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História A Herdeira dos Black II - Uma chance para desistir


Escrita por: AkannyReedus

Capítulo 44 - Uma chance para desistir


Fanfic / Fanfiction A Herdeira dos Black II - Uma chance para desistir

No dia seguinte ao Natal não só eu, como a escola toda não se preocupou em acordar cedo, até porque é feriado. Mesmo que tenha dormido por boas horas, ainda estava com sono já que Hermione e eu fomos dormir tarde. Ficamos conversando um bom tempo sobre algum dos nossos momentos no baile. Inclusive contei que Malfoy havia me beijado e Cedrico me pedido em namoro. Segundo minha amiga, eu deveria aceitar, para tirar Malfoy um pouco da minha cabeça. Por mais que seja algo errado usar Cedrico para esquecer o outro. E nessa parte eu concordo e muito, mesmo que eu tenha uma pequena preferência pelo errado.

Me pergunto se vou conseguir andar com a consciência pesada caso aceite? Afinal de contas eu não consigo nutrir o mesmo que nutro pelo Malfoy que é paixão ou amor — não sei qual desses é o certo —, enquanto pelo Cedrico só é carinho. Seria ótimo se essas dúvidas ficassem só nos livros de romances. 

A noite da Hermione parece ter sido até que regular, até porque ela foi com nada mais e nada menos que Vítor Krum, mas pelo que ela me disse a noite só não foi ótima por culpa do Rony. Não conseguiu aproveitar tão bem a festa depois da discussão que teve com o mesmo e para deixar o bom de lado, a última discussão deles parece que foi o estopim.

Felizmente os dois aparentemente tinham chegado a um acordo subentendido de não mencionarem a discussão que tinham tido. Estavam até sendo simpáticos um com o outro, embora estranhamente formais, o que era engraçado. Mesmo que Rony tenha sido um idiota, ambos continuavam sendo amigos — pelo menos é o que Harry e eu achamos.

Logo pela manhã Hermione e eu fomos comunicadas por Harry e Rony que ouviram Hagrid dizendo a Madame Maxime que ele é um meio gigante.

— Não sei qual é a novidade nisso? — digo na maior naturalidade. — Acho que estava meio na cara que Hagrid é o que é. Ou acharam mesmo que ele andava tomando Poção de Crescimento?

— Também achei que devia ser — disse Hermione em seguida, encolhendo os ombros. — Eu sabia que ele não poderia ser todo gigante, porque os gigantes têm uns seis metros de altura. Mas, francamente, por que toda essa histeria por causa dos gigantes? Nem todos devem ser horríveis... É o mesmo tipo de preconceito que as pessoas têm com relação aos lobisomens... É muita cegueira, não é, não?

Rony fez cara de quem gostaria de dar uma resposta desdenhosa, mas talvez não quisesse outra briga, porque se contentou em sacudir a cabeça incrédula quando Hermione não estava olhando.

— Acho que também não é para tanto, Mione — respondi. — Gigantes são terríveis. São criaturas assustadoras e odeiam os bruxos. Já lobisomens são um problema na lua cheia. E os gigantes... são problema no dia-a-dia. Entende?

— Você está dizendo que todos os gigantes são cruéis?

— Não todos, mas a maioria é. E duvido muito se você visse um na sua frente você iria dar um “oi, tudo bem?” e pronto. Antes disso as chances dele te esmagar são grandes. 

Sorri ao ver que Hermione parecia pensar melhor sobre o assunto.

— Aonde eles ficam? — perguntou Harry.

— Nas montanhas — respondi —, cavernas e lugares com muitas árvores altas. Mas não se preocupe, não se tem na Grã-Bretanha. Pelo que sei o Ministério fez um acordo com eles e o bando foi para outro lugar. Fora das nossas redondezas. Já que estava tendo muitas notícias de bruxos e principalmente trouxas desaparecendo. E isso é um verdadeiro risco do nosso mundo ser descoberto pelos trouxas.

Hermione fez uma típica cara de que estava pensando seriamente sobre o assunto. Rony me olhou com um alívio grande, pois parecia que tinha feito o que ele queria fazer, argumentar sobre o assunto que Hermione tinha iniciado. E Harry estava sendo só Harry.

— Vamos jogar snap explosivins? — perguntei aos três mostrando o baralho e os três concordaram.

 

...

 

Das duas vezes que sai do salão comunal para o salão principal para tomar Café da Manhã e Almoço, fui perseguida pelos olhares ansiosos de Cedrico, e os olhares frios de Malfoy. Ambos olhares me afetaram, mas nada se comparava com os de Malfoy que me deixam triste, pois me faziam lembrar das nossas discussões e do maldito sonho que tive com ele essa noite. Pela primeira vez estava desejando ter os sonhos com unicórnios coloridos de Lilá.

Não demorou muito para Gina ficar de fora dos acontecimentos.

Desde a minha hospedaria na’Toca, Gina se tornou uma grande amiga e com ela me sentia bem em contar meus problemas. 

— Aceita! — Gina disse excitante quando falei sobre o pedido de Cedrico. — E manda o Malfoy para a Lula Gigante. Ele é um idiota. Você não merece ficar sofrendo por causa dele.

— Também acho que não mereço — murmurei irritada.

— Cedrico é bonito, educado, inteligente, monitor, capitão do time de quadribol da Lufa Lufa e te ama muito — dizia a ruiva alistando cada alternativa com os dedos. — Se fosse você não deveria perder tempo. E não ficar prendendo a um único garoto.

— Não é que eu me prenda só ao Malfoy, mas eu não sei se vou aguentar ficar com o Cedrico pensando em outro. 

Ela fez uma careta como se concordasse.

— Realmente — diz Gina. — Não deve ser legal beijar o Cedrico e pensar no Malfoy. Agora até eu estou me sentindo uma merda.

Do nada comecei a rir.

— Do que está rindo?

— Do merda.

Gina franziu o cenho.

— É que eu não me lembro de te ouvir dizer algum “palavrão”.

— Tive com quem aprender — ela disse risonha e riu mais quando eu a olhei séria. — Não me olhe assim. Você mesma que está me levando para o caminho ruim.

— Confesso que agora fiquei preocupada — comentei. — Espero que sua mãe nunca fique sabendo disso. Porque senão ela vai me proibir de entrar na’Toca por estar sendo um exemplo horrível para a filha dela. Vou tentar rever meu papel... essa semana descobri uma azaração ótima. Quer vê?

Rimos tão alto que as pessoas que passavam pela gente no corredor nos olhavam como se fossemos doidas. 

Depois do nosso ataque de risos, Gina me contou que ontem no baile conheceu um tal de Miguel Corner da Corvinal que fora super legal com ela e ainda por cima a convidou para sair algum dia (nesse caso algum dos dias que fossemos para Hogsmeade). O que achei muito bom, pois assim ela ia se desprender de Harry e focar em outro garoto; pensando bem Gina e eu estamos no mesmo barco por causa de garotos.

 

...

 

“Padrinho.

Primeiro de tudo queria agradecer o vestido que me enviou. E se caso você acabar se encontrando com Andrômeda diga a ela que agradeço — não se preocupe que também vou enviar uma carta para ela agradecendo já que teve dedo dela nessa história junto com você.

Em partes até que o baile ocorreu bem. 

Só não consegui dizer que me agradou 100%... Você me conhece. Essas festinhas não são para mim. Esse mundinho de vestidos longos, salto alto e valsa, não fazem meu tipo. Não gosto. Não consigo gostar. De qualquer forma eu adorei o vestido. Ele é muito bonito, muito mesmo, e até fiquei bem nele. Infelizmente não consegui tirar foto nenhuma e nem nada do gênero para te enviar como ficou. Só posso afirmar que fiquei bonita com ele. O vestido azul acabou realçando os meus olhos.

Bem, acho que é só isso mesmo que tinha para dizer.

Ah, tem uma outra coisinha, mas vou ser bem direta, tudo que está sendo dito de mim no Semanário das Bruxas é mentira... quase que tudo é mentira porque nada lá aconteceu como realmente foi dito pela cobra da Skeeter.

É isso.

Estou com muitas saudades!

Lhe mando muitos beijos.

Com carinho da sua afilhada favorita, Susana.”

 

Depois de reler a carta, perguntei ao Harry se poderia usar Edwiges e ele disse para ficar à vontade já que não está usando a coruja nas suas entregas. Confesso que levei esse à vontade muito a sério, mas tentaria não abusar já que sou uma ótima amiga. 

Precisei me encapotar bem para sair do castelo por causa da bendita neve que decidiu aparecer com tudo nesse inverno. Nem sei do que estou falando. O inverno por aqui é realmente cruel comparado a outros lugares. Com cuidado, consegui subir as escadas para o corujal sem me esborrachar no chão ou sair rolando escada abaixo. No entanto, acabei trombando com tudo em alguém, ou melhor, trombei com uma cabeleira loira. E não. Não era Malfoy.

— Jessica?

— Opa! Oi Susana — diz ela acertando a touca que acabou ficando torta na cabeça dela. — Desculpe-me, não tinha lhe visto.

— Que isso. A culpa também foi minha — digo. Entrei no corujal e bati um pouco o pé para tentar tirar a neve da bota. — Tudo bem? — perguntei assim que a olhei melhor e reparei em seus olhos vermelhos.

— Hã? Claro, estou bem, claro... — ela respondeu apressada, passando os dedos finos no canto dos olhos. O que me fez ter quase certeza que ela estava chorando.

— Certeza? — insisti.

Uma coisa que nunca curti que fizessem comigo é insistir nas perguntas quando você já tinha respondido-a na primeira vez. Por causa disso, eu odiava fazer o mesmo com as outras pessoas, sempre levava em consideração a primeira resposta mesmo que a resposta seja mentira. Intrometida. Certeza que isso é algo que não sou e sem contar que odeio pessoas intrometidas. Então nesse caso faço o que diz um dito trouxa que ouvi Hermione dizer uma vez: nunca faça aquilo que não gostaria que fosse feito contra você. Mas naquele momento eu senti que precisava perguntar mais uma vez para tentar passar confiança e talvez ajudá-la.

Jessica deu um sorriso fraco e me respondeu com um assentimento. 

Então decidi respeitar a vontade dela. 

— Edwiges? — chamei-a em voz alta. 

Ouvi um bater de asas em minha direção.

— Olá garota — disse a Edwiges que parou no poleiro que tinha ao redor do corujal —, tudo bem? 

Ela soltou um pio em resposta.

Acariciei-a na cabeça que retribuiu com uma bicada bem leve. 

— Preciso que faça uma entrega para mim — digo, depois de fazer um carinho no biquinho dela. — Harry disse que posso te pegar emprestada. Agora quero saber se você vai aceitar.

Edwiges esticou uma das patinhas como se disse: eu entrego.

— Ela é tão linda — comentou Jessica se aproximando. — É do Potter?

— Sim, essa é a Edwiges, a coruja do Harry — respondi enquanto prendia o pergaminho na patinha dela.

— Pelo jeito ela gosta de você. — Jessica riu quando a coruja mexeu a cabeça pedindo por mais carinho. 

— E eu dela. — Fiz o que ela pediu, dei o braço para levá-la até a janela que dava para a floresta proibida e disse: — Leva a carta para o meu padrinho, Remus Lupin, ok? E quando você chegar lá, pode pedir um petisco, que ele vai te dar. 

Jessica e eu acabamos descendo juntas.

— Susana.

— Sim?

— Como você se sente em relação ao seu pai? 

Encarei-a com o cenho franzido.

— Como assim em relação ao meu pai?

— Em relação a Sirius Black ser seu pai — Jessica explicou. — Eu sei que você é filha dele. Não é novidade para muitos que você carrega o mesmo sangue dele. 

— Imagino — dei um sorriso amarelo. — Mas não entendi a sua pergunta. 

— Quero saber se você sente raiva, desgosto, ou algo do tipo por ele ter feito o que fez? Por ele ser um assassino... entende?

Aquelas palavras dela dizendo que meu pai é um assassino me deixou desconfortável, mas logo me acalmei ao lembrar que ela não sabia da verdade sobre ele. Da verdade em que o verdadeiro culpado da história é Pedro Pettigrew, que o meu pai é inocente de todas as acusações. 

— O que sinto pelo meu pai? — repetir. Paramos bem no meio caminho, debaixo da neve e quando olhei Jessica, seus olhos estavam cheios de lágrimas. — Eu vou ser sincera com você. A verdade é que eu não odeio meu pai, não sinto raiva dele, pois eu ouvi histórias sobre e digamos que eu não acredito no que dizem que ele fez. 

— Está dizendo que o considera inocente?

— Sim — respondi, suspirando. — É que se trata de um assunto complicado. Portanto, a única coisa que posso lhe dizer é que meu pai é importante. Eu amo ele. E acredito que o importante seja que eu sei da verdade sobre ele.

Jessica me encarou por uns minutos.

Achei que ela ia me contradizer pelo que disse, mas me enganei, ela só tampou o rosto com as mãos agora encapadas pela luva preta e a ouvi soltar uns soluços.

— É melhor a gente ir para outro lugar — sugeri. Ficar bem debaixo da neve que ficava cada vez mais forte não era uma boa. — Vem.

A puxei para um lugar mais calmo, nesse caso perto das estufas que não estava tão frio e assim poderíamos ficar sentadas. Com chances mínimas de sermos atrapalhadas como Jessica queria. Primeiro a deixei chorar, quando se acalmou, ela disse:

— Quem me dera eu tivesse a mesma opção que você em achar que seu pai não é um criminoso — disse ela com a voz embaçada. — Diferente do homem que me gerou.

Observava-a muito atenta. Não era preciso dizer muita coisa, logo saquei o que ela queria dizer com tudo aquilo e junto com aquilo que lembrei do Prof. Moody no começo do ano fazendo aquele breve comentário sobre o pai dela. Só me fez raciocinar em uma única coisa: o pai dela é um criminoso e é bem provável que esteja em Azkaban.

— E imagino o que esteja pensando — Jessica me olhou —, então a resposta é sim. Esse homem está em Azkaban. Foi preso por torturar, assassinar várias trouxas, bruxos... e várias outras coisas. Recebeu prisão perpétua por todos esses crimes. 

Agora ela desviou o olhar de mim para olhar um ponto qualquer da estufa.

— Nossa, eu... hum... nem sei o que dizer — digo.

— Nem precisa dizer nada.

— Eu posso imaginar o que você está sentindo sobre isso, mas acho que não vale muito a pena você ficar sofrendo por causa desse seu “pai”.

Mais uma vez ela enxugou as lágrimas que caem com frequência.

— Sei disso, mas não choro por ele e sim pelo o que ele me faz sofrer — ela explicou com um certo tom nervoso. — Ele nunca se importou comigo, desde que estava no útero da minha mãe, eu já era amaldiçoada por ele. Preferia mil vezes que eu significasse realmente nada, mas parece que de alguma forma ele gosta de me perturbar. Ontem mesmo para deixar meu Natal horrível, ele conseguiu me mandar um bilhete... como? Eu não faço ideia, mas mandou.

Era impossível não se sentir mal por ela. 

Jessica é o que é por causa da família, por causa dos Malfoy, que desde pequena lhe mostrou essa ideologia da importância dos sangue-puros. Fora isso, eu não acho que ela seja tão ruim como muitos dizem. Eu gosto dela. Sem esquecer que me dou melhor com a Jéssica do que com o primo dela.

Não sei por quanto tempo ficamos sentadas. Ficamos conversando bastante, ela foi se desabafando e eu não me importei, tentava ao máximo pensar em algo útil para dizer a ela, mas vinham poucas palavras. Quando voltamos ao castelo, ela quis mudar de assunto e perguntou sobre o baile.

— Sei lá, não dá para dizer que foi cem por cento bom. Entende?

— Claro — ela respondeu. — No meu caso até que foi ótimo. Consegui me divertir bastante e esquecer meus problemas.

— Sorte sua.

— Você também não foi muito azarenta.

— Por quê?

— Porque você dançou com o Diggory e depois com o Draco. Sem contar que você estava belíssima. Todos os garotos não paravam de olhar e comentar sobre você. Até o Crabbe e o Goyle ficaram te “secando”. 

Fiz um cara nojo só de imaginar aqueles dois trasgos me olhando da forma que estou imaginando nesse momento.

— Credo! — digo com um certo tom de nojo. — Ah, mas eu não era a única bela do baile. Você também estava muito bonita.

— Obrigada.

— Parecia uma princesa da Sonserina com aquele vestido verde — digo. O que a fez rir.

— Confesso que minha ideia inicial era algo realmente representando a Sonserina e então minha tia Ciça conseguiu e o vestido do jeito que queria. Eu amo minha casa. 

— Eu também amo a minha — comentei. — Gosto de fazer parte da Grifinória. 

Jessica sorriu.

— Outra coisinha que queria comentar com você.

— Sobre?

— Super combinou com você a pulseira de brilhantes — ela disse sorrindo. No entanto, eu só franzi o cenho. — Sabia que ela ia ficar super bem com você. Draco até achava que era um exagero.

Naquele momento eu a olhei perplexa.

— Nossa, que cara é essa? Aconteceu alguma coisa?

— Foi o Malfoy que me deu aquela pulseira de brilhantes? — indaguei um tanto irritada. — Jessica, me diz, foi ele mesmo? 

— Ai droga! Você não sabia? — Assustada, ela colocou a mão na boca.

Eu só neguei.

— Droga... droga... eu não sabia que você não sabia — diz ela. — Achei que o Draco tinha dito a você ontem depois que foram conversar no jardim...

— Jessica...

— A resposta é sim. Eu ajudei o Draco a escolher aquela pulseira, ele estava em dúvida do que comprar e queria muito lhe dar algo. Então eu sugeri a pulseira e o ajudei a escolher.

Parece que por um momento ela havia perdido a voz, ou eu mesma ignorei completamente o que ela dizia. O que ela tentava explicar. Porém, eu não ouvi nenhuma explicação. Estava me sentindo uma boba por nunca sequer ter passado pela minha cabeça que aquela pulseira quem deu foi a maldita Madame. Claro que seria ele. Quem mais poderia ter sido? 

Agora eu é quem precisava ficar mais sozinha. 

Disse a Jessica que ia me retirar, voltar para a Torre da Grifinória, e me juntar com meus amigos que deveriam estar preocupados — essa última parte foi uma mentirinha, pois eles já estavam a par que ia no corujal. Respondendo que também voltaria para as masmorras, decidimos nos despedir e voltar para nossos lugares. Antes dela descer, me pediu desculpas por dizer o que disse sobre a pulseira e agradeceu pela nossa conversa de minutos atrás. 

Por que Draco Malfoy me daria uma pulseira tão cara como aquela?

Por quê?

Eu não estou pedindo nada de mais Merlin.

Será que é tão difícil ter uma simples resposta para uma simples pergunta?

Nem consegui conversar sobre nada com Hermione e os garotos quando voltei para a comunal, mas minha amiga reparou na minha expressão pensativa. Agora não só estava pensando no que Malfoy me deu como no pedido de Cedrico. Segurava ambas pulseiras. E pensando nas atitudes de Malfoy e lembrando que ainda precisava dar uma resposta ao Cedrico.

 

...

 

— Cedrico — o chamei firmemente.

Foi depois da janta, antes de todos voltarem para suas comunais, tomei coragem para ir até a mesa da Lufa Lufa e falar com Cedrico.

 Ele que estava conversando com uns amigos, se virou para me olhar e sorriu.

— Oi — diz ele ainda sorrindo.

— Será que poderíamos conversar? — Senti um enorme ódio quando ouvi os amigos dele assobiar como deboche. Cedrico os mandou ficar quieto antes de me responder:

— Claro que sim.

— Em outro lugar — e fiz um gesto para entrada do Salão com a cabeça —, por favor... mais...

Não foi preciso dizer mais nada. Cedrico apenas se levantou, revirou os olhos com mais um assobio e comentários ridículos dos amigos. E foi me acompanhar até o saguão, seguido pelos olhares maliciosos dos próprios. Já eu fui seguida pelos olhares de tacho dos meus amigos — nesse caso de Harry e Rony acompanhados com os olhares curiosos de Fred, Jorge, Lino e até mesmo do Neville. 

Paramos perto de uma entrada abaixo da escada que não era a escadaria que dava para as masmorras e sim para a cozinha.

— Aqui está melhor para você? — Cedrico perguntou.

O saguão estava silencioso já que noventa e oito por cento dos alunos se encontravam no Salão Principal.

— Sim — respondi. — Está melhor. Pelo menos agora.

Ele sorriu.

— Então...? 

Reparei que seu semblante era esperançoso, até porque ele já sabia do que se tratava essa conversa e imagino que ele carregava a esperança de uma boa resposta.

— Bom, hum... Eu queria falar sobre o que você me disse ontem — disse tentando manter minha voz firme e não parecer uma idiota. — Então eu pensei sobre e já tenho uma resposta.

— Jura? — ele indagou nervoso, mas não do jeito ruim, e sim do sentindo ansioso. — E qual é a resposta?

Respirei fundo para tentar conter minha tremedeira. 

Eu estava tremendo. Quando disse que não queria parecer uma idiota estava sendo bem sincera. Eu realmente não queria deixar na cara que estava sendo um idiota de estar nervoso para algo simples. Até porque é só dizer o que tenho que dizer. E não matar alguém. 

— Eu aceito.

Ouve-se um segundo silencioso. 

Cedrico me olhava muito atento, percebi que ele se continha para não sorrir de felicidades ou comemorar. Corrigindo: parecia que ele me ouviu falar em sereiano.

— C-como disse? Só preciso ouvir para comprovar se ouvi certo.

Sorri, mordendo o lábio pelo nervosismo. 

— Eu disse que aceito namorar com você.

Tudo aconteceu tão naturalmente, mas para mim foi algo rápido, inesperado, por mais que já deveria ter me preparado para tal momento. Cedrico apenas sorriu de orelha a orelha, tocou meu rosto com as costas dos dedos e segurou meu queixo de leve enquanto se aproximava. 

Deduzi que isso era uma oportunidade para caso eu quisesse desistir.

No entanto, eu sou uma Grifinória, sou Susana Black... e por ser Susana Black e ser uma leoa, não iria desistir. É por isso que deixei os lábios de Cedrico tocarem os meus. Tudo se iniciou com um delicado toque que depois virou um beijo calmo, tímido, e muito carinhoso.

Deixei-me levar.

A partir desse momento estava dando início a um outro patamar na minha vida.

A partir desse momento eu estava dando início a minha missão para esquecer Draco Malfoy.

A partir desse momento eu me tornei namorada de Cedrico Diggory, meu primeiro namorado.


Notas Finais


E ai, o que acharam?


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