Um... Dois... Três passos a mais, que não era nada, comparando aos infinitos passos que demos até, seja lá onde for aqui. O cansaço ia me dominando aos poucos, minhas patas estavam latejando a cada maldito passo. O cansaço me fazia descer a cabeça, levando-me a encarar minhas patas, minha garras ainda arqueadas como se estivesse em um alerta constante, o púnico som que era ouvido a quilômetros eram nossas patas - Minha e da Hiena- colidindo contra o chão de pedras fragmentadas, ou vez ou outra Folhas secas, que caíam de árvores mortas.
O som das patas da Hiena cessaram, e virei meu pescoço para fita-la...
Uma caverna em formato de um leão rugindo era a minha visão, olhei a Hiena, a mesma encarava a Caverna com amargura a uma picada de ódio. Sua voz transmitia colapso.
-Eu...Hienas não passam a partir daqui.
Pigarreou ela, enquanto se afastava. Voltei a encarar o lugar, aquilo realmente me atraía de certo modo...
...
Passos depois de entrar na caverna -que era demasiada escura-, um leão com pelagem escura, corpo rígido e magro, um pouco maior que eu, um sorriso convencido e uma mecha de sua juba que caía rebeldemente entre seus olhos, me parou. Com suas garras a amostra prontas para serem fincadas no meu pescoço, ele falou:
-Identifique-se.
Ele me disse
-Como é que é?
Me posicionei um ataque, ele não foi diferente. Se atirou sobre meus ombros, a tempo de eu me abaixar o fazendo cair sem jeito algum atrás de mim, aquele momento de fraqueza foi o necessário, me atirei por cima dele, encerrando a luta, seus olhos verdes- Que agora eu percebia- me encaravam com medo, agora eu entendia: ele não era um guerreiro, aquela batalha já estava ganha muito antes de começar, eu era o vencedor, então, por que eu sentia que deveria mata-lo?
-Já chega!
Gritou uma voz das sombras da caverna.
-Saia de cima dele.
Comandou a voz, se movendo para a luz do sol, de um buraco no alto da caverna, de alguma forma, ela me parecia familiar.
Sai de cima do leão, sem deixar de olhar a Leoa com desconfiança.
-Príncipe Kion, Líder da Guarda do Leão, é uma honra conhece-lo... Mas o que está fazendo aqui?
Senti uma certa culpa no momento, foi momentânea, logo ela foi embora, deixando espaço para algo assumir em seu lugar, algo mais forte.
-Isso não é da sua conta!
cuspi as palavras entre um rosnado, a fúria dentro de mim era a punica coisa que me sustentava agora.
-Será que não?
Você não estria aqui, por que seu pai o menospreza
Por que ele não confia e você?
-Como sabe disso?
-Não importa agora.
Me diga: Você gostaria de obter vingança?
-Não.
Disse baixo, algo dentro de mim dizia "sim". Junto com essa afirmação mental, vinha uma dor de cabeça forte.
-De governar?
-Não.
"sim."
-De obter mais poder?
Minha cabeça doía, como mil marteladas no mesmo lugar, apenas implorando para que eu dissesse...
-Sim!
Um sorriso natural e sádico se formou na minha face e na de Zira, "Poder", sim eu com certeza queria isso.
-Ótimo!
Zira levantou sua pata preparada para um ataque, sem tempo pra me desviar, ela acertou me ombro, o da Marca.
A marca de Honra ardia, e sangrava, e eu sentia que a cada gota que caía no chão, era algo dentro de mim se partindo, morrendo, se corroendo. Gritei com tanta dor, e caí no chão, eu já não ouvia mais nada, não via mais nada, não sentia mais nada...
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