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História A Herdeira dos Black II - As pessoas se apaixonam de maneiras misteriosas...


Escrita por: AkannyReedus

Capítulo 43 - As pessoas se apaixonam de maneiras misteriosas...


Fanfic / Fanfiction A Herdeira dos Black II - As pessoas se apaixonam de maneiras misteriosas...

Fiquei mais um pouco conversando com Theodore, inclusive ele se lembrou que era fã das As Esquisitonas, até ia me propor para dançar, mas aí a música terminou. Ele disse para dançar a nova, mas neguei dizendo que ia me juntar aos meus amigos e ele deveria ir até a Daphne Cabelo-de-Mostarda Greengrass que vinha furiosa ao encontro dele. Claro que antes de sair ela me elogiou e obviamente eu devolvi o elogio com um sorriso cínico.

— Que é que há com você? — ouvi Hermione sentada ao lado de Harry (ele ocupava o meu lugar).

— Se você não sabe — disse Rony sarcasticamente —, não sou eu que vou lhe dizer.

Franzi o cenho.

— Que é que está acontecendo? — perguntei. — Já estão brigando?

— É o Rony, que do nada ficou estressadinho... 

— Ela e o Vitinho — ironizou Rony.

— Qual o problema dela com o Krum?

— Ele é da Durmstrang — vociferou Rony. — Está competindo contra o Harry! Contra Hogwarts! Você... Você está... — Rony obviamente estava procurando palavras suficientemente fortes para descrever o suposto crime de Mione — confraternizando com o inimigo, é isso que você está fazendo!

Hermione ficou boquiaberta.

— Não seja tão burro! — ela respondeu. — O  inimigo! Francamente, quem é que ficou todo excitado quando viu o Krum chegar? Quem é que queria pedir um autógrafo a ele? Quem é que tem um modelinho dele no dormitório?

Rony preferiu ignorar as perguntas.

— Suponho que ele a tenha convidado para vir com ele quando os dois estavam na biblioteca?

— Isso mesmo — disse Hermione, ficando mais corada do que já estava. — E daí?

— Que aconteceu, estava tentando convencê-lo a participar do fale, é?

— Não, não estava, não! Se você quer realmente saber, ele... Ele disse que estava indo todos os dias à biblioteca para tentar falar comigo, mas não conseguia reunir coragem. Ele só conseguiu o máximo de coragem quando conversou com a Susana sobre mim. 

Hermione disse isso muito depressa e corou tanto que ficou quase da mesma cor do vestido dela.

— E, é... Isto é o que ele conta — disse Rony em tom desagradável.

— E o que é que você quer dizer com isso?

— É óbvio, não é? Ele é aluno do Karkaroff, não é? E sabe que você anda em companhia do... Ele só está tentando se aproximar do Harry, tirar informações sobre ele ou até chegar perto bastante para azarar ele...

Hermione pareceu ter sido esbofeteada por Rony. Quando falou, tinha a voz trêmula.

— Para sua informação, ele não me fez uma única pergunta sobre o Harry, nem umazinha... A única pessoa que ele mencionou foi a Su.

Rony mudou o rumo da conversa com a velocidade da luz. 

— Então está na esperança de você o ajudar a decifrar a mensagem do ovo! Suponho que tenham andando juntando as cabeças durante aquelas sessõezinhas íntimas na biblioteca... 

— Eu nunca o ajudaria com aquele ovo! — exclamou Hermione, com ar de indignação. — Nunca. Como é que você pode dizer uma coisa dessas... Eu quero que Harry vença o torneio. Harry sabe, não sabe, Harry?

— Você tem um jeito engraçado de demonstrar isso — desdenhou Rony.

— O torneio é justamente para se conhecer bruxos estrangeiros e fazer amizade com eles! — disse Hermione com voz aguda.

— Não é não. É para se ganhar!

Harry e eu trocamos olhares de tédio. 

Estava muito estranho nós dois entre uma briga de casal. Sem contar que comecei a ficar irritada, pois por causa deles dois, começamos a virar o centro das atenções. Já que as pessoas estavam começando a olhar para onde estávamos.

— Rony — disse Harry em voz baixa —, eu não tenho nada contra Hermione vir com o Krum...

Mas Rony o ignorou e parece que só eu o escutei.

— Por que você não vai procurar o Vitinho, ele deve estar se perguntando aonde é que você anda — disse Rony.

— Pare de chamá-lo de Vitinho! — Hermione ficou de pé e saiu decidida pela pista de dança, desaparecendo na multidão. Sem me dar tempo de dizer algo.

Rony tinha uma expressão no rosto que misturava raiva e satisfação.

— Você não vai me convidar para dançar? — perguntou Parvati Clone (que só agora percebi que ela ainda estava aqui) a ele.

— Não — disse Rony, ainda olhando feio para as costas de Hermione.

— Ótimo — retrucou ela se levantando e indo se juntar a Parvati.

— Onde está Hermi-o-nini? — perguntou uma voz.

Krum acabara de chegar à mesa segurando duas cervejas amanteigadas.

— Não faço ideia — disse Rony emburrado, erguendo os olhos. — Perdeu ela, foi?

Juro que se não tivéssemos em público, eu iria dar um tapa na cara do Rony, por estar se comportando feito idiota.

— Ela foi para a pista de dança — informei ao Krum.

— Obri-ir-gado, Black — ele disse se afastando para tentar encontrá-la perto da pista de dança.

Percy apareceu logo em seguida que Krum se afastou.

— Fez amizade com Vítor Krum, Harry? — perguntou Percy todo animado, esfregando as mãos e com um ar extremamente pomposo. — Excelente! Essa é a ideia, sabe, da Cooperação Internacional em Magia.

Percy começou a fazer seu discurso hiper tedioso que veio para o baile no lugar do Sr. Crouch que parecia não estar muito disposto à saúde. Só achei interessante apenas até essa parte, pois o papo começou a ficar chato.

Era incrível como Percy conseguia deixar o clima com facilidade.

Disse que ia para pista, ficar colada no palco só vislumbrando meus ídolos.

— Ah, a propósito, Susana — disse Percy antes que me retirasse —, você está belíssima.

Segurei para não rir da careta que Harry e Rony fizeram; talvez da tentativa do Percy ser atrativo?

O que devo dizer que é uma tentativa bem falha, até porque o Percy, não tem nada atrativo e... Sinceramente, acho que o único dos Weasley que conseguia dar bola é o Gui, pois eu o acho maravilhoso e é o único que talvez não teria ressentimento já que Fred, Jorge e o Rony são meus melhores amigos; Carlinhos é justamente porque ele não me chama atenção e o Percy como disse não acho atrativo e é muito chato. Então o Gui é o único que arrisco dos seis.

Enfim, como não queria estender nada com Percy já que ele fez menção em me convidar para dançar quando começou uma música mais tranquila, eu dei na hora uma desculpa e sai de perto dele às pressas sem dar tempo dele tocar meu braço. 

Não sei o que me deu, mas fiquei parado de frente como uma estátua ao palco observando cada movimento dos integrantes da As Esquisitonas e fiquei cantando as músicas juntos. Acho que fora a melhor sensação do mundo quando Myron me lançou um olhar encantador que me colocou nas nuvens. Só voltei quando senti uma mão no meu ombro.

— Cedrico! 

— Oi — diz ele sorrindo.

Cedrico Digorry estava lindo demais.

Já o tinha visto no saguão, mas agora o olhando de perto só tive mais certeza.

— Sozinha?

— O que acha?

Cedrico me estendeu a mão e disse:

— Dança comigo?

Olhei em volta tentando encontrar a Chang.

— Ela desapareceu — Cedrico explicou como se tivesse lido minha mente. — Foi para fora com as amigas dela. E eu não ia aguentar passar essa noite sem estar ao seu lado. Então?

— Tudo bem, eu aceito — e segurei sua mão.

Cedrico me levou para o centro da pista, foi me guiando para me mexer e seguir o ritmo da música que era um tanto animadinha. 

Riamos. Acho que nunca havia dançado tanto como naquele momento, ficamos dançando duas músicas e meia — porque na segunda música fomos interrompidos por quem eu menos queria (ao menos queria pensar assim), Draco Malfoy.

— Acho que já deu seu tempo com ela, não concorda, Diggory? — diz Malfoy ríspido.

Eu o olhava perplexas, diferente de Cedrico que o olhou furioso e disse no mesmo tom:

— Tempo? Como se você tivesse direito sobre algum tempo com ela.

— E eu tenho — retorquiu Malfoy. — Muito mais do que você imagina.

Por um momento, senti a faísca saírem dos dois e que muito em breve essa pista de dança não seria mais pista de dança. E sim aquelas pistas que os trouxas normalmente tem para brigar. Sei disso, pois o pai da Tonks uma vez levou uma revista do tipo e que precisou se livrar rápido já que Andrômeda não curtiu nenhum pouco.

Por instinto me coloquei entre os dois para tentar manter um afastamento razoável dos dois. 

— Você vai dançar comigo. — Malfoy mais ordenou do que pediu. 

— Ela não é obrigada a ir com você — falou Cedrico furioso. O que me assustou um pouco, pois nunca o tinha visto dessa forma. — Vai procurar a Davis, Malfoy. Foi com ela que você veio não foi?

— Olha só quem fala — retrucou Malfoy. — Cadê a olho-puxado?

Algumas pessoas começaram a olhar para nós. Umas garotas até começaram a fofocar no ouvido da outra e me lançando sorrisos maliciosos. Provavelmente comentando sobre o que vinha e lembrando daquela maldita matéria da Skeeter.

— Parem com isso — pedi. — Cedrico, está tudo bem. Eu danço com você, Malfoy. 

Um sorriso vitorioso surgiu em Malfoy.

Já Cedrico suspirou derrotado, e me olhou um tanto decepcionado — pelo menos foi o que pareceu —, vi que o mesmo tentava me fazer mudar de ideia e balancei a cabeça tentando dizer que estava tudo bem.

Cedrico nem sequer tinha se afastado quando Malfoy me puxou pela cintura, me colando com ele e nos deixando muito próximos.

Uma corrente quente passou por todo meu corpo, junto com meu coração acelerando e meu olhar só focado no olhar frio e azul acinzentados que Malfoy tinha.

Como podia ele mexer tanto assim comigo?

Parece que quanto mais passa os dias, eu me apaixono mais e mais por ele, aponto que as vezes chega até doer. 

 

People fall in love in mysterious ways

As pessoas se apaixonam de maneiras misteriosas

Maybe just the touch of a hand

Talvez apenas com o toque de uma mão

Well me, I fall in love with you every single day

Eu, me apaixono por você a cada dia

I just wanna tell you I am

Eu só quero te dizer que eu estou apaixonado (...)

 

Malfoy me guia com tanta intensidade, me olhando da mesma forma, nem parecia que eu não sabia dançar. Óbvio que isso para ele não deveria ser novidade nenhuma. Provavelmente essas danças fazem parte do dia-a-dia dele.

Não sei dizer por quanto tempo ficamos daquela forma.

Só saberia dizer que ficamos daquela forma até os últimos minutos da música. Porque antes de terminar, eu acordei do transe quando nossos lábios estavam praticamente se rosando um com o outro e meio que me veio um toque que estávamos no meio do Salão Principal com vários alunos, professores, meus amigos e lembrei da dor no coração que Malfoy me fazia sentir, mas não de felicidade e sim de tristeza mesmo, de dor. Eu não queria mais me iludir com esse ser.

— O que houve? — Malfoy indagou quando virei meu rosto para o lado antes da gente se beijar. — Você não queria...?

— Não é isso — digo.

— Então o que está... ei! — Ele tentou se aproximar, mas agora me afastei dele e fiz um gesto com a mão para ele não se aproximar mais.

— Para com isso — reclamei irritada em um tom não muito alto. — Eu não aguento mais suas brincadeiras. Eu não aguento mais suas hipocrisias, Malfoy.

Nesse meio tempo a música havia terminado, Malfoy só ficou me olhando em silêncio; do nada o que apenas senti foi sendo puxada pelo pulso, atravessando a pista de dança e sendo levada para o jardim.

— Por que me trouxe aqui? — perguntei ríspida quando finalmente ele me soltou, massageando meu pulso que tinha sido apertado com força pelo loiro. — Aqui fora está frio.

— Para! Não fala nada! — exclamou Malfoy irritado, olhando-me da mesma forma.

— Escuta aqui seu idiota não grita comigo e nem aponta esse dedo para mim — falei no mesmo tom que ele.

— Eu mandei você ficar quieta, pois quem vai falar agora sou eu e não você!

— Pouco me importa o que você quer dizer — retruquei.

— É disso que eu quero falar — diz ele. — Eu estou cansado dessa sua maldita teimosia em achar que tudo é como você imagina. Já parou para pensar no que é falso e verdadeiro?

O olhei sem entender absolutamente em nada.

Aonde esse idiota queria chegar com aquilo?

— Não me venha com sermões, Malfoy — digo. — Você é o que menos tem direito de ficar gritando comigo. Eu vou embora... Ai! Me solta! 

Nem se quer consegui me virar para ir embora, ele logo me segurou pelo braço com força, já estou pressentindo que meu braço irá ficar roxo por causa do aperto dele. Malfoy é mais forte do que se podia imaginar. 

— Você não vai a lugar nenhum! Ainda não terminamos.

— Me solta que você está me machucando — resmunguei. E ele me soltou. — Terminamos e nem iniciamos nada. Você que veio com esse papo ridículo que eu sou a “teimosa” a hipócrita. Sendo que o único hipócrita aqui é você e não eu.

— Ah, claro, até porque eu sou o vilão da história e você a mocinha indefesa — Malfoy ironizou. — Pelo amor, Black, se toca. Você é que nunca quis escutar nada, sempre faz as coisas sem pensar e ainda quer se colocar como a boazinha. Se você não fosse tão teimosa não estaria sem par.

— Cala a boca... Se eu estou sem par o problema é meu — repati com estupidez. — E se estou sem a culpa é sua — disse a última parte em voz baixa. Não queria que ele escutasse, mas deve ter sido impossível já que ele me respondeu.

— A culpa não é minha se você cria conclusões erradas e acha que apenas aquilo que você viu vale. 

— Eu ouvi e vi tudo, por tanto não me venha com desculpas — disse, não ia dar explicações de coisas que ele já sabia. — Nem sei porque você me chamou para dançar. Sendo que você veio com a Davis. Inclusive, qual mentira você disse para ela cair em seu braço?

— Era para você estar aqui comigo, porém, mais uma vez criou conclusões precipitadas.

— Eu não criei nenhuma conclusão errada. Vi muito bem você beijando a Buldogue!

— Ela me beijou!

— E você retribuiu.

Se teve um momento bem silencioso entre a gente.

Nossos tons de voz eram altos o suficiente para quem passasse perto pudesse ouvir. Eu não estava me importando com isso. Apenas o que me importava era a raiva que sentia naquele momento. Do nada senti uma vontade de chorar, meus olhos estavam ardendo e os sentia se lacrimejarem, mas me segurei o suficiente para não deixar uma lágrima se quer sair. Ou muito menos fazer alguma expressão de choro.

— Eu vou embora — disse suspirando cansada tanto mentalmente como fisicamente. — Não quero mais falar com você. Não quero mais saber de você. Eu estou cansada de você, Draco Malfoy. Não aguento mais ser machucada em que o culpado é sempre você.

Me virei irritada para voltar ao castelo.

— É isso mesmo que entendi? — diz Malfoy me fazendo parar. 

Olhei para ele por trás do ombro e o próprio me lançou um sorriso convencido.

— Você é apaixonada por mim.

Engoli em seco ao ouvir aquela palavra maldita: apaixonada. 

A resposta para aquilo era sim, eu estou apaixonada por você. Mas meu orgulho é mais importante do que o orgulho dele. E é por isso que não vou admitir nada a ele.

— Pensa o que você quiser, Malfoy — digo.

— Ok, então vou pensar que você gosta de mim.

Se deu vontade de dar um soco na cara dele? A resposta para isso é sim.

É mesmo um cretino.

— Fique sabendo que a única coisa que sinto por você é ânsia. Você me dá nojo Malfoy. E tenho pena da Davis que veio com você ao baile. Ela não merece você.

— Pode ter certeza que com ela não é tão nojento quanto você e o Diggory.

— Cedrico é mil vezes melhor que você.

— Não, ele não é melhor que eu — Malfoy proclamou se aproximando de mim. — Primeiro que não sou um Zé Mané Lufano. Segundo que não preciso ficar me fazendo de certinho só para chamar atenção dos outros. Terceiro... é certeza que ele não é melhor que eu em algumas ações.

— Ações? — repeti com a sobrancelha arqueada. — Como quais tipos de ações?

— Essa é uma delas.

Eu apenas senti sendo puxado pela nuca e tendo meus lábios tomados pelos de Malfoy com ferocidade. Não queria continuar com aquilo, mas ele me prendia sobre seu corpo, segurando minha cintura e ainda mantendo a mão na minha nuca. Seria uma enorme mentira se dissesse que não estava gostando daquilo, era um tanto excitante, quente o beijo de Malfoy como sempre foi, mas parecia que sempre que o beijava de novo era diferente e se continha mais desejo. O único que posso comparar em relação a beijos é os beijos que recebi de Theodore que não deixavam a desejar. Mas os beijos de Malfoy eram outra coisa... melhores. 

Malfoy se separou quando o fôlego começou a nos fazer falta.

Ele me olhava com desejo. Sua respiração era ofegante e senti seu olhar descer para o meu pescoço, e junto com a mão, foi fazendo um caminho até meu busto. Minha respiração também estava ofegante. Olhei até onde a mão dele iria; os dedos pararam um pouco acima do meu decote, mas logo tirou a mão, acho que percebendo o que tinha feito. Porém, confesso que senti um certo peso no meu ventre só com aquele toque dele.

Só que voltando para realidade e percebendo o que havia acontecido agora pouco, me senti como a pessoa mais estúpida e boba. Mais uma vez aconteceu o que não queria. Aconteceu o que não deveria ter feito. O que havia prometido a Harry e Rony que nunca mais iria fazer, ficar com Malfoy. E o que fiz agora? Fiquei com ele pela milésima vez. Já perdi até a quantidade de vezes que fiquei com ele. 

— Não faz mais isso, por favor, não quero mais — pedi. Só que pelo meu tom de voz foi mais um suplício junto com a voz embaçada.

Malfoy me olhou quieto.

— Se você acha que isso vai te fazer ser melhor que o Cedrico, você está muito enganado, pois o seu beijo não prova nada. Atitudes são o que fazem você e Cedrico serem diferentes. E é bem melhor ele ser um Lufano do que um Sonserino.

— Por que diz isso? — Malfoy perguntou.

— Por que você é uma cobra — respondi com uma certa frieza na voz. — Cobras são venenosas. São criaturas enganadoras e trapaceiras, não é? São mentirosos. 

Virei-me para sair de lá, não queria mais ficar perto dele e nem olhar para o mesmo.

— E os leões são soberbos — diz Malfoy no mesmo tom.

O ignorando sai de lá em passos rápidos, tentando chegar o mais rápido até as escadas, subir e ir para o dormitório torcendo para não ter ninguém. Eu não estava me aguentando. Tudo parecia estar desabando sobre minha cabeça. Minha vista já estava ficando embaçada por causa das lágrimas — algumas até já escapavam.

Antes de passar reto pela porta do Salão Principal trombei com alguém.

— Susana — disse a voz que menos queria ouvir, e não por desgosto. 

Era Cedrico que me olhou preocupado quando o olhei e o mesmo reparou na minha expressão que não deveria ser das melhores. Eu já estava dando os primeiros sinais do ataque choro.

— O que houve? — Cedrico perguntou preocupado. — Por que está com essa cara?

— Nada... Não é nada, eu só... só quero ir me deitar.

— Foi ele, não é? 

Isso foi o suficiente para acabar soltando um soluço inaudível.

— Eu só não aguento tanta merda para cima de mim ao mesmo tempo — digo deixando os soluços ficarem mais audíveis. — Não aguento! Só isso... Eu nem ao menos deveria ter vindo para esse baile.

Com os dedos, Cedrico enxugou devagar as lágrimas que agora caiam com mais frequência.

— Vem cá — e então ele me puxou para um abraço quando percebeu que não ia mais aguentar. — Chora — murmurou Cedrico no meu ouvido. — Desabafe. Chore. É disso que você precisa.

E foi exatamente isso que fiz.

Pela primeira vez não me importei em chorar em público e justamente com alguém “desconhecido”. Cedrico me abraçou forte; fazia carinhos na minha cabeça. Eu escondia meu rosto dele enquanto soluçava. E parecia que tudo dentro de mim se tornava mais doloroso enquanto a última música das As Esquisitonas tocava. 

 

And dance your final dance

E dance sua última dança

This is your final chance

Esta é sua última chance

To hold the one you love

Para ter quem você ama

You know you've waited long enough

Você sabe que esperou tempo o bastante (...)

 

— Juro que se eu pudesse faria de tudo para não sofrer tanto como está sofrendo — Cedrico dizia enquanto ainda me abraçava. Naquele momento o choro já havia diminuído, mas continuava abraçada com ele. Algo em mim não queria se separar dele. Não agora. — Se soubesse que continuava sem par, eu teria lhe convidado novamente, e teria vindo ao baile com muito prazer com você. Eu queria vim. Eu queria que você fosse minha parceira para estar comigo na hora da valsa. Não é primeira vez que digo isso e nem novidade dos meus sentimentos por você. 

Agora a gente se separou um pouco e eu olhei.

De leve, ele tocou meu queixo e voltou a dizer:

— Tinha um objetivo para essa noite desde o momento que decidi te convidar para o baile. Achei que não ia mais conseguir, mas fico feliz que posso cumpri-lo e é o que vou fazer agora. Não, não vou te dizer o que você já sabe e sim lhe fazer um pedido. Meu objetivo para essa noite é lhe perguntar se quer ser minha namorada. Aceita namorar comigo?

Parece que naquele momento toda a minha lágrima que caia, secou. Eu observava Cedrico estática. Sem reação nenhuma. Aquela pergunta havia me pego muito de surpresa. É a primeira vez que me fazem um pedido tão formal para um relacionamento sério. Sem contar que Cedrico foi o primeiro garoto que se declarou para mim e o primeiro com quem tive um encontro. Agora é isso. O que mais virá dele?

— Não precisa se preocupar em me responder agora.

— Eu realmente não sei o que responder — digo.

— Não se preocupe, pense. Eu espero a resposta amanhã... depois de amanhã... Eu realmente só preciso saber se vai ser um Sim ou Não.

Cedrico continuou me olhando e o senti se aproximando. Por instinto fechei os olhos achando que ele iria me beijar na boca, mas foi ao contrário, ele me beijou na bochecha. 

 

...

 

Não fiquei muito tempo com Cedrico no saguão. Logo depois do beijo que havia recebido na bochecha, subi para deitar e tentar me acalmar. Precisava mesmo é dormir. Tentar me acalmar mentalmente. Quando passei pelo quadro da mulher gorda vi Harry e Rony parados no meio da sala. Ambos olharam para a passagem. E tive uma leve sensação que aconteceu algo.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntei.

— Hermione — respondeu Harry lançando um olhar para o Rony.

— Vocês brigaram de novo? 

— Foi ela que não entende das coisas — Rony resmungou.

— Hum... sei — suspirei. — Vou dormir e ver com ela direito a história do que aconteceu. Boa noite, garotos.

— Noite — disseram os dois ao mesmo tempo.

Abrindo com cuidado a porta do dormitório, comecei a ouvir uns soluços e quando coloquei a cabeça para dentro do quarto vi que era Hermione. A mesma estava sentada com os joelhos cruzados na cama.

— Mione?

— Ah, oi, Su... não te vi chegando.

Felizmente só estava ela e eu no quarto.

— O que houve? Por que chora? — perguntei me sentando de frente para ela.

Hermione me olhou com os olhos vermelhos, a trança já tinha sido toda desmontada e conseguia ver algumas manchas de maquiagem.

— O Rony — diz ela irritada. — Ele estragou tudo! Acha que tem o direito de reclamar de alguma coisa sobre eu ter ido com o Vítor. Se ao menos ele não fosse tão idiota e ter pensando por um momento que eu sou uma garota. Talvez não fosse a última opção da lista dele. Ronald Weasley é um perfeito idiota. — E assim ela voltou a chorar.

Isso foi meio que uma resposta para uma pequena dúvida de hoje.

Hermione gosta de Rony. E assim como eu, ela também tinha uma preferência de par e nesse caso era o próprio Weasley. Já no meu caso era o Malfoy. 

Dei um jeito de me sentar ao lado dela e abracei, encostei minha cabeça nela e assim ficamos juntas.

— Os garotos são uns idiotas — ela comentou. 

— E nós duas somos umas bobas por acabar gostando dos garotos mais idiotas.

— Sim.


Notas Finais


E ai, o que acharam?


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