele completasse a frase.

— Tudo bem... não está mais aqui quem falou...

O restante da conversa foi amistosa. Após encerrarem o papo em torno do segredo de Sasuke, Naruto começou a falar sobre como estava feliz com a esposa e os filhos. Naruto Uzumaki era um bom marido para Hinata e um excelente pai para Boruto e a pequena Himawari. Sasuke sentia-se feliz ao ver que pelo menos seu amigo conseguiu realizar seus sonhos. Hoje, Naruto era juiz como sempre desejou e satisfeito com todas as suas decisões. O loiro sabia do nível do envolvimento de Sasuke com Sakura. Já havia o aconselhado sobre a questão tantas vezes, mas a noção de justiça dos Uchiha sempre foi diferente do que Naruto acreditava ser o certo. Não adiantava insistir, pois Sasuke era cabeça dura e sempre seguiu à risca o que seu pai havia lhe imposto.

 

[...]

 

No segundo dia de sua passagem por Konoha, Sakura fotografou para uma resvista e em seguida gravou dois programas de TV seguidos. Segundo Shizune, era bom gravar tudo num dia para otimizarem o tempo que tinham para cumprir todos os compromissos sem qualquer furo. Sakura foi educada e gentil com todos com quem encontrou.

Na saída da emissora, alguns fãs esperavam por ela na porta e Sakura acabou tirando alguns selfies e gravando uns Snaps mostrando. Quando Sarada viu que a sua amiga Chouchou tirou uma foto ao lado de Sakura, a menina ficou com muita raiva. Se Sasuke não tivesse proibido, ela poderia ter conseguido uma foto com ela também. Quando sua tia Izumi, que estava visitando a sogra junto com Itachi, viu a menina meio amuada, veio conversar com ela.

— O que foi, Sarada? Tá quase chorando aí. – Falou ao se aproximar da garota.

— Tia, me ajuda! Por favor, me leva pra ver a Sakura amanhã na livraria? – Pediu Sarada com lágrimas nos olhos.

— Querida, seu pai disse que você não pode ir. – Izumi fez um afago no cabelo da menina.

— Tia, minha melhor amiga já conseguiu tirar uma foto com a Sakura e todas as outras meninas no colégio também! Só eu não vou conseguir porque o meu pai é um chato! – Falou emburrada.

— Ele mataria nós duas se eu te ajudasse a desobedecê-lo! Melhor se contentar em só ver essa blogueira pela internet, Sarada. – Avisou Izumi, mas a menina estava determinada a mudar sua sorte.

 

[...]

 

No dia da sessão de autógrafos, Sarada foi a aula como sempre. Assim que encontrou com Chouchou, a menina fez questão de mostrar a selfie com Sakura, que a Uchiha já tinha visto. Sua melhor amiga não se cansaria de se gabar daquilo, o que deixava Sarada nervosa. Por que seu pai tinha que ser tão intransigente? Qualquer negociação que Sarada tentasse fazer, ele já virava e dizia “Não é não”.

Sabendo disso, a menina que não era boba nem nada resolveu que daria um jeito em sua situação. Na hora do intervalo, Sarada convenceu Chouchou a ligar para sua casa e pedir para sua avó que a deixasse estudar na parte da tarde na casa dela. Assim, as duas garotas teriam a oportunidade perfeita para pegarem o autógrafo de Sakura na livraria. Tendo premeditado o seu plano, a Uchiha havia escondido o livro da Haruno em sua mochila desde a noite anterior.

Quando Chouchou falou com Mikoto, a avó da garota só fez uma recomendação: “Por favor, Sarada, não chegue tarde em casa!”, o que a menina prometera sem qualquer dor na consciência. Se tudo desse certo, chegaria bem antes de seu pai sonhar que ela passara a tarde fora. Naquele dia, Sasuke dava aula durante os três turnos na faculdade, o que significava que ele só chegaria depois das 21h. Era perfeito! Ele nunca ia imaginar que ela o desobedecera. Sarada ria sozinha só de pensar em como o seu plano era genial. Depois do almoço na casa de Chouchou, mas meninas foram até o shopping e viram que a fila estava imensa.

— Nossa! Vamos passar muitas horas aqui. – Reclamou Chouchou com a sua senha na mão.

— Temos as senhas 729 e 730. Vamos perguntar qual senha ela tá atendendo no momento? – Perguntou Sarada animada. Quando questionaram o segurança, ele avisou que Sakura ainda estava atendendo a senha de número 300.

— Eu só não desisto porque quero outra foto com ela e meu autógrafo. Essa mulher é muito deusa! – Disse Chouchou.

— Essa é a minha única chance de vê-la! Só espero que ela nos atenda antes das 21h!

— Por que?

— Por causa do meu pai! A última aula dele acaba essa hora e depois ele vai direto pra casa! Se ele chegar lá e eu não estiver ferrou! Vou viver de castigo para sempre! – Lamentou Sarada.

— Seu pai é muito durão! Meus pais adoraram saber que eu tirei uma foto com uma famosa! Não é todo dia que gente no nível dela vem a Konoha!

— Verdade! Ela é mais incrível do que tipo... a Taylor Swift! – Disse Sarada empolgada.

— Nem se compara! Os vídeos da Sakura cantando são hilários!

— Verdade! Ela tem tantos talentos! Se ela quisesse poderia ser cantora também!

— Ah, ela já é muito ocupada com o mundo da moda amiga!

— Meu sonho era que ela abrisse uma La Haruno aqui! Sempre sonhei em comprar as roupas dela! – Disse Sarada num tom animado.

— Por que não compra online? Eu já comprei umas duas vezes e chega direitinho. – Informou Chouchou.

— Meu pai não me deixaria usar o cartão de crédito dele para comprar nada na loja dela. Além disso, ele desconfia de qualquer tipo de loja online. Nunca me deixa comprar nada porque tem medo que clonem o cartão dele! – A menina revirou os olhos só de imaginar o discurso do pai.

— Ele é muito careta! Não sei como você aguenta amiga!

— Nem eu, Chouchou! Nem eu!

 

[...]

 

Sakura já estava há três horas autografando os livros e tirando fotos quando teve uma pausa de dez minutos para engolir alguma coisa e retomar a maratona de carinho aos fãs. Embora ela amasse ter contato com cada um, a Haruno tinha de admitir que era muito cansativo atender cerca de 800 pessoas em um dia. Shizune intervia toda vez que um fã queria fazer um book de selfies com a blogueira, mas a vontade de Sakura era de mandar deixar que elas aproveitassem aquele momento.

Ser ídolo de alguém era uma coisa que Sakura sabia valorizar. Não queria deixar ninguém insatisfeito, ainda mais ali, na sua cidade natal. O que surpreendeu Sakura foi quando viu uma menininha de olhos e cabelos negros se aproximar dela com o livro. A aparência da garota a remetia a Sasuke, aquilo a deixou intrigada e curiosa.

— Eu te amo muito, Sakura! – Disse Sarada já emocionada com o primeiro contato com a blogueira, enquanto estendia o livro para ela.

— Obrigada pelo carinho, querida! – Sakura sorriu e a abrir o livro entrou em choque ao ler o nome da menina.

— Você se chama Sarada? Que lindo nome! – Disse a rosada já autografando o livro.

— Obrigada! Não é tão lindo quanto, Sakura, mas dá pro gasto! – Falou sincera e Sakura adorou.

Aquela menina tinha carisma. Em seguida, ela devolveu o livro e tiraram duas fotos. Uma com Sarada abraçada com Sakura e na segunda as duas fazendo careta. Em seguida, Shizune se aproximou para retirar a garota de lá. Sakura tentou intervir, afinal queria saber mais sobre aquela garota, mas não conseguiu. Sarada não era um nome muito comum, então talvez ela fosse... quer dizer... ela era tão parecida com ele, então havia chances de que ela fosse...

— Sakura, tem que atender a próxima menina da fila! – Avisou Shizune impaciente e a pequena Sarada já havia partido. Na hora da saída, a garota chorou. Alguma coisa fazia Sakura ter vontade de abraçá-la e impedir que as lágrimas corressem pelo seu rosto. A Haruno pensou novamente na possibilidade daquela incrível garotinha ser a filha dele. Ela precisava saber disso, ter a certeza.

— Eu vou atender! Por favor, querida! Aproxime-se! – Sakura se virou para a garota e continuou atendendo, mas Sarada não saiu de seu pensamento por um instante. Ela tinha que encontrar aquela menina de novo!

 

[...]

 

Sarada saiu da livraria com um misto de alegria e tristeza. Ainda não podia acreditar que tinha conhecido Sakura Haruno, que ela havia dito que seu nome era bonito e ter tirado duas fotos tão incríveis com ela. Foi preciso que Chouchou a trouxesse de volta para a realidade.

— Sarada, precisamos correr! Daqui a pouco são 20h e você precisa chegar antes do seu pai! – Avisou a menina e a Uchiha se deu conta que realmente não tinha muito tempo. Teria que dar uma explicação para avó também. Dona Mikoto havia ligado para o celular da neta justamente quando só faltava uma pessoa para ela ser atendida por Sakura. Claro que Sarada desligou na cara da avó. Então, sua explicação tinha que ser muito boa para que ela acreditasse. Foi o caminho todo pensando em alguma coisa. Assim que chegou em casa, óbvio, levou esporro! Mas a Uchiha sabia contornar a situação.

— Pode me explicar por que não atendeu ao celular nenhuma das vezes que eu liguei, mocinha? – Disse Mikoto com os braços cruzados e batendo o pé. Por sorte, seu avô estava viajando a trabalho e seu pai ainda não tinha chegado da Universidade.

— Vó, eu tava estudando, então deixei o celular no silencioso. Como não ouvi suas ligações, eu não pude atender!

— Sarada, esta é a verdade? – Perguntou desconfiada.

— Claro que é! – Falou convicta.

— Bem, da próxima vez, peço que deixe o número da casa da sua amiga e o endereço anotado para que eu possa ficar tranquila.

— Meu pai tem tudo isso, vó! – Avisou.

— Ele tem, mas eu não e como seu pai não estava aqui eu não tinha como saber. – Disse Mikoto.

— Tudo bem! Eu vou anotar tudo para a senhora também. Melhor assim?

— Muito melhor! – Mikoto sorriu e Sarada suspirou aliviada.

— Vou subir e tomar um banho vó!

— Não demore porque já já seu pai chega e eu sirvo o jantar! – Avisou, já indo em direção a cozinha.

— Ok!

Sarada subiu a escada pulando de dois em dois degraus. Queria chegar o mais rápido possível em seu quarto para olhar novamente sua foto com a diva máster. Em seguida, postou em seu Instagram. Ela não se preocupava com a possibilidade de seu pai ver aquela foto por um motivo bem simples: ele não tinha nenhuma rede social. Já seus tios Itachi e Izumi só tinham Facebook, então não poderiam ver a foto. Satisfeita por ter realizado seu sonho, a garota postou um texto em agradecimento a Haruno e marcou a Digital influencer na foto. Depois, Sarada tomou um banho rápido. Quando saiu, viu que a Haruno não só tinha curtido a foto, como também deixara um comentário e havia lhe seguido de volta!

— Como assim Sakura Haruno me seguiu? – Sarada se perguntou já surtando.

A menina havia postado a foto em que as duas estavam abraçadas. Na legenda, Sarada escreveu “Sakura, muitas vezes me sinto sozinha e mal compreendida pela minha família. No entanto, todas as vezes que assisto a um vídeo seu ou leio algo que você escreveu parece que você está falando especialmente para mim. Cada atitude sua me atinge de uma forma brutal. Admiro sua força, sua beleza, sua elegância e, é claro, sua inteligência! Obrigada por me proporcionar um momento único hoje! Eu te amo muito! Nunca vou esquecer o carinho que teve por mim ♥”

Em resposta, Sakura respondeu “Querida Sarada, são pessoas como você que fazem a minha vida valer a pena! Eu te amo também e espero que possamos nos encontrar de novo logo! Xoxo”

Sarada estava CHO-CA-DA! Ela ainda estava tentando se recuperar, quando sua avó bateu na porta do quarto e avisou que seu pai havia chegado.

— O jantar será servido em cinco minutos! Apresse-se! – Avisou gentilmente.

— Ok, vovó!

Sarada saiu correndo para a sala de jantar. Quando se sentou, o pai logo percebeu que a menina estava agitada demais.

— Tá desse jeito por que? – Olhou de soslaio estranho o jeito da filha.

— Ah pai, você mal chegou e já vai implicar? – Reclamou.

— Eu também senti sua falta durante o dia filha! – Respondeu.

— Como foi seu dia? – Perguntou Sarada.

— Normal e o seu? Sua avó que contou que foi estudar na casa da Chouchou.

— Fui. Estudamos bastante! – Sorriu e Sasuke estranhou. Sua filha era uma garota estudiosa, mas nunca foi de concentrar uma tarde inteira só para os estudos.

— Que bom... – Falou ainda meio desconfiado.

 

[...]

 

Sakura se remexia na cama do hotel de um lado para o outro. Não conseguia acreditar que tinha encontrado a filha dele na sua sessão de autógrafos. Quando a menina a marcou na foto que tiraram mais cedo no Instagram, Sakura confirmou suas suspeitas. Sarada era mesmo uma Uchiha. O sobrenome estava estampado em seu user. Saber que a menina a admirava tanto fez Sakura chorar até não aguentar mais. Conhecê-la despertara algo na Digital influencer que ela não podia imaginar que ainda existia.

Era uma mistura de agonia com satisfação. Sarada tinha se tornado uma adolescente linda e inteligente. A blogueira olhou todas as fotos do perfil da menina e assim conheceu um pouco de sua rotina. Não encontrou nenhuma foto dela com Sasuke lá. Talvez o moreno ainda tivesse repulsa por fotos como no passado. No entanto, Sakura achou uma foto de Sarada com Mikoto. A mãe de Sasuke era a Uchiha que menos incomodava Sakura. Não havia outros parentes ali. Muitas selfies, mas nenhum outro Uchiha estava lá.

Por foto, ela conheceu a turma de amigos da menina. Tinha um garoto loiro com o sobrenome Uzumaki, igual ao do Naruto, antigo melhor amigo de Sasuke, então supôs que ele deveria ser seu filho. Pela quantidade de fotos com legendas fofas, Sarada era apaixonada pelo garotinho. Sakura aprovava o romance, pois eles ficavam fofos juntos. Agora, ela realmente tinha que encontrar a menina de novo.