Charlotte, sempre quieta, foi a que menos gostou da ideia, mas fazendo parte das três campeãs e com seu pai preso ela precisava ir. Queria ser útil em alguma coisa e o Plano de Alice contava com ela. Naquela madrugada as três entraram no castelo vermelho pelo quarto do Valete. A sacada na lateral da construção costumava estar aberta durante a noite. Alice e Madson passaram a diante, mas era de Charlotte o dever de acorda-lo e irrita-lo com sua magia.
No escuro do quarto apenas o sorriso flutuava
-Valete! -Ela gritou e riu loucamente -Não quer me pegar?
O homem que mal acordara com o susto do grito, não entendeu o que estava acontecendo.
-Eu estou aqui -Disse ao aparecer ao seu lado na cama -E aqui -Evaporou e foi para o outro lado do cômodo -Em todo lugar! -Mais uma vez, sumiu.
-Chishire filha! -Ele rosnou se levantando para acender as luzes.
Charlotte colocara a cauda em seu caminho e imponente figura do valete foi parar no chão.
-Parece que o senhor não sabe brincar! - seu tom era manhoso, e, Mais uma vez, ela ria, o sorriso psicopático flutuava pelo quarto. Ela estava se divertindo.
Enquanto isso, nos corredores do castelo Alice e Madson corriam transformando tudo num caos generalizado. Jarros espatifados e quadros jogados ao chão. Ao chegarem à mesa principal na sala de jantar, Mad se sentou na ponta.
-Senhorita Alice, eu adoraria uma xícara de chá.
-Sem problema, Mad!
Alice pegou o bule e subiu na outra ponta da mesa. Caminhava chutando tudo o tinha ao redor. Algumas peças caiam no chão e se partiam em milhares de pedaços. -Aqui está! -Serviu a amiga.
-Feliz desaniversario! -propôs a ruiva ao ser servida com a bebida imaginária.
As duas cantaram a tradicional comemoração, voltando a transitar pelos corredores quando viram as cartas guardas se aproximando pelos corredores.
-Acho que já é tarde! Muito tarde! -Disse Alice que saia correndo seguida pela amiga.
As luzes se acenderam, Charlotte apareceu de joelhos em cima da cama.
-Não quer brincar comigo? -Perguntou ela
O valete mordeu os lábios e não soube como reagir por um segundo.
-Eu não mordo... -Disse em um tom atraente e arrastado, sorrindo de lado.
O homem de porte elegante e ombros largos se aproximou aos poucos. Estendeu a mão para tocar seu rosto, foi surpreendido.
-Mas eu arranho! -As unhas de gato abriram buracos em sua mão e ela evaporou novamente, aparecendo na porta do quarto. -Espero que nosso encontro fique marcado em sua memória, até mais tarde!
Em forma de gata, saiu correndo pelos corredores.
***
-Bela corrida, Campeãs! -Dizia o Valete com ironia.
As três meninas estavam presas à parede com os pulsos e para cima e tornozelos no rodapé.
-Vocês deram trabalho mas valeu a pena. Agora tenho os pais e as filhas! -Ele dizia glorioso, a cicatriz repuxava sob o tapa-olho.
Mais uma vez se aproximava de Charlotte, tocando-lhe o rosto.
-E a senhorita, não gaste energia tentando fugir, -Ele se aproximava cada vez mais. A menina não sentia nada além de nojo -Estas algemas não te deixam usar magia.
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