1. Spirit Fanfics >
  2. A Herdeira dos Black II >
  3. É confuso e machuca muito

História A Herdeira dos Black II - É confuso e machuca muito


Escrita por: AkannyReedus

Capítulo 50 - É confuso e machuca muito


Fanfic / Fanfiction A Herdeira dos Black II - É confuso e machuca muito

— Ranhoso… E você ainda teve a cara de pau de dizer que não ajudou o infeliz do seu pai a fugir.    

Ao ouvi-lo falar com aquele sarcasmo todo, respirei fundo e deixei todo meu nervosismo de que talvez agora perca vários pontos, e ganhar mais detenções por responder o Ranhoso no mesmo tom. Respondê-lo do meu estilo. Até porque Susana Black nunca se abala e muito mesmo agora por causa do professor rancoroso que voltou a insistir em um assunto que não tinha haver. Pelo menos é isso que ele irá sempre saber. 

— Professor Snape — disse me virando para encará-lo, o saguão era iluminado pela varinha dele — voltando com o mesmo assunto? Já lhe respondi que não tive nada haver com a escapação do meu pai.

Snape parecia realmente uma assombração com aquela roupa preta em um local que era praticamente um breu. 

O mesmo não me respondeu, mas deu uma risada baixa e fria. 

O que me irritou.

— Senhorita Black, por acaso já se perguntou o que vai acontecer com a senhorita quando o diretor souber que está a essa hora fora da cama?

— Vai me aconselhar voltar para cama? 

— Continue com seu cinismo, pois não acho que ele irá durar mesmo depois que a senhorita estiver fora de Hogwarts.

Entendi perfeitamente a onde esse Seboso queria chegar, sei que ele queria dizer com expulsão, mas eu sei que mesmo fora da cama não irei ganhar expulsão. Nem mesmo a Professora McGonagall iria me dar algo assim. No máximo ela me tiraria uma tonelada de pontos da própria casa que ela era diretora.

Ia abrir a boca para retrucar com o mesmo, mas antes ouvi algo descendo as escadas, olhei assustada para cima.

— Professor Moody?!

— Mas que bagunça é essa? — ele resmungou parando ao lado. — Srta. Black o que está fazendo aqui? Perdeu novamente o sono?

— Parece que sim, professor — respondeu com um sorriso amarelo.

— Novamente? — Snape repetiu. — Quer dizer que você agora fica andando por aí a noite?

Juro que a vontade de mandar o Snape se ferrar era bem grande, queria mandá-lo para casa do Trasgo e que explodisse. Ele só pode estar querendo me irritar para ficar vindo com essas para cima de mim.

Olhei-o irritada e o mesmo semicerrava os olhos, parecia bem irritado, e a forma me olhava era como se tivesse tentando decifrar algo.

— Eu não fico andando por aí — rebati irritada —, apenas… eu apenas perdi o sono duas vezes e fiquei andando. Simples. — Tentei não elevar meu tom de voz, até porque era madrugada e mais funcionários poderiam aparecer como o chato do Filch.

Snape ia voltar a retrucar comigo, mas o prof. Moody foi mais rápido e disse:

— Snape, pare de ficar no pé da garota, e volte a dormir.

— Ela está fora da cama e fora da hora de recolher, não ache que irei deixá-la se safar.

— E o que você quer fazer? — questionou o professor. — Quer acordar a McGonagall a essa hora só para falar sobre isso? Não acho que seja um momento apropriado.

Também acho que não é nada apropriado acorda a professora, pensei.

— Srta. Black — olhei o professor Moody — venha! Vou te acompanhar até a torre da Grifinória

— Tudo bem...

— Quanto a você, Severus, volte para cama e bota seu sono em dia. — Sorri discretamente ao ouvir Moody debochando do Snape. — Se for realmente preciso, amanhã mesmo falarei com a McGonagall sobre a garota.

Confesso que senti uma enorme satisfação de ver Snape ser feito como chinelo pelo meu professor de Defesa contra as Artes das Trevas. Ranhoso não disse nada, apenas bufou e me lançou um olhar furioso, parecia até estar pensando em como me torturar. Não respondeu nada. Virou de costas e voltou para o mesmo lugar de onde veio: a entrada da escadaria para as masmorras.

Moody me fez um gesto com a cabeça para segui-lo e assim o fiz.

— Obrigada por agora pouco, professor — digo.

— Não me agradeça — disse ele simplesmente. — É melhor a senhorita dar uma boa maneirada nas suas rondas de madrugada. Nem sempre vou estar aqui para te tirar dos problemas.

— Claro — concordei, coloquei a mão no bolso para arrumar melhor o mapa. — Professor se quiser pode me deixar aqui, eu vou sozinha para a Torre.

— Se é o que queira, tudo bem — diz Moody depois que parou e me analisou. — Mas torça para não aparecer nenhum Snape da vida. 

— Sem problema, volto rápido e prestando mais atenção. 

Ele não insistiu, apenas disse para eu ir e voltou a repetir para não sair mais de madrugada.

— Boa noite, professor — me despedi antes de caminhar pelo corredor escuro. 

Como disse a ele voltei para comunal correndo, não com medo de ser reencontrada por alguém indesejável, mas porque jurava estar sendo seguida, observada; o que fez sentir um breve arrepio na espinha e só me senti segurar entre as paredes quentes da comunal da Grifinória. 

— Isso é para você aprender a não ser curiosa, Susana — falei para mim mesma.

Só que por mais que minha curiosidade tenha sido maior, não me impediu de ficar pensando no que o Crouch estava fazendo novamente nas masmorras, o que ele tanto procurava nas coisas do Snape? Eram tantas perguntas para poucas respostas. Mas naquele momento não conseguia pensar em respostas nenhuma, pois o sono começou a me fazer presente e achei melhor voltar para minha cama. 

Não dormi pensando em Crouch e nem na pequena rixa com o Snape, mas pensando em meu pai que estava tão perto de mim.

No dia seguinte acordei com Hermione como de costume, levantei com dificuldade já que fui dormir tarde, até tomei um banho para tentar me despertar. Assim que me arrumei, fomos nos juntar com os garotos que estavam saindo para tomar café. Não disse nada a eles sobre o que tinha acontecido na madrugada, pois não queria arriscar nos corredores. Só iria falar depois do café em um lugar mais reservado. 

Ficamos comentando sobre Hagrid que não havia aparecido, parece que só mesmo na segunda ele iria voltar, é o que espero. 

Cedrico veio falar comigo uma única vez quando estava saindo com meus amigos da salão; nesse meio tempo Malfoy também surgiu e mesmo ele fazendo “ops, foi sem querer” algo em mim concluiu que não foi sem querer: ele deu uma batida forte de ombro com Cedrico, atrapalhando o momento que o mesmo iria me beijar. Acho que Cedrico também não acreditou na desculpinha do Malfoy, pois o olhou irritado.

Depois que me separei de Cedrico fui para o jardim com os garotos e Hermione, e assim que paramos em um banco livre, contei aos três o que aconteceu na minha saída.

— Primeiro, o que você foi fazer fora da comunal? — questionou Hermione com seu tom de repreensão.

— Me deu fome e fui pegar algo para comer na cozinha — respondi. 

Eu queria contar que fui fazer um pedido ao Dobby, mas como prometi ao meu pai em não dizer sobre o seu paradeiro, decidi contar outra versão da história. De qualquer forma eu realmente fui pra cozinha e comi lá.

— Mione, o caso não é eu ter saído a noite e sim o porque do Crouch estar de novo nas masmorras. O que ele tanto quer nas coisas do Snape?

— E é a segunda vez que isso acontece — comentou Harry que estava sentado no muro com Rony.

— Exato — digo. — E dessa vez não venha dizer que é enganação do mapa, Hermione. 

— Mas o Mapa não mente, não é mesmo? — disse Rony. — Lupin e Sirius disse isso ano passado.

— Não mesmo, pois ele não mentiu sobre o Pettigrew que era alguém que todo mundo achava que estava morto — murmurei o final irritada. 

— Ok, o mapa pode estar realmente dizendo a verdade, mas então porque você não viu o Crouch? Aparatar ele não aparatou — diz Hermione.

— Talvez tenha usado uma capa de invisibilidade?

— Ou ele é um animago — sugeriu Rony depois de Harry.

— Eu acho que animago seja bem mais provável — disse. — Por mais que eu ache que o Crouch tem ouro suficiente para comprar uma capa de invisibilidade.

— Se for um animago então é um animal pequeno que não se consegue ver — falou Hermione, arqueou as sobrancelhas. — E que também consegue sair e entrar facilmente no castelo. 

— Outro detalhe é que mais uma vez encontrei o prof. Moody.

— Acho que nesse caso é mais coincidência e sorte, muita sorte — Hermione rolou os olhos. — Você estaria muito encrencada se o professor não tivesse aparecido. Snape ia acabar com você.

— Dane-se o Snape — rebati irritada. — Pouco me importo com os ataques de histeria dele.

— Susana, eu te adoro, e é por isso que fico dando uns puxões de orelha em você — dizia minha amiga, me olhando séria. — Você dá muita sorte para o azar. Tem que tomar mais cuidado na hora de fazer algo, e não ficar arriscando tanto o errado. 

— Hermione, a Su sabe muito bem o que faz — diz Rony.

— Não é questão dela saber ou não saber, mas de começar a raciocinar melhor e lembrar que certos atos podem ter sérias consequências.

Se houve um minuto de silêncio, tempo o suficiente para encarar Hermione com indignação, não por ela ter dito tudo aquilo de mim, mas a forma como ela me dizia e me fez lembrar de algo. Corrigindo. Me fez lembrar de alguém.

— Desculpe se peguei pesado, mas… — ela foi logo falando, só que a cortei.

— Não, você não pegou pesado, eu apenas por um momento me senti levando os sermões do meu padrinho.

Rony no mesmo instante começou a rir alto. 

Hermione sorriu sem graça com um pouco de desculpa. 

Já Harry estava tentando segurar o riso, mas foi em vão segundos depois.

— Pelo menos o Lupin tem noção do certo e errado — diz minha amiga.

— Mais ou menos — respondi, risonha —, pois caso não se lembre ele é um Maroto.

Ficamos conversando no jardim até a hora do almoço. Conversamos sobre assuntos bastante variados, tanto que acabamos esquecendo as dúvidas sobre o Sr. Crouch. 

Na parte da tarde aceitei passar com Cedrico que me chamou, e dessa vez aceitei sem problema nenhum. Devo confessar que agora estávamos parecendo um casal de namorados, pois rimos, ficamos abraçados e sozinho em um dos corredores, e claro trocamos muitos beijos. Agora conseguia retribuir sem problema nenhum, inclusive, uma hora ou outra eu é que tomava as atitudes com ele. É bom tomar atitudes, odeio ficar parecendo a tímida e sem sal da história. Duas coisas que eu definitivamente não sou.

Cedrico como sempre muito carinhoso, mas percebi que em um momento sua mão ficou apoiada em minha perna. Não disse nada. No entanto, não tive a mesma sensação que tive quando Malfoy tocava… Droga, porque diabos vou pensar agora na Doninha?! Merda! Você realmente não presta, Susana.

 Quando fomos voltar para o salão principal para jantar, passamos pela passagem da bruxa de um olho só e isso me fez lembrar do meu pai. A vontade de dizer para o Cedrico indo, e quando desaparece de vista, passar pela passagem e ir para Hogsmeade foi muito grande. Queria muito vê-lo de novo e mais ainda, saber se Dobby tinha levado a comida para ele como pedi. Não havia recebido nenhuma resposta do elfo até agora.

Logo desisti da ideia.

 

...

 

— Como foi com meu pai? — perguntei a Dobby na cozinha. Depois do jantar vim correndo aqui encontrá-lo. — Conseguiu encontrá-lo? 

— Sim, Dobby o encontro — respondeu balançando a cabeça ao mesmo tempo. — Ele estava na forma animaga, lhe disse que Susana Black havia me mandado e assim o Senhor Black me levou até onde estava. — Dobby foi me explicando. — Informei ao Senhor Black que você pediu para que eu levasse comida a ele, e assim Dobby fez como foi pedido. 

— Que bom — sorri aliviada. — Ele disse alguma coisa para mim?

— Disse que está muito agradecido pelo que fez. E ainda disse que posso ir encontrá-lo a qualquer momento no esconderijo para levar a comida.

— E você pode fazer isso? Dobby, não quero abusar de você.

— Mas é claro que Dobby irá levar a comida ao Senhor Black que foi muito bom comigo — afirmou meu amigo elfo. — Achei que ele fosse como os outros da família Black que são cruéis. Só que não, ele é um homem muito bom e prometeu não me dar de comida ao Bicuço.

Naquele momento comecei a rir.

— Diferente de Bicuço que queria se alimentar de Dobby.

— Felizmente não aconteceu nada com você — digo. 

Era tão bom ouvir isso tudo, saber que tudo deu certo e que agora meu pai vai poder se alimentar bem. E me deixa bem aliviada em saber que Dobby não se importou de ir até ele.

Dobby foi me contando mais alguns detalhes sobre o encontro dele com meu pai e que graças ao Bicuço perdeu uma de suas toucas. Lhe garanti que como recompensa iria dar várias toucas, meias e tudo o que ele quiser.

Quando vi que já estava perto do horário de recolher, me despedi de Dobby já que não queria ter um encontro desagradável com Snape. Mas assim que cheguei no saguão, preferi ter ficado mais na cozinha e ter arriscado a voltar tarde para a comunal. Porque assim não teria que ver a cena do Malfoy abraçando a Davis que ria. O que me fez sentir um enorme desconforto.

Devo ter ficado tempo demais olhando os dois já que Davis reparou. Ela logo se separou do Draco, abaixou o olhar e disse a ele que estava voltando para as masmorras. Malfoy também percebeu minha presença, mas mesmo assim tentou impedir a saída da outra. 

— Não foi minha intenção atrapalhar vocês dois — o tom da minha voz foi diminuindo. 

Balancei a cabeça em negação com a minha atitude.

Segui caminho até as escadas.

— Já pulo para outra fase com o Diggory? — disse Malfoy com um certo cinismo no tom. 

Parei, ainda não tinha subido nenhum degrau me virei para olhá-lo e respondi:

— E se sim? Algum problema?

Malfoy bufo. 

— Faça o que bem quiser — ele rebateu irritado. — Ninguém te culpa por escolher o… Zé Bonitinho.

— E você pelo jeito escolheu a Davis, e nesse caso tenho pena dela.

Ele foi se aproximando.

— Entre a Tracy e eu não tem absolutamente nada, somos apenas bons amigos, e mesmo se tivesse não a porque ficar com pena dela.

— Ae, e porque não ficaria?

— Por que ela é boa demais para você entender. 

— Ou ela é boa demais para você.

Virei para começar a subir as escadas.

— Fico me perguntando quais mentiras você disse a ela. O que fez para ela ficar tão perto de você?

— Espera — ele me segurou pelo pulso me fazendo olhar. — Só vou te dizer uma coisa, eu não te enganei.

Franzi o cenho.

— Do que você está falando?

— Não vou ficar enrolando só vou ser mais direto e quem sabe assim você pare para pensar um pouco.

— O que?

— Tudo o que você ouviu naquela noite na torre de Astronomia foi um verdadeiro engano.

Não respondi nada a ele. Senti minha garganta se apertar, meu coração também se apertou, pois eu sabia muito bem do que ele estava falando.

Draco soltou meu pulso e disse:

— Enfim, nunca menti para você.

Mais uma vez não respondi nada.

— Boa noite — e assim ele se retirou, me deixando sozinha no saguão.

Passei a mão no pulso esquerdo que foi segurado por ele, e apertei o local que Malfoy me tocou. Não demorei lágrima nenhuma, porém, tive uma enorme vontade de chorar naquele momento. Meu peito doía, meu coração batia forte e só pensava o quanto era confuso gostar do Malfoy, e ao mesmo tempo ser confuso, machuca e muito.


Notas Finais


E ai, o que acharam?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...