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História A Grande Profecia - Parte 2 - The Secrets - Culpa


Escrita por: Macri

Notas do Autor


Olá, olá!

Obrigada por tudo sempre matties, amo vocês <3

Daqui a pouco vejo as notificações e respondo tudinho com calma

Macri para abrilhantar

Esse capítulo está grandinho e se preparem para última reviravolta de AGP
#RumoA11Mil #RumoA5Mil #FinalAGP

Capítulo 173 - Culpa


Fanfic / Fanfiction A Grande Profecia - Parte 2 - The Secrets - Culpa

Macri se via presa com correntes numa cadeira. Estava sem poderes, porém sua cabeça tinha tomado uma chuva de lembranças de tudo que lhe aconteceu antes das academias se separarem, das academias já separadas e de criarem a tal Grande Profecia. Ela se via numa sala de treinamento que parecia estar abandonada, mas se recordava do tempo que passou ali quando era criança.

Era uma Macri de sete anos, usava um arco com um laço cor de rosa sobre o cabelo castanho e comprido que tinha. Corria pela sala e se escondeu atrás de uma pilastra. Ela tampou a boca com a própria mão para não se denunciar, mas a curiosidade falava mais alto. Assim ela esticou o pescoço e deu de cara com o par de olhos violetas. Era Bruno que usava um boné azul escuro sobre o cabelo despenteado castanho.

Norgaard se teletransportou para perto de uma parede com uns grafites coloridos e bateu nela falando que tinha visto Macri e assim ela perdeu o pique­-esconde. Macri se teletransportou para ao lado dele, mas não conseguiu impedir.

– Não tem graça. – Ela soou firme de braços cruzados.

– Tem sim, Mattos. Você vai me ajudar na missão. – Bruno retrucou e abriu um sorriso de lado pequeno no rosto.

– E quem disse que minha namorada vai viajar com você? – O garoto claro de olhos escuros marcantes ficou à frente de Macri.

– Namorada? – Bruno estava surpreso e fitava a Mattos que ficou incomodada.

– Não contou a ele, Macri? – O garoto soou firme.

– Hector, nossos pais só fizeram isso para ajudar as academias. Eu não gosto de ninguém, ok? – Ela soou baixo, um pouco incomodada.

– Mas Macri e o nosso combinado? – Norgaard soou no mesmo tom que o dela, um pouco sentido.

– Tchau para vocês. – A princesa de Neinths falou e se teletransportou da sala para um jardim cheio de jasmim.

Se sentou entre as flores, sentindo a brisa gelada da noite bater em seus braços desnudos. Ela se apoiou com as duas mãos atrás do corpo e mirou o céu estrelado. Estava distraída com seus pensamentos e só se despertou quando sentiu alguém se sentar ao seu lado. Macri se sentou direito com os braços para frente do corpo e fitou Brandon que olhava para o céu igual ao que ela fazia antes.

– Bruno me odeia. – Ela soou baixo ganhando a atenção do primo.

– Você contou a ele? – Brandon estava com seus olhos castanhos arregalados.

– Hector contou e – ela fez uma pausa ao respirar fundo –, eu não consegui contar tudo. Quando ele souber, Brand, ele vai me odiar mais. Eu nunca vou conseguir falar a verdade.

Uma lágrima desceu pelo rosto dela e Brandon se aproximou, secando cuidadosamente. Ele a envolveu em seus braços cobertos pelo pano fino do casaco cinza e Macri retribuiu chorosa.

– Cada ação, tem uma reação. – Brandon soou baixinho a ela.

Macri se soltou dele e segurou a risada.

– Vai começar, seu nerd? – Retrucou ao passar a mão sobre o rosto.

– Não sou nerd. – Brandon replicou e Macri riu. – Só estou falando que o que fizemos teve uma consequência. – Ela fechou a cara. – Não era para aquilo acontecer, mas aconteceu e estamos presos nisso.

– Amaldiçoados. – Macri soou baixo e suspirou em seguida. – Por que só eu e você nos lembramos disso? Bruno, Wes e Isabela não?

Brandon suspirou e levou sua mão até o cabelo de Macri que tinha uma flor amarela nele. Ele não conseguiu conter as lágrimas e acabou deixando rolar algumas pelo rosto ao tirar o jasmim da cabeça de Macri.

– Desculpa, Macri – soou com a voz embargada –, você me lembra ela. E em como eu nunca mais vou poder vê-la.

– Me desculpa, Brand. – Respondeu baixo. – Eu falo dessa maneira, porque assim eu não preciso me lembrar dela. Eu sei que é horrível, mas Moani não está aqui por nossa culpa.

– Minha culpa, Macri. – Brandon a interrompeu e mais uma lágrima desceu.

– Nossa culpa, Brandon. – Macri o corrigiu e sentiu uma lágrima cair. – Estamos amaldiçoados. Nossos amigos não se lembram de nada. Apagamos nossos nomes. Vamos viver eternamente assim.

– Nós só ganhamos o que merecemos. – Ele soou baixo e voltou a fitar o céu estrelado.

A menina passou a mão sobre o rosto, secando devagar enquanto fungava o nariz. Depois mirou no primo que estava distraído ou tentando se passar de distraído. Brandon deixava mais uma lágrima cair e Macri se aproximou dele. Levou a mão com as unhas pintadas de roxo até a bochecha do filho de Adônis, interrompendo o caminho de outra gota.

Brandon a fitou bem nos olhos. Castanho no rosa. Segurou a mão da mais nova e olhou para a cor do esmalte dela. Se lembrou de Moani, sempre usando seu casaco roxo. Outra lágrima caiu e ele beijou a costa da mão de Macri, depois entrelaçou com a sua e abaixou na altura do seu peito.

– Eu só queria esquecer de tudo. – Macri soava pensativa, ganhando um olhar surpreendido do primo. – Esquecer quem somos, quem nos tornamos, o que fizemos, como vivemos. Eu só queria ter a chance de recomeçar e que você também tivesse, Brand.

– Impossível, Macri. – Brandon soou baixinho e suspirou em seguida. – Ganhamos o que merecemos, todos nós. O poder falava mais alto. A junção deles era algo inatingível, todos falavam isso e não acreditamos. Teimamos e conseguimos alcançar o maior poder.

Outra lágrima desceu pelo rosto dele e Macri suspirava pesadamente voltando a olhar para o céu.

– Esse é o resultado. – Ele continuou. – Nos separamos. Uns não se lembram de nada, outros lembram de tudo e são assombrados por isso. Fomos amaldiçoados. Moani morreu. Não tem como recomeçar, Macri. – Soou com a voz embargada.

Ela ainda olhava para as estrelas pensativa, teve uma ideia e voltou a baixar o rosto encontrando os olhos desconfiados do primo.

– E se fizermos um pedido?

Brandon franziu o cenho.

– Não conhecemos nenhum gênio da lâmpada para fazer isso. – Retrucou um pouco firme.

– Mas conhecemos amuletos que juntos nos dão o direito de um pedido. – Rebateu um pouco empolgada.

Brandon negou com a cabeça.

– Nosso erro foi esse, não vou repetir. – Falou e voltou a fitar o céu.

Macri segurou o rosto dele e o fez olhar em seus olhos.

– E se Moani voltasse? – Soava serena atingindo o ponto fraco do primo.

Ele fechou os olhos e se soltou da filha de Afrodite, dando um pequeno impulso para trás.

– Não há volta. – Disse pausadamente frisando cada palavra e se levantou. – Esqueça isso!

– Vai me deixar sozinha? – Ela soou baixinho um pouco sentida.

 Brandon suspirou e passou a mão sobre o cabelo castanho despenteando um pouco.

– Tenho que me arrumar para o jantar com os meus pais e Marianne.

– Já está me trocando por ela. – Resmungou ao cruzar os braços e voltou a olhar o céu.

– É a consequência do que fizemos. – Ele retrucou um pouco firme e se teletransportou.

– Ah não ser que, eu mude um pouquinho nossa vida. – Ela soava pensativa. – Pior do que está, não pode ficar. – Se levantou e no segundo seguinte, se viu na pirâmide de Miquerinos.

Andou até achar a antecâmara, mas ficou surpresa ao ver que tinha gente ali. Era um garoto de olhos verdes, ao lado de uma ruiva e um senhor. Ben, Gwen e vô Máx. Ben e Gwen discutiam sobre algo enquanto o avô deles tinha uma lanterna na mão acessa e mirava a parede cheia de desenhos e hieróglifos.

Macri deu um passo para trás e acabou derrubando um vaso antigo, ganhando a atenção de todos. Ela acabou sendo iluminada pela lanterna e todos os Tennyson a fitavam surpresos. A filha de Afrodite se xingava mentalmente e estava com a mão sobre o rosto, não enxergando nada.

– Quem é você? – Gwen perguntou um pouco firme.

Máx retirava a luz de Macri e assim ela voltava a enxergar.

– Essa luz branca poderia me cegar, senhor. – Ela resmungou ao ignorar a ruiva.

– O que uma criança faz aqui? – Máx soou um pouco firme.

– Não sou uma simples criança, eu só quero uma coisa e to nem aí para o que vocês, mortais, estão fazendo aqui. – Mattos soava mais firme e um pouco irritada indo até a alavanca secreta e acionou.

A luz foi acessa e uma pirâmide encaixada a um tetragrama e pentagrama surgiu com um brilho azul. Os Tennyson estavam surpresos.

– Mortais? – Ben soava baixo a prima.

O barulho de uma porta ser trancada, despertou Macri. Ela estava assustada e ver Tennyson a sua frente, não foi a melhor coisa que poderia lhe acontecer.

– Você é a culpada de tudo. – Ele soava firme assim que saiu de perto da porta dupla de madeira desgastada.

– Você sabe?

– Eu não tinha achado o relógio, você me fez achá-lo. Nunca me ajudou, nunca foi minha amiga. Sempre se achou superior e que eu era uma simples peça de um jogo de tabuleiro.

Uma lágrima desceu pelo rosto dele e foi prontamente secada pela manga de sua jaqueta verde.

– Não foi isso, Ben. – Macri soou baixo. – Eu sou sua amiga. Eu nem me lembrava de ter te conhecido antes. Tente entender que eu também fui enganada igual a você e a todos.

Palmas foram ouvidas e Macri virou o pescoço. Encontrou um jovem claro de olhos escuros e marcantes. O queixo dela caiu e seus olhos quase saltaram de seu rosto.

– Vo-­Você morreu. – Ela afirmou.

– Tudo não passou de glamour, Macri. – O rapaz disse firme e ficou ao lado do Tennyson. – Fazer a sua vida e de Bruno um inferno, foi tão prazeroso. Anos e anos de glamour, memórias perdidas. Mas foi você que procurou isso tudo. Foi você que matou Moani, foi você que apagou a memória de todos e interferiu no destino dos Tennyson.

– Foi um acidente. – Soou baixo e sentiu uma lágrima passar pelo rosto dela.

– Não minta! – Retrucou no mesmo tom firme. – Você a matou, porque seu primo estava apaixonado pela minha irmã.

Macri negou com a cabeça.

– Não, Hector. Eu não a matei. Moani era minha melhor amiga. O que aconteceu foi que, nós seis tínhamos muito poder. Já tínhamos completado tudo e achamos que poderíamos ter a famosa imortalidade – outra lágrima desceu e ela fungou o nariz –, a ganância falou mais alto, o desejo de ter poder falou mais alto em todos nós. Até em você e Marianne. – Frisou fazendo com que Hector sentisse um gosto ruim na boca e cruzasse os braços.

“Eu pensei que ia conseguir me livrar dessa dor ao fazer o pedido, mas não aconteceu. Eu só modifiquei a cada pedido feito a vida de todos e eu não tinha e nem tenho esse direito. Eu só queria que Moani voltasse, eu jurava que tinha dado certo da outra vez. Mas agora eu percebo que você e Marianne modificaram tudo, tudo para me fazer viver esse inferno. Não era um plano de meu pai, Loki, Eros, Anteros ou dos seus pais. Foi tudo armado por você e sua irmã... só nós três sabemos disso, não é?”

– Está esperta, Mattos. – Hector retrucou fitando firme a princesa de Neinths e se virou para Tennyson. – Não preciso mais dele, sabe o que eu vou ter o prazer em fazer? 

Questionou a Macri que começava a sentir o coração acelerado, porém não podia fazer nada. Estava completamente sem poderes. Se sentindo a pior pessoa do mundo, a culpa estava lhe consumindo. Outra lágrima desceu enquanto ela negava com a cabeça.

– Não – soou baixo –, por favor, Hector. Eu faço o que você quiser, mas não faça isso.

O mais velho sorriu e descruzou os braços. Estalou os dedos e Tennyson ficou desmaiado. Macri engoliu em seco e mais uma culpa foi adicionada em sua consciência.

– Ele não está em coma mágico. – Contou fazendo com que a filha de Afrodite soltasse o ar que estava prendendo. – Mas esses mortais e nem ninguém mais vai se lembrar de você.

– O que? – Macri o interrompeu com os olhos rosados arregalados.

Hector estalou os dedos e Macri estava fora da cadeira, sem correntes e com poderes. Ela se olhou confusa e percebeu que usava um vestido curto de manga da cor roxo com o seu habitual coturno de cor de café. Estranhou de ver o cabelo médio com as pontas rosas nele todo e notou que suas unhas estavam com um esmalte roxo, igual a lembrança que ela tinha tido.

– Acho que agora você se lembrou de tudo. – Hector falou enquanto a Mattos sentia outra chuva de lembranças passando.

Várias cenas surgiram. Macri se via vestida com roupa dos anos oitenta, cinquenta, vinte, até chegar no ano de 1864.

Ela aparentava ser dois anos mais velha. Os olhos rosas continuavam em evidência, o sorriso forçado estava lá ao se encarar no espelho antigo e oval. Sentada a frente de sua penteadeira, ela acabava de colocar um chapéu pequeno com um laço azul preso sobre seu cabelo que estava comprido, cheio de cachos e castanho escuro jogado de lado.

Pegou seu perfume redondo e borrifou um pouco antes de se levantar por ter ouvido o ranger da porta. Arrumou o vestido longo, volumoso e vermelho sobre o corpo e abriu um sorriso verdadeiro assim que sentiu dois pares de braços pequenos e finos envolta de suas pernas. Ela se abaixou e encarou os olhos azuis de Scalline e os escuros de Marlon, dando um abraço em ambos.

– Mamãe, eu não quelo ir no baile. – Marlon soou um pouco baixo ao retribuir o abraço de Macri.

– Mas meu querido, esse baile é muito importante para a mamãe. – Macri soava serena ao acariciar os fios escuros do filho. – Hoje mudará tudo e necessito que meus dois herdeiros estejam lá. – Ela fitou Marlon que assentiu a contragosto e Scarllet que sorriu.

Outra lembrança veio.

Macri se viu com o mesmo vestido vermelho, porém estava em pedaços sobre seu corpo. Os rasgos eram enormes e nem cobria mais as pernas da filha de Afrodite. Sua luva preta que ia até o cotovelo estava apenas em uma mão. Seus olhos rosas estavam atentos a tudo enquanto andava lentamente pelo castelo com Marlon segurando sua mão e Scalline no colo.

Dava para ouvir a luta que acontecia no salão principal do castelo. Espadas se chocando a todo momento. Ela não sabia mais para onde ir e seus poderes estavam completamente bloqueados.

– Macri aqui!

Ela ouviu aquela voz familiar e se virou vendo a morena de cabelo preso num coque que estava desarrumado àquela hora e olhos escuros marcantes, numa porta, segurando uma tocha acessa. A princesa de Neinths correu até ela com os pequenos e assim a porta foi fechada.

– Obrigada, Moani. – Macri agradeceu aliviada, mas não completamente. – Cadê os outros? – Soou preocupada e sentiu um nó formado na garganta ao se ver presa na biblioteca do castelo.

– Eu sempre lhe falei que era a pior ideia. – Moani soou baixo com os olhos marejados. – Eles nunca iam nos dar a imortalidade, por que insistiu?

– Eles tinham que ver com os próprios olhos como poderíamos ajudá-los. Somos a junção que todos temem. Tinham que adquirir o conhecimento de que não somos uma ameaça.

– Nem nossos pais nos apoiaram, nunca iremos conseguir algo desse feitio. Estaremos fadados a viver assim para sempre, tudo graças ao Crawford. – Moani retrucou.

– Ele só protegeu a herdeira. – Macri soou baixo, sentia que Scarllet estava mais agarrada nela e que Marlon apertava sua mão vestida com a luva. – Eu fiz a mesma coisa, Moani. Foi pelos meus filhos – sua voz começou a embargar –, não quero que eles sejam criados como fomos, a base de mentiras.

Moani revirou os olhos impaciente.

– Não comece a chorar. – Soou firme, fazendo Macri fechar a cara. – Temos que sair daqui. Temos que parar com essa luta. Temos que fazer algo, Macri.

– Não posso deixar eles aqui. – A filha de Alfadur soou firme e fitava seus filhos que estavam assustados.

– Eles estarão protegidos, eu lhe garanto. – Moani soava compreensiva ao colocar uma mão sobre o ombro desnudo da Mattos.

Macri assentiu em silêncio e se abaixou, colocando Scalline no chão e fitou os dois pequenos.

– A mamãe promete que volta. – Soou com a voz embargada e deu um último abraço em ambos.

– E se

– Não, Marlon. – Interrompeu ele ao secar o rosto do moreninho. – Eu voltarei, não há de acontecer nada tão grave. Mamãe volta, vocês nem irão perceber a minha ausência.

– Mamãe – Scalline soou baixinho, com sua voz serena parecida com a de Macri –, jula?

Fitava os olhos rosados da mãe enquanto deixava uma gotinha descer pelo seu rosto angelical.

– Juro. – Macri soou no mesmo tom que a filha e abraçou ambos novamente.

Moani puxou a Mattos para fora da biblioteca. A filha de Afrodite suspirou pesadamente ao passar a mão sobre o rosto enquanto a morena de olhos escuros trancava a porta.

– Por que isso há de acontecer? – Mattos soava pensativa ganhando um olhar arregalado de Moani. – O que há?

Perguntou sentindo alguém atrás dela. Moani não se mexia, só seus olhos negros indicavam que elas estavam em perigo. Macri respirou fundo e tomou coragem para se virar. Ela viu um cavalheiro com armadura e capacete.

– Finalmente te achei. – Aquela voz fez Macri sorrir.

O cavalheiro retirou o capacete e os olhos violetas ficaram em evidência. Moani já estava recuperada do susto e só viu Macri roubando um beijo do Crawford.

– Hey!

A morena chamou a atenção de Macri e Bruno, assim eles se separaram assustados.

– Eu sei que vocês são a alma gêmea um do outro, mas temos que achar a minha alma gêmea e os outros dois.

– Acabei perdendo de vista. – Bruno soou baixo ao despentear seu cabelo escuro.

A cena mudou.

Macri se via com a mesma roupa ao lado de Bruno, Brandon, Isabela e Wesllen. Eles choravam se sentindo culpados e viam a culpa estampada bem ali na frente. O corpo de Moani com o vestido azul manchado pelo líquido vermelho e dourado.

– Acabou. – Brandon soou baixo e choroso. – Deu tudo errado. Eles nunca irão nos aceitar.

Macri pousou sua mão sobre o ombro do primo e o fitou um pouco firme ao cessar o choro.

– Ainda há uma chance.

– Não, Macri. – Ele retirou a mão dela. – Não há mais chance. Falhamos. Demoramos vinte anos para saber o que somos, para que lutamos, para Moani acabar morta.

– A morte dela não há de ser em vão. – Macri soou firme e decidida. – Temos que completar a nossa missão.

– É impossível. – Isabela resmungou.

– Era impossível. – Macri a corrigiu. – Era impossível ganharmos a imortalidade, era impossível nos encontrarmos, era impossível descobrir a verdade de quem realmente somos.

– Acho que há uma solução. – Wes disse. – Somos misturados, somos imortais agora

– Moani era imortal e está morta. – Brandon o interrompeu firme e começando a se irritar.

– Por isso mesmo, que há uma solução. – Wes frisou. – Temos que morrer e renascer de novo.

– E quem garante que vamos renascer de novo? – Bruno retrucou.

– Quem garante que iremos ser os mesmos e iremos nos conhecer? Saber da missão? De tudo? – Isabela completou.

– Isso só me faz pensar que está faltando uma peça na sua cabeça. – Brandon resmungou.

– Wesllen há de estar certo. – Macri rebateu. – Moani não morreu, ganhamos a imortalidade e devemos cumprir juntos o que nos foi proposto. Eu acredito em tudo que nos falaram anteriormente. Nós já erámos ligados como se fôssemos âncoras um do outro. Isso não há de sumir, mesmo renascendo.

Bruno deu a mão a ela e apertou um pouco.

– Eu não quero lhe perder novamente, Macri.

– Se é para ter a minha Moani de volta, mesmo achando que faltam peças nas cabeças de meus primos, eu aceito fazer isso. – Brandon comentou.

– Eu não quero perder ambos – Isabela choramingou -, mas se é para cumprir o que nos foi proposto, eu também aceito.

– Nós iremos nos encontrar igual nessa vida. – Macri deixou passar um sorriso fraco no rosto e fitou Bruno.

– Temo por isso. Eu desejava a morte de ambos. – Bruno soou baixo.

– E isso foi modificado aos poucos, nos reencontramos e há de acontecer ao nosso renascer. – Wes falou esperando a resposta de Norgaard.

– Aceito e tenho esperança que há de ser mais fácil do que nessa vida. – Bruno falou e todos sorriram.

– Como iremos fazer isso? – Macri perguntou.

Em seguida eles fizeram o feitiço que interrompeu a linha de vida de ambos os seis e de todos que tiveram contato com eles. Os anos passavam e eles sempre se reencontravam de maneiras diversas. Muitas vezes eram da mesma família ou parentes próximos. Tudo foi sendo modificado aos poucos. Eles nasciam, se conheciam, depois de anos percebiam o que estava acontecendo e sempre que Wesllen e Isabela fizessem vinte anos. A data quando tudo começou. Os seis morriam por não cumprirem o que lhe foi proposto. E renasciam, assim o ciclo continuava em movimento.

Macri piscou os olhos e fitou Hector que estava de braços cruzados ao lado da irmã gêmea, Marianne. A morena de olhos um pouco puxados e castanhos escuros igual ao cabelo comprido e jogado de lado.

– Isso é loucura. – Ela soava espantada ao se recordar de tudo.

Marianne a fitou firme e foi até a Mattos.

– Loucura foi o que você fez quando nessa vida tentou ressuscitar Moani.

– Eu só estava tentando amenizar as besteiras que tinha feito – Macri disse ainda perplexa –, mas eu fiz errado. Nós tínhamos que morrer para renascer de novo.

Hector assentiu com a cabeça.

– Você mudou o feitiço que foi feito há cento e cinquenta anos atrás.

Uma lágrima desceu pela bochecha de Macri.

– Moani não vai renascer? Nós não vamos conseguir cumprir o que temos que fazer? E o que temos que fazer?

– Moani renasceu e agora se chama Maya Foster, sua irmãzinha mais nova. – Marianne contou. – Cada vida é diferente. Vocês podem ser mágicos, mas na época eram apenas elementistas.

– Eu não entendo. – Macri soou baixo ao secar o rosto.

– Não tinha problema com as academias, não tinha problemas com vocês não serem simples semideuses. – Hector pontuava. – Vocês nasceram dessa vez diferente de todas as outras. Todos os seis sabiam o que eram e o que tinham que fazer. Era algo simples, mas cometeram o mesmo erro de cento cinquenta anos atrás.

– A ganância falou mais alto. – Marianne continuou fazendo a filha de Alfadur engolir em seco. – Queriam ser imortais, queriam mostrar a todos que não eram uma ameaça.

– Moani morreu como sempre aconteceu. – Hector completou. – E você resolveu pedir aos amuletos, Macri isso fez com que tudo mudasse. As academias foram separadas, Moani renasceu.

“Não se lembravam de nada, exceto você e Brandon. Moani morreu de novo, você fez outro pedido junto com Brandon. Ela renasceu, mas os dois foram amaldiçoados. Moani morreu e a única solução era eu me casar com você e Brandon se casar com Marianne. Você fez o pedido, mudou a vida de todos mais uma vez e mexeu com as dos Tennyson.”

“Daí surgiu esse problema. As academias estavam separadas. Moani renasceu e era nossa meia irmã, filha de Hel e de Eros. Você era a única que sabia de tudo, tentava juntar todos os seis, mas nada adiantava. Moani morreu e assim você se esqueceu, mas Eros não. Um ano depois nós fomos mortos. Revivemos com o objetivo de abrir os olhos dos seis. Nossa mãe inventou essa Profecia, modificando o que Loki e Alfadur iam fazer. Eles só iam apagar da memória de todos sobre o que aconteceu no parque.”

– Você modificou, portanto, deve consertar. – Marianne soou um pouco firme.

– Eu mesma fiz minha vida um inferno. – Macri raciocinava. – Não foram vocês, nem os outros deuses. Eu mesma, com esses pedidos para salvar Moani, acabei ferrando a vida de todos.

– Acho que nosso trabalho aqui foi feito. – Hector soava um pouco aliviado e Marianne assentiu.

– Espera! – Macri interrompeu eles notando que uma luz branca envolvia ambos. – Eros me odeia, os deuses não sabem quem somos. Eu não sei como fazer isso. E o que eu tenho que fazer?

– Ajude seus amigos a entender a realidade, cumpra o que lhe foi proposto em 1864. – Marianne disse suas últimas palavras.

– Só assim vocês irão parar de renascer e finalmente usar a imortalidade. – Hector afirmou.

A luz branca se intensificou e Macri levou sua mão para o rosto. Quando tudo acabou os gêmeos não estavam lá.

– Não acredito que a culpada de tudo sempre fui eu. – Ela soou baixo e fitou Tennyson que acordava.

Ele se levantou assustado, mas assim que viu Macri correu abraçá-la.

– Desculpa, Eros me controlou. Eu não queria fazer isso e nem falar essas coisas, Mattos.

Macri se soltou dele.

– Não faça o que eu tenho que fazer, Ben. – Comentou deixando o garoto de olhos verdes intrigado. – Eu mexi na sua vida. Você não tinha que ter achado o relógio, não deveria saber dessas coisas de alienígenas que seu avô participava.

– Não foi isso que aconteceu. Eros nos manipulou o tempo todo, ele nos fez nos conhecer no parque quando você e Bruno mataram

– Não, Tennyson. – O interrompeu e negou com a cabeça em seguida. – Antes disso acontecer, eu já tinha ligado a sua vida à minha. Nos conhecemos anos antes do parque.

– Do que você está falando? – Dessa vez ele a interrompeu confuso.

– Três anos antes do parque, eu conheci você, Gwen e seu avô no Egito. Eu precisava apagar a memória de todos e assim poder trazer uma velha amiga a vida. Eu não aguentava a culpa e ver Brandon cada dia mais mal aceitando coisas que nem eu aceitava.

“Na hora que eu ia fazer o pedido, você me atrapalhou. Eu já era amaldiçoada por Eros, queria aproveitar e tirar essa maldição que foi lançada em mim e no meu primo. Eu era outra Macri, achava que o mundo tinha que está nos meus pés, só por ser poderosa e imortal. Você tentou me impedir e fez o pedido junto comigo. Dali em diante nossas vidas foram entrelaçadas. A culpa não é de Eros, é minha. Somente minha.”

Macri fechou os olhos e ergueu o pescoço para impedir que outras lágrimas caíssem. Quando abriu, fitou Tennyson que estava com seus orbes arregalados. Ela sentiu a presença de mais algumas pessoas, se virou dando de cara com o próprio Eros e Hel.

– Talvez, eu tenha culpa, irmãzinha. – Soou pensativo enquanto Macri voltou a ter seus poderes bloqueados.

– Talvez, eu também tenha culpa, pequena Macri. – Hel comentou fazendo com que a Mattos trincasse o maxilar.

– Eu não entendo. – Mattos soava confusa.

Eros deu um passo para frente.

– Por que será que você e seus amigos não conseguiram cumprir a missão até hoje?

Macri deu um passo para trás junto com Benjamin.

– Eu não sei que missão é essa e nem o que vocês têm a ver com isso. – Soou baixo.

– Não sabe mesmo, Macri? – O grego retrucou.

Hel lançou um feitiço na Mattos e no Tennyson, paralisando-os. Os dois viam tudo que estava acontecendo, mas não podiam se mexer.

– Acho que ninguém vai se importar em darmos um fim na guardiã da magia. – A nórdica comentou lançando um olhar divertido a Eros.

Macri tentava achar uma ligação em “guardiã da magia” com o que ela redescobriu, mas nada vinha a mente.

– Eu já dei um fim na protetora da magia de Hécate. – Continuou a falar e fitou os olhos rosados de Macri. – Seu amado, Bruno, está chorando tanto pela mãe da filha dele.

O rosa ficou maior à medida que Macri arregalava seus olhos ao perceber que Hel falava de Violet. Mas ela não entendia como a Mees era protetora do poder da mãe.

– Imagina quando ele ver que você também teve o mesmo destino. – Eros falou lançando um olhar cúmplice para Hel.

Macri fechou os olhos. Tinha que se concentrar em alguma outra coisa, algo que lhe desse força e foco. Ela não ouvia ninguém e sentia que seus poderes estavam retornando. Aos poucos, seu corpo foi sendo aquecido e quando ela abriu os olhos percebeu que estava no alto da torre Eiffel.

Estava envolvida numa luz violeta, levitava e sua transformação de Mew Mew fora ativada. Tennyson a olhava espantado igual a todos. Loki, Alfadur, Maya, Isabela, Wes, Beatrice, Melody, Rodrigo, Luna, Damien, Melanie, Henrique, Angelina, Peter, Marlon, Brandon, Eros, Hel, Dédalo, Daniel, Chad, Oliver, Elisa e Bruno que cessava o choro em ver o corpo de Violet. Isabela e Maya seguravam Scalline e Liv.

A Mattos lançou um sorriso vitorioso ao fitar Eros, Dédalo e Hel. Ela havia se recordado de seu propósito e o porquê que eles sempre a impediam.

– Já entendi tudo, Eros. – Soou firme fazendo com o que o grego engolisse em seco. – Dessa vez, você não vai me matar. Está fraco e olha que engraçado, eu to me sentindo mais poderosa do que nunca. – Ela lançou os três contra a grade de proteção. – Vocês mudaram nossas memórias, nos impediram esse tempo todo. Mas nós, seis, vamos cumprir nossa missão. Não haverá mais renascimentos, não haverá mais mortes.

– Você e seus amigos são aberrações! – Eros gritou ao se levantar.

– Só porque somos a junção de tudo que vocês mais temem, não quer dizer que somos ameaças. – Macri retrucou e ninguém entendia nada. – Marianne e Hector abriram meus olhos e agora percebo que os três sempre foram contra desde o início. Tem medo que eu e meus amigos possam retirar seus poderes? – Ela soltou uma risada debochada.

– Eles foram mortos por você e por Bruno! – Dédalo soou firme.

– Foram. – Afirmou. – Mas quem nos impediu tudo e nos fez fazer o feitiço há cento e cinquenta anos atrás foram vocês e os outros deuses! Eu tive culpa na morte de Moani, mas vocês só nos deram essa opção. Renascer para cumprir nossa missão.

– Moani está morta, você a matou! – Eros soava convicto.

Brandon tinha a impressão de já ter conhecido uma Moani antes, mas para ele só foi uma impressão. Macri parou de se levitar e o par de bota preta acima do joelho tocaram no chão. Os olhos dela estavam vermelhos, o cabelo era roxo na raiz e vinha um degrade rosa, escondido pelo capuz de cor de sangue, só fazendo aparecer o rosto da Mattos e as orelhas de gato de fogo.

– Você me fez acreditar nisso durante muito tempo, Eros – Macri soava firme –, mas foi você mesmo que a matou. Matou sua própria filha e colocou a culpa em mim para Hel não descobrir.

– O que? – A nórdica estava com seus olhos negros arregalados.

– Ela está tentando jogar a gente um contra o outro! – Eros exclamou.

Macri cruzou os braços e fitou ele bem firme.

– Não preciso fazer isso, você mesmo já fez, querido irmão. Quando matou há anos atrás Moani, você causou isso tudo. Tinha medo de nós sermos outra geração de deuses, mais fortes e poderosos que os originais.

“Nós não somos uma ameaça e se Odin concedeu a nós seis a imortalidade na época, foi porque ele viu o quanto merecemos. Não foi ganância, foi merecimento. Coisa que você me fez acreditar... me enganou o tempo todo, me manipulou... tudo para eu não cumprir minha missão.”

Eros semicerrou os olhos para Macri e deu um passo à frente, ficando cara a cara com a irmã.

– Você sempre foi uma aberração – soava firme –, a mistura das mitologias. Eu deveria ter te matado primeiro do que Moani. – Ele fez surgir uma espada em sua mão. – Você não tem os seis guardiões, Moani morreu e você também irá!

Ele cravou a espada no peito de Macri. Um gemido baixo saiu pela boca dela e Eros a apoiou enquanto todos estavam chocados demais para reagir. 


Notas Finais


É, pois é...acabou assim...
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Fiquem atentos a cada detalhe e caso se perdeu um pouco na história, é só me mandar a dúvida que respondo tudinho.

Até o próximo!
Beijoss*
Macri


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