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História A Herdeira - Segredo Sangrio REFAZENDO - Um anjinho e um demoninho entram em conflito


Escrita por: Amazyx

Notas do Autor


OLAAAAAAAAA

Capítulo 1 - Um anjinho e um demoninho entram em conflito


Mansão em Brighton – 8:07 A.M.

 

Os óculos escuros viraram algo essencial em um quesito meu chamado: vida.

Cheguei à conclusão de que, se fôssemos entrar em guerra, o que eu menos precisava era ficar cega no meio de uma batalha. Porém, a recuperação da cirurgia refrativa estava me enchendo o saco.

Tinha que usar colírio constantemente, até mais do que a média pelo tamanho de meus olhos, além de ter que evitar piscinas, mares e a luz era quase um inferno. A coisa boa, era que estava me recuperando rápido e isso me tranquilizava, mas eu ainda tinha que andar como se eu quisesse me esconder por trás dos enormes óculos escuros.

Olhei para o céu, soltando um suspiro. Estava confusa com o que deveria acontecer. Com o que eu deveria fazer naquele momento. Sei que não sou uma pessoa pacífica, mas isso não significa que sei o que fazer em uma guerra.

Só me restava encarar as ondas da praia em frente a minha casa, me sentindo mais inútil do que nunca.

– Acordada tão cedo?

Me virei para trás, surpresa ao encontrar Oliver andando em minha direção. Se me lembrava bem, ele deveria estar lecionando poções em Hogwarts.

 – O que faz aqui? – perguntei, enquanto ele se sentou do meu lado. – Não deveria estar, tipo assim, no seu emprego?

Ele sorriu. Confesso que eu quase tive um troço quando ele fez isso e minhas pernas ficaram bambas. Não que não acontecesse antes, mas agora eu consigo confessar.

– Preciso ir à Olimpian. Preparar os alunos para o que está por vir. Essas coisas – voltei a olhar para o mar, respirando fundo. – O que foi? Não acho que vá ter alguma dificuldade nesse quesito.

– Bem, eu também não – suspiro. – Já que eu não vou voltar para a escola.

Ele congelou e consegui notar o franzir de suas sobrancelhas. O olhei novamente, conseguindo perceber a confusão em seus olhos.

– Explique – ele pediu.

–  Óbvio que meu pai comentou com você que ele é dono de um grande vinhedo em Punta Ala, na Toscana, Itália – ele confirmou com um aceno de cabeça. – Como o resto do ano é centrado nos NOM’s e NIEM’s, eu não vou fazer nenhum dos dois e ele tem questões a resolver, ele conseguiu autorização para que eu fosse com ele.

– Entendi – Oliver respondeu, neutro. – Sabe por que Sandro pediu a sua presença?

Fiz que não com a cabeça e voltei a olhar a paisagem. A verdade era que meu pai andava muito estranho desde a notícia de uma possível guerra. Começou a destruir documentos, contratou mais empregados, fazia telefonemas falando em italiano – algo que ele não fazia desde a máfia. Ele até aconselhou que minhas tias exceto Daniela, claro, procurassem um outro lugar para ficar. Por causa da proteção que a mansão tinha, as meninas teriam que ficar nela, mas ele as tinha conseguido convencer ue era uma boa ideia sair dali. Deve ter feito a mesma coisa de quando eu e as meninas fomos ao acampamento sem avisar. O senhor Cantorinne tem um belo poder de persuasão. Afrodite deve ter se encantado com isso, provavelmente.

 Eu estava preocupada, mas sempre que eu tentava entender o que estava acontecendo e ia falar com ele, era sempre a mesma coisa.

– Não se preocupe com isso, Vicky – dizia, me dando um beijo no topo da cabeça. Porém, ele não afirmar, nem negar nada, só me deixava mais preocupada.

Podia sentir o olhar de Oliver me queimando, mas não me virei para olhá-lo dessa vez. Não havíamos conversado sobre o beijo que me dera há algum tempo, quando estava eufórica com toda a sequência de mortes na Floresta Proibida da escola. Quer dizer, tínhamos coisas mais importantes para resolver naquele momento, certo?

Além de que, não podíamos fazer aquilo novamente. Depois de ser meu professor, ele era maior de idade. Mesmo eu nunca ter encarado uma diferença de idade como a nossa de cinco anos a coisa mais estapafúrdia, eu preferia ficar fora de algo que poderia colocá-lo na cadeia.

– Como Hogwarts está reagindo a uma nova guerra? – perguntei, para acabar com aquele silêncio.

– Melhor do que pensamos. Os menores estão com medo, claro, mas todos estão dispostos a ajudar.

– Isso é bom. Quanto mais pessoas puderem ajudar, melhor.

Acabamos caindo no silêncio novamente e suspirei, me preparando para levantar. Se a nossa situação ia ficar daquela maneira, preferia me retirar.

Antes que eu me levantasse, ele segurou meu pulso com firmeza, mas sem força, mesmo assim me impedindo de levantar e lançando fios eletricidade pelo meu corpo.

– Victória – disse, simplesmente.

– Oliver – respondi da mesma maneira.

Mesmo por baixo dos óculos, seus olhos me hipnotizaram. Eram de uma cor tão diferente e profunda como o oceano. Além do conjunto que era seu rosto e o porte físico, eles acabavam com a minha sanidade, porque eu sabia o que era o certo a fazer. E sabia que nada do que era certo estava passando pela minha cabeça.

Ele tirou sua mão de meu braço e colocou meu cabelo atrás da orelha, mesmo não adiantando muito. A franja estava crescendo demais e consegui separá-la no meio, mas ainda não estava com um tamanho para denominá-la “franjão”.

Oliver tirou os meus óculos, o que me fez estreitá-los bastante por causa do sol e não consegui fitá-lo. Droga de adaptação.

– Por que fez isso? – reclamei – Agora eu não consigo abrir os olhos!

– Isso nāo importa.

Antes que eu conseguisse processar o que ele disse, senti seus lábios encontrarem os meus com necessidade.

E então, lembra do que eu tinha falado? Pode esquecer tudo. Eu sei o que eu disse, mas a teoria é bem mais fácil do que a prática.

Minhas mãos alcançaram seu rosto, com intuito de afastá-lo, mas não consegui. Senti seus dedos passarem pela minha nuca em direção do meu cabelo e isso me arrepiou automaticamente. Segurei em seus ombros, procurando algum equilíbrio. Ele pareceu notar isso também, pois passou o braço livre pela minha cintura, me puxando para mais perto.

Alcancei a razão e o afastei de mim, recolocando os óculos, ofegante. Quando voltei a olhá-lo, ele estava claramente confuso e… sei lá, decepcionado?

– Não – eu disse observando seus lábios, mais para mim mesma do que para ele. Balancei a cabeça e, pelo seu olhar, eu sabia que ele tinha entendido. – Não.

– E por que não?

 – Sabe exatamente o porquê. Além de tudo, se meu pai sonhar com algo do tipo, você sabe muito bem que o que vai te acontecer é pior do que a cadeia.

Ele sorriu. Por que ele sorriu?

– Eu vou procurar um dicionário e te mostrar a definição de “segredo”.

O encarei sem humor e ele beijou minha testa. Nesse momento, o celular dele começou a tocar e ele passou um braço pelos meus ombros, enquanto atendia.

– Alô? – ele ficou apreensivo e olhou para mim. – Ah, oi Sandro, eu estou na praia… Ela não está no quarto? – eles estavam falando de mim. Beleeeza. – Tudo bem, eu vou ver se a encontro – e desligou. – Seu pai está te procurando.

– Eu presumi. Acho melhor entrarmos antes que ele acabe vendo esta cena e acabe com sua vida – me levantei, tirando a areia das minhas roupas e indo em direção da mansão, com Oliver em meu encalço.

– Valeria a pena – disse e eu revirei os olhos, agradecendo novamente o fato de eu não corar.

Assim que entramos e chegamos à sala de estar, meu pai terminou de descer as escadas. Fiquei tensa. Meu pai sempre foi muito protetor comigo, quer dizer, o fato dele ter me colocado do outro lado do mundo para a minha segurança já mostra o quão extremo ele é com o meu cuidado!

– Filha! – ele disse vindo até mim e beijando o topo de minha cabeça. – Bom dia, aonde estava?

Ele também sempre foi muito objetivo.

– Estava na praia, espairecendo – apontei para Oliver, sem realmente olhá-lo. – Oliver e eu acabamos nos encontrando e ele disse que o senhor estava me procurando.

Consegui notar o breve olhar que lançou ao professor, um pouco desconfiado, mas em menos de um segundo ele tinha sumido. E isso porque ele não sabia de absolutamente nada!

– Bem, muito obrigado! – disse a ele com um sorriso e Oliver acenou uma vez com a cabeça. – Eu a estava procurando para o café da manhã, na verdade, mas, quando não me respondeu, fiquei preocupado.

– Só estava precisando pensar, pai – Não era mentira.

Depois disso, seguimos para a sala de jantar, onde eu já conseguia ver – e ouvir, claro – Daniela e Cecília discutindo.

– Mãe, já faz quatro meses que eu tô nessa dieta, eu emagreci para um caralho e ganhei massa também! Agora faz o favor de deixar eu comer um biscoito?

– Não, filha! – Daniela respondeu firmemente para Cecília. Ela estava sentada em uma das cabeceiras, de costas para a porta. De acordo com Heric, isso a fazia definitivamente mulher do anfitrião, no caso, meu pai – Só estou preocupada com sua saúde!

Ouvi Cecília grunhir quando sentei ao lado direito da outra cabeceira e peguei uma tigela, colocando o cereal e, ao invés de leite, sempre gostei de colocar iogurte, me agrada mais.

– Você que é sortuda, sua vaca! – Cecília jogou uma maça em minha direção, quase me fazendo derrubar a colher que tinha acabado de enfiar na boca.

– Cecília, os modos! – Daniela a reprimiu.

– Ai, o quê que eu fiz?! – perguntei, com a boca cheia. – Aliás, bom dia para você também, vadia!

– Meu tio praticamente te obriga a comer mais e eu tenho que engolir esse troço! – ela afastou o prato com o que eu adivinhei ser pão integral, claras de ovo com alguma carne magra e uma vitamina de frutas.

– Não vejo nada de errado aí – disse, antes de morder uma torrada.

Notei que meu pai não estava por ali assim que entrou na sala, dando um selinho de bom dia em Daniela. Se não me engano, eles fariam três anos em dezembro. Como o tempo voa, não?

– Claro que não, você vinha comendo como um pássaro!

– Chega – meu pai disse autoritário. Ele sempre conseguia impor ordem sem gritar ou sequer se exaltar. – Nós só nos preocupamos com a saúde de vocês.

Ele tomou seu lugar na outra cabeceira, ao meu lado. Oliver entrou em seguida, se sentando à direita de Daniela. O outro lugar de “honra” depois do meu. Notei que sua expressão estava um pouco séria. Será que meu pai tinha falado algo com ele? O advertido, ou alguma coisa assim? Era bem do meu pai fazer isso.

Logo as outras meninas chegaram, sentando em qualquer lugar da mesa, dizendo bom dia e atacando a comida – nada de novo aí.

– Vih, o que ser exatamente da escola em sua ausência? – Ana me perguntou ao meu lado, terminando de engolir uma fruta qualquer. – As coisas estão meio conturbadas para você sair assim, não?

– Linda e Oliver estão lá. Sabe? Atena e Zeus, eles vão saber o que fazer.

– É meio estranho, sabe? – Amanda comentou. – Parece que você não estando lá, as coisas vão desandar.

– Ah, por favor, eu sou como todos, não sei como eu poderia ajudar. Mas e vocês? O que vão fazer enquanto estou fora, além de chorarem antes de dormir.

– Nossa, você é tão engraçada! – Cecília comentou. – Estou morrendo de rir por dentro, acredite.

– Bem, elas vão para o acampamento perguntar a Quíron uma maneira de ajudar dali, já que não sabemos onde nossos inimigos se escondem. Eu vou ficar aqui cuidando de minha filha.

– Aonde está Hana por falar nisso? – Perguntei, notando que não estava com a mãe

– Em meu quarto, dormindo. Ela é bem tranquila de lidar, na verdade.

– Querida, você deu sorte – Daniela comentou. – Quando você era criança não parava de gritar. Nenhuma de vocês, na verdade, eu e suas mães tivemos dificuldade em acalmá-las.

– Mas isso não era quando a gente era criança, isso acontece até hoje – Amanda comentou, dando risada.

A conversa se seguiu normalmente, sempre agitada com as meninas, mas eu fiquei calada, analisando-as. Não tinham mudado nada, mas eu com certeza não era a mesma e isso me assustava. Não queria que as coisas mudassem entre nós, mesmo sabendo que era quase impossível, já que nos aturamos desde sempre. Se fosse para algo acontecer, já teria acontecido.

Depois do café, seguimos para o quarto de Liana, para dar uma olhada em nossa sobrinha. Ela estava dormindo tranquilamente, com os grossos fios de cabelo castanhos, quase pretos, de Liana bagunçados. Acho que era a única coisa de Liana que ela tem, o resto com certeza é do pai.

– Ela é tão fofa que eu não sei como lidar! – Ana disse, se apoiando na borda do berço. – Tem certeza que ela é sua filha, Liana?

– Ha, ha, ha – a mesma riu sem humor. – Humorista!

– Quando você vai, Vih? – Amanda perguntou, se jogando na cama de Liana. – Para a Toscana?

– Acho que segunda-feira, no mesmo dia que vocês vão para o acampamento.

– E é isso? – Liana perguntou, colocando as mãos na cintura. – Vai todo mundo me abandonar e me deixar sozinha?

– Você não está sozinha, a Hana está logo ali – Ana apontou para o berço.

– Você tá engraçadinha hoje, né?

– Acham que vamos ser chamadas para ir a Hogwarts de novo? – Cecília perguntou e eu franzi o cenho.

Bem, os alunos não aceitaram exatamente bem tudo o que houve nos meses anteriores. Amanda tinha conseguido trazer suas quinquilharias e eles não gostaram nenhum pouco disso. Cecília arranjou briga com todo mundo, Liana, nem preciso comentar. Depois do acidente com o Expresso de Hogwarts, digamos que simpatia não é uma coisa que existe por ela naquela escola. Daniel? Ele deve ter trocado saliva com tudo que era feminino e respirava. Talvez chamassem Ana, mas ela não conseguiria aguentar tudo aquilo sozinha, acreditem, eu conheço minha amiga.

– Provavelmente não – respondi. – Os alunos não as receberiam da maneira mais amistosa.

– Nossa eles são uns chatos – Cecília reclamou. – Exceto seus amigos, é claro. Quer dizer, você tem um ótimo histórico para escolha de amizades, não é mesmo?

Revirei os olhos com seu comentário.

– Mas, Victória, diga-nos – Liana me encarou com os olhos semicerrados, as mãos na cintura e um pequeno sorriso nos finos lábios. – Como andam as coisas com você e o professor?

Todas as meninas fizeram um “uh”, virando a cabeça em minha direção e eu corri para fechar a porta do quarto.

– Shh! – As censurei. – Ele está nesta casa, sabiam? Meu pai também!

– Então anda acontecendo algo? – Ana perguntou,  boquiaberta.

– Não sei dizer – respondi, sincera. – Mas vocês sabem que não pode acontecer nada.

– Nossa, que chata! – Liana reclamou. – Ninguém precisa exatamente saber, cê tá ligada, né?

– Foi o que ele disse… Não é assim tão simples, Liana.

– Ah, qual é! Tá na cara que você quer ele e ele te quer, o que está impedindo vocês dois?

– A lei, quase todas as normas da escola – contei nos dedos. – E… Ah é! O senhor Cantorinne, também conhecido como meu superprotetor pai.

– Não é tanta coisa assim… – Ela falou em voz baixa e a encarei. – E você vai para a Itália daqui a pouco, então…

– Pelos menos está melhor que algumas pessoas dentro deste quarto… – Cecília disse olhando para Amanda.

– O que? – A mesma perguntou sem entender. – O que que eu fiz?

– Nada – Ana respondeu, dando de ombros. – Esse é exatamente o problema. Está encalhada há muito tempo, amiga.

– Porque eu quero. Isso não é estar encalhada.

– É sim – todas respondemos aos mesmo tempo.

– Até a Ana se envolveu com aquele filho do Dioniso, se lembram? – Cecília riu.

– Aquilo foi só uma vez! – ela retrucou, corando.

– Am, foi com um filho de Dioniso – argumentei, rindo. – É claro que foi só uma vez!

Ela me encarou sem humor, o que me fez rir ainda mais.

– Enfim, acho que isso não é algo para se preocupar nestes tempos – Amanda tentou encerrar o assunto, o que não deu certo.

– Olha, acho que não tem hora certa para se preocupar com isso.

– Fazendo juz à mãe que tem, não é Victória? – ela grunhiu.

– É difícil ignorar o sangue – respondi, dando de ombros e jogando o cabelo para trás.

– Mas parece que é isso que está tentando fazer com Oliver – Liana disse pegando a filha que tinha acabado de acordar. – Então, por que não tenta?

Tá, ela tinha todos os argumentos para me incentivar e eu realmente me senti muito tentada a procurá-lo, mas decidi adiar a decisão.

– Eu vou pensar – respondi, finalmente.

– Isso não é um “não”! Estamos progredindo!

– Também não é um “sim”, sua desmiolada! – joguei uma almofada nos pés dela.

– Ei, a minha filha!

– Posso segurá-la para você trocar de roupa? – Ana sorriu e Liana hesitou, mas passou Hana para os braços da loira. – Ai, ela é muito fofa! Eu vou mimar ela para sempre!

Liana se sentou na frente do espelho, amassando o cabelo curto com as mãos, o analisando como se fosse uma peça de roupa e pensava se valia a pena ou não comprá-la pelo alto preço. Andei até ela e notei a caixinha recém comprada de tintura para cabelo. A peguei e mostrei a ela.

– Vai pintar o cabelo de novo? De rosa ainda por cima?

– Rosa pastel. É diferente! – ela arrancou a caixinha de minha mão e pegou as roupas que tinha separado e começou a se vestir. Ela sempre foi muito confiante com o corpo, mesmo depois do parto e, se despir na nossa frente, era uma coisa mais que comum.

– Ei! – Ana tampou os olhos de Hana. – Tem uma criança neste quarto! Ei, mudando de assunto, Daniel tem te ligado? Ele vive me enchendo o saco para saber da sobrinha.

– Ah, você não faz ideia! – Liana gemeu, aborrecida. – Todos. Os. Dias. Já que se colocar os pés aqui, meu tio acaba com ele.

– Não só o tio… – Cecília grunhiu. – Se eu ver aquele ser humano eu não sei o que eu faço!

– O que aconteceu Cecília? – perguntei. – Quer dizer, que você odeia ele todo mundo sabe, mas você vem ficando mais destrutiva ao falar nele. Na verdade, desde que eu contei que ele apareceu por aqui no natal passado. O que houve?

Ela coçou a nuca. Sempre fazia isso quando queria esconder alguma coisa da gente, mas não conseguia.

– Cecília – Amanda falou, séria. – Responda a pergunta.

– Bem, você disse que ele meio que invadiu a casa, certo? Coisa que eu não sei como aconteceu, para falar a verdade! – ela começou a se irritar. – Bem, quando ele saiu de sua janela eu estava no telefone por perto e ele apareceu, bêbado e idiota.

– O que ele fez? – Ana perguntou, adivinhando. Ela sempre teve isso de pressentir as coisas, acho que é coisa de cria de Apolo. – Cecília, responda: o que ele fez?

– Não foi o que ele fez, foi o que ele tentou fazer. Ele tentou me beijar.

Todas fizemos sons incrédulo, quer dizer, como assim? Por que? Como? Quando? Onde? Como assim?

– Tá de brincadeira! – Liana disse, de olhos arregalados.

– Não pode ser verdade! – Amanda concordou.

– Ah, qual é! – Cecília se indignou. – Eu já menti para vocês? Vocês podem ter notado algumas marcas no rosto dele quando voltávamos a Hogwarts, antes de Hana nascer…

Soltei uma gargalhada, adivinhando o resto dos acontecimentos. Amand me acompanhou e Liana colocou uma mão na boca, escondendo o sorriso. Até Ana estava com dificuldades em reprimir a risada.

– Olha, ele é meu irmão, mas foi mais que merecido! – ela disse e Hana começou a se remexer. – Ele é seu tio também, mas foi merecido!

– Ela está com fome – Liana disse e foi pegar a filha para dar de mamar. – Mas sério, como assim o Daniel tentou alguma coisa com você.

– Ele estava evidentemente bêbado, mas vamos, ele não tinha direito nenhum de aparecer daquele jeito do nada.

– Odeio te depreciar, amiga, mas seus encontros vão ser inevitáveis – Ana disse, balançando um brinquedo na frente de Hana. – Ele parece querer falar com Sandro para ver Hana pelo menos uma vez por semana. E ele pode ser bem persuasivo quando quer.

– Bem, espero que eu já esteja no acampamento  quando isso acontecer, vai me ajudar a não cometer um assassinato.

– E eu vou estar na Toscana – suspirei, me jogando na cama, ao lado de Amanda. – Vou voltar bêbada de vinho.

– O que nos faz voltar ao assunto: o que fará em relação ao professor? – Cecília perguntou e, de novo, todas se voltaram para mim. – Vai dar uma chance ao cavaleiro de armadura?

– Puts, parece um sonho – Ana concordou. – Ele nunca te viu, mas sempre estava lá por você e ainda está. Acham que ele se apaixonou por ela antes de sequer conhecê-la?

– Isso entra naquele quesito de se é possível se apaixonar por alguém que você nunca viu – Liana respondeu. – E eu não quero entrar nessa discussão.

– Eu não sei, meninas – respondi, me lembrando de certas partes da minha vida em que me sentia bem, por motivo nenhum. – Acho que eu sempre senti ele lá, sabe? De alguma forma. E colocar isso de uma forma real e que eu consigo viver e saber que eu não estou alucinando é… Intimidante.

– Alguém um dia me disse que, para acabar com um medo, é enfrentando-o – Ana sorriu para mim.

Respirei fundo, pensando muito e sentindo que eu estava prestes a fazer a maior e melhor merda da minha vida.

Porque quem havia dito aquela frase fui eu.


Notas Finais


EAEWWWWW GERAL Sério gente, me falem se eu voltei com aquele feeling das outras temps, se eu não voltei, se estou bem encaminhada... ME AJUDEM a fic não é só minha. é de vocês também.


Se vc acabou de chegar aqui e não está entendendo BULHUFAS eu vou deixar o link com as outras temps aqui)


1: A Herdeira - Paracialmente Prisioneira
https://spiritfanfics.com/historia/a-herdeira--parcialmente-prisioneira-1558731

2: A Herdeira e a Ilha dos Mortos
https://spiritfanfics.com/historia/fanfiction-harry-potter-a-herdeira-e-a-ilha-dos-mortos-2077210

3: A Herdeira - Equipe de Elite
https://spiritfanfics.com/historia/fanfiction-harry-potter-a-herdeira--equipe-de-elite-2498372

4: A Herdeira e o Mistério da Cerca
https://spiritfanfics.com/historia/fanfiction-harry-potter-a-herdeira-e-o-misterio-da-cerca-3495674


Trailer desta: https://youtu.be/uUcHqikbLr0


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