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História A Herdeira - Segredo Sangrio REFAZENDO - Minha família menos favorita


Escrita por: Amazyx

Capítulo 9 - Minha família menos favorita


— Vicky!

Era tarde da noite quando meu pai finalmente chegou de onde quer que estivesse. Eu já tinha me trocado e colocado os moletons que Vicenzo me obrigou a vestir. Ele até tinha feito chocolate quente para eu me aquecer.

Meu pai deu a volta na ilha da cozinha e me abraçou fortemente. Ele tinha cheiro de eucalipto e charutos. Onde ele estava?

— Oi, pai — eu disse, simplesmente.

— Você está fria, filha! — tirou o sobretudo e o colocou em meus ombros.

— Não pode ser! — coloquei o cabelo ainda molhado atrás da orelha.

— Mas é, Vicky. O clima está estranho para esta época do ano. Mantenha-se aquecida!

— Foi o que eu disse, senhor Cantorinne — pronunciou Vicenzo, de braços cruzados. Estava apoiado o tempo todo na pia, mas resolveu mostrar seu lado “eu sou um ser humano perfeito e educado”.

— Como isso aconteceu? — perguntou meu pai, me abraçando de lado.

Vicenzo então, passou a contar como as coisas no iate Mirage passaram a ficar extremamente complicadas. Tudo bem que ele mudou a nossa discussão para uma “conversa”. Antes que eu pudesse desmentir, meu pai pediu para conversar comigo a sós.

Suspirei, assim que estávamos sozinhos. Com certeza aquilo foi coisa de Vitor. Não poderia ser coincidência eu ter sonhado com ele e ter sido atacada pouco tempo depois.

E agora ele tinha a Jóia do Mar. Por que precisaria dela? Não queria nem pensar.

Assim que contei isso, ele esfregou o cabelo, desarrumando o perfeito alinhamento para trás.

— Aquele garoto… — murmurou. — Como foi acontecer?

— Era amigo do pai dele, não era? — perguntei e ele me olhou. — Quer dizer, de Henrique. Lembro de Vitor mencionar algo dele com a Máfia. E quando nos encontramos pela primeira vez naquele ônibus no Brasil, ele estava lá.

— Ele deveria ficar de olho em você — disse com um suspiro. — Queria ter certeza que ficaria viva, é perigoso uma semideusa por aí sem segurança. Ele adotou Vitor, pra falar a verdade. Sabia tanto quanto nós.

— Entendi. Eu realmente aprecio o gesto, mas eu só sou filha de Afrodite. Mesmo bruxa,isso não deveria ser tão perigoso.

Senti algo estranho. Como uma força tocando meu coração e uma leve brisa com cheiro de rosas.

— Cuidado com os nomes, filha.

Franzi o cenho. Nunca tinha tomado cuidado antes. Para falar a verdade, nunca tinha pensado no perigo antes.

— Acho que eu devo voltar — disse eu, depois de uma breve pausa.

— Para onde?

— Hogwarts. O pessoal de Vitor não vai me encontrar por lá, não acha?

Ele deu um sorriso carinhoso e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Deslizou o polegar pela cicatriz que Vitor me deu. Era estranho, parecia saber de algo que eu não sabia.

Eu já estava cansada disso. Era sempre “Estou ocupado!” ou “Agora não!” ou “Não se preocupe com isso!”. O que quer que fosse para não me dizer o que estava acontecendo! Por que eu não podia saber de nada?

— Ainda não é o momento, Vicky.

E, com isso, me acompanhou até meu quarto, em frente ao dele. Me deu um beijo de boa noite no topo da cabeça e entrou em seu quarto.

Assim que fiz o mesmo, deparei com Vicenzo apoiado na abertura da porta que ligava nossos quartos, de braços cruzados. De alguma forma, conseguia ressaltar os músculos mais desse jeito.

— Awn, você é ou não a princesinha do papai?

— Não enche, Vicenzo — fechei a porta ao entrar. — Vá dormir!

— Mas eu falo sério. Não o conhece há um grande período de tempo, mas vocês têm uma ligação bonita.

O encarei. Ele estava realmente sendo sincero naquelas palavras. Podia sentir isso, de alguma forma. Decidi insistir no assunto, nossas conversas nunca passavam de foras e cantadas baratas. Não necessariamente nessa ordem.

— Pai difícil? — perguntei.

Ele deu de ombros.

— Tanto quanto um defunto pode ser.

Respirei fundo. Que modo de descobrir isso.

— Meus pêsames. — ele deu um meio sorriso. — E a sua mãe?

Vicenzo bufou.

— Está para casar com o melhor amigo dele. Meu padrinho.

Reconheci o olhar em seu rosto. O tinha visto em várias pessoas que conheci e até mesmo em mim, em alguns momentos.

— Você acha que o seu padrinho quem…?

— O quê? Não! Pelo contrário, até ajudou a pegar os caras que fizeram isso. Mas não vou dizer que sou completamente a favor dos dois.

— Posso imaginar.

— Mas e você? Sua mãe. Toda vez que a mencionei perto de Sandro ele desviou o foco da conversa. É brasileira não é? Ele disse algo sobre você ter nascido lá.

O encarei. Então ele não sabia da minha outra metade semideusa.

— Vamos dizer apenas que ela é ocupada demais com o trabalho para pensar na família.

— Sei. Qual é o nome dela?

Hesitei por um momento, até lembrar da sensação que tinha sentido a pouco tempo na cozinha.

— Rosa. Só encontrei com ela uma vez. — toquei o meu cordão, em que havia um C rodeado por rosas como em uma moeda.

— Uma flor. As pessoas acabam adquirindo os significados de seus nomes, de vez em quando. — o encarei. Não sabia desse lado mais poeta dele. Até que era legal. — Ei! Acabei de notar uma coisa! “Vicenzo”, significa “aquele que conquista a vitória!” É o destino, Victória?

Durou muito pouco.

— Não. Boa noite, Vicenzo.

— Boa noite, boneca.

 

 

 

Acordei com o som de pratos quebrando.

Agarrei minha varinha e desci para a cozinha rapidamente, encontrando Vicenzo lutando mano a mano com alguém que não identifiquei. Como esse cara tinha passado pela segurança?!

Finalmente, quando ele jogou o garoto em cima da ilha pela gola da camisa consegui ver quem era. Os olhos azuis faiscavam e o nariz estava sangrando.

— Smith! — eu gritei. — Que merda está fazendo aqui?!

— Conhece esse estúpido?! — Vicenzo perguntou, ainda segurando a gola de Smith. Eu sabia o quanto Daniel era bom em luta, mas Vicenzo ganhava dele fácil em força e altura. Entendi finalmente porque meu pai o havia contratado para ser meu guarda-costas.

Andei até os dois e afastei Vicenzo de Smith.

— Sim, ele é meu amigo!

— Eu vou ligar para o seu pai!

— Não! — me aproximei de Vicenzo enquanto Smith saía de cima da ilha da cozinha. — Vicenzo, meu pai não pode saber que Daniel está aqui!

— Pensei que ele fosse seu amigo!

— Sim, mas… — olhei para Smith, que estava com a mão no nariz. — Ele também é meu primo.

— Seu primo? — ele perguntou irônico. — Como eu nunca ouvi falar dele?

— É… da parte de minha mãe. Sabe como meu pai evita a família dela, mas, como eu disse, ele é meu amigo.

— Victória, eu tenho que avisar seu pai! É meu trabalho.

Por. Favor. — pedi, usando drama e um pouco de charme. Precisava entender o que Smith estava fazendo ali.

Ele hesitou, olhando de um olho meu para o outro. Finalmente, suspirou e fez que sim com a cabeça.

Peguei a mão de Smith que não estava em seu nariz e o arrastei pelas escadas até o meu quarto.

— Quem caralhos é aquele cara?! — perguntou subindo os degraus.

— Meu guarda-costas — respondi. — Meu pai contratou.

— Pode me dizer onde seu pai achou o telefone do Thor italiano?!

O arrastei até o banheiro de meu quarto e peguei o kit de primeiros socorros que tinha no armário e comecei a cuidar de seu nariz.

— Então, agora eu sou seu amigo, princesa? — ele riu, como podia.

— O pior deles, mas é. Como passou pela segurança? — perguntei, limpando o sangue. — E como teve a grande impressão que poderia aguentar uma briga com Vicenzo?

— Eu entrei pela parte da piscina e ele me atacou! — ele franziu as sobrancelhas, me analisando. — Pegou um bronzeado? E está mais forte também! O que houve?!

— Não é hora de ficar me analisando. É a segunda vez que consegue invadir minha casa. Como consegue?

— Eu só sou muito bom, princesa. — ele segurou o meu pulso com o algodão que eu estava limpando seu nariz. — E eu tenho certeza que não quebrei o nariz, pode parar de esfregar esse troço na minha cara. Já parou de sangrar.

Respirei fundo e joguei o algodão no lixo.  Tirei a franja do rosto e olhei para Smith. Sem pensar muito, o abracei fortemente. Não sei porque, eu estava aliviada com uma figura familiar no meio daquela confusão.

— Uou! — ele disse, sem entender. — Isso eu não esperava. — ele me afastou, analisando meu rosto. — O que houve?

— Eu não sei — suspirei. — As coisas estão estranhas e…

— Cadê a Jóia do Mar? — ele perguntou, pegando a moeda do cordão que minha mãe me deu no ano passado.

O expliquei o que tinha acontecido enquanto voltamos para o quarto. Além da sensação de que todos estavam me escondendo alguma coisa, além de meu pai não pensar ser uma boa voltar para a escola.

— Ele disse que não é o momento certo — expliquei —, mas eu não entendo. Que lugar é mais seguro que Hogwarts para alguém como eu? Aqui até você conseguiu entrar!

— Como eu disse: eu sou muito bom. E não acho que Vitor queira a Jóia. Só tentou achar uma forma de te deixar mais vulnerável. Só não contava com seu guarda-costas. — ele se jogou na minha cama, alcançando Bastet. — Ele é um porre, aliás.

— Nem me diga. Sou eu quem tem que aturá-lo o tempo todo, esqueceu? Mas me conte por que está aqui! Não deveria estar cuidando de Liana e Hana?

— Liana está me enlouquecendo! Vive emotiva e chorando por aí. Quando eu sugeri que ela poderia estar com depressão pós-parto, jogou uma vaso em mim!

— Ela está tão mal assim?

— É, pensei que soubesse. Não te ligou para falar nada?

— Não, eu… Para falar a verdade, nenhuma das meninas entrou em contato comigo ultimamente. Estranho. Bem, Ana não consegue usar o demiwiz na escola. Acha que fizeram a mesma coisa no acampamento? — Ele deu de ombros.

Achei estranho nenhuma delas ligar ou mandar uma mensagem de íris. E achei ainda mais estranho eu só ter notado naquele momento.

— Mas me fale, por que realmente está aqui?

— Acabei de dizer!

— Smith, te conheço há tempo o suficiente para saber que não deixaria sua sobrinha sozinha por nada. O que houve?

Ele me encarou e suspirou.

— Você, princesa. Comecei a ter pesadelos com você. Coisa grande.

Antes que eu pudesse falar alguma coisa, ouvi batidas apressadas na porta de meu quarto.

— Sou eu! — disse Vicenzo atrás da porta. — E seu pai.

Olhei para Smith com urgência e apontei para debaixo da cama. Ele imediatamente entendeu e se jogou ali antes que eu abrisse a porta.

— Sim? — perguntei ao abrí-la, arrumando meu cabelo.

— Obrigado, Vicenzo… — meu pai o encarou confuso. — Pode ir agora…

Ele acenou com a cabeça e moveu os lábios em minha direção dizendo “De nada”.

— Então — comecei —, o que trás o tão ocupado senhor Cantorinne ao meu humilde quarto?

— Não fale assim, Vicky — suspirou. — Sabe que não estou aqui exatamente de férias. Mas, eu acabei conseguindo um tempo e quero te levar a um lugar na cidade vizinha para o café. Acha que vai querer? — brincou.

— Olha, eu vou pensar no seu caso — brinquei de volta.

— E se formos a uma loja de bolos depois? — ele cruzou os braços.

— Vou me trocar e já já vamos.

— Rápido — ele riu e se virou para o andar de baixo.

Fechei a porta e tive certeza de que a que ligava o quarto de Vicenzo com o meu estava bem trancada.

— Vai me deixar aqui? — perguntou Smith, saindo debaixo da minha cama. — Acabei de chegar!

— Eu reclamei dias que meu pai não estava tendo tempo pra passar comigo, se eu negasse ele iria estranhar! — olhei o clima pela janela. Estava meio nublado, mas não ventava tanto assim. — E você se comporte quando eu estiver fora! Não sai do quarto e quando eu voltar você me explica essa história direito!

— Sim, mamãe.

— Eu estou falando sério! Heric está na casa, sabe como ele é! Ele e os empregados não vêm aqui se eu não estiver.

Entrei no closet, começando a procurar roupas. Heric tinha escolhido tudo e deixado combinações prontas! Que figura! Até tinha etiquetado!

— Eu não vi sinal de Heric! — ouvi Smith dizer por trás da porta.

— Eu também não, desde ontem. Mas conhece ele! Ele aparece do nada!

— Não posso nem ir na cozinha pegar algo para comer?

— Não! — saí com um grande suéter preto de vestido com as barras da manga brancas, meias pretas com listras horizontais brancas acima do joelho e um tênis branco da adidas. — Se alguém te ver, nós dois já éramos!

Smith apontou para a minha roupa, de cenho franzido.

— Isso é… fofo. Por que você está usando algo fofo?

— Heric — cruzei os braços. — Ele quem fez meu guarda-roupa e separou combinações prontas.

— É, o Gauthier definitivamente está nesta casa. Mas, voltando ao assunto, o seu guarda-costas não vai me deixar ficar por aqui. Estamos encrencados de qualquer maneira!

Olhei para o demiwiz que estava em cima da cabeceira da cama. Andei até ele e o peguei, com uma ideia surgindo em minha cabeça.

— Não estamos não.

— Se você diz. Pode pelo menos me trazer um pedaço de bolo de limão quando voltar?

Revirei os olhos e saí do meu quarto sem responder. Eu tinha um plano e ia fazê-lo funcionar rapidamente.


Notas Finais


EU SEEEEEEEEEI que vcs tavam com sdds do Smith! Tó ele de presente de ano novo atrasado!


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