Ao chegarem ao reino, as moças foram separadas em dois aposentos antes de irem para o Harém. Foram escolhidas criadas já senhoras de idade para cuidarem das moças que não podiam ser tocadas por nenhum homem do palácio. Quem ousasse tocar em uma das moças seria castrado e jogado nas masmorras do Castelo, essas eram as ordens do Rei.
Foram chamadas de uma a uma para passarem por um banho, dentro da pequena piscina haviam pétalas de rosas vermelhas e ao redor na bancada haviam vários perfumes e óleos. Cada banho durava em torno de meia hora e o processo seria repetido durante um mês, elas foram tratadas com especiarias, perfumes e unguentos.
Depois de todas terem passado pelo mesmo processo, foram levadas para o Harém. Entregaram-lhes as mais belas vestimentas e joias do Reino. Quando todas estavam prontas, foram posicionadas lado a lado para ouvir a “chamada”.
- Quem eu for chamando dê um passo à frente. – Disse a senhora.
Anastácia
Aurora
Clarissa
Katrina
Dinah
Esmeralda
Emma
Sarah
Julieta
Lucy
Mary Margaret
Olímpia
Ruby
Regina
Zelena
Ao término da “chamada” a porta da casa das mulheres foi aberta abruptamente, e uma mulher mais velha passou por ela. Esta possuía cabelos loiros em um tom escuro, lisos e compridos. A pele alva e com traços e expressões marcadas pela idade avançada, possuía também olhos verdes, porém seu olhar transmitia fraqueza e tristeza.
Mas o que chamou a atenção das moças foram as belíssimas vestes com que a senhora vestia, e outro ponto mais importante, a coroa em sua cabeça.
De repente ela parou olhou para todas as moças e disse:
- Sejam Bem-vindas! Permitam-me que eu me apresente, sou Eveline, em breve ex-rainha de Locksley. Pois em algumas semanas passarei está coroa a uma de vocês. – Ela retirou a coroa de sua cabeça com delicadeza e colocou sobre uma grande almofada segurada por uma serva.
- Eu queria aproveitar e desculpar-me pelo meu filho, o modo de como foram tiradas de suas casas... fora desumana, até. Mas prometo-lhes que a partir de hoje serão muito bem tratadas aqui no palácio. – Disse ela, tentando animar as garotas. – Bom, segundo as tradições de Locksley, as 15 moças irão passar uma noite com o Rei, individualmente, ou seja, uma moça por noite. Serão chamadas apenas duas por semana, e isso ocorrerá através de um sorteio. A moça da qual o Rei se agradar, ele a tornará sua Rainha. Boa Sorte garotas! - Logo ela retira-se da casa das mulheres.
Todo o comitê de servas se foi no mesmo instante em que a Rainha passou pela porta. Ficaram ali somente as moças. Todas elas se encaminharam para o quarto em que dividirão daqui para frente. Haviam várias camas espalhadas, para ser mais exato, quinze.
- Regina. - gritou Emma ao avistar a amiga que não se viram desde que foram separadas. As duas se abraçaram fortemente.
- Emma. - exclamou ela em meio às lágrimas. - Eles mataram meu pai, eles... eu nem pude me despedir. - sua voz não passava de um sussurro neste instante. Ela sentia-se frágil, vulnerável, o que ela não era.
- Eu sinto muito, acalme-se. Eu vou tirar você daqui, nós vamos dar um jeito. Não se preocupe. - Emma tentava tranquilizar a amiga, que ela tinha como uma irmã.
O dia havia passado muito rápido, Regina e a amiga ficaram o tempo todo juntas, ainda estava abalada pela morte de seu pai e no momento a única coisa que ela queria era ficar exatamente onde estava, ao lado de Emma. Logo após o choro de Regina cessar as duas conversaram sobre um possível plano de fuga. Que iriam pôr em prática no dia seguinte.
Ao amanhecer todas as moças se faziam presentes perante a mesa, saboreando o café da manhã. A mesa estava farta, Regina nunca havia visto tanta comida diferente, muito menos sua amiga.
Antes de se sentarem para tomarem o café, receberam uma visita inesperada. A Rainha Eveline, apareceu em trajes simples e anunciou que todas as manhãs e incluindo todas as refeições do dia ela estaria presente para ensinarmos a nos comportar perante a mesa. Emma e Regina escolherem suas cadeiras, porém quando Emma foi sentar-se e sentiu ser empurrada propositalmente.
– Ei, garota olha por onde anda! - Disse Emma.
– Você que deve se pôr em seu lugar, camponesa. – Disse a mulher com desdém. – Esta cadeira próxima a Rainha será ocupada por alguém que tenha classe. E isso não inclui você e muito menos a sua amiguinha. Sua morta de fome!
– O que? Repete! - Revidou Emma. Que cerrou os punhos imediatamente.
– Oh, e ainda é surda, por sinal. – Disse a ruiva. – Sente bem longe de mim, sua pobretona! – Emma pulou na garota. Regina puxava a amiga para longe sem sucesso.
Logo chamaram a atenção de todas as moças que foram para perto delas. Depois de alguns segundos Regina obteve sucesso, puxou a amiga para longe. A ruiva estava toda descabelada e evidentemente muito furiosa com Emma.
– O que houve aqui? – Exclamou a Senhora Helena, responsável por manter em ordem a casa das mulheres. Ela era uma espécie de superiora das moças, programava seus banhos, cuidava para que todas sempre estivessem devidamente arrumadas e que principalmente mantivessem a classe. E uma briga entre as garotas não era algo satisfatório. – Vocês estão ficando malucas? Não perceberam ainda que estão concorrendo a coroa Real? Qualquer deslize e uma de vocês perde a chance de se tornar Rainha!
- Não foi escolha minha estar aqui. – Exclamou Emma, indignada.
- Viu, ela começou essa confusão! – Gritou a ruiva. – Veja como estou, ela acabou com o meu penteado. Na verdade, foram essas duas brutas! Essas camponesas. – Ela apontou também para Regina.
– Muito bem, Emma e Regina. Como punição vocês ficaram sem café da manhã, voltem já para os quartos.
– O quê? Mas isso é injusto, não começamos a confusão. Foi el... – Regina se pronunciou pela primeira vez. Porém foi cortada.
– Não interessa! – Helena levantou o seu tom de voz. – Estou lidando com moças e não com rebeldes. – Ela se aproximou e parou em frente a Emma e Regina. – Aprendam uma coisa garotas, sejam totalmente submissas. Nunca ousem a desacatar uma ordem, nem contestar, apenas calem-se e a cumpra. – A senhora olhou no fundo dos olhos delas. – O Rei odeia mulheres não submissas! Agora andem.
As duas foram em direção a saída, mas antes que pudessem sair a ruiva se aproximou delas.
– Zelena, guardem bem o meu nome. – Sussurrou para que só elas ouvissem. – Pois quando me eu me tornar Rainha de Locksley, não pensarei duas vezes em coloca-lás nas masmorras.
E então elas voltaram para o quarto.
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