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História A Herança - Encontro das princesas.


Escrita por: onlyreason

Notas do Autor


Olá herdeiros e herdeiras, (vou chamar os leitores dessa fic assim ❤) Gente, eu me esqueci que nessa fic, os capítulos tem nome. Tava escrevendo em romanos, igual em Estrelas, acostumei já, rs. Enfim, vamos de mais um capítulo...

Capítulo 10 - Encontro das princesas.


  Reino de Ansam (Sul da Pérsia)

Quando a princesa Kassaia, chegou ao reino de Ansam, percebeu logo nas ruas, a diferença dos costumes. Kassaia, já havia estado na Média, na capital Ectabana, há anos, mas se lembrava... Os templos, estátuas, portais e zigurates, não existiam como na Babilônia. Na Pérsia, também não. Por um momento, ela se lembrou também das palavras que Daniel lhe disse, uma vez "Em Jerusalém não haviam estátuas, altares, mas nosso povo, foi se afastando do Senhor, nos seus últimos anos, Jerusalém se parecia como qualquer outra cidade de pagãos"

Agora Kassaia pensava que a religião dos medos e persas o zoroastrismo, se assemelhava ao monoteísmo dos hebreus.

Chegaram ao palácio de Ansam, era menor do que Kassaia imaginava, e isso a deixou aliviada, poderia por fim, viver longe de tanto luxo.

Viu a prima, a barriga já bastante grande, pois assim como ela, Mandane esperava o primeiro filho.

Estava à sua espera, e ao seu lado, Cambises. Se aproximou, Mandane sorriu, e caminhou até ela.

— Há quanto tempo não nos vemos, minha prima.

— Fazem muitos anos. — respondeu Kassaia, e sinceramente fazia. Deviam ter uns doze anos, desde último encontro das primas. Ambas era apenas duas meninas, na época.

— E como foi a viagem?

— Foi tudo bem.

— Mas tarde, depois de descansar um pouco da longa viagem, o que acha de conversamos no jardim?

— Será ótimo, irei sim, descansar um pouco.

O quarto, era belo, espaçoso, e fazia ela se lembrar de seu próprio quarto na Babilônia.

— É eu não lembrava muito de Mandane, ela é tão bela e cordial. — Kassaia comentou com Gadise.

— Como a senhora. — a dama a elogiou.

Kassaia sorriu. — Finalmente poderei mostrar minha barriga. Não me sentia confortável escondendo. Meu bebê não é nenhum criminoso.

— Verdade, até porque percebo o quanto a senhora ama esse filho.

Ela olhou para a dama, com gratidão. É isso que sentia.

— Obrigada pela discrição, Gadise. Você tem guardado esse segredo consigo. Muito obrigada mesmo, você é muito mais que uma dama, é uma grande amiga.

— Imagino a dor que esteja sentido. Sei o quanto é triste amar alguém e não poder viver esse amor... Bom, o que acha de tomar um suco? — perguntou Gadise, sugestiva. — Para refrescar um pouco?

— Irei aceitar sim.

— Irei providenciar na cozinha real.


Ao ficar sozinha observou a bela visão das montanhas, na janela, Kassaia chegou a conclusão de que estar na Pérsia, era melhor do que ela havia imaginado. Ali ela não precisava ter medo de ser descoberta.


Mais tarde, ela se encontrou com a prima no jardim.

— E o que achou do jardim? — lhe perguntou, Mandane.

— É lindo, muito agradável. Tem flores belas, eu amo flores.

— Mas confesse, os jardins suspensos da Babilônia são mais belos. Pelo que dizem os jardins da rainha são magníficos!

— Se te consola, eles foram inspirados nas altas montanhas da sua Terra, a Média. Minha mãe sempre diz sentir muita saudades de lá, você também sente?

— Sim, no começo, nos primeiros dias, foi muito difícil deixar minha terra, mas eu me apaixonei  por meu marido. Agora, não quero estar em nenhum outro lugar, apenas ao lado dele.

— Está grávida de seu primeiro filho. Parabéns.

— Sim, estou muito feliz. É difícil descrever, mas um dia, sentirá essa mesma emoção.

Kassaia demorou um pouco para responder, mss finalmente se expressou com sinceridade:

— Na verdade, eu sei exatamente o que está sentindo, Mandane.

Mandane a olhou, sem entender. Kassaia prosseguiu:

— Contarei de uma vez o que me trouxe aqui, não foi apenas uma visita. Minha mãe não pode dizer o que realmente se passava comigo num papiro, mas eu direi. Se não quiser que eu fique, tudo bem...

— Eu jamais faria isso, pode ficar o tempo que quiser, Kassaia.

— Talvez mude de ideia, o que vou lhe dizer é grave — avisou.

— Diga logo prima, já estou ficando preocupada! — Mandane a pediu, aflita.

— Eu também estou grávida, Mandane. 

Com isso, a princesa da Média, sorriu. — Mas isso é maravilhoso, sua barriga está visível... — percebeu ao olhar para ela. — Não notei quando chegou aqui. 

— Eu colocava roupas discretas, para esconder a barriga para que ninguém percebesse. Porque... Eu não poderia está grávida. Eu ainda não me casei.

Kassaia esperou que ela falasse algo, mas, não aconteceu. — Você não vai dizer nada, prima?

— Não... Não irei te julgar antes de entender o que de fato aconteceu. Me diga, e verei como posso lhe ajudar. 

Kassaia sorriu diante das palavras comprensivas de Mandane. — Minha mãe estava certa, você é mesmo muito bondosa, Mandane.

— Me conte sobre o pai do bebê? Você o ama?

— Amo, sempre amei. Tudo começou quando era muito jovem, tinha quatorze para quinze anos. Foi quando me apaixonei por Joaquim.

A lembrança surgiu sutilmente, assim como aquele momento havia sido:

Flash Back On

Nas margens do rio Jordão, Joaquim e Kassaia caminhavam.

— Esse rio é muito bonito. — disse ele.

— Eu sempre gostei muito de vir aqui, desde criança. — Kassaia falou. — É um dos lugares que mais amo na  Babilônia.

— Me faz me lembrar do rio Jordão. Suas águas são tão límpidas quanto.

— E o rio que banha Jerusalém? 

— Sim... — Joaquim respondeu, e suspirou nostálgico. — O sagrado Jordão.

— Você sempre fala tanto de  Judá. Compreendo, não deve ser nada fácil mesmo, ser exilado.

— Voltar para minha terra, seria muito bom. No entanto, por outro lado... Deixaria para trás pessoas muito importantes para mim, aqui na Babilônia.

— Sentiria falta daqui? — a princesa quis saber.

— Sim, principalmente de algumas pessoas. Se eu não tivesse vindo para Babilônia, a gente nunca teria se conhecido.

— Eu!? Minha amizade é tão importante assim?

— Mais do que você pode sequer imaginar, Kassaia. Você faz com que meus dias se tornem melhores , às vezes, minha vontade era poder passar mais tempo em sua companhia. Porém é uma princesa, e tem seus deveres... São coisas simples, mas que me encantam, um belo sorriso, palavras doces, sua bondade. Isso me faz bem, princesa.

— Obrigada, Joaquim. Mas pare, por favor, você está me deixando sem jeito... — ela pediu, envergonhada.

Joaquim sorriu, Kassaia estava corada, ela era tão tímida, e ficava linda quando corava, ele achava.

Segurou o queixo da princesa com delicadeza, fazendo a olhar nos olhos dele. Para então sussurrar:

—  Não é minha intenção fazer isso, é apenas como eu me sinto. Estou apenas falando a verdade, Kassaia.  Tudo, absolutamente tudo em você me encanta.

Fazendo ela corar ainda mais. 

— Kassaia, eu estou apaixonado por você. Desde o primeiro momento que olhei nos seus olhos. Foi ali que eu comecei a te amar.

A princesa não respondeu, não precisava estava tudo ali naquela troca de olhares. Estava mesmo acontecendo, a princesa da Babilônia e o príncipe de Judá, estavam apaixonados, e não dava mais para negar. Ele tomou a iniciativa de beijá-la, ela o correspondeu, sentiu o coração batendo fortemente, e podia sentir, o coração de Joaquim, também batia forte...

Flash Back Off

Kassaia sorriu com a lembrança de seu primeiro beijo. Joaquim havia sido seu primeiro tudo. Primeiro amor, primeiro beijo, primeiro homem, e agora... Pai do seu primeiro filho. Ela acarenciava a barriga de cinco meses.

— Joaquim, é o rei de Judá que vive como cativo no palácio. — começou a princesa da Babilônia.  — Ele se declarou para mim, na adolescência, nos beijamos pela primeira vez nas margens do rio Eufrates. Mas eu percebi o risco que ele corria em se envolver com a filha do rei que o depôs do trono... Eu disse a ele que a gente devia esquecer o que tinha acontecido, para não estragar nossa amizade. Ele concordou.

— Só que não passou, não é? — Mandane questionou.

— Não, esse sentimento ficou guardado, sufocado dentro de nós. 

— Mas você, como eu, e todas as princesas, teria que se casar com alguém escolhido por seus pais.

— Sim, mas eu juro tentei esquecê-lo, mas foi impossível. Não resistimos ao ficar sozinhos uma noite toda.

— Apesar de meu pai ter escolhido marido, são casos diferentes. Eu estava prometida a Cambises, e não amava ninguém, meu coração estava esperando por um amor. 

—   A única solução que minha mãe encontrou foi... Que eu tenha esse filho sem que ninguém saiba.

— Encontraremos alguém disposta a cuidar desse filho.

— Eu espero, minha mãe garantiu que a família que resolver fazer isso, terá muitas recompensas.

— Tem que parar de se condenar, Kassaia. Senti culpa por ter se entregado à um homem que ama você. Foi fiel ao amor que sente pelo príncipe Joaquim. Você o ama?

— Sim, eu amo, mas do que adianta? Nunca ficaremos juntos.

— Não é bem assim... Pense comigo, a Média e Lídia viviam em guerra. Iam acabar se destruindo, foram seis anos de guerra!

— Que só acabou por causa de um eclipse solar, e depois, Astiages e Aryanes, seus pais, se casaram selando a paz. — falou Kassaia, se recordando dos ensinamentos de Aspenaz.

— Quem poderia imaginar que isso iria acontecer? — indagou Mandane.— Medos e  Lidios viviam em guerra, e resolveram unificar o reino, e assim vencer a Assíria, juntamente com os Babilônicos.

—  E você conhece a história tanto quando eu... Agora sua história com o príncipe de Judá não é muito diferente, se Nabucodonosor permitiu que Joaquim permanecesse vivo, poderá permitir que você e Joaquim fiquem juntos.

— Você tem tanto otimismo, prima. Que os Deuses te ouçam, espero que algum dia meu pai perceba que o Joaquim não é ameaça alguma. Joaquim não quer trono nenhum. Ele mesmo diz não ter nascido para reinar, está conformado com sua condição de rei deposto.

— Ele não se conforma é com o fato de não poder ser feliz ao lado da mulher que ama. Você deveria ter contado para ele, que ele será pai.

— Para quê? Fazer ele sofrer? Às vezes penso que é uma punição dos Deuses.

— Não diga uma coisa dessas, Kassaia. Filho é uma bênção.

— Eu sei Mandane, mas a punição que eu falo é não poder criar esse filho.

A rainha Anahita se aproximou das duas princesas.

— Princesa Kassaia...

Ela prontamente reverenciou a rainha sulista da Pérsia.

— Majestade.

— Gostaria de conversar com você, princesa. Podemos? — lhe perguntou a rainha.

— Claro que sim, rainha.

— Deixarei vocês conversarem. — disse Mandane, ao se levantar.

— Depois nos falamos, minha nora.

Mandane sorriu para a rainha, e se retirou.

— Em primeiro lugar, quero saber se sente bem? Está sendo bem tratada? Falta algo? — começou a rainha, ao ficar sozinha com Kassaia.

A princesa negou prontamente com a cabeça.

— Tudo está em perfeita ordem. 

— Confesso que para uma filha de Nabucodonosor, eu imaginei uma princesa mais exigente, mas é só ver o exemplo de Mandane... Em nada se recorda o pai. Você igualmente...

— Eu para ser bem sincera, até gosto de reinos menores, províncias. Eu tenho muito o que agradecer soberana. Tudo o que eu estava procurando essa paz, essa traquilidade, eu já percebi encontrei aqui.

Kassaia não convenceu a rainha Anahita.

— Está tudo bem, mesmo? Eu sinto que está muito triste... Vejo em seu olhar, certa preocupação.

— Estou mais preocupada do que triste. Se eu tivesse no lado de minha família nesse momento, mas a verdade é que eu tenho que me esconder de todos.

— Será mãe solteira, é isso?

— Exatamente. Eu cometi um erro, e agora tenho que lidar com as consequências... O pai desse filho é um judeu... O herdeiro de Judá.

— Mas Judá foi sitiada por Nabucodonosor. Ah sim, agora eu entendi tudo.  Ele vive no palácio, e vocês se apaixonaram. O príncipe Joaquim, não é?

— Você o conhece?

— Não, mas ouvi falar sobre ele, e de tudo o que lamentavelmente aconteceu com Judá. Sabe princesa, eu tenho origem hebraica. 

— A senhora? — questionou a princesa, surpresa.

— É, sou persa, mas minha bisavó era hebréia. Essa não é a primeira vez que o povo hebreu é exilado. Eram um reino dividido. Reino do Norte, Israel, e o reino do Sul, Judá. O  exílio de Israel aconteceu a mais de cem anos atrás.  Em 722, o rei da Assíria exilou Israel. Isso porém  não serviu de lição para o reino do Sul, Judá cometeu os mesmos erros que Israel.

— Eu não sabia disso.... — Kassaia falou, impressionada com tudo o que ouviu. 

— Pois é, uma insistência de continuar pecando. O rei Josias era o avô de Joaquim  também não o conheci,  mas gostaria de ter conhecido. Ouvi falar sobre ele, o último rei bom de Judá, fez grandes reformas em Jerusalém. Após sua morte, Judá se encaminhou para sua queda. Foi preciso que Deus rejeitasse, abandonasse sua herança, assim como os judeus fizeram com sua fé.

— Agora me diga Kassaia, como voltará para Babilônia? — perguntou a rainha.

Kassaia contou que Mandane   iria  ajudar a resolver a questão. 

 Depois, Mandane disse à Kassaia, que sua dama Shiva, era de origem hebréia, tinha uma irmã e havia sido mãe a pouco tempo. Seria ela que criaria seu filho.

***

Assim que recebeu o pergaminho de seu pai, a convidando para viajar até a Média, Mandane logo decidiu que iria. Já estava com muitas saudades de casa, o príncipe Cambises, seu esposo concordou com a viagem, e que o primeiro filho deles,  nascesse na Média.

Mandane conversava com Kassaia.

— Sua sogra é uma excelente rainha, e ainda muito gentil. Ela conversou comigo, compreendeu toda a minha situação. 

— Anahita é muito compreensiva, mesmo. 

Mandane então a contou sobre a viagem: — Terei de partir para Média, meu pai deseja que eu tenha meu filho em seu palácio. Mas não se preocupe, estarei aqui para o seu parto.

— Sem problemas, prima. Te desejo uma boa hora, que seu filho nasça saudável. Mas confesso, sentirei sua falta, Mandane.

Mandane a respondeu, alegremente, sem imaginar o que o destino reservava à seu filho: — Voltarei com meu bebê nos braços,  antes mesmo de seu bebê nascer.




Notas Finais


As duas mamães se encontraram! Kassaia e Mandane brotp que amei escrever, elas eram primas mesmo, não inventei não, se vocês pesquisarem vão ver que Astiages, pai da Mandane, era filho do rei Ciaxeres assim como Amitis, ou seja, irmão da rainha (pai segundo algumas versões) mas aqui é irmão mesmo. É histórico. E fiquem ligados, o próximo capítulo, é um dos mais importantes da fic, o destino de Ciro, será decidido.


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