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História A herdeira do diabo - Capítulo 6


Escrita por: ParacetaLOKA

Capítulo 6 - Capítulo 6


Fanfic / Fanfiction A herdeira do diabo - Capítulo 6

 

Música: why try– Ariana grande 

 

 

 

Chapter 6 – He like

 

Talia Winchester P.o.v

 

 

Abri a porta de vidro da lojinha de conveniência, ouvindo o barulho de um sininho. Revirei os olhos indo até as poucas prateleiras que tinha alí. 

 

Peguei um lanche natural, que estava em um refrigerador. Um pacote de salgadinhos, uma lata de coca cola e algumas barras pequenas de chocolate.

 

Fui até o caixa e coloquei tudo no balcão, vendo uma mulher de cabelos grisalhos me olhar esperançosa.

 

—Cobre um tanque cheio também! – falei lhe estendendo o dinheiro, vendo ela acentir.

 

Depois de ter feito a soma de tudo e ter colocado minhas coisas em uma sacola plástica, ela me estendeu a sacola com o troco

 

—Pode ficar com o troco!– falei vendo ela me olhar assustada

—Mas a senhorita me deu uma nota de cem dólares, a sua conta deu apenas cinqüenta!

—Não tem problema, pode ficar!– falei e sorri pequeno. Ela iria precisar do dinheiro mais que eu e Justin, já que estava na cara que poucos passavam por aqui 

—Muito obrigado! – ela falou sorrindo, mostrando a falta de alguns dentes

—Disponha!– sorri pegando a sacola.

 

Saí da lojinha, já abrindo minha Coca. Justin estava parado olhando para cima, alarmado. Diminuí o passo, olhando cautelosa para cima.

 

—Venha logo, não podemos dar na cara que sabemos que eles estão aqui!– Justin sussurrou, e graças a meu Pai, eu tenho os sentidos aguçados, caso o contrário não poderia escutar Justin pela distância que eu estava.

 

Me recompus, voltando a beber minha Coca tranquilamente. Balancei meu cabelo na frente de Justin, tentando ser fresca.

 

—Vamos, estou cansada!– murmurei como uma patricinha mimada. Justin tomou seu acento no banco do motorista e eu sentei no banco ao seu lado.

 

Quando Justin arrancou com o carro, percebi suas bochechas vermelhas.

 

—O que foi Justin? Você está vermelho! – falei tocando seu rosto, sentindo a quentura que sua pele estava – E, está pelando de febre, pare o carro agora, eu dirijo!

—Fica quieta Talia! – falou de olho nos retrovisores

—Justin, estou ficando preocupada. Por favor, me diga o que está acontecendo!

—Eu não sei, tenho ficado assim nos últimos dias. Assim como meu cabelo clareia cada dia que passa.

—Justin por favor, pare o carro, eu te imploro. Estou com medo de você bater!– ele soltou uma risada

—Sabe que sobreviveriamos!

—Sim eu sei, mas que desculpa dariamos a todos quando saíssemos sem um arranhão do carro? Que somos imortais? Ou somos algum personagem de livro fictício que tem poderes sobrenaturais? – ele me olhou, e acentiu 

—Tudo bem, mas não vamos sair do carro, eles podem suspeitar!

—Ótimo!

 

Justin encostou o carro, e me olhou 

 

—Como fazemos agora?

 

Pensei por meio segundo, antes de sorrir meiga.

 

—Não fique bravo comigo!

 

Ele me olhou confuso mas em meio segundo eu estava sentada em seu colo. Ele pulou de susto, colocando as mãos em minha cintura, chocado.

—Como consegue se mover tão rápido?

—Teletransporte!– falei meiga e baixo

 

Suas mãos eram quentes, tão quentes quanto minhas chamas. Minha pele formigava com seu toque. Nós estávamos perto demais, uma distância perigosa para ambos. Coloquei minhas mãos em seu peitoral, sentindo o quão rígido era. Eu podia sentir seu coração acelerado, assim como sua respiração descompensada. Seus labios pareciam tão convidativos. Nossos rostos foram se aproximando mais e mais, fechei os olhos, me preparando para o que viria a seguir.

 

Quando seus labios tocaram os meus, foi maravilhosamente, bom. Borboletas dançavam em emu estômago, assim como minhas mãos tremiam um pouco. Quando sua língua tocou a minha, foi impossível não suspirar. Me deixei levar, por tudo. Esqueci tudo em minha volta, esqueci de onde estávamos, esqueci até mesmo do meu nome, só me lembrava dos seus labios nos meus.

 

Ele colocou sua mão em meu rosto e meu coração disparou. Sua mão ainda continuava em minha cintura, e minha pele estava fervendo com seu toque, mesmo que por cima da camisa, eu podia sentir o quão quente seu toque era. Nós afastamos por meio segundo, puxando fôlego, antes de voltarmos a nos beijar, só que agora, com mais intensidade do que antes. 

 

Ele me pressionou contra seu corpo, fazendo nos dois soltarmos suspiros em meio ao beijo. Rodei minhas mãos por volta de seu pescoço, o trazendo mais para mim. Mordi seu lábio inferior, ouvindo uma risada dele. Quando íamos voltar a nos beijar, ouvimos um toque ao lado das nossas cabeças. Viramos o rosto, vendo um policial esperando abaixarmos o vidro fumê do carro. 

 

Quando eu iria pular para o banco do lado, ouço o vidro se abaixar. 

 

Praguejei baixinho

 

—Boa noite meus jovens! – o policial falou visívelmente constrangido

 

Eu também estou constrangida porra.

 

—Boa noite!– respondemos baixo, em uníssono. Virei meu rosto, escondendo o rubor das bochechas

—Estão bem? Vi o carro de vocês parado aqui e sem os faróis ligados. Vim até aqui e vi a janela embaçada, pensei que estava acontecendo alguma coisa! – ele falou soltando um riso constrangido

—Não aconteceu nada senhor, estamos indo visitar a família da minha namorada na Califórnia! – olhei assustada para Justin por dois motivos

 

Primeiro: ele disse que eu era sua namorada, o que me deixa assustada um pouco, e talvez até feliz

 

Não pense bobagem Talia, ele só disse isso para o polícial pensar que eram namorados pelo jeito que estavam se pegando a minutos atrás.

 

Meu subconsciente me mata!

 

Segundo: com certeza quem nos ouvia (não sei se era algum anjo ou demônio) mas ouviu Justin dizer que vamos para Califórnia, eles vão nos seguir até lá, caso tenham ouvido.

 

—Ohh, tudo bem não vou mais atrapalhar, tenham uma boa noite e uma boa viagem!

—Obrigado, boa noite! – Justin desejou enquanto o polícial voltava ao seu carro e partia dalí, buzinando ao passar por nós.

 

Voltei ao meu lugar me teletransportando, sentindo minhas bochechas ainda em brasas. 

 

Justin me ignorou e voltou a ligar o carro, dirigindo casualmente, como se nada estivesse acontecido

 

Eu ainda sentia um formigamento estranho em meu ventre

 

—Você não devia ter dito que íamos a Califórnia, com certeza nos escutaram!– falei baixo, evitando o olhar

—Com certeza quem nos ouvia sabia que nós sabíamos que ele nos espionava. Então ele deve achar que dissemos isso para o despistar, ele não vai acreditar que dissemos onde iríamos, mesmo.– ele disse sem me olhar, dando de ombros

—Humm!– foi o máximo que eu consegui dizer.

 

Peguei minha sacola com as comidas no meus pés, pegando o lanche natural, o desembrulhando.

 

—Quer um pedaço?– ofereci a Justin vendo ele acentir e abocanhar meu lanche.

 

Mordi uma vez, mastigando devagar. Cortei o lanche na metade e dei uma metade a Justin. Estendi o lanche vendo ele me olhar confuso

 

—Você não comeu nada o dia todo, tome!– ele sorriu pequeno e pegou o lanche. Quando acabei a minha metade, peguei dois pacotinhos de chocolate e dei uma a Justin.

 

Ele a pegou, resmungando.

 

—Não preciso que se preocupe comigo!

—Não estou me preocupando, só não quero que desmaie!– falei mordendo um pedaço do meu chocolate

—É a mesma coisa!– resmungou, abocanhando seu chocolate aborrecido.

 

Olhei para fora, vendo tudo passar como um borrão em minha visão.

 

 

***

 

Me sentei na poltrona ao lado da janela, sentindo Justin se sentar ao meu lado. Eu estava com frio, então vesti minha jaqueta por cima da regata. Abraçei meus braços, ainda sentindo frio.

 

—Será que não podem desligar o ar condicionado? – resmunguei me encolhendo mais ainda

—Acho que não, quer uma manta?– acenti vendo ele se levantar e ir até uma das comissárias de bordo. 

 

Olhei pela janela, vendo as luzes na pista. Algumas pessoas andavam de um lado para o outro. Me encolhi quando uma rajada de vento me atingiu. Olhei para cima vendo que meu ar condicionado estava desligado o tempo todo. Olhei em volta não vendo ninguém. 

 

O pavor me preencheu.

 

Bati as palmas das mãos nervosamente no braço da poltrona. Me encostei confortável na poltrona. Fechando os olhos. Me concentrei em tentar achar Justin, onde quer que ele esteja.

 

Foi como se eu estivesse no fundo do mar nadando para a superfície procurando ar, e quando emergi meu peito se estufou. 

 

Eu podia ver através dele. 

 

Havia três homens, pelo o que parecia. Dois o segurando e um falando coisas em sua frente.

 

"Você é um bosta, achou que não acharíamos ela?" – foi o homem que estava na frente dele disse. Ele era um demônio, pelo o que me pareceu. As olheiras pretas em baixo dos olhos, a pele pálida, e os olhos cor de vinho, o denunciava. Ele era um guardião. Com certeza meu pai mandaria os melhores atrás de mim.

 

"E sabe o que é melhor?" – ele falou malicioso, olhando os outros que seguravam Justin "Quando pegarmos ela, vamos dizer ao pai dela que estamos levando ela de volta, mas na verdade, temos que ter um tempo sozinhos. Poxa, eu passei dias procurando ela, ela tem que me recompensar não acha?" – perguntou malicioso. Justin rugiu como um animal, soltando um grunhido estranho, se debatendo.

 

"Oh, então quer dizer que você se importa com ela?" – ele perguntou divertido. Justin não o respondeu. O homem pegou no pescoço de Justin, o enforcando. 

 

Essa eu senti.

 

Coloquei a mão no pescoço, sentindo o ar me faltando. 

 

Preciso respirar.

 

Ainda assim, prestes a desmaiar por falta de ar, pude ouvir a voz maliciosa do homem

 

"Ande, me diga, gosta dela? Será que ela está sentindo essa mesma agonia de estar sem ar? Por sua culpa? Ora anjinho, gosta de um demônio? Que irônico "

 

Justin não o respondeu, o que o irritou mais ainda, fazendo o homem enfiar as unhas no pescoço de Justin. Gritei sentindo perfurar minha pele.

 

"S-sim, gosto dela!"– Justin disse em meio a dor agonizante que sentíamos

 

"Que pena, por que vocês vão morrer!"

 

Não esperei um minuto se quer e me levantei. Andei por entre o corredor do avião vendo o olhar de todos assustados com meus passos, meus olhos marejados e meus punhos fechados. Veias pretas apareceram em baixo dos meu olhos

 

Estou furiosa.

 

Fui até onde vi que levaram Justin. Era atrás de uns carrinhos que levavam bagagens até o avião. Quando os encontrei, o homem estava prestes a dar um soco no rosto de Justin, minhas mãos chamuscaram e lancei uma bola de fogo em sua mão, queimando a mesma. Ele gritou e cambaleou para o lado, deixando eu ver Justin de joelhos sendo segurado por outros dois guardiões.

 

—Olá rapazes! – falei cínica, rodando uma outra bola de fogo nas mãos – Algum problema aqui?

—Talia, seu pai está te procurando, viemos te resgatar desse ser insignificante! – um dos que prendia Justin disse. Sorri maldosa, ainda rodando a bola de fogo em mãos

—Não preciso ir a lugar nenhum com vocês. Querem fazer o favor de o soltar ou querem um convite formal?

—Você volta com a gente!– o homem que eu atingi com meu fogo disse entre dentes, ofegante

—Pra que? Pra eu ser estrupada por vocês? Prefiro a morte! – vi o olhar assustado deles e sorri 

—Como sabe?

—Estamos ligados, já devia saber!– respondi com tédio, rodando a bola em chama em uma mão

—Vamos, você vai com a gente Talia!– o homem da mão queimada insistiu. Bufei forte, lançando a bola em seu pé. Por pouco não pega em seu pé

—Não vou, largem ele por bem, não vão querer que sejam por mal.

 

Eles se entre olharam, sorrindo vitoriosos

 

—Estamos em maior número!

 

De repente, as chamas faíscaram e de minha mão, passou a meu braço, do braço para o colo e do colo, por meu corpo todo. 

 

Eu estava, literalmente, em chamas. 

 

O primeiro homem que veio até mim foi o que eu atingi. Ele iria me socar no rosto, então peguei seu punho, o torci para trás, forçando a se quebrar. Ouvi o som do osso se deslocando e o grito ensurdecedor do homem. Quando ele caiu de joelhos no chão, peguei em seu pescoço, o girando, ouvindo o tlec e os gritos dele cessarem

 

Ele estava morto.

 

Agora para sempre.

 

Olhei para os outros. Olhei meu reflexo em um dos carros e vi como eu estava. 

 

Meus olhos estavam dourados, da cor da chama, com as veias pretas em baixo dos olhos. Meus cabelos dançavam conforme as chamas, as chamas me corroeram por completo. 

 

Nunca havia feito isso.

 

Nunca havia pegado fogo, no sentido literal.

 

Olhei furiosa para os homens que ainda seguravam Justin. Eles me olhavam com medo, assim como Justin me olhava de olhos arregalados. 

 

Reuni todas minhas forças, gritando ao esticar os braços na direção dos homens e uma linha grossa de fogo se dirigir a eles. Eles caíram mortos no chão, fazendo Justin me olhar em choque.

 

Quando voltei minhas mãos ao lado do corpo, vi que as chamas já haviam sumido, do meu corpo saía apenas fumaça. Cambaleei para o lado, olhando Justin. De repente uma fraqueza sem igual me preencheu, minhas roupas já não existiam, apenas algum resto da minha regata e minha calcinha.

 

—Just...– antes de terminar seu nome, desabei no chão, sentindo minha cabeça bater fortemente no chão, apaguei.

 

 

***

 

 

Minha cabeça doía horrores.

 

 

Forcei meus olhos se abrirem, percebendo que eu estava em alguma coisa muito macia. Espalmei as mãos na cama, erguendo meu tronco, olhando em volta.

 

Eu estava em um quarto. Havia uma janela que ia do teto ao chão, mostrando as inúmeras casas ao longe de Los Angeles. Me levantei apressadamente, indo até lá. A casa que estávamos era composta por, sua maioria, vidros. Estávamos no alto de uma colina, éramos os únicos ali. Havia uma piscina que serpenteava pela casa, dando a volta na mesma. O gramado era bem verde, assim como uma árvore estava posta bem ao lado da minha janela. Percebi que a casa era de um andar apenas. 

 

Dei as costas para a janela, olhando meu quarto. 

 

A cama era grande, com um edredom preto. Assim como a parede em que ela ficava encostada. A cama era um pouco afastada da porta, mais ainda sim eram na mesma parede. O closet era uma porta de correr, igual a da casa de Ryan, só que essa tinha aberturas, como se fosse uma persiana. Fui até a porta, e vi que as poucas roupas que eu tinha já estavam ali, postas todas em cabides, assim como minha bota, um salto alto preto e um tênis da adidas, também preto. 

 

As roupas estavam separados por peças. Calças ficavam só de um lado, assim como blusas e vestidos. Minha bolsa estava em cima de um banco que tinha no meio do closet, com certeza serviria para calçar os sapatos. Fui até uma gaveta, vendo minhas poucas calcinhas e sutiãs alí. Me perguntei quem arrumou tudo tão perfeito.

 

Olhei para meu corpo. Eu vestia uma regata preta e uma calcinha também, preta, apenas.

 

Peguei um conjunto de lingerie (todas eram em preto, variavam nos modelos, pelo visto Justin conhece meus gostos). Uma calça jeans preta e uma regata preta com pedrinhas delicadas. Fui até o banheiro e tomei um banho relaxante, quando pus minha cabeça de baixo da água, ardeu. Olhei para a água e vi algo vermelho descer por meu pescoço. Me lembrei de como fiquei em chamas, e isso me envergonhou.

 

Eu estava um mostro.

 

Terminei rapidamente meu banho, lavando bem meu cabelo tirando qualquer resquício de sangue. Me vesti e calçei o salto preto. Passei perfume e penteei meu cabelo, o deixando secar naturalmente. 

 

Quando sai do quarto, o corredor era todo em madeira lisa, bem polida. Meu salto fazia minha cabeça latejar. Saí em uma sala grande, com uma televisão relativamente, grande e um sofá bege. Ouvi um barulho vindo de uma porta e fui até lá. Vi uma mulher de idade, loira, mexendo nos armários.

 

—Humm, olá!– disse me encostando no batente da porta. Ela me olhou atenta com seus olhos verdes arregalados.

—Olá! Deve ser Talia, senhor Justin disse que você acordaria

—Onde ele está? – perguntei entrando mais um pouco na cozinha

—No pátio, lá fora!– apontou para uma porta de vidro grande de correr. Sorri agradecida a ela, indo ate a porta. Arrastei a mesma vendo Justin sentado em uma mesa de ferro batido que tinha ali, ele vestia uma camisa social cinza, assim como uma calça jeans escura.

 

O pátio era lindo, cheio de flores coloridas e muito verde. O chão era de pedra cinza. Cheguei perto da mesa, arrastando a cadeira de frente Justin. Ele baixou o jornal que lia e me olhou.

 

—Bom dia!– falou colocando o jornal ao lado da xícara de café

—Bom dia!– falei baixo, colocando as mãos entre minhas pernas

—Gostou do quarto? – acenti olhando para qualquer lugar, menos seu rosto

 

A mulher loira trouxe um prato com panquecas e um suco de laranja. Ela colocou isso em minha frente e sorriu, saindo dalí, fechando a porta ao entrar de novo na cozinha.

 

—Não precisa ficar com vergonha de ontem Talia, você me salvou!– Justin disse procurando meu olhar

—Não é isso que eu acho!– murmurei olhando as panquecas

 

Ele suspirou aborrecido, mordi o lábio.

 

—Talia, não vamos agir como se isso nunca tivesse acontecido com você!

—Mas aquilo nunca aconteceu comigo Justin! – desta vez, levantei o olhar o encarando. Seus olhos se arregalaram e ele engolhiu em seco

—Bem...

—É por isso que estou assim, não sei o que aconteceu ontem Justin, eu me transformei em um mostro. – meus olhos marejaram, baixei o olhar

—Você não é um mostro, me salvou!– ele disse fraco, virei o rosto evitando o olhar

—Bem, eu liguei para Ryan e perguntei sobre isso. Ele disse que sabe o que é!

—E o que é? – perguntei esperançosa

—Cão do inferno!– falou sério fazendo eu soltar uma risada seca

—Se quiser me xingar tudo bem, não fique fazendo joguinhos. Cão do inferno, essa é boa. Tá me chamando de cão? – falei desacreditada, fazendo Justin rir

—Não Talia, não estou te chamando de cão. Esse seu poder se chama cão do inferno. Ele reage no corpo da pessoa que tem esse poder, quando a pessoa tem o instinto de um animal, perante os que ela gosta. Um instinto protetor. 

—Então eu só fiquei daquele jeito por que eu queria te proteger de qualquer jeito?

—Sim, em partes. Você ficou daquele jeito por que viu que aqueles homens podiam me machucar, se preocupou com minha dor e esqueceu da sua, seu instinto protetor é de um animal. Por isso, cão do inferno!

—E por que eu desmaiei?

—Geralmente esse poder suga todas suas energias, ele é forte, fatal e brutal, te dá a sensação de poder, é euforia total, mas ao mesmo tempo é cansativo para você. 

 

Balancei a cabeça, evitando o sorriso ao lembrar de Justin dizendo ao homem que gosta de mim.

 

Um frio na barriga me pegou de jeito

 

 

—E como está a cabeça?– ele perguntou me olhando

—Dói!– falei tomando um gole de suco– Como sabe?

—Estamos ligados lembra? Aposto que quando você colocou a cabeça na água foi que ardeu

—Você sentiu também?– ele acentiu, pensativo

—Quem arrumou minhas roupas?

—Ophelia, ela é a empregada daqui! – falou apontando para a mulher loira na cozinha

 

—Talia sobre ontem...

—Não tudo bem, não precisa se explicar! – falei vendo ele acentir – Mas....eu....humm...gostaria de saber se....você.... hã... você disse a verdade sobre gostar de mim?– ele me olhou com os olhos perdidos, parecendo que estava em um beco sem saída

—Bem...

—Se não quiser responder eu vou entender! – claro que eu não vou entender, eu quero saber disso babaca

—Sim!

—Sim, o que?

—Sim, eu disse a verdade!– balancei a cabeça, escondendo o sorriso, jogando meu cabelo na frente de meu rosto

 

Mas aposto que ele com certeza viu meu sorriso, rasgava meu rosto.



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