- Bom... É que ela é a mãe adotiva do Henry. Somos amigas e ela seria uma das pessoas a quem eu poderia querer contar. – Tentava escapar enrolando as palavras.
- Emma... Por favor. Conte-me a verdade. O que Regina tem haver com tudo isso?
- Eu já falei que não é nada! – A loira se estressa levantando-se da cadeira. – Eu sabia que tinha sido um erro vir até aqui. – Emma fala impaciente pegando seu casaco que havia deixado em cima do braço da poltrona e anda até a porta. “Emma, por favor!” O grilo gritava, mas ela simplesmente o ignora saindo batendo o pé e a porta.
Mansão Mills – 8horas
Regina se levanta com a luz batendo em seu rosto. Mais um dia estava começando. Como nessa manhã David havia passado por lá buscar seu neto e levá-lo até sua casa, ela havia se permitido dormir mais um pouco.
- Maldito trabalho... – Dizia em voz baixa bufando enquanto se levantava. Olha em volta procurando por seu celular. – Merda... Eu tinha que deixar na cozinha. – Reclama abrindo a porta e descendo no silêncio que aquela casa estava.
Pega o aparelho em cima da mesa da cozinha vendo trinta ligações perdidas de Zelena. – Meu Deus... O Senhor não podia me dar uma irmã mais normal não? – Ria ligando para a bruxa.
Sobe as escadas indo trocar de roupa. Assustando quando a irmã atende- REGINA? ONDE DIABOS VOCÊ SE METEU?! - A verdinha grita do outro lado da linha. – Eu estou quase chegando à sua casa! Pensei que estava morta! Eu te liguei trinta vezes! TRINTA VEZES, REGINA MILLS! TRINTA!
A morena ria do outro lado da linha enquanto fechava a porta do banheiro. – Se acalma verdinha! Eu estou viva. O que foi?
- EU QUE TE PERGUNTO O QUE CARALHO ACONTECEU, GAROTA! Onde você estava?!
- Na minha cama.
- Com a Emma? – Zelena pergunta na maior naturalidade fazendo com que Regina core do outro lado. – N-não. Nada disso sua idiota. Eu apenas aproveitei que Henry foi até a casa da Emma com o David e dormi mais um pouco. Só isso. Mas eu passei só um pouquinho da hora. – Responde na maior calma do mundo ignorando completamente a preocupação da irmã enquanto colocava o celular em cima da pia na viva-voz.
Depois daquela noite em que Zelena dormiu em sua casa, as duas estavam experimentando algo que nunca tiveram antes. Elas estavam experimentando o sentimento de ter uma irmã.
Zelena estava se abrindo com a prefeita como nunca havia se aberto com ninguém antes e Regina estava finalmente vendo que havia uma mulher que precisava ser amada por trás daquela bruxa que era temida por todos em Oz.
- “Passar um pouquinho da hora” dona Mills?! Você não escutou o celular tocar? Eu te liguei tantas vezes que se lançassem mais uma maldição, você nem percebia!
- Mais uma maldição? Não seja exagerada! – Ela para com a mão segurando sua blusa enquanto o silêncio pairava no celular. – Zelena...
A irmã mais velha revira os olhos do outro lado da ligação. – Olha aqui Regina Mills fique sabendo que a última coisa que eu preciso agora é das suas piadinhas, ouviu bem?! Eu estava quase morta de preocupação pensando em mil maneiras de você ter sido morta, sequestrada ou estuprada por alguém.
- Calma Zel. Eu estou bem e em casa. E olha só?! Não estou em um caixão! – Tirava o sarro da irmã fazendo um coque no cabelo, entrando no banho e segurando a risada.
- E por que diabos você não atende essa porra de telefone?! –Se estressava recebendo um olhar torto de algumas pessoas que passavam na rua. Mas Zelena sendo Zelena, nem ligava e apenas continuava andando com Robin no carrinho.
- Olha a boca, garota.
- Meu Deus Mills, como eu te odeio! Por que eu fiz tudo isso e acabei me tornando sua amiga? Poderia ter te matado logo.
- Onde você está? – Regina pergunta saindo do banho e se enrolando em uma toalha para ir até o quarto pegar uma roupa.
- No portão da sua casa com a Robin. A porta tá destrancada? Já vou subir.
- Eu estou nua.
- Então se veste logo que eu não sou de ficar esperando sua majestade escolher uma roupa. – Diz encerrando a ligação e entrando na casa.
Em questão de segundos, a rainha já estava lá embaixo. – Dá pra parar de ser tão intrometida? – A morena esbraveja vendo-a mexer em suas coisas da estante. Pega o porta-retratos de sua mão e o coloca de volta ao seu lugar.
- Eu em... Você é muito nervosa. Já pensou em tomar calmante? – Zelena a provocava se sentando no sofá. Regina faz o mesmo. – Tô sentindo você meio diferente... Aconteceu alguma coisa?
A prefeita suspira. – Ontem Emma veio aqui...
- Sabia que você ter demorado a acordar não era só pelo Henry. – A bruxa ironiza.
- Então... – Continua ignorando a irmã. – Ela estava me ajudando a pegar alguns talheres e parou no meio da cozinha. Parecia estar em transe. Quando a chamei ela acordou e a faca quase caiu em seu pé. O mesmo aconteceu enquanto ela dormia. Soava frio, você precisava ver...
- Uou... E ela não te falou nada antes de ir embora hoje cedo? – Pergunta recebendo uma expressão não muito boa de Regina. – Digo, ontem à noite.
- Não. Ela não comentou nada. Estou preocupada. Emma é uma mulher muito fechada e sei que mesmo que tenhamos mais intimidade do que antes, ela não me contaria se algo ruim estivesse acontecendo. Tenho certeza.
- A loira é assim mesmo, Gina. Mas uma hora você vai ficar sabendo o que foi. Sabe que Swan não consegue disfarçar muito bem. Tanto que quase peguei o segundo beijo de vocês e ela tremia na fala de tão nervosa! – Completa rindo fazendo a prefeita rir também o que acaba por quebrar aquele clima pesado que ali se havia formado. – Mas você e ela não tinham dado um tempo?
Regina sorri olhando para o chão. – Nós não conseguimos.
A bruxa sorri ao mesmo tom de Regina. – É... Você claramente está apaixonada, minha irmãzinha. E pelo jeito, não tem mais solução. Vocês duas estão mesmo destinadas a ficarem juntas.
- Tenho medo que não, Zelena.
- Como assim?...
- De um modo ou de outro, a Rainha Má sempre estará aqui dentro de mim e ela, não merece um final feliz. Emma merece alguém melhor, Zel.
- Ei! De jeito algum... – A ruiva fala se aproximando de Regina e sentando ao seu lado, podendo pegar na mão da irmã. – E quem você acha que ela merece? O pirata do delineador?! Regina, mesmo de longe eu vi o que a vida despejou em você. Você não parou de lutar contra as trevas um só dia de sua vida. E finalmente, seu coração encontrou a felicidade. A encontrou na Emma. E você não pode se negar a isso.
Regina escutava tudo aquilo deixando uma lágrima escorrer de seus olhos. Olha para o relógio de parede que marcava oito e meia. Levanta-se. - Eu já tenho que ir trabalhar. Estou mais atrasada do que deveria. – Responde fria pegando a bolsa e indo até a porta.
Zelena por saber como era lidar com Regina, apenas concorda com a cabeça se levantando, pegando o carrinho de Robin e saindo junto com a rainha.
- Zelena... – A chama fazendo-a se virar. -Obrigada.
A verdinha sorri a olhando. – De nada.
Ao chegar à prefeitura, Regina tromba com Emma sentada em sua cadeira. – Folgada. – Ria fazendo a loira sorrir e apontar para a mesa onde havia deixado o café da manhã e almoço dela e de Regina. – Você gosta de salada de repolho?
- Não se não for do restaurante da vovó. Eu já te falei isso, sua chata. – Sorria indo até a ela e puxando-a para um selinho que acaba se tornando um beijo quando Emma a puxa pela cintura se levantando. – Estava com saudade disso.
A prefeita sorri. – Disso o que? – Pergunta querendo ouvir a resposta. Swan entende e passando a mão esquerda por seus cabelos negros tirando-os do olho da rainha, a responde. – Saudades desse seu rosto... Seu olhar, sua boca, essa sua cicatriz... – Fala passando a mão carinhosamente pelo local. – Saudade de toda você. – Completa fazendo Regina sorrir apaixonada e fechar brevemente os olhos ao sentir o toque da loira em sua mão.
- Você não existe, Emma.
Regina se senta em sua cadeira e Emma puxa uma cadeira de canto até a frente da mesa, percebendo que Regina não estava bem. – O que ouve?
- Não houve nada, Swan. – Respondia fria. Ainda estava brava com Emma.
- Olha... Me desculpe sobre o que ouve ontem a noite. Eu sei que ficou preocupada e que... Eu ignorei o assunto totalmente.
- Tudo bem. Você não me deve satisfações.
- Como assim?...
- Quer saber por que fiquei tão brava? Por que eu tenho razão. A Rainha Má está dentro de mim. Sempre tentando sair. E ela, ela não merece um final feliz, Emma. Ela não te merece.
Ao ouvir aquilo, o coração da xerife dispara, fazendo-a levantar. – Como assim, Regina? Ficou louca? Você mudou tanto nesses últimos anos, não pode se culpar pelo que fez no passado.
- Mas infelizmente tem que ser assim.
- Deve ter algo a fazer.
- Não tem. Vá por mim. – Fala se levantando também. – Eu até fiz um pedido a mais naquela ponte em Nova York. Pedi para que ela se afastasse de mim e eu pudesse ter um final feliz.
- Você quer um novo começo... Não tenho certeza, Regina... Mas acho que talvez esse desejo possa se realizar... – Emma diz recebendo a atenção da rainha.
- Como?...
- Uma vez, na mansão do feiticeiro, encontrei um livro. Ele era como um diário e contava sobre histórias que nunca foram contadas ou citadas em livro algum. Entre elas, um cientista que fez de tudo para se separar de seu lado mal e criou um soro para se libertar dessa sua parte.
- E como diabos isso vai me ajudar, Emma?!
- Temos o doutor Whale na cidade, Regina! Ele pode conseguir fazer esse soro! – A loira exclamava animada.
- Está mesmo querendo que o procuremos e pedimos para ele fazer um soro que nem sabemos se existe?!
- A própria Elsa existe. Por que é tão impossível esse soro ser real? – Vendo que a morena havia ficado sem resposta, ela continua. – Podemos ver isso amanhã mesmo.
- Swan, eu não acho que seja uma boa ideia...
- Ei... – Sorria. – Confie em mim.
Aquele sorriso... O sorriso que Regina não conseguia dizer não. O que a desmanchava toda por dentro. – Tudo bem. Eu confio.
20horas- Casa dos Encantados
- Cheguei! – Emma anuncia abrindo a porta e vendo os pais na cozinha preparando a janta e Henry sentado na sala fazendo o dever.
Um coro animado de “Oi!” surgiu do local. – E ai? O que temos pra janta hoje?!
- Seu pai teimou que quer fazer nhoque então tá ai... – Sua mãe a responde sentada em um dos bancos da bancada.
- Meu pai fazendo massa? Você tá bem, David? – Tirava o sarro se sentando ao lado de Branca.
- Ei! Nem vem, tá mocinha?! Eu sei muito bem o que estou fazendo. ... Ou talvez não. – Fala colocando um pouco a mais de tomate no molho do que deveria fazendo todos rirem.
- Do jeito que tá, eu acho melhor pedirmos uma pizza... – Henry comenta da sala.
Enquanto isso na Mansão Mills
Regina já havia colocado pijama e estava indo deitar quando a campainha toca. – Zelena?! – Se assusta ao abrir a porta. – O que faz aqui há essa hora?!
- Achei que gostaria de companhia. Eu e Robin não gostamos nada de ficar naquela casa, sozinhas e no meio do nada. – Regina ri dando passagem à irmã e fechando a porta.
- Você já comeu?
- Não. Tô com preguiça de ir pra cozinha. Ia deitar sem jantar mesmo.
- Ótimo, pois pedi pra entregarem uma pizza no seu endereço.
No dia seguinte- 10horas
- Emma, Regina, o doutor as espera. – A recepcionista avisa e as duas entram na sala.
- Licença... – Regina se pronuncia chamando a atenção de Whale.
- A prefeita e a xerife juntas na minha sala?! A que devo a honra dessa visita?
- Precisamos muito falar com você. – Emma diz dando a fala à Regina.
- Há algum tempo atrás, Emma leu sobre um soro que poderia separar a parte boa da má de uma pessoa. Você consegue fazer isso?
- Por acaso quer se separar da Rainha Má?
- Exato.
- Eu até consigo sim. Mas demorará uma tarde. É um soro complicado, mas não impossível.
- Quanto isso custaria? – Regina pergunta.
- Como se eu fosse cobrá-las por isso. Mas se quiserem pagar... – As duas o olham e ele para. – Deixa pra lá. Apenas venham até o consultório às sete horas. Já terei o terminado.
Sete horas- Consultório de Whale
- Será que isso vai funcionar? – Fala pegando o soro na mão.
- Eu acredito que isso colocaria um fim na Rainha Má. Contanto que esteja certa de que é isso que quer.
- Quero que ela desapareça.
- Então vamos nos livrar dela. E ser a família que sempre fomos destinados a ser. Todos nós. – Branca que havia escutado Emma falar sobre o assunto naquela tarde e pedido para ir junto, responde.
- Terá um momento de desorientação. A Rainha Má não terá magia. Essa é sua chance. Não pode excitar.
- Agora, por favor, me deixem fazer isso. Sozinha. – Pede se preparando.
- Eu não vou te deixar sozinha. – Emma responde firme. Não deixaria a morena fazer isso sozinha. Queria estar ao seu lado caso algo acontecesse.
- Eu também não vou. Eu estava lá quando a Rainha Má nasceu. Eu praticamente ajudei a trazê-la ao mundo. Quero ver você acabar com ela.
- Regina, você tem certeza que deseja fazer isso? Uma vez tomado o soro, o efeito não poderá ser desfeito. – Whale avisava.
- Eu tenho. – A rainha responde firme erguendo a manga da blusa ao olhar curioso, assustado e acima de tudo preocupado de Emma enquanto Whale saía da sala.
- Preparem-se para se afastar. Por que eu sinto que encontraremos uma rainha MUITO irritada. E ela não gosta de vocês num dia bom. – Fala olhando para Branca e Emma que concordam com um leve sorriso. - Emma...
- Estou pronta.
Branca confirma com o olhar e Regina lhe dá a vez. O líquido é injetado. Emma e Branca se afastam quando Regina começa a se contorcer. A Rainha Má estava prestes a vir à tona.
Podia-se vê-la saindo de seu corpo e entre gemidos e gritos, a morena lhe dá um chute fazendo-a sair por inteiro de seu corpo. Dividindo-as em duas.
As duas se olhavam com fúria. Havia ódio ali da parte de ambas.
- Veja só o que você se tornou... – A Rainha falava com nojo, com desprezo. Olhando Regina de cima a baixo.
Evil iria machucá-la quando Emma de reflexo prende suas mãos com uma corrente feita de magia. - Regina, agora é sua chance. Acabe com ela.
A Rainha ria em tom de deboche. – Você? Acabar comigo? Você não é capaz.
A fúria e o medo circulavam pelo corpo de Regina e era possível sentir isso. O medo de encarar seu pior lado frente a frente e ao mesmo tempo, a fúria de querer destruí-la de uma vez por todas por tudo de mal que ela lhe causou. Por aquele carma que carregava há anos por culpa dela.
- Regina... – Emma tentou ajudá-la, mas Branca a segura.
- Você é fraca. -Regina ia se aproximando. – Não importa o que você fizer. Não pode destruir nossas trevas. Bem lá no fundo, você sabe a verdade. Você precisa de mim.
- Não. Eu não preciso. – E com essas palavras, o coração de Evil Queen foi finalmente arrancado de seu peito. Regina o tinha finalmente em suas mãos. – Eu sinto muito. – Fala amassando o coração da mesma que em poucos minutos, virava pó voando junto ao vento.
21horas- Casa dos Encantados
- Calma Henry, vai dar tudo certo. A Regina vai conseguir.
- E se ela não conseguir? Vai ter mesmo que conviver com a Rainha má pra sempre?!
- Eu não preciso mais. – Regina fala sorrindo enquanto abria a porta e era recebida por um abraço do filho. – Você conseguiu?! A Rainha Má se foi?!
- É, garoto. Sua mãe finalmente acabou com ela. – Emma sorria ao lado de Regina enquanto Branca fechava a porta beijando David.
Enquanto isso no consultório de Whale
O mesmo ia fechando a porta quando um vento batia pelo corredor até a porta. – Mas que clima doido! Só aqui nessa cidade mesmo... – Comentava e é parado por uma nuvem de poeira que se formava a sua frente.
- R-Rainha Má?!... – Se assusta dando alguns passos para trás.
- Você nunca deveria ter ajudado Regina a me soltar para brincar.
- O que está fazendo aqui?...
- Eu vim fazer um pequeno esclarecimento. – Responde se aproximando. – A Regina pode ter vencido a luta. Mas isto... É a guerra. E apenas começou. – Um sorriso surge no rosto da mulher quando ela retira o coração de Whale segurando-o em suas mãos.
- A rainha, voltou.
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