História A herdeira do diabo - Capítulo 1

Música: dangerous woman– Ariana grande 

Chapter 1 – Prólogo

Talia Winchester P.O.V

Puxei o pano da bota para cima,vendo que havia parado na metade das minhas cochas. Me levantei, indo até o espelho, conferindo meu visual. Meu vestido era curto, deixando apenas uma parte da minha cocha a mostra,já que com a ajuda da bota, era tampado pela mesma. O vestido era preto e colado,marcando minhas curvas. Meu cabelo estava solto,batendo bem abaixo dos meus seios. Meu batom vermelho refletia em meu rosto,deixando meu olhar maldoso ser moldado ainda mais pelo batom. 

Saí do quarto, colocando o cartão magnético que servia para eu entrar em meu quarto, no meio dos meus seios, ajeitando meu vestido. Entrei no elevador, vendo um homem branco de olhos claros me olhando sorrindo torto,completamente malicioso. Revirei os olhos quando o vi,entrando no elevador apertando o botão do térreo.

—O que está fazendo aqui Dominic?– perguntei sem ânimo algum

—Seu pai me mandou tomar conta de você!

—Não preciso que cuide de mim

—Então vá até ele e diga que não precisa de mim, desafiar seu pai é pedir para morrer.– falou dramático,fazendo eu revirar os olhos

—Você foi bem corajoso quando ele nos pegou aquele dia!– falei sorrindo maliciosa, enrrolando uma mecha de meu cabelo nos dedos. No segundo seguinte eu batia minha costa fortemente na parede de metal daquele cubículo. Dominic estava em minha frente, me encarando maliciosamente. Seus olhos desceram até minha boca, parando em meu decote generoso.

—Sabe que ele não se irritou tanto! – falou com a boca quase colada na minha

—Não se irritou tanto? Ele destruíu uma cidade, cara!– falei cínica vendo ele sorrir malandro

—Mas não fez nada com a gente! – falou beijando meu pescoço

—Por que eu pedi!– falei o empurrando para longe, vendo ele arrumar sua jaqueta de couro me olhando maliciosamente – Você não seria capaz de enfrentar meu pai,sabe que morreria no segundo seguinte!– falei passando as mãos no cabelo

—Mas você, com certeza eu venceria! – falou se gabando. Virei meu pescoço em sua direção,vendo ele se chocar contra a parede, ele colocou as mãos na garganta, significando que estava com falta de ar. Tombei minha cabeça para o lado,vendo ele sofrer mais um pouco. Quando o soltei, ele caiu no chão, derrotado tentando recuperar o fôlego

—Vocês sempre se esquecem quem manda. Você é só um anjo caído meu caro, mas EU tenho o sangue dele,sou a filha dele. O que ele faz eu faço mil vezes pior. Meu DNA é dos dois piores demônios do inferno, não se esqueça, eu tenho mais poder querido,eu te derrubei com o poder da minha mente,imagine se eu usar minha verdadeira força? – falei me abaixando ao seu lado,erguendo seu queixo com meu dedo. Ele ainda recuperava o fôlego. Quando as portas se abriram,saí pelas mesmas. Previ que ele iria me seguir e com um gesto com os dedos,como se eu os deslizassem pelo ar,os arrastei para o lado vendo a porta de metal se fechar com meu jesto. Sorri satisfeita vendo o olhar de todos em mim, por meus trajes. Acenei para um táxi, vendo ele parar. 

—Para a boate Devils,no Brooklyn! – falei a ele vendo ele me olhar estranho por essa hora da manhã eu ir em uma boate,mas não disse nada. Sem ele nem ao menos dizer uma palavra, eu conhecia toda sua vida. Seu nome era Javier, tinha três filhas e mulher. Morava no México mas veio para cá para dar uma vida melhor para sua família, seus ancestrais eram traficantes, mas ele queria um emprego honesto. Pobre dele,deveria ter continuado no tráfico, seria muito mais rico do que é hoje.

Quando ele estacionou de frente a boate,rodei minha mão em cima do meu colo,vendo uma nota de cem aparecer em cima do meu colo. Peguei a nota e lhe estendi

—Mas senhora, a viajem deu apenas trinta dólares! – ele falou confuso

—Não esquenta, vai precisar!– falei lhe lançando uma piscadela antes de bater a porta. Vai precisar e muito meu querido, pensei vendo ele acelerar para longe dalí. 

No decorrer da rua,o que mais se via eram pessoas drogadas,jogadas no chão. Alguns tremiam já que o efeito da droga já tinha se esvaziado de seus corpos. Os olhei com desprezo e entrei na boate,vendo que tudo continuava como eu me lembrava. Seu interior era escuro,com apenas algumas luzes de Led azuis e rosa refletindo ali. Avistei a loura sentada no balcão,conversando com algun homem que seria sua vítima mais tarde. Nós éramos originais. Herdeiros são originais assim como seus pais. Nossos pais eram amigos quando foram condenados a viver no inferno por Ele. Demônios não podem ter filhos, apenas quem tiver o DNA original em suas veias,assim como eu,Gina e meu irmão.

Me aproximei de ambos,sentindo o olhar de todos em mim. Eu nunca aparecia aqui,só quando era,verdadeiramente e muito importante, e pelo tom de voz de Gina ontem a noite, me pareceu ser bem importante. 

—Sai!– ordenei para o cara,vendo Gina me olhar sorrindo maliciosa, e o olhar fuzilante do homem

—Quem é você? – perguntou astuto

—Alguém que não vai querer conhecer! – falei furiosa, fazendo veias pretas aparecerem abaixo dos meus olhos, assim como todo meu globo ocular ficar escuro,preto como a noite. O cara deixou seu copo cair,saindo correndo dalí. Voltei meus olhos ao normal, me sentando no lugar que o homem estava a poucos segundos atrás.

—O que foi que aconteceu? – perguntei séria a Gina, vendo pela primeira vez em todos esses anos, ficar desconfortável antes de falar

—Eu ouvi umas coisas que gostaria de não ter ouvido!– começou se explicando, um pouco enrrolada

—O que ouviu?

—Era sobre você!

—O que seria sobre mim?– perguntei confusa a ela

—Se lembra de antigamente, quando você queria subir para ver a terra? Mas seus pais diziam que teria uma certa idade para isso?

—Sim,o que isso tem a ver?

—E-eu ouvi seu pai conversando com meu pai sobre uma tal de profecia que envolvia dois herdeiros. Dois herdeiros originais Lia!– ela falou meu apelido me lembrando de quando éramos mais novas

—Eu e você? Eu e Jake? Quem seria?– perguntei confusa vendo ela balançar a cabeça em negação

—Era sobre um anjo e um demônio, um herdeiro de cada!– minha boca se abriu em choque

—O-o que?

—Eu consegui a profecia, entrei no querto dos seus pais escondido e achei!– ela falou retirando um papel do bolso de sua jaqueta. Abri o papel de cor amarelada, vendo sua caligrafia horrível, mas legível. 

"Oque procuras, hás de encontrar, e teu o tornaras. Sem esperança falharas e, voando só, retornarás.Subirás na escuridão do labirinto infinito,os herdeiros reerguidos. Da criança amaldiçoada a defesa final. Ao oeste todos buscarão a herdeira procurada. Um se perderá nos desejos que lhe rondavam. Céu e inferno, cada um brilhará. A maldição do amor eterno,um deve sustentar. Pela mão de um pai,um irá espirar.Em tempestade ou fogo, o mundo terá acabado. Um juramento a manter como um alerta final. Inimigos com armas as portas da morte se abrirão. A destruição virá quando o último suspiro de um dos dois herdeiros, acontecer."

Quando terminei de ler,meus olhos com toda certeza, estavam arregalados.

—O que isso quer dizer?

—Bem,seu pai só deixou você vir para cá com seus dezenove anos,e ele disse algo sobre isso ontem, ele disse que era para ter se concretizado a muito tempo, mas daí você fez vinte anos e até agora nada,ele acha que pode acontecer no seu aniversário de vinte um,ou até antes.

—Mas acontecer o que Gina?

—Ele disse que soube relatos de alguns de seus informantes...

—O que? Meu pai está fazendo anjos virarem demônios? Qual o intuito disso?

—Te proteger! Enfim, ele soube que Ele já tem seu herdeiro a muito tempo, mas que esta esperando a oportunidade certa. Como diz aí,pode ser a salvação ou a destruição de tudo. Mas seu pai disse,que um dos anjos soube que nem tudo sairia como esta na profecia,aconteceria muitas coisas a mais.

—Como o que?

—Não sei,mas acho que a própria porfecia nos deu uma pista,aí está escrito que a maldição do amor eterno,um deve sustentar. Acho que isso deve dizer alguma coisa.

—Acha que um demônio vai se apaixonar por um anjo? Você enlouqueceu? – perguntei estérica vendo ela dar de ombros

—Nada é impossível!

—Isso é! Ficou louca? Se seu pai te ouvir falando uma coisa dessa ele mesmo mata você! – falei seria, vendo ela sorrir e tomar um gole de sua bebida– Como estão meus pais?

—Estão bem,estranhamente seus pais não estão brigando mais,está uma paz sem fim lá no castelo. Sua mãe como sempre, continua saindo escondido, para fazer compras. Seu pai está bem também, a não ser pelo fato dele estar transformando anjos em demônios

—Como ele está fazendo isso?

—Ele promete trazer a pessoa amada em três dias úteis! – falou sarcástica, mordendo o canudo de seu drink,comigo revirando os olhos – Sabe como seu pai é, faz de tudo para a filhinha,mesmo que isso custe deixar uma de suas inúmeras almas livres por aí!

—E como está Jake?

—Literalmente,de saco cheio! Disse que não vê a hora de fazer dezoito para poder vir aqui pra cima!

—E como você está?

—Estou bem,viajo hoje mesmo para a Grécia, é tão emocionante! – falou empolgada, tirando um sorriso minúsculo de mim, mas verdadeiro– e como você está?

—Estou bem! – falei simples dando de ombros, ela me olhou com os olhos cerrados e um bico em sua boca– o quê!?

—Sério? Só "estou bem" acha que responde minha pergunta? Quero detalhes.

—Ahh eu também tenho viajado ultimamente, vou ficar na Itália agora

—Por que lá?

—Gosto de lá, as comidas são ótimas!

—Como se você entendesse alguma coisa de comida!– sorri com ela,sentido o vermelho brilhante de meu colar refletir em meu rosto,abaixei meu olhar, assim como Gina, olhando a pedra cintilar,piscando incansavelmente

—Será que ele descobriu que eu te contei sobre a porfecia?– Gina perguntou com medo

—Não sei,mas se ele descobriu não se preocupe,ele não vai te machucar!– falei calma vendo ela sorrir.

Fechei minha mão em volta da pedra vermelha, vendo Gina sorrir fraco,me desejando boa sorte. Fechei os olhos e  falei as palavras certas, em latim que me levariam de volta para baixo.

"Et inde reversus est"*

Abri meus olhos, me vendo parada em frente a porta do castelo. Em volta tudo que se via era a escuridão, fogo e alguns gritos misericordiosos. Adentrei o castelo, vendo meu pai me esperando com as mãos nos bolsos.

—Oi papai!