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História A Herança - A vingança de Harpago.


Escrita por: onlyreason

Notas do Autor


Shalom herdeiras(os)!
Esse capítulo seria separado, porém resolvi tirar uma parte dele, e colocar mais para frente, explicarei melhor nas notas finais. A partir de agora, Ciro será rei de um Império, que se transformará no maior que o mundo já viu! Dário e Soraya, na capa! Sim, Dário será interpretado por Sérgio Marone, a partir desse capítulo.

Capítulo 33 - A vingança de Harpago.


Fanfic / Fanfiction A Herança - A vingança de Harpago.

                        
                      555 a.C.                             

       Reino da Babilônia

— Não estou nem um pouco afim de ir. — afirmou Ashira a Joaquina. 

A prima havia contato que Nidama solicitou a presença delas e de Kassaia, no palácio para encomendarem o vestido delas, para seu casamento. Nidama iria se casar com Belsazar.

 — Eu sei que é difícil aceitar essa situação, mas ela está radiante, quer a presença das irmãs lá; e de qualquer forma temos que escolher nossos vestidos e jóias também. Será um festa grandiosa e luxuosa. — explicou Joaquina.

Ashira suspirou. — Nina veio mesmo? — perguntou.

Joaquina assentiu, e sorriu.

— Sim, chegou agora há pouco, ela está ansiosa para te ver. Trouxe a filhinha dela, a Shamiran, de seis meses.

— Ela colocou o nome de nossa mãe. — Ashira disse, emocionada. — Vamos lá,  eu quero muito conhecer minha sobrinha, e não tem como fugir disso mesmo.

Joaquina assentiu. — Vou chamar minha mãe para ir conosco.             

                                ***

— Irmã, prima,  tia. — Nidama sorriu, ao vê-las. — Que bom que chegaram, as costureiras já estão a nossa diposição.

— Aonde está Zorobabel? — Nina perguntou, abraçando Ashira.

— Com Nabopolasar, ele ama esse primo. E sua menininha? — a irmã quis saber.

— Deve está enorme, ele. Shamiran está com a ama, no harém.

— Depois vou querer ver e encher de mimo, meus sobrinhos, então vamos escolher tudo, logo. — disse a noiva,  ansiosa.

Logo, a rainha Nitócris chegou, junto de Kassaia.

— Eu estava pensando em um vestido dourado. — disse empolgada, a rainha.

 A costureira mostrou então um belíssimo e riquíssimo tecido dourado a elas.

— Esse vai ressaltar ainda mais a beleza da princesa.

 — E com esses cabelos e olhos claros, ficará ainda mais bonita. — Kassaia elogiou a sobrinha. — É uma moça muito bonita, Nidama.

— A irmã mais bonita. — falou Nina.Nidama discordou.

— Não digam isso, vocês também são belíssimas.

— Mas, eu concordo, você é a mais bela. — opinou Ashira. — Se parece tanto com nosso pai, até os olhos verdes dele, herdou. 

— Ficará um belo vestido mesmo, tia. Pode ser esse.

— Costureira, faça também a camisola para a noite de núpcias, tem que ser bem sensual.

— A costureira assentiu. — Pode deixar, soberana, darei meu melhor.

— As auxiliares podem fazer os pedidos de Nina, Ashira e Joaquina, e de minha irmã Kassaia, enquanto você, a costureira chefe, fará o vestido e a camisola da noiva, e também meu vestido. Capriche em meu vestido, além de Rainha da Babilônia, sou mãe do noivo, e tia da noiva.

 Depois de tudo, decidido, encomedado, as costureiras estavam prontas para começar a trabalhar, então se retiraram. 

— Ainda há muito o que resolver, nos vemos mais tarde, minha futura nora.

Nitócris e Kassaia sairam juntas, conversando, ultimamente elas estavam bem próximas, como nunca havia sido antes. 

— Está me dando uma canseira esses preparativos, mas valerá a pena. Nina e Ashira, preciso conversar com vocês. — avisou Nidama, as irmãs.

— Eu vou me retirar. — Joaquina avisou.

— Não precisa, fique prima.

— Eu queria entender essa empolgação da tia Nitócris, achei estranho, desde quando você é nora dos sonhos dela? — questionou Nina.

— Ela me disse que queria eu e Belsazar, tivéssemos se casado há anos atrás. Ela achou que o nosso pai, foi muito rígido com meu noivo.

— Claro, tudo é melhor que ter o filho amado no exílio. — disse Nina. 

— Parece que ter encontrado Belsazar depois de anos, fez você esquecer todo sofrimento que ele te causou. — comentou Ashira. 

— E realmente fez. Ao contrário da tia Nitócris, vocês parecem que não querem esse casamento. E por que? 

— Porque casamento é para vida toda, então tem que ser com quem nos ama.  — falou Nina.

— Vocês nunca vão esquecer o passado, vão condená-lo para sempre.— disse Nidama, chateada.  — Belsazar era inconsequente naquela época, e eu também. Nós erramos, mas amadurecemos. 

— Quem não te conhece pode achar que está casando para se tornar rainha, um dia. Mas nos sabemos que é por amor. — comentou Joaquina. — A  coroa será consequência.

— A questão é... Belsazar merece esse amor todo? — Ashira questionou a irmã. — Será que ele realmente mudou?  

Incomodada com a opinião das irmãs,  Nidama quis deixar claro que Belsazar fez por merecer para ser seu marido. 

— Vocês estão falando isso porque não sabem, Belsazar é um novo homem, agora. Nos últimos meses, ele provou para mim que mudou, está tão diferente, tão respeitoso... Estamos namorando há meses, e ele tentou nada comigo, mesmo eu tendo me entregado para ele no passado.  Está romântico, e muito apaixonado por mim.                                         

                    ***

— Ei, vai mais devagar, Belsazar! — pediu o irmão dele.

Ambos treinavam na área de treinamento.

— Se quiser ser um grande guerreiro Nabopolasar, não pode ter moleza!

— Eu ainda estou aprendendo. É preciso paciência!

— Quer saber, meu conselho para você é: desista, dedique-se à lua, as estrelas, como nosso pai. Você não tem jeito para guerra.

Belsazar derrubou a espada. Ele gostava de provocar Nabopolosar, nunca gostou do irmão, era individualista, e preferia ser filho único. Já tinha mais de dez anos quando passou a ter que dividir os pais um irmão. 

— Quanto estresse, eu não estaria assim se tivesse a mesma sorte que você. Casar com uma moça linda,  como Nidama.

— Cala a boca, não quero você, e nem ninguém elogiando, minha mulher.

— Sua noiva. — Nabopolasar o corrigiu. — Vocês ainda não casaram.—

 Ainda não casamos, mas ela já é minha mulher há muito tempo. O homem que ousar desejá-la, é um homem morto, ela é minha.

Ninus se aproximou dos dois, e percebeu a tensão entre eles. 

—  Os ânimos estão alterados por aqui. — comentou o assírio. 

— Se tivesse um irmão pirralho, entenderia. Foi até bom que tenha chegado, sabe lutar, Ninus?  — perguntou Belsazar.

— Claro, sou assírio, um exímio espadachim. 

—  Graças a Marduk, alguém que saiba manusear com destreza uma espada.

Ninus sorriu, pegando uma espada.  — Será um prazer, mostrar um pouco de minhas habilidades ao príncipe.       

                            ***

Nabopolasar saiu triste, e foi a sala do trono,  ao contrário de Belsazar que não era muito próximo do pai,  Nabonido, ele era.

Reverenciou o rei, e se sentiu incomodado com a desânimo do pai do trono, parecia que ele não queria está ali, como se fosse por obrigação. Mas Nabopolosar se sentia orgulhoso do pai que tinha, sua forma justa de governar era notável.

— O que deseja, filho?

— Conversar com o senhor, como sempre fizemos. 

— Isso nunca mudará. — garantiu Nabonido, descendo os degraus trono e se aproximando do filho. — Diga Nabopolasar. 

— Pai, o senhor acha que eu não tenho jeito para guerreiro? — perguntou o príncipe. 

— Se você quiser mesmo,  pode sim ser um grande guerreiro, filho. Você pode ser o quiser,  basta se esforçar. Quer um exemplo... Quem diria que eu sentaria no trono da Babilônia?

— O senhor me disse que foi um esforço grande que teve que fazer,  pois nunca sequer se imaginou como rei da Babilônia. 

— Sim, temos que fazer alguns sacrifícios por amor. Se eu não tirasse Labash-Marduk do trono, a petulância de Belsazar, as afrontas que ele fazia à Labash, poderiam terminar em uma grande tragédia.

— O senhor tinha esperanças de que o exílio tivesse feito ele amadurecer... Mas ele continua o mesmo de sempre.

— Eu tenho esperanças de que o casamento pode fazer com que ele, por fim amadureça.

Nabopolasar também esperava  o mesmo que o pai, mas temia, pois Belsazar parecia estar completamente possevivo por Nidama. Que Ishtar, a proteja, pensou.                                               

               ***

— A que devo a honra do soberano aos meus aposentos? —  perguntou Belsazar, quando Nabonido entrou. 

— Preciso falar com você,  algo muito importante. 

— Sobre meu casamento? — deduziu o filho.

— Sim.

Belsazar bufou, estava cansado de tanto ouvir sobre esse assunto, sabia que seria uma grande festa, casamento dos futuros reis da Babilônia, ele mesmo exigiu que fosse uma festa luxuosa e grandiosa, mas bastava do assunto casamento. Estava farto. 

— Pode dizer. — Belsazar respondeu,  com desânimo.

 — Impressionante como é diferente de mim, filho.

— E isso não é nenhuma novidade, pai. Será que o senhor é meu pai, mesmo? Ou será que sou bastardo como Labash-Marduk?

— Sem brincadeira de mal gosto, estou falando sério, Belsazar.  Casamento é muito importante, e eu me lembro de quando eu  casei com sua mãe, estava tão certo do que queria, já você... Você a ama? Ama Nidama?

— Ela é mulher ideal para mim, tem sangue de Nabucodonosor, manteremos o sangue puro de nossa dinastia com nossos futuros herdeiros, e Nidama está tão linda agora, esbelta, será um prazer apresentá-la como minha esposa.

 — Não respondeu minha pergunta, também não precisa, você não a ama.

— Amor? Nobres não se casam por amor.

— Eu casei. Sempre amei sua mãe.

 O príncipe deu de ombros. — Exceções acontecem.

— Eu estou preocupado, porque se trata do casamento real, dos futuros monarcas.

— Chegamos a um ponto importante, eu estava pensando... Soube que aquele meu primo distante da Pérsia, Ciro, já é rei, o pai e o tio abriram mão da coroa.

Nabonido rapidamente se deu conta de onde o filho queria chegar.

— E você sugere que eu abra mão do trono, que o entregue a você? — perguntou.

— Exatamente, o trono pertence muito mais à mim do que o senhor, o senhor era genro de Nabucodonosor,  não tem sangue dele, eu tenho. O herdeiro legítimo do trono, sou eu.

— Se Cambises confiou o trono ao filho, é porque o preparou para ser rei.

— Está dizendo que eu não estou preparado? 

— Por enquanto, preocupe-se em ser um bom marido, Nidama o ama, se esforce para fazê-la feliz, cuide dela. 

Como sempre,  Belsazar não deu muita atenção ao que o pai lhe disse.                  

                   553 a.C.                 

         Pasárgada, Pérsia

Hárpago não aguentava mais. Havia suportado o assassino de seu filho por anos, trabalhando para ele, obedecendo suas ordens, cuidando de sua segurança. Todavia, só aceitou continuar na corte meda, porque só assim conseguiria sua vingança, estando próximo à ele. De oficial, a general de Astiages. O rei Medo voltou a confiar plenamente nele.O início da vingança começava com sua viagem até a Pérsia. Estava na hora de Ciro saber toda a verdade.

— Que surpresa, maravilhosa! — exclamou Mandane, ao recebê-lo nos jardins. — Meu amigo, Hárpago.

— Não pude vir ao sepultamento de Cambises I, estava na guerra. — explicou o general medo.

— Compreendo, sei que foi promovido a general do exército de meu pai. Isso exige muito mais de você.

— Mas voltei da campanha militar com a vitória meda, e vim porque a muito para conversar com a soberana. Vim esclarecer coisas do passado.

— O que pode ser? — perguntou Mandane.

— Mandane, há muitas coisas, que preciso dizer, a primeira é que eu sempre te amei.

— Eu também, meu amigo. 

— Não dessa forma... Sempre amei você como mulher. Ver você se casando com Cambises foi muito difícil para mim.Mandane, nem soube o que responder ao general.

— Eu não sei o que dizer, Hárpago.  Nunca imaginei.

— Hoje eu me casei, tenho filhos,   estou  bem,  mas te amei muito.  E foi por esse amor, que desacatei uma ordem de seu pai. Você sempre se questionou o por quê de estar se casando com um persa. Não é?

— Sim, de fato. Mas foi a melhor coisa que poderia acontecer. Amei muito Cambises. Ele tem me feito muita falta... 

Hárpago contou tudo a Mandane. Ela chorava fortemente,  seu pai que havia causado sofrimento à ela.

— Como um ser humano, pode ser tão cruel? Ele viu o meu sofrimento,  e mesmo assim, não se importou. Ele quis matar, meu filho.

— Obrigado por ter salvado meu filho, Hárpago.

— Vou contar a verdade para Ciro. — avisou Hárpago. — Seu filho já é um homem, o rei da Pérsia. Já está na hora de cumprir essa profecia.  

A rainha mãe Mandane, não se opôs.

— Conte à ele, Astiages não desejou a morte de Ciro, por temer ser destronado por ele. Pois chegou a hora da profecia se cumprir.

De uma coisa, Mandane tinha certeza, nunca perdoaria o pai.           

                                 ***

Ciro conversava com Hárpago, até que chegaram à um assunto que Ciro preferia evitar. 

— E a princesa Joaquina? — questionou Hárpago. 

— Partiu para Babilônia, nunca mais a vi, esteve na Assíria na época da conspiração contra o tio dela,  rei Evil-Merodaque, retornou a Babilônia, e soube que ela se casou. Eu tenho seguido minha vida, com Cassandana e nosso filho, o pequeno Cambises.

A parte de Joaquina ter se casado era mentira, Mandane decidiu mentir para o filho, não sabia como Ciro reagiria se soubesse o que de fato aconteceu com Joaquina. Não quis arriscar. Era melhor que pensasse que ela estava bem e feliz.Hárpago percebendo o incômodo de Ciro, desviou o assunto.

— O príncipe têm o nome do avô.

— Assim como eu, que sou neto de Ciro I, espero honrar meus descendentes, sou descendente de Aquemenes, um Aquemênida.

— Ao meu ver já está honrando, Pasárgada está uma cidade deslumbrante, digna de ser capital de um império! Eu sempre soube que chegaria longe. Você não nasceu para ser um subjugado, rei Ciro. A profecias dos magos disse isso, antes de seu nascimento.

— Mas é isso que eu sou Hárpago, um rei vassalo. 

— Porém não precisa ser a vida inteira. O Soberano pode transformar a Pérsia num grande império. As palavras de Hárpago supreenderam Ciro, afinal ele sempre foi tão fiel a seu avô Astiages.

— Hárpago, é impressão minha ou... Não se sente mais satisfeito em servir ao meu avô?

— Sou contra muitas coisas que Astiages faz, e fez no passado. E acho que uma mudança pode acontecer. Foi muito inteligente unificar o reino.

— O tio Arsames que não gostou muito, meu pai aceitou com mais facilidade. — recordou Ciro.

— Era de se esperar, não é fácil para um rei deixar seu trono ainda em vida. Até porque alguns reis são capazes de tudo para nunca perderem seu trono... Eu te disse, Ciro, que um dia saberia a verdade, mas serei eu que lhe contarei essa verdade: Tudo começou quando seu avô, teve um sonho profético. Mandane era ainda muito jovem, ele exigiu que dos sábios dessem uma explicação para esse sonho. 

— Eu conheço essa história, Hárpago.

— Conhece parcialmente, até agora. Porque contarei tudo.

Quando ele terminou, Ciro ficou em silêncio,  tamanho o impacto que a verdade causou nele. De que seu próprio avô ordenou sua morte,  quando ele era um recém nascido. 

Hárpago propôs a ele. 

— Eu guardei isso por anos, pensando que um dia teria minha vingança. Eu estou disposto à rebelar contra Astiages, prepare seu exército,  e em pouco tempo,  será o novo rei da Média. 

— Não é apenas o que ele fez para mim. É também sua maneira injusta de governar, que eu nunca concordei. De não se importar com seu povo, apenas com seu ego, com seu orgulho. — Enquanto falava Ciro já estava decidido, iria destronar seu avô.  — Meu avô é um rei injusto e autoritário. E cabe à mim realizar tão desejada justiça, com minhas próprias mãos. — concluiu. 

Hárpago sorriu ao perceber que sua vingança estava prestes a se realizar. 

— Saiba que pode contar comigo sempre, Ciro, estarei do lado dos persas, do seu lado.                                              

                           ***

Assim que soube que Ciro estava se preparando para a guerra contra ele, Astiages convidou Ciro para ir ao palácio, e o neto se recusou. Foram duas batalhas, na primeira, os medos derrotaram os persas em Ectabana, a segunda e decisiva batalha foi em Pasárgada, capital da Pérsia, nesta  Hárpago se revoltou contra Astiages, por ser o general conseguiu colocar parte do exército Medo, para lutarem com os Persas. Dessa forma, com apenas metade do exército medo lutou contra os persas, e caiu diante dos persas.

Astiages conseguiu fugir para sua capital, na Média, Ectabana. Já dentro do palácio, na sala do encontrou sua esposa Aryanes, sozinha,  e a avisou da derrota.

— Acabou, eu perdi meu império para Ciro, a profecia se cumpriu. Precisamos nos esconder, Aryenis.Dário estava junto do pai,  havia lutado com bravura na guerra, e viu muitos medos conhecidos morrerem,  contudo, ele sobreviveu. 

— Pai, é melhor se entregar, não à mais o que fazer, Ciro deve está vindo para cá.

— Me entregar? Ele tentará me matar da forma mais cruel que pensar.

— Ciro não ia derramar sangue da própria família, conheço o neto que tenho. — Aryenes falou, confiante da bondade do neto.

Dois oficiais medos, sobreviventes da guerra, pensando nos prestígios que teriam em entregar Astiages e seu herdeiro Dário, morto à Ciro, mataram ainda de longe a rainha Aryenis, acertando uma lança em suas costas. Com ódio, Dário partiu para cima do assassino de sua mãe, e o derrotou, se desesperou ao ver que o pai ser atingido pelo outro guerreiro, que o acompanhava, enquanto lutavam com espadas. Partiu para cima do guerreiro com sua espada, e em minutos, o derrotou, o ferindo mortalmente.

Correu até o pai, gravemente ferido, Dário percebeu desesperado que o pai estava perdendo muito sangue.Desesperado, e muito fraco Astiages  conseguiu dizer:

— Preciso falar com Ciro...

Nesse instante Ciro e alguns oficiais invadiram o palácio. Hárpago foi mais rápido, já estava lá dentro. Ao ver Hárpago se aproximar, o coração de Dário se encheu de ódio.

— Traidor! Você e Ciro, dois assassinos, traidores. Minha mãe está morta, e eu pai está morrendo... Satisfeito, general!?Hárpago se defendia com destreza dos golpes de Dário, nem se surpreendia com o exímio lutador que o príncipe era, afinal ele havia o preparado para ser um grande guerreiro. Conseguiu parar Dário, o rendendo com a espada no pescoço.

— Sei que num momento como este o ódio nos domina, mas me escute.

— Acalma-se Dário, e o escute. — Astiages se esforçou para dizer.— Eu não seria capaz de matá-lo. Seu pai matou meu filho, mas  não sou como ele.

Dário estagnou-se diante das palavras do general. 

—  Matou seu filho? 

— Esse desgraçado é um homem muito cruel, você não faz ideia do quanto, Alteza. Eu me rebelei para vingar morte de meu filho. Mas eu o queria ele bem vivo para ver o que tanto temeu, Ciro o destronar.

— Ciro ordenou aos guerreiros persas, que trouxessem Astiages até ele, vivo. E eu ordenei o mesmo aos medos que se rebelaram. São oficiais medos. — confirmou Hárpago. — Eles os atacaram porque são traidores, quiseram sair como heróis diante de Ciro.

— Hárpago, aproxime-se. — pediu Astiages.

Hárpago se aproximou e o rei medo, sussurrou:

— Você é o mesmo tempo, o mais injusto e o mais desastrado de todos os homens; desastrado porque, tendo o poder para se tornar rei, entregou o poder a outro, e injusto porque sujeitou os medos, seu próprio povo a vassalagem, movido pela vingança sem sentindo. 

— Era meu filho, e você o matou...Também o que esperar de um verme que ordenou que matasse o próprio neto!? 

— O que está falando Hárpago? Como pode vir com essas acusações em um momento como esse?

— Não são apenas acusações, príncipe.

— É verdade o que esse traidor diz, Dário. — confirmou Astiages. — Me traiu duas vezes, no passado e agora. Fiz o que fiz pensando no futuro, e em você, meu filho. Para que um dia pudesse se sentar no trono em meu lugar. Mas por culpa dele, não será rei.

 Ciro chegou a sala do trono,  e ao ver a avó já sem vida, se ajoelhou perto do seu corpo. 

— A senhora é uma vítima, me perdoe, minha avó.

— Ciro, venha logo, Astiages o espera...— avisou Hárpago. — Ele está morrendo. ..

Ciro foi se aproximou,  de Astiages, que olhou para o neto.

. — Enfim, a profecia se cumpriu. Destronado pelo filho de Mandane,  meu próprio neto.

— Não fiz por vingança, fiz porque não aguentava mais ver tanta injustiça cometidas pelo senhor. Mas não era pra ser assim.  Eu jamais o mataria. 

— Você é tão superior a mim em sua bondade e clemência, que certamente concederia seu perdão, caso eu o pedisse, mas não sou digno de ter seu perdão. E também não  pedirei. 

— O que foi que fez de tão grave a Ciro, meu pai,  que reconhece que não merece nem mesmo o perdão dele? — perguntou Dário,  tentando entender as acusações de Hárpago.

— Depois Harpago pode te explicar, com detalhes. Agora, me escutem, não tenho muito tempo. — avisou Astiages. — Peço que vocês não se tornem inimigos,  por causa do que aconteceu aqui.  Ou acabarão destruindo um ao outro. Peço que se unam, e juntos construam um grande Império...        

Após dizer essas palavras,  Astiages da Média,  morreu.                   

                   ***

Após a sepultamento dos avós, Ciro retornou a Pasárgada. Foi recebido com festa pelos persas, que agora não era mais uma província vassala, e assim um Império, os persas tinham um império.

Cassandana estava orgulhosa por seu marido, aos poucos ele conseguiria realizar o sonho de fazer do mundo um lugar mais justo. 

— Eu juntamente com meus conselheiros criei uma esquema novo de governo nunca visto antes, conhecido como sátrapias. Os sátrapas são governadores — Ciro explicava a Dário. — Quero que seja o meu primeiro sátrapa.

— Eu não posso aceitar, apesar de ser o herdeiro de Astiages, você o derrotou. Eu não nasci para sentar no trono da Média, talvez no futuro, posso reinar em algum lugar,  mas não agora. Coloque seu tio avô Arsames, no trono. Ou alguém que confie.

Ciro surpreso com as palavras do tio, perguntou:

— E o que pretende fazer, Dário? 

— Pensei muito no que meu pai nos disse, antes de partir, ele pode ter sido tirano, mas desejou que a gente se aliasse, e acho que ele estava certo. — Dário disse a Ciro.  — Me sentiria honrado em ser um general. De está ao seu lado, conquistando terras, e mais terras, sei que será um monarca justo, na verdade você já é. Mas agora todos conhecerão Ciro II da Pérsia,  sua fama correrá por toda Terra.  Ainda será senhor de toda Ásia. 

Ciro sabendo da competência de Dário,  como espadachim, o aceitou prontamente em seu exército. 

                   ***

Soraya havia ficado muito preocupada com Dário, sabia que Ciro não faria mal ao tio, mas durante a guerra, absolutamente tudo poderia acontecer. O príncipe medo participou das duas batalhas, perdeu o pai e a mãe,  mas sobreviveu, quando chegou a Pérsia,  e encontrou Soraya,  ela o consolou e o abraçou,  mas não falaram sobre os dois. Ainda não era o momento. 

Porém, mais calmo,  Dário resolveu sua vida e ficaria na Pérsia,  como general de Ciro, e não tinha dúvidas de que se casaria com quem sempre amou,  com Soraya. Isso se ela o desejasse como esposo.

Se abraçavam,  tentando matar a saudade, de anos. 

— Você  não casou.  — comentou ele sorrindo,  sem esconder a felicidade. 

— Não. Eu não poderia, não seria justo me casar com outro alguém se meu coração nunca te esqueceu. — Soraya respondeu, o olhando nos olhos,  emocionada por Dário está tão perto. 

— Eu também não me casei, e olha que meu pai tentou, enfrentei ele tantas vezes,  negando as noivas que ele arrumava. — contou ele.  — Nunca arrisquei dizer seu nome. Tinha medo que ele fizesse algo contra você.  

— Fico feliz em saber que assim como eu,  você nunca deixou de acreditar em nós. — Soraya disse. 

— Nunca, e agora,  eu ficarei na Pérsia.  Como um dos generais de Ciro. Você sempre dizia que não era uma princesa, e por isso não poderia se casar  comigo.  — relembrou Dário e então se ajoelhou.  — Mas e agora,  o que acha de se casar comigo e se tornar uma princesa? Quer casar comigo,  Soraya? 

Soraya não conseguiu evitar as lágrimas de emoção e felicidade que surgiram.

— Sim, sim. Eu aceito Dário,  é o que eu sempre quis, não ser uma princesa. E sim ser sua esposa. 

O príncipe se levantou rapidamente,  e beijou sua noiva,  apaixonado. 



Notas Finais


Na primeira parte do capítulo, tivemos os preparativos para o casamento de Belsazar e Nidama, nos próximos vamos ver como está a vida de casados deles. Inclusive deixei algumas pistas sobre o futuro. Dois anos se passaram, e chegamos a Pérsia, e quero já esclarecer que Joaquina não se casou, o Ciro acha que ela se casou, mas isso nao é verdade, Joaquina está passando por momentos complicados, e foi por isso que eu tirei essa parte do capítulo, para não deixar ninguém aflito por ela. Essa não explicação de o que acontece com Joaquina,  ela ficará por mais um capítulo "sumida" tenham paciência, tudo será explicado no momento certo. Astiages morreu, e Ciro é o novo rei da Média, agora começará o expansionismo do Império. Príncipe Dário sofreu, presenciou a morte dos pais, compreensível sua revolta, e apesar de no início desejar vingança, entendeu os motivos para guerra, e reconheceu Ciro como novo rei da Média, e se tornou general!  Finalmente ele e Soraya poderão ficar juntos ❤


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