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História A Herdeira dos Black II - A Copa Mundial de Quadribol - part.II


Escrita por: AkannyReedus

Capítulo 7 - A Copa Mundial de Quadribol - part.II


Fanfic / Fanfiction A Herdeira dos Black II - A Copa Mundial de Quadribol - part.II

— Vocês demoraram uma eternidade — comentou Jorge, quando chegamos.

— Encontramos alguns conhecidos — disse Rony, pousando as vasilhas de água. — Você ainda não acendeu a fogueira?

— Papai está se divertindo com os fósforos — disse Fred.

O Sr. Weasley parecia estar com dificuldade com os fósforos. No chão havia vários fósforos partidos. Ele realmente parecia estar se divertindo como nunca.

— Opa! — exclamou ele, ao conseguir acender um fósforo, mas largou-o na mesma hora no chão, surpreso!

— Chegue aqui, Sr. Weasley — disse Hermione bondosamente, tirando a caixa das mãos dele e começando a mostrar como fazer fogo direito.

Finalmente, a fogueira foi acesa, embora levasse no mínimo mais uma hora até ela esquentar o suficiente para cozinhar alguma coisa. Segundo Hermione. Enquanto isso, o Sr. Weasley foi apresentando cada um do Ministério. Por mais que não conheça muito das pessoas que trabalham no Ministério, não fiquei nenhum pouco interessada.

Finalmente, a fogueira ficou pronta e havíamos começado a preparar salsichas com ovos quando Gui, Carlinhos e Percy saíram caminhando da floresta para se reunir com a gente.

Consegui ficar bem satisfeita com o almoço, mas antes de terminar o meu prato, vi o Sr. Weasley levantando-se em um salto, acenando e sorrindo para um homem que vinha em nossa direção.

— Ah-ah! — exclamou ele. — O homem do momento! Ludo!

Esse deveria ser o famoso Ludo Bagman que o Sr. Weasley tinha comentado. E olhando, era um homem bem chamativo. Usava longas vestes de quadribol com grandes listras horizontais amarelas e pretas. Uma enorme estampa e uma vespa tomava todo o seu peito. Tinha aparência de um homem corpulento que parara de se exercitar; suas vestes estavam muito esticadas por cima da enorme barriga, que certamente não existia na época em que ele jogava quadribol pela Inglaterra. Seu nariz era achatado, mas os redondos olhos azuis, os cabelos louros curtos e a pele rosada o faziam parecer um menino de escola que crescera demais.

— Olá, pessoal! — exclamou Bagman alegremente. Andava como se tivesse molas nas solas dos pés, era visível que estava de extrema excitação.

Ele conversava animado com o Sr. Weasley, até que vi por trás dele, um grupo de bruxos do Ministério, de cara exausta, que passaram apressados.

Percy foi o primeiro a se levantar e esticar a mão.

— Ah... sim — disse o Sr. Weasley, sorrindo —, este é o meu filho, Percy, começou a trabalhar no Ministério agora, e este é Fred, não, Jorge, desculpe, esse é o Fred... Gui, Carlinhos, Rony... minha filha, Gina... e os amigos de Rony, Hermione Granger, Susana Black e Harry Potter.

Mesmo sendo de uma maneira discretíssima, pude reparar que Bagman olhou para Harry, dando uma espiada na cicatriz na testa.

— Pessoal — continuou o Sr. Weasley —, este é Ludo Bagman, vocês sabem quem ele é, e é graças a ele que temos entradas tão boas...

Bagman abriu um sorriso de lado a lado do rosto e fez um gesto com a mão significando que não fora nada.

— Quer arriscar uma apostinha no jogo, Arthur? — perguntou ele ansioso, sacudindo, ao que parecia, um bocado de ouro nos bolsos das vestes amarelas e pretas.

Dei um sorriso de canto, sabia que ele estava falando de apostas e deve ter uma quantidade grande ouro naquele bolso dele. Por mais que meu padrinho odeie, eu adoro apostar, e acho que não varia mal fazer uma aposta.

— Já aceitei a aposta de Roddy Pontner de que a Bulgária vai marcar primeiro, ofereci a ele uma boa vantagem, levando em conta que os três jogadores avançados da Irlanda são os mais fortes que já vi em anos, e a pequena Ágata Timms apostou meia cota da fazenda de enguias de que a partida vai durar uma semana.

— Ah... vá lá, então — disse o Sr. Weasley. — Vejamos... um galeão na vitória da Irlanda?

— Um galeão? — Bagman pareceu ligeiramente desapontado, mas se recuperou: — Muito bem, muito bem... mais alguma aposta?

— Eu.

— A gente.

Fred e Jorge tinham falado ao mesmo tempo que eu.

— Susana, acho melhor não, Remus não iria aprovar... Fred e Jorge...

— Tudo bem, Sr. Weasley, não se preocupe é só ele não ficar sabendo — digo. — Vou pegar meu dinheiro e já volto, Sr. Bagman.

— Estou aguardando — disse ele me olhando animado.

Entrei correndo na barraca, abri minha mochila e de lá tirei um saquinho fechado lotado de dinheiro. Só que antes de sair, ouvi a voz de Bagman falando sobre mim ao Sr. Weasley.

— Você tinha dito, Black, Arthur?

— Sim, Susana Black.

— Interessante — disse Bagman. — Muito interessante, nunca imaginei que os Black tivessem uma herdeira tão nova.

Me senti um pouco desconfortável do jeito que Bagman disse o meu nome. Será que é assim que o Harry se sente quando as pessoas escutam o seu nome, ou o olham, principalmente para olhar a cicatriz?

Tirando tudo isso na cabeça, sai da barraca, o que fez Bagman me olhar bem animado, os olhos dele não desgrudavam da minha bolsinha de veludo vermelho escuro de dinheiro.

— Qual é a sua aposta, minha cara Black?

— Eu aposto quarenta galeões, quinze sicles e três nuques — disse, mostrando e chacoalhando minha bolsinha — que Irlanda ganha, mas o Vítor Krum captura o pomo.

— Hum... É uma quantia bem grande — diz Bagman pensativo, mas sem tirar os olhos da minha bolsinha.

— Vamos juntar as apostas, Susana? — disse Fred. — A nossa aposta é a mesma que ela, que a Irlanda ganha, mas o Vítor Krum captura o pomo. Por isso, vamos apostar juntos?

— Claro — respondi.

— Meia a meio?

— Meia a meio — concordei com Fred.

— Para continuar a aposta dela, iremos dar a metade, por tanto serão vinte galeões, oito sicles e daremos o três nuques. Ah, e damos uma varinha falsa de cortesia.

— Vocês não vão querer mostrar ao Sr. Bagman esse lixo — sibilou Percy, mas parece que Bagman não pareceu achar que a varinha era lixo, muito ao contrário, seu rosto iluminou-se de excitação ao recebê-las das mãos de Fred e, quando a varinha deu um cacarejo e se transformou em uma galinha de borracha, Bagman caiu na gargalhada.

— Excelente! Não vejo uma varinha tão convincente há anos! Eu pagaria cinco galeões por uma dessas!

Ri da cara de indignado do Percy.

Sr. Weasley tentou impedir, mas Ludo Bagman impediu, parecia bem excitado com a minha aposta e dos gêmeos.

— Vocês acham que a Irlanda vai vencer, mas Krum vai capturar o pomo? Nem por milagre, moleques, nem por milagre... Vou dar uma excelente vantagem nessa... E acrescentar mais cinco galeões por essa varinha marota, concordam...

Sorria satisfeita. Eu adorava apostar e sabia que iria ganhar essa, já que eu nunca perdi uma. Sempre ganhei!

Bagman anotou o meu nome e dos gêmeos em um caderninho. Depois entregou um pedaço de pergaminho, que Jorge guardou no peito das vestes.

Em seguida Bagman virou-se animadíssimo para o Sr. Weasley.

— Daria para me fazer um chá, suponho? Estou de olho para ver se localizo Crouch. O meu contraparte búlgaro está criando dificuldades e não consigo entender uma palavra do que ele diz. Bartô poderia resolver o problema, fala umas cento e cinquenta línguas.

— O Sr. Crouch? — disse Percy, abandonando subitamente o seu ar de impassível desaprovação e quase se contorcendo de óbvia excitação. O que achei um tanto ridículo. — Ele fala mais de duzentas! Serêiaco, grugulês, transgueano...

— Qualquer um sabe falar trasgueano — disse Fred fazendo pouco — é só a gente apontar e grunhir.

Ao contrário de Percy que lançou a Fred um olhar feíssimo, eu acabei gargalhando, recebendo um pouco o olhar feio de Percy. Que nem me importei. Ele voltou atenção na chaleira, atiçou os gravetos da fogueira vigorosamente para fazer a chaleira ferver.

— Já teve notícias de Berta Jorkins, Ludo? — perguntou o Sr. Weasley quando Bagman se sentou na grama.

— Nem um pio — disse Bagman, bem à vontade. — Mas ela vai aparecer. Coitada da velha Berta... Tem a memória de um caldeirão furado e nenhum senso de direção. Perdida, se quiserem acreditar. Vai aparecer na seção lá para outubro, pensando que ainda é julho.

— Você não acha que já estava na hora de mandar alguém procurá-la? — sugeriu, hesitante, o Sr. Weasley, quando Percy estendeu a Bagman o chá pedido.

— É o que Bartô Crouch não para de dizer — respondeu Bagman, arregalando inocentemente seus olhos redondos — mas o fato é que não podemos destacar ninguém no momento. Ah... É falar no demônio! Bartô!

O famoso Bartô Crouch acabara de aparatar junto à fogueira. Ao contrário de Bagman; Bartô era um homem mais velho, formal, empertigado, vestido com um terno e uma gravata impecáveis. A risca nos seus cabelos grisalhos e curtos era quase absurdamente reta e o bigode fino de escovinha parecia ter sido aparado com uma régua. Seus sapatos eram exageradamente lustrosos. Entendi na hora por que Percy o idolatrava tanto.

— Estrague um pouco a grama, Bartô — disse Bagman animadamente, batendo no chão.

— Não, muito obrigado — respondeu Crouch, e havia um vestígio de impaciência em sua voz. — Estive procurando-o por toda parte. Os búlgaros insistem que coloquemos mais doze cadeiras no camarote de honra.

— Ah, é isso que eles querem? — exclamou Bagman. — Achei que o sujeito estava pedindo uma pinça emprestada. Sotaque forte o dele.

— Sr. Crouch! — disse Percy sem fôlego, curvando-se numa espécie de meia reverência que o fez parecer corcunda. Só que a meu ver, ele fez mais é um papel de idiota, achei isso tudo ridículo. — O senhor aceita uma xícara de chá?

— Ah — exclamou o bruxo, olhando surpreso para Percy. — Claro... obrigado, Weatherbey.

Engasguei-me dentro da xícara que bebia. Olhei, Percy, e suas orelhas estavam muito rosadas.

Crouch, Bagman e o Sr. Weasley começou a conversar sobre algo que não me importei, até que eles mencionaram Hogwarts.

— Combinamos não anunciar nada até todos os detalhes... — diz Crouch com as sobrancelhas erguidas para Bagman.

— Ah, os detalhes! — exclamou Bagman, afastando a palavra como se fosse uma nuvem de mosquitos. — Eles já assinaram, então? Concordaram? Aposto o que você quiser, como esses garotos vão saber logo. Quero dizer, vai acontecer em Hogwarts...

Só que Bagman não pode continuar o comentário por causa do Sr. Crouch, que cortou o comentário e desaparataram.

— Que é que vai acontecer em Hogwarts, papai? — perguntou Fred na mesma hora. — Do que é que eles estavam falando?

— Você vai descobrir logo — disse o Sr. Weasley, sorrindo.

— É informação privilegiada, até o Ministério achar conveniente comunicá-la — disse Percy empertigado. — O Sr. Crouch estava certo em não querer revelar nada.

Eu revirei os olhos, já Fred disse:

— Ah, cala a boca, Weatherby.

(...)

— Guardei o meu dinheiro o verão todo para o dia de hoje — disse Rony a Harry e eu, quando começamos a andar entre os vendedores ambulantes.

Já tinha anoitecido e não demorou muito para aparecer os ambulantes vendendo as lembranças. Harry, Hermione, Rony e eu decidimos ir comprar algumas coisas, dar uma olhada no que tinha antes de ir para o estádio onde iria acontecer o jogo. Eu já tinha comprado algumas coisas, como um pequeno chapéu da Irlanda e uma roseta verde, que prendi na minha blusa. Enquanto ao Rony, tinha comprado várias coisas, como um chapéu com trevos dançantes, uma grande roseta verde e um bonequinho de Vítor Krum. Que andava para frente e para trás na mão dele.

— Uau, olha só para isso — exclamou Harry, correndo até um carrinho atulhado de onióculos, eu acho que era isso, pois eles pareciam binóculos de latão, só que eram cheios de botões.

— Onióculos — disse o vendedor pressuroso. — Você pode rever o lance... Passar ele em câmera lenta... E ver uma retrospectiva lance a lance, se precisar. Pechincha: dez galeões um.

— Eu queria não ter comprado isso — disse Rony, indicando o chapéu com os trevos dançantes e olhando, de olho comprido, para os onióculos.

— Quatro — disse Harry com firmeza ao bruxo.

— Não... Não precisa — disse Rony ficando vermelho.

— Não vou te dar nada no Natal — disse Harry, empurrando os onióculos nas mãos de Rony, Hermione e na minha mão. — Por uns dez anos, não se esqueça.

— É justo — disse Rony rindo.

— Obrigada, Harry — digo.

— Aaah, obrigada, Harry — disse Hermione. — E eu compro os programas para nós, olha...

Com as bolsas de dinheiro bem mais leve, voltamos às barracas.

Gui, Carlinhos e Gina também estavam usando rosetas verdes, e o Sr. Weasley carregava uma bandeira da Irlanda. Fred e Jorge estavam com pinturas na cara, só que não tinham nenhuns suvenires, já que estavam com pouco dinheiro, mas eu tinha me preparado para isso e comprei algumas coisas para eles. E como agradecimento ganhei uma mini bandeira da Irlanda pintada na bochecha, pelos gêmeos.

Ouvi gongo, grave e ensurdecedor, bater em algum lugar além da floresta e, na mesma hora, lanternas verdes e vermelhas se acenderam entre as árvores, iluminando o caminho até o campo.

— Está na hora! — exclamou o Sr. Weasley, parecendo mais animado que a gente. — Andem logo, vamos!

Andando? Que nada. Fomos correndo até o estádio, segurando firme as nossas compras. Eu estava tão animada, a atmosfera de excitação febril era extremamente contagiosa. Caminhamos pela floresta durante vinte minutos, até que conseguimos ver o estádio.

Sr. Weasley foi na frente entregar as entradas para uma bruxa do Ministério, que ficou bem surpresa quando viu que eram lugares de primeira. Pelo que ela disse, era no camarote de honra. Interessante.

Subimos as escadas do estádio, que estavam forradas com carpetes púrpura berrante. Levou longos minutos para chegar ao nosso ponto, que deveria ser o mais alto do estádio e pelo que vi, era situado entre as duas balizas de ouro. Era um camarote pequeno, com umas vinte cadeiras douradas e púrpura que tinham sido distribuídas em duas filas. Ao entrar na primeira fileira com os Weasley, consegui ver o campo.

Era imenso, além da grande quantidade de bruxos e bruxas em torno do longo campo oval. Além de estar muito bem iluminado, e com um grande quadro negro, onde aparecia vários anúncios.

Desgrudando os olhos do quadro, espiei o camarote para ver se tinha mais alguém e não havia ninguém. Estava bem vazio, exceto por uma criaturinha sentada na antepenúltima cadeira na fila logo atrás. Que forçando melhor a vista, percebi que era um elfo doméstico.

— Dobby? — Ouvi Harry perguntando incrédulo, o que não só pegou o elfo surpreso, como eu também.

Como assim Dobby?

Por acaso o Harry conhecia o Dobby?

Será que estava falando do mesmo Dobby que conhecia?

— O senhor me chamou de Dobby? — guinchou o elfo cheio de curiosidade, por entre os dedos. Só de ouvir a sua voz, que era bem mais aguda que a de Dobby, me dei conta que era um elfo do sexo feminino.

Percebi que todos olhavam o Harry curioso, incluindo eu, que queria saber mais sobre o Dobby.

— Desculpe — disse Harry ao elfo —, achei que você era alguém que eu conhecia.

— Mas eu também conheço Dobby, meu senhor! — guinchou o elfo. Escondia o rosto como se a luz o cegasse, embora o camarote de honra não fosse muito bem iluminado. — Meu nome é Winky, meu senhor, e o senhor... — seus grandes olhos castanho-escuros se arregalaram tanto que pareceram pratinhos de pão, provavelmente quando pousaram na cicatriz de Harry — o senhor com certeza é Harry Potter!

— É, sou.

— Ora, Dobby fala do senhor o tempo todo, meu senhor — disse ela baixando um tantinho as mãos e me parecendo um tanto assombrada.

— Como vai ele? — perguntou Harry. — Está gostando da liberdade?

Naquele momento parecia que uma luz se acendeu na minha mente. E junto me veio a lembrança do dia em que conheci Dobby e ele me disse que era um elfo livre, inclusive que tinha sido libertado pelo Harry. Então ele realmente conhecia o Dobby, que eu conhecia, e foi ele que libertou Dobby dos Malfoy.

Winky, a elfo doméstico, contou tudo ao Harry que Dobby estava doido, que a liberta está subindo à cabeça dele, pois estava pedindo salário. Na verdade, ela falou tudo que sabia, até que mencionou sobre Hogwarts.

— Dobby está em Hogwarts? — perguntou Harry surpreso.

— Sim, meu senhor, depois de muito tempo Dobby conseguiu trabalho na cozinha em Hogwarts. Lá fora o único lugar que o aceitaram para lhe darem salário — ela sussurrou.

— Não sabia que ele estava em Hogwarts — diz Harry parecendo contente. — Só não entendo, porque está achando estranho ele pedir salário. O que há de mal nisso?

Winky pareceu horrorizada com a pergunta de Harry e fechou os dedos um tantinho, de modo que seu rosto desapareceu.

— Elfos domésticos não recebem pagamento, meu senhor! — disse ela num guincho abafado. — Não, não, não. Eu digo ao Dobby, eu digo, procure uma boa família e tome juízo, Dobby. Ele anda fazendo todo tipo de feitiço avançado, meu senhor, o que não fica bem para um elfo doméstico. Você fica aprontando por aí, Dobby, eu digo, e daqui a pouco eu vou saber que você teve que comparecer no Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas, como um duende desclassificado.

— Bem, já estava na hora de ele se divertir um pouco — falou Harry.

O que concordei plenamente.

— Elfos domésticos não nasceram para se divertir, Harry Potter — disse Winky com firmeza, por trás das mãos. — Elfos domésticos fazem o que são mandados fazer. Eu não estou gostando nem um pouco da altura, Harry Potter... — ela olhou para borda do camarote e engoliu em seco —... mas meu dono me mandou para o camarote de honra e eu obedeço, meu senhor.

— Por que é que ele mandou você aqui, se sabe que você não gosta de alturas? — perguntou Harry franzindo a testa.

— Meu dono... meu dono quer que eu guarde um lugar para ele, Harry Potter, ele está muito ocupado — disse Winky, inclinando a cabeça para a cadeira vazia ao lado. — Winky está querendo voltar para barraca do dono, Harry Potter, mas Winky é bem mandada, Winky é um bom elfo doméstico.

Vi ela dando outro olhar assustado à borda do camarote e tornou a esconder completamente os olhos. Harry se virou para a gente e eu só balancei negativamente a cabeça.

— Irado! — disse Rony, animado, que testava o onióculo. — Consigo ver aquele velhote lá embaixo meter o dedo no nariz outra vez... mais uma vez... e mais outra...

— Que merda, ein! — digo em tom de nojo.

Rony me olhou, então caímos na risada.

— Vai haver um desfile com os mascotes dos times antes da partida — leu Hermione em voz alta.

— Ah, a isso sempre vale a pena assistir — disse o Sr. Weasley. — Os times nacionais trazem criaturas da terra natal, sabem, para fazer farol.

O camarote foi-se enchendo gradualmente em volta da gente durante a meia hora seguinte. O Sr. Weasley não parava de apertar a mão de bruxos, que deveriam ser obviamente muito importantes. Só que o mais legal nisso tudo foi o Percy quebrando os óculos quando o ministro chegou. Ele tinha feito uma reverência tão exagerada que seus óculos caíram no chão, se partindo todinho. Pode ser cruel de minha parte, mas estava rindo mentalmente com isso tudo, não ri na frente dele para não ficar chato.

Na fileira que estava sentada, havia quatro poltronas vazias, Harry, Rony e Hermione ficaram do meu outro lado.

— Harry Potter, sabe — ouvi o ministro dizendo em voz alta ao um homem, que não tinha a mínima ideia quem era, mas deveria ser alguém importante já que usava esplêndidas vestes de veludo preto, enfeitadas com ouro, e aparentemente não entendia uma única palavra de inglês. — Harry Potter... ah, vamos, o senhor sabe quem é... o menino que sobreviveu ao ataque de Você-Sabe-Quem... tenho certeza de que o senhor sabe quem é...

Acho que dessa vez o estrangeiro entendeu, pois quando viu a cicatriz de Harry, começou a algaraviar em voz alta e excitada, apontando para a marca.

— Sabia que íamos acabar chegando lá — disse Fudge, parecendo esgotado, a Harry. — Não sou grande coisa para línguas, preciso de Bartô Crouch nesses encontros. Ah, vejo que o elfo doméstico está guardando o lugar dele... bem pensado, esses búlgaros danados têm tentado arrancar da gente os melhores lugares... ah, aí vem Lucius!

Harry, Rony e Hermione se viraram depressa, para o meu lado, mas eu continuei no meu lugar. Ouvi apenas passos se aproximando.

— Ah, Fudge — disse uma voz fria, atrás de mim. — Como vai? Acho que você não conhece minha mulher, Narcisa? Nem o nosso filho, Draco?

Draco? Ele disse Draco? Draco Malfoy!

— Nem a nossa sobrinha, Jessica?

Em um movimento rápido virei o rosto e me levantei em um pulo; me deparando com um par de olhos acinzentados, que quando se encontraram com os meus, deu um sorriso bem despercebido.

 Por um momento pensei que meu coração ia sair pela boca, ele estava batendo em uma velocidade, fora do normal. Além de não conseguir tirar os olhos dele e parece que nem ele de mim. Devo confessar que ele continuava lindo, estava mais alto e usava uma social preta, muito bem vestido e os cabelos loiros platinados, muito bem penteado. Não sei por quanto tempo fiquei naquele jeito, só sei que sai do meu transe e me esqueci estava admirando — acho que essa é a palavra certa —, Draco Malfoy, quando Hermione me chamou.

— Susana?

Ao ver o estado em que estive, me sentei o mais rápido e fechei a cara. Até que ouvi outra voz conhecida. Me virei e era Jessica cumprimentando o ministério. Ela me olhou de relance e deu um breve sorriso. Bem, ela era uma que continuava a mesma, estava mais elegante do que já tinha visto. Usava um vestido preto com um tecido parecido com couro, era um pouco justo até a cintura e para baixo era solto e um pouco rodado. Comprimento ia até o joelho. Por baixo estava uma meia preta e de sapato com um salto alto preto, que parecia ser de veludo. Claro que não posso esquecer o colar de pedras brilhantes verde, e o cabelo loiro que se encontrava solto.

Jessica ao cumprimentar o ministro foi ao lado de uma mulher desconhecida que a forma de se vestir era o mesmo de Jéssica. Era também, bem bonita e elegante, poderia até ser mais se não carregasse no rosto uma expressão que estava sentindo um mau cheiro bem debaixo do nariz. Só que uma das coisas que me chamou muito atenção dela, era a semelhanças que ela tinha com minha prima Andrômeda. Será que ela era uma das irmãs da minha prima? Porque pelo que me lembro, Andrômeda tem mais duas irmãs, ambas eram casadas com bruxos puros-sangues.

Já o outro homem, o tal de Lucius Malfoy, era praticamente o Draco Malfoy adulto. Ambos eram muito parecidos. Até mesmo no olhar, frios e cinzentos.

O Sr. Malfoy era se apresentado para algum dos homens que estavam juntos, pelo ministro, e nesse meio tempo eu voltei meu olhar para a madame. Sim, a madame! E foi assim, lembrando do apelido dele que me dei conta da besteira que estava fazendo de sempre olhá-lo, mas aqui parecia ser impossível de ser feito. Como estava irritada comigo mesmo, virei a cara bufando e só ouvi o ministro dizer que os Malfoy eram convidados dele, pois o Sr. Malfoy tinha feito uma contribuição para o Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos.

Antes não sabia para quem eram os quatros lugares, agora sabia de quem eram os lugares, pois como muito desgosto, os lugares desocupados, foram ocupados pelos Malfoy. Senti um olhar em mim, e vi que ele vinha do próprio Sr. Malfoy, me olhando curiosa e não era só ele. Sua mulher também me olhava curioso e então ele disse:

— Você deve ser a jovem Black?

Franzi levemente o cenho.

Senti vários olhares sobre mim, inclusive de Harry, Hermione e dos Weasley. O que me fez levantar da cadeira e ficar cara a cara com o Sr. Malfoy.

— Você é a filha de Sirius Black? — disse ele em tom baixo quando pronunciou o nome do meu pai.

— Sim, eu sou filha dele — respondi séria.

Vi a Sra. Malfoy se aproximando, ela também me encarava bem atenta como se tentasse ler cada movimento meu.

— Você é bem parecida com ele. — Pela primeira vez a mulher disse, a sua voz tinha o mesmo tom frio que a do marido.

— Como...?

Só que antes dela me responder, Ludo Bagman apareceu para iniciar a partida.

— Um conselho, pequena Black — diz a mulher em tom baixo —, tenta não sujar tanto o nome da família, assim como Sirius o fez.

Se fiquei com vontade de pular no pescoço dela? Claro que sim.

Como ela se atreve a dizer isso do meu pai? Não aguento mais isso de não sujar um nome, como se um nome significasse algo. Por mais que Malfoy pelo jeito signifique merda, pois só de olhar essa mulher que não consigo acreditar que seja irmã de Andrômeda e o Sr. Malfoy, lembrar também do filho… foda-se o Black em meu nome, foda-se se for sujá-lo, até porque não é isso que irá me definir.

Voltei a sentar nervosa na cadeira. Não bastava estar puta e sentindo que a noite ia ser uma bosta, a Madame tinha que se sentar justo ao meu lado. Bem que poderia ser a Jessica, ao menos ela correria menos chance de ser jogada pra fora.

Não nos olhamos uma única vez, ele se focou em olhar para o lado de fora, mesmo não sendo agradável para mim, tentei esquecer que ele estava do meu lado. Não será a Madame que vai estragar tudo agora, mesmo a família dele ter falado merda minutos atrás.

Com varinha em mãos, apontando para a própria varinha, Ludo Bagman falou:

— Senhoras e senhores... bem-vindos! Bem-vindos à final da quadringentésima vigésima segunda Copa Mundial de Quadribol!

— Vê se não me faz passar vergonha. — Arrepiei ao ouvir aquela voz fria e tão... mais tão… que me fez sentir estranha, além do meu coração acelerar.

Nem precisava me virar, sabia que era a voz de Draco Malfoy e neste momento não sabia o que sentia ou o que fazer. Não sabia se o xingava no meio do discurso do Sr. Bagman, ou que... eu não sei. Eu realmente não sabia o que estava sentindo.


Notas Finais


E ai, o que acharam?


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