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História A Herdeira - Segredo Sangrio REFAZENDO - Mudança de planos


Escrita por: Amazyx

Notas do Autor


TRILHA SONORA SUGERIDA:

Closer - The Chainsmokers

(link nas notas finais)

Capítulo 2 - Mudança de planos


Batia a caneta na mesa da biblioteca, pensativa.

Tinha acabado de terminar o meu horário de estudos, que eu mesma me dava para me preparar para os NIEM’s. Com tudo o que havia acontecido, eu quase não tivera tempo para estudar, mas estava conseguindo conciliar minha rotina melhor.

A Lua já estava alta no céu, todos já estavam dormindo e eu ali, pensando em vários nada.

Fechei o livro de astronomia e resolvi ir para a piscina. Era lua minguante, não havia muitas nuvens no céu e seria ótimo observá-lo sem os óculos escuros.

Apliquei o colírio nos olhos e segui para as escadas que davam na piscina. As plantas ao redor tinham, entre si, alguma lâmpada verde, que realçava a cor das folhas. A mansão atrás de mim estava apagada, o que tinha dificultado um pouco a minha chegada até lá, mas nada que eu não conseguisse lidar.

Quando estava quase no fim das escadas que levavam para lá, me parei, vendo que não estava sozinha. Acho que minha mãe estava pregando uma peça na minha pessoa, porque não é possível!

— Oliver — chamei e ele se virou para mim, enquanto eu ia ao seu encontro. — O que faz por aqui?

— Te pergunto o mesmo. Eu, no caso, estou dormindo na casa da piscina. Tem uma cama lá, aparentemente.

— Vim aqui para relaxar, na verdade. E o que houve? A casa é pequena demais para nós dois?

Ele sorriu e sorri de volta, me sentando ao seu lado a beira da piscina.

— Aparentemente sim, já que os quartos que eram de hóspedes foram ocupados por suas amigas.

— Sim, elas são bem espaçosas. Mas e aí? — mudei o tom de voz. — Como foram as coisas na Olimpian?

— Bem, consegui convencer algumas pessoas a colocar um simulador em Hogwarts e liberar armas.

— As de fogo ou as normais?

— Ambas — levantei as sobrancelhas, impressionada. — Mas vamos precisar da ajuda de alguém a mais para orientar os alunos.

— Quem?

— McGonagall está cuidando disso.

— Entendi — olhei para o céu, analisando as estrelas. Ainda as enxergava com um certo borrão, mas com certeza não passaria alguns dias e eu estaria livre da adaptação.

— Já está conseguindo enxergar direito?

— Sim, mas ainda estou restrita a algumas coisas. Piscina e mar… Nem pensar.

— Droga.

— O quê?

— Vai ser mais difícil fazer isso.

Ele abraçou forte as minhas pernas e nos jogou na piscina, mas, surpreendentemente, conseguiu me deixar do quadril para cima fora da água fria.

— Seu louco! — sussurrei, enquanto ele ria baixo. — Vão nos ouvir!

— Não vão não!

Ele ainda segurava forte minhas pernas, me fazendo estar muito mais alta que ele.

— Eu não dou pé nesta parte, imbecil, se me deixar cair já era!

— Como? Assim? — ele afrouxou seu abraço e inspirei fundo antes dele me segurar pela cintura, antes que eu caísse na piscina e voltou a rir.

— Seu sem graça! — bati em seu peito, notando que eu havia tentado me segurar com os braços em volta de seu pescoço.

— Se eu soubesse que para ter você perto assim só precisava te assustar, teria feito isso antes.

Antes que eu pudesse responder, vimos uma luz ali perto se acender.

— Alguém está vindo! — sussurrei e Oliver submergiu automaticamente, ainda segurando minhas pernas para que eu não caísse.

— Senhorita Cantorinne? — olhei para o alto da escada, vendo a senhora ruiva que trabalhava cuidando da piscina. — O que está fazendo aí?

— Estava andando e… Caí! — dei de ombros. Ela com certeza acreditaria, afinal, sou desastrada que só.

— Precisa de ajuda? — eu não disse?

— Não, tudo bem! Pode voltar a dormir, desculpe se te acordei.

Ela assentiu e foi embora. Esperei até ter certeza de que ela não voltaria e apertei o ombro de Oliver, para saber que ele poderia voltar para a superfície.

— Quem era? — ele perguntou baixo, após pegar fôlego.

— A mulher que cuida da piscina — respondi, ainda olhando para onde ela foi.

— Bem, ela chegou na hora errada.

Me voltei para Oliver, tentar entender do que ele estava falando, mas ele me beijou antes que eu pudesse falar alguma coisa.

Parecia que ele queria deixar o beijo simples, como um selinho demorado, mas isso não aconteceu. Logo, começamos a nos beijar cada vez mais forte e com vontade, ainda mais do que na vez da praia.

Porque daquela vez eu não o impedi em nenhum momento de continuar a me beijar.

 

 

Continuamos por bastante — bastante — tempo até começamos a sentir muito frio pela água da piscina, mesmo que por dentro a última coisa que estávamos sentindo era frio. Oliver me levantou com facilidade pela cintura, me sentou na beirada da piscina e se ergueu.

— Bem, tenho que ir — eu disse, segurando sua mão. — Prefiro evitar não ter a mesma sorte de antes.

— E vai sair pela casa deixando pegadas por aí? Claro, isso não vai levantar suspeitas.

— O que sugere então, gênio?

— Venha — ele puxou minha mão em direção da casa da piscina, tomando cuidado para que ninguém nos visse.

Eu fiquei parada na entrada, sem saber o que fazer. Afinal, eu não tinha nenhuma piccola ideia do que estava se passando pela mente do professor. Ele foi até o quarto e eu fiquei lá, parada que nem uma estátua, observando o lugar. Quem diria que era realmente uma casa que havia ali, como um pequeno apartamento, com cozinha e tudo. Oliver moraria ali sem problema nenhum. Sorri com a ideia.

Ele voltou e pegou a minha mão novamente, me puxando até o quarto, com cuidado para ambos não escorregarmos, mesmo o piso sendo feito exatamente de um modo para que tal coisa não acontecesse.

Pegou um moletom bonina enorme e me entregou, juntamente com uma toalha.

— Como deve saber, já que a casa é sua, há um banheiro com chuveiro no final do corredor. Tome banho e depois volte a seu quarto.

— E você? — perguntei, pegando o moletom e a toalha.

— Eu vou depois. Agora, se apresse.

Coloquei dois dedos na testa, em continência e me dirigi ao banheiro, sorrindo. Como eu tinha conseguido a proeza de não molhar — completamente — meu cabelo, apenas o prendi em um coque e tirei o cloro da piscina de meu corpo, saindo do banheiro com o grande moletom de Oliver. Em mim, parecia um vestido extremamente curto.

— Agora eu tenho que ir — eu disse, parando na porta do quarto, onde Oliver ainda estava com suas roupas molhadas. — Se alguém inventar de passar pelo meu quarto, vai encontrar a porta aberta e a minha cama arrumada.

Ele se virou para mim e olhou para o moletom que eu vestia e sorriu, se levantando e veio até mim.

— Tudo bem, te vejo amanhã — ele deu um beijo em minha testa e outro em minha boca. O empurrei, fingindo estar brava.

— Dá para parar de fazer isso, cara?

— O quê? — ele franziu as sobrancelhas.

— De me beijar assim, do nada!

— O que queria, um aviso prévio?

— No mínimo!

— Tudo bem. Agora eu vou te beijar.

Segurou meu rosto e me deu um selinho demorado. Dei um leve tapa em seu braço e me despedi, voltando para a mansão, ainda pensando se estava fazendo a coisa certa.

 

 *   *   *

 

Ana

 

Eu sabia que as coisas estavam estranhas. Podia sentir.

Eu estava dormindo quando vi dois grupos de felinos se encarando. Não me pergunte quais tipos, eram todos parecidos ou iguais, em ambos os lados e parecia que eu estava encarando uma animação em aquarela. Começaram a se atracar, um matando ou ferindo um ao outro, enquanto um grande lobo negro tomava conta dos céus e apenas um filhote de leão parecia vê-lo. Em um borrão de tintas, o lobo passou a perseguir um leão, mas este, porém, negro como a noite e o filhote que vi antes perseguia os dois, sem saber o que mais fazer.

O lobo se ergueu para dar o bote no leão, no entanto, o filhote se colocou na frente, se ferindo gravemente e caindo no chão, desacordado.

Me sentei na cama rapidamente, ofegantes. Meu cabelo, recém cortado em um long bob, estava molhado de suor frio e várias mechas estavam em meus olhos. Quando parei de ter flashes em aquarela e identifiquei meu quarto, consegui relaxar e deixar minha cabeça cair em minhas mãos. Fazia muito tempo que não tinha sonhos daquela maneira, em algum formato de arte. Só tive em torno de três, tão enigmáticos como e, depois eu soube que cada um teve alguma relação com o futuro envolvendo alguém que iria me afetar de alguma forma.

Era sempre assim Eu nunca sonhava comigo, parecia uma espécie de regra: vou sonhar com o futuro de pessoas que eu até mesmo nem conhecia, mas o meu? Nem pensar.

Me levantei e acendi o abajur da minha escrivaninha, procurando pelas minhas tintas de aquarela e meu bloco de folhas para tal. Eu precisava desenhar as imagens que vira para analisá-las mais claramente.

Segui desenhando por horas e, quando o sol estava nascendo, já tinha pintado mais de dez folhas e eu estava inteiramente suja de tinta, com os desenhos espalhados pelo chão. Sempre com o lobo de alguma forma em cada uma delas, exceto na imagem do filhote de leão deitado no chão. Peguei essa imagem com cuidado, notando que o leão bege estava completamente sozinho em um fundo em tons de vermelho.

O coloquei de volta em seu lugar. Tinha organizado todos de forma cronológica, desde a primeira imagem que vi, até a última antes de eu acordar. Sabia que algo estava diferente. Eu normalmente não sonhava, de forma alguma, sempre que eu o fazia, era em algum traço de arte. Giz, carvão, tinta, lápis de cor, lápis de escrever, até mesmo a dedo. Ninguém sabia disso. Era uma coisa minha e estranha, não queria que alguém interpretasse, cabia a mim fazer isso, as chances de errar eram menores.

Victória com certeza notava o quanto eu me incomodava quando Stephan estava presente ou era mencionado. Eu sabia que tinha algo errado com ele, mas não queria estragar a felicidade da minha amiga. Ela parecia tão feliz.

Eu deveria ter falado alguma coisa.

Eu queria saber sobre quem era esse sonho e, sabia também, que eu ia continuar sonhando algo parecido até estar claro em minha cabeça o que estava para acontecer e descobrir o que fazer ou a quem avisar.

Eu só esperava não descobrir tarde demais.

Resolvi me limpar antes do café da manhã, já que estranhariam se eu não aparecesse. Até porque, se tem uma coisa que eu não perco é a hora de comer, né?

Escolhi um vestido azul marinho simples e largo para vestir e o coloquei em cima da cama, junto com um boné e óculos rosa bebê, para disfarçar as olheiras. Decidi pôr um tênis da mesma cor, já que o vestido já realçava a cor de meus olhos.

Assim que saí do banho e coloquei a roupas, notei que os desenhos ainda estavam espalhados pelo quarto, já secos. Os peguei e guardei em meu portfólio, onde escondia os outros desenhos do tipo, entre o colchão e a cama.

Ainda agachada ao lado da cama, pensei de novo comigo mesma o porquê de eu não mostrar tais desenhos para as meninas. Quer dizer, a gente divide tudo, tudo mesmo até o que não deve, mas não cheguei a resposta. Era uma sensação de que, pelo menos por enquanto, elas não poderiam saber daquilo.

Desci as escadas, pronta para ir para a sala de jantar, mas, antes de chegar no último degrau, notei que meu tio estava de braços cruzados, esperando por alguém com uma carta em mãos.

— Tio? — o chamei e ele se virou para mim, descruzando os braços. Nossa, a Victória era realmente idêntica a ele. — Esperando por quem?

— Por você, na verdade.

Franzi as sobrancelhas, sem entender e ele me entregou a carta, com meu nome completo escrito. Como conseguiram meu nome completo? Eu nunca fazia questão do sobrenome de meu avô “van Weiss”, já que fui muito zoada pela descendência alemã.

— O que é isso? — perguntei, pronta para virar o envelope e ver quem me mandara.

— Bem, digamos que não irá para o acampamento na segunda — paralisei, sem entender se estava vendo realmente o símbolo da escola. — Você vai para Hogwarts.


Notas Finais




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