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História A Herdeira dos Black II - De furioso foi para papai ciumento


Escrita por: AkannyReedus

Capítulo 49 - De furioso foi para papai ciumento


Fanfic / Fanfiction A Herdeira dos Black II - De furioso foi para papai ciumento

Pode parecer uma verdadeira loucura chegar nessa conclusão que o cão perto da Casa dos Gritos era justamente o meu pai. Mas eu sei que não é loucura e tinha absoluta certeza que era ele, até porque conheço o cão: grande, negro e peludo. Sem contar o detalhe que ele nos encarava atentamente como se estivesse guardando cada detalhe, e também não posso esquecer que não deve ser nenhuma coincidência o cão está justamente perto da Casa dos Gritos.

Era o meu pai.

Sentia uma enorme felicidade no peito, pois estava o vendo mais uma vez. No entanto, senti um pequeno receio do que ele poderia ter visto. Será que ele viu Cedrico e eu nos beijando?

Cedrico e eu ficamos mais um pouco encostados na árvore, mas sempre lançava um olhar para o cão que continuava no lugar.

— Nossa, olha só o horário — exclamou Cedrico ao olhar o relógio em seu pulso. — É melhor a gente indo — ele sugeriu.

Eu assenti, porém, não queria ir embora ainda. Não antes de falar com meu pai. É uma necessidade falar e abraçá-lo. A primeira e única vez que o abracei foi quando ele estava prestes a fugir com Bicuço. E também não pude conversar com ele tanto como queria já que o tempo estava corrido. Falar por carta não é o mesmo que falar pessoalmente.

Parei Cedrico do nada no caminho, dei uma desculpa qualquer que havia esquecido algo na árvore e disse para ele continuar, iria me encontrar depois com ele. Claro que ele tentou insistir em voltar comigo, felizmente uns amigos dele surgiu para mostrar algo qualquer a ele e meio contra-gosto ele concordou em ir com eles depois que repeti que iria encontrá-lo depois.

Voltei para casa correndo. 

Chegando lá não se tinha mais a presença do cão, engoli em seco e implorando mentalmente que o cão continuasse perto. Passei pela cerca da casa, e olhei para o lado que o cão estaria; sorri ao ver o rabo peludo passando pela parte de trás da casa. Dei uma última olhada em minha volta para ver se não via ninguém. Comprovando que não tinha ninguém fui até o cão. Ou melhor dizendo: animago. 

— Sabia que era você — digo sorrindo ao ver meu pai voltando a sua forma humana. 

— Não lembra mais do cão que seu pai se transforma? — ele comentou em um tom sarcástico. 

Revirei os olhos. Não lhe respondi, apenas me aproximei e lhe abracei forte.

Ele retribui da mesma forma.

— O que faz aqui? — perguntei depois que desfiz o abraço. — Quando chegou em Hogsmeade?

— Calma! Uma pergunta de cada vez — ele pediu.

Apenas assenti e aproveitei para observá-lo. Meu pai continuava da mesma forma que o vi da última vez com o uniforme de Azkaban, seus cabelos estavam mais compridos e parecia estar mais magro. Ele provavelmente estava a dias sem comer. O que me deixou preocupada; me dando uma ideia doida de ir correndo no Três Vassouras para tentar pegar alguma comida com a Madame Rosmerta para trazer a ele. Ou voltar correndo para Hogwarts e ir até a cozinha para pegar comida com os elfos que iam acabar me oferecendo um banquete.

— Já faz um tempo que estou em Hogsmeade — ele explicou se sentado e encostado na parede da casa. — Desde que nós falamos na lareira da Grifinória.

— E por que não avisou antes? — questionei, sentei ao seu lado. 

— Para você ou Harry virem correndo me ver?

Fiz uma careta do tipo: sim.

Ele só rolou os olhos e voltou a dizer:

— Mas eu deixar de contar não foi o suficiente para você ficar quieta em Hogwarts, não é? — Reparei que seu tom de voz estava um tanto ríspido. E tenho uma leve sensação que o motivo disso não era por eu ter saído às escondidas, mas por outra coisa. 

— Você sabe que eu não sou muito fã de cumprir ordens — comentei com um sorriso amarelo. 

— Sei bem disso até porque eu sou seu pai — ele disse soltando um suspiro pesado. — É nesses momentos que desejava muito que você tivesse puxado o lado “educado” da sua mãe. 

— Você viu, não é? — indaguei, mordendo o lábio de nervosismo. 

— Se eu vi o que? Se eu vi um banana passando a mão na minha filha? — era bem nítido o tom de sarcasmo na voz dele. — Imagina, só vi do início ao fim. 

— Eu juro que ia te contar — digo. — Eu juro, mas aconteceram muitas coisas e o que aconteceu hoje não estava nos meus planos. A verdade é que nem viria para cá… ia ficar mesmo em Hogwarts.

— O que te impediu? O banana lhe fez mudar de ideia?

— Digamos que sim — murmurei ao lembrar que vim mesmo por compaixão ao Cedrico. 

Meu pai não disse, porém, a sua cara já dizia tudo. 

— Faça o que bem quiser — ele se levantou — se quer ficar com o banana lá, tudo bem.

— Ele não é banana…

— Qual o nome dele?

— Cedrico… Cedrico Digorry.

— Filho de Amos Diggory? — assenti. — É, não é um banana, é um imbecil. 

Acho que meu pai não está exatamente furioso, e sim, com ciúmes.

— É melhor você indo — disse ele, enquanto se levantava. — E não, não pense que estou mandando embora, nunca faria isso — meu pai logo acrescentou quando o olhei meia chateada, achando mesmo que ele estava me mandando embora — por mais que esteja desgostoso com esse seu “namorico” com o banana. É para você não ter mais problemas do que já tem… tudo bem?

— Vou fingir que acredito — digo com um belo tom sarcástico.

— Uma coisa eu sei nessa vida, você é de fato a minha filha — disse meu pai, seu tom mistura com satisfação e insatisfação. Talvez não seja tão bom eu ser igual a ele. — Você puxou algo da sua mãe?

— Os olhos dela…?

Segurei uma risada quando meu pai me olhou pensativo.

— É, pelo menos os olhos você herdou dela… porque de resto…

Meu pai balançou a cabeça e sorriu, se aproximou de mim e tocou meu rosto.

— Agora falando muito sério, não comente nada ao Harry e nem a ninguém que estou aqui. Depois em um outro momento contarei a ele, e não venha às escondidas me visitar. É para o seu bem. Vamos falar por cartas, ok?

Foi nesse momento que uma súbita tristeza me tomou.

Como assim só por cartas? Eu queria vê-lo todos os dias; não ficar conversando só por cartas. 

— Mas…

— Quando vai ser a próxima visita a Hogsmeade?

— Não sei — respondi pensativa. — Acho que só depois da segunda tarefa.

— Então me manda a data certinha da próxima visita que a gente combina de se encontrar, topa?

Agora ele disse minha língua, e é óbvio que topei. Sorri como boba enquanto balançava a cabeça em concordância. Por fim decidimos se despedir, lhe dei um abraço forte que foi retribuído.

— Tchau, pai — digo assim que me separei. — Até daqui uns dias?

— Sim minha pequena Marota — ele disse rindo. — Agora vá…

Dei uma olhada atrás da casa para vê se não tinha ninguém, olhei meu pai mais uma vez, e a última coisa que vi foi ele voltando a forma de cachorro. Voltei praticamente correndo para me reencontrar com Cedrico, provavelmente ele deve achar que o abandonei ou algo do tipo, ou tem a opção dele desistido e voltado para Hogwarts sem mim. Não é uma opção ruim se for pensar direito.

Todas essas minhas alternativas foram excluídas quando no caminho trombei com o próprio. Estava muito distraída olhando para trás e depois para frente, e no momento que olhei para frente trombei e cai com tudo de bunda no chão.

— Susana! Meu Merlin, perdão — Cedrico se ajoelhou preocupado vindo me socorrer.

— Ai meu cóccix — resmunguei de dor, enquanto acariciava o local dolorido. — Eu que deveria te pedir desculpas. Eu que procurei o chão.

Cedrico me ajudou a me levantar, bati a mão na bunda e na calça para tirar a sujeira. 

— Está doendo muito? — ele perguntou me olhando preocupado. 

— Um pouco, mas tudo bem eu mereci — disse fazendo uma careta quando senti a dor. — Isso é para eu aprender a olhar para frente quando estou andando. 

— De qualquer forma me perdoe, de alguma forma eu beneficiei esse ocorrido. — Olhei Cedrico que estava com um sorriso sem graça, o que me fez rir junto com ele. Acho que ambos tinham culpa da minha caída. Só que eu estava em primeiro lugar.

Perguntei a Cedrico o que ele estava fazendo aqui, porque voltou e ele me respondeu que estava achando estranho minha demora, preocupado, ele tinha se despedido dos amigos e ia voltar para me encontrar. Felizmente não deu tempo para voltar, e consegui voltar antes disso. Fico imaginando se Cedrico tivesse aparecido lá e me visto com meu pai, acho que não seria uma cena muito agradável como uma do tipo: 

Cedrico, esse é Sirius Black, meu pai.

Pai, esse é Cedrico Diggory, meu namorado.

Devo dizer que seria uma cena um tanto iconica.

Acho que Cedrico ia desistir de mim no mesmo instante para felicidade do papai Black.

Antes da gente chegar mais a vista do vilarejo decidi já colocar a capa de invisibilidade, assim não corria risco de acontecer algum imprevisto, ou algo do tipo quando fosse entrar na Dedosdemel. Disse ao Cedrico que voltaria para loja de doces, obviamente que ele tentou me fazer mudar de ideia e voltar com ele pelo caminho normal, mas neguei dizendo que preferia voltar por onde vim. O bom de Cedrico é que ele não é muito de insistir, então não me disse mais nada e decidiu confiar mais uma vez em mim.

— Então a gente se vê em Hogwarts? — ele perguntou, observando tirar a capa do meu bolso interno do casaco.

— Claro — digo. Era estranho dizer isso, mas agora estava me sentindo mais leve ao lado dele, e pela primeira vez tomei iniciativa no nosso namoro, lhe dei um selinho. — Até Hogwarts.

Cedrico sorriu. Parecia feliz pela minha iniciativa, sorri de lado e me cobri com a capa.

 

...

 

Como o combinado me encontrei com Cedrico, mas logo me separei dele quando vi Harry, Rony e Hermione voltar de Hagrid, imagino. Estava bem ansiosa para saber o que rolou com o nosso amigo meio-gigante, precisava saber se eu mesma iria ter que ter um papo sério com ele. Cedrico compreendeu que iria querer ficar com os meus amigos, então se despediu e seguiu caminho para comunal da Lufa Lufa.

— Como foi com o Hagrid? Ele atendeu vocês?

— Atendeu — Hermione respondeu, durante a nossa volta para a comunal. — Dumbledore foi quem acabou nos atendendo para ser mais exata. 

— Dumbledore? — repeti surpresa. — Não me diga que ele também foi conversar com Hagrid?

Hermione assentiu.

— Contei ao Hagrid que não nos importamos dele ser o que é — Harry foi explicando quando passamos pela retrato da Mulher-Gorda. — Que queríamos conhecê-lo mais.

— Dumbledore foi ajudando nas palavras, contanto que essas últimas semana recebeu várias cartas dos pais falando que se ele fosse mandado embora não iriam ficar calados — completo Hermione. 

Sentei-me na poltrona perto da lareira, juntando minhas pernas para sentar com elas cruzadas.

— Até colocamos você na conversa — comentou Rony risonho, sentado no chão, apoiando as costas na poltrona que estava. Ele se virou para me olhar e voltou a dizer: — Falamos para ele não valorizar o que você fez com a Skeeter por causa dele.

— Então vocês disseram sobre… — olhei em volta e felizmente não tinha muitas pessoas ao lado, mas baixei o tom de voz de qualquer forma — que estava em Hogsmeade?

— Quase — respondeu Hermione olhando Rony de forma acusadora —, o Rony quase solta a língua e bem quando Dumbledore ainda estava na cabana.

— Ai! — exclamou o ruivo quando lhe dei um tapa na cabeça. — Foi sem querer! Juro que não queria te deletar, só disse que você deu uma lição estilo Susana Black na Skeeter.

Rolei os olhos. Esse meu amigo não tinha mesmo jeito.

— Enfim, qual foi o resultado de tudo isso? — voltei a perguntar.

— O resultado foi que Hagrid vai voltar a dar aula na segunda-feira — respondeu Hermione feliz. 

— Ótimo! Que bom ouvir isso. 

A notícia da volta de Hagrid realmente me deixou muito feliz, e acabei pensando como o Rony; ao menos os tapas que dei na Skeeter não foram em vão. 

Do nada vejo o ruivo coçando a cabeça.

— Caramba, Su — ele disse e o olhei ainda de costas para mim, coçando a cabeça — até seus tapas são fortes. 

Só foi ele falar isso que me toquei que ele estava massageando o local que havia lhe dado o tapa. 

Foi nesse momento que senti um peso na consciência por não ter medido minhas forças e pensar que realmente o machuquei.

— Ai, Rony, desculpa se te machuquei não era para ser forte — digo rindo. Minha mão substitui a mão dele, e eu fico massageando a cabeça com as duas mãos. — Nem sei como machucou com tanto de cabelo que você tem.

Rony pareceu ter gostado, até deito a cabeça na minha perna para que continuasse o que estava fazendo. Uma coisa que eu sabia de tudo isso, ele estava precisando de um ótimo corte, é muito cabelo!

— Então, como foi depois do… você sabe? 

Olhei Hermione, indecisa porque não sabia muito o que dizer. Claro que poderia comentar sobre Cedrico e eu, mas não poderia dizer nada sobre meu pai. Sei que Harry iria querer saber sobre onde ele estava nesse momento. Porém, eu prometi não dizer nada. 

— Foi tudo bem — respondi forçando um sorriso —, Cedrico me levou para perto da Casa dos Gritos que até foi meio estranho, pois acabei lembrando do que aconteceu no ano passado. Ficamos conversando um pouco, sobre nós e… bem, acho que finalmente entrei num caminho bom no nosso namoro.

Hermione logo sorriu, sabia muito bem que ela entendeu o que havia dito, e pela sua cara entendi que ela queria saber todos os detalhes. Talvez, Harry até tenha entendido o que quis dizer com aquilo, pois eu havia comentado com ele ontem que meu namoro com Cedrico não estava lá a mil maravilhas. Agora o Rony estava sendo Rony Weasley, inclusive ele…

— Rony, eu não acredito que você pegou no sono! — disse, batendo no ombro dele, que deu um breve pulo e me olhou com cara de tacho.

— Eu, dormindo? Claro que não — ele disse. — Só dei uma pausa nas pálpebras.

Do nada comecei a rir, junto com Rony que foi me acompanhando.

— Você realmente não tem salvação, Rony — falou Hermione.

— Mione, você poderia ter um pingo de bom humor, não acha?

Hermione o olhou chocada.

— Ele tem razão — diz Harry rindo.

— Harry!

E foi naquele momento que nenhum dos quatro decidiu se manter sérios, e assim começamos a dar risadas gostosas, o que acabou chamando atenção dos outros alunos, mas poucos nos importamos com isso. 

Era ótimo estarmos tão unidos como agora.

Somos realmente um quarteto.

 

...

 

A verdade é que não conseguia pegar no sono aquela noite, tudo bem que não era nem meia-noite se quer, mas em comparação às minhas companheiras de quarto eu estava madrugando. Não conseguia parar de pensar em meu pai. Juro que agora havia me dado uma vontade imensa de me trocar e sair do castelo para vê-lo, mas sabia que era impossível já que a Dedosdemel estaria fechada agora e as chances de me perder em Hogsmeade procurando meu pai no escuro — sendo que não faço a minima ideia onde ele está ficando —, as chances para o pior acontecer são grandes. 

Taran dormia calmamente no meu pé; Bichenta estava na cestinha com os gatinhos que agora estavam maiorzinhos. Até que dos gatinhos olhei para minha gaveta da mesinha de cabeceira que estava meio aberta, e lá consegui ver o Mapa do Maroto que tinha guardado hoje de tarde quando voltei.

— Já sei o que vou fazer — murmurei para mim mesma. 

Com cuidado sai da cama, calcei minhas pantufas, vesti uma blusa de moletom e peguei meu kit: varinha e o mapa, infelizmente já tinha entregado a capa ao Harry então teria que ir sem ela. Sai devagar do quarto, e fui descendo as escadas. Felizmente não tinha ninguém na comunal, então poderia sair sem problema nenhum, mas antes decidi dar uma olhada no mapa. Filch estava bem longe, Pirraça também e nenhum sinal de professores até a cozinha. 

Sim, meu plano era ir até a cozinha, torcer para os elfos ainda estarem acordados ou pelo menos o Dobby, era com ele que iria precisar falar. 

Para minha grande felicidade os elfos ainda estavam acordados, o que também achei ruim: cadê a hora deles de descanso? Fui logo recebida pelos mesmos.

— Queria falar com o Dobby — disse a eles. — Ele está aqui?

Logo não demorou para o meu querido amigo aparecer.

— Susana Black! Dobby está aqui, Susana Black — e o mesmo vinha correndo em minha direção. — Que bom vê-la, Dobby está feliz com a visita. 

— Oi Dobby — digo sorrindo para ele —, preciso falar com você em particular.

Ele apenas assentiu, animado, e me pegou pela mão me levando para um canto mais vazio na cozinha. 

— O que Susana Black quer tanto falar com Dobby?

Para ficar melhor, decidi me agachar para ficar do tamanho dele pelo menos e suspirei fundo já me preparando para conversar.

— Eu preciso muito que faça um favor para mim.

Seus olhinhos brilharam de excitação, o mesmo estufou o peito e disse:

— Mas é claro que faço, Dobby faz qualquer pela sua amiga, Susana.

— Olha só, finalmente está me chamando só de Susana — disse animada. — Gostei disso, e realmente, sou sua amiga. E é por isso que eu logo pensei em você para me fazer o que tenho em mente.

— Diga, o que Susana quer que Dobby faça?

— Preciso que você leve comida ao meu pai — respondi, já me preparando para ele dar um ataque. — Sei que parece loucura, mas meu pai está em Hogsmeade se escondendo — disse abaixando o tom de voz quase se sussurrando — e é bem provável que ele esteja a dias sem comer comida de verdade. Entende?

Dobby ficou me olhando com os olhos arregalados. 

— Você sabe quem é meu pai, não sabe?

— Sim, Dobby sabe sim quem é o pai de Susana — ele respondeu engolindo seco. — Mas, Sirius Black é perigoso…

— Ele não é, Dobby, meu pai não é perigoso. Ao contrário, ele é um homem inocente de tudo que dizem.

Soltei um suspiro pesado.

— Eu jamais iria te colocar em perigo sem antes saber se é mesmo seguro — digo. Peguei suas mãozinhas e coloquei entre minhas mãos. — Acredite em mim, Dobby. Meu pai é uma boa pessoa, ele é inocente, não vai te fazer nenhum mal.

— Dobby confia em Susana.

Sorri agradecida ao mesmo.

— Se a Susana diz que é seguro, então Dobby irá acreditar, sei que é uma bruxa de bom coração. 

Não disse nada apenas o abracei que o fez rir.

— Eu te adoro — disse depois que me separei dele. — Então, eu não sei onde ele exatamente está se escondendo, só sei que é em Hogsmeade. Será que você consegue descobrir?

— Claro que sim, Dobby irá fazer de tudo para encontrar o Senhor Black. 

— Uma dica. É bem provável que não o encontre em forma humana: ele é um animago. 

Então fui descrevendo a forma animaga ao Dobby que prestava muita atenção nos detalhes. Quando respondeu que captou todas as informações, ele disse que iria agora mesmo procurá-lo, mas o impediu. Claro que me senti muito grata por ele me ajudar, mas não iria deixá-lo sair a essa hora da noite. Se acontecer algo ruim com Dobby. Nunca que iria me perdoar. 

— Dobby, irá procurá-lo logo na parte da manhã e assim levarei comida como me pediu, Susana Black — diz o elfo firmemente. — Irei guardar seu segredo.

Já que Dobby ia fazer o que pedi, não neguei a bandeja de biscoitos que ele havia me oferecido, e nem mesmo o copo de leite quente. Fiquei mais um tempo conversando com ele, esquecendo completamente a hora, às vezes, algum outro elfo da cozinha vinha conversar comigo. Até acabei perguntando sobre como estava Winky, e infelizmente a resposta era a mesma da última vez, ela ainda estava ruim por causa do Crouch. Quase pedi para Dobby me levar até ela, mas desisti quando soltei um longo bocejo.

— Vou indo nessa — disse a Dobby pegando o mapa para verificar como estava nos corredores —, adorei o tempo que passamos conversando. E obrigada a todos pelos biscoitos. — Agora não disse ao Dobby como para os outros elfos que ainda estavam acordados. 

— Venha visitar mais vezes o Dobby — pediu o mesmo me acompanhando até a entrada da cozinha.

— Nem precisa pedir — sorri. — Mas você também pode ir me visitar na comunal, Harry iria adorar te ver.

Ao ouvir o nome de Harry seus olhos se arregalaram, brilhando, e balançava a cabeça freneticamente.

— Claro que sim, Dobby, irá sim visitar sua amiga Susana e seu senhor Harry Potter. 

Ainda sorria, mas meu sorriso se desfez quando olhei para o canto do mapa que marcava as masmorras e novamente vi Bartolomeu Crouch. Os pezinhos que marcavam seu nome estavam sumindo das escadas das masmorras, e como minha curiosidade era grande, me apressei para me despedir de Dobby e voltar correndo até o saguão para que pudesse ver o Sr. Crouch.

Como assim ele estava de novo em Hogwarts e novamente nas masmorras?

O que ele queria tanto nas masmorras?

Nem perdi mais tempo com o mapa, o dobrei e guardei no bolso da minha blusa, não queria correr, mas quando dei por mim estava praticamente correndo. Só quando cheguei perto do saguão que amenizou os passos, apaguei a luz da varinha quando ouvi passos subindo as escadas de mármores. Me escondi atrás da escada para olhar o saguão escuro, não vi silhueta nenhuma, então estiquei mais a cabeça. Fui me aproximando, olhando para a escada de mármore já que ouvi os passos vindo de lá. Ia começar a subir. Subi o primeiro degrau e olhei para cima, o que deu um arrepio já estava um verdadeiro breu.

Antes de pensar em dizer “Lumus”, outra voz disse, mas não foi a palavra que queria ouvir:

— Black!

Ouvir meu sobrenome sendo dito por aquela voz fria e muito bem conhecida, foi a mesma coisa de ter dito um Petrificus Totalus.

— Posso saber o que está fazendo a essa hora fora da cama?

— É o Ranhoso… — pensei em voz alta, mas disse com a voz baixa só para eu ouvir.

— Ranhoso… E você ainda teve a cara de pau de dizer que não ajudou o infeliz do seu pai a fugir.


Notas Finais


E ai, o que acharam?


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