O clima dentro do carro não era o dos melhores, Sting passava as mãos pelos cabelos da Mavis que não parecia ligar, seu olhar era vazio. Quando aquilo tudo ia finalmente acabar? Nunca! Essa era a resposta, o sofrimento nunca ia acabar porque a Mavis estava nesse estado e nós não sabíamos como nossa mãe iria reagir com mais essa notícia.
Durante duas horas ficamos dentro do carro e quando finalmente saímos e olhamos para a casa que nós crescemos e foi onde vivemos momentos importantes da nossa vida, momentos em família, com ele. A porta se abriu e Dona Layla correu em nossa direção e nos abraçou, um abraço caloroso e cheio de amor, carinho e proteção.
Mavis começou a chorar baixinho e minha mãe passava a mão em seis cabelos, enquanto sussurrava palavras acolhedoras.
Quando ela nos soltou ficou nos olhando e vi as enormes olheiras que se formavam embaixo de seus olhos, o olhar de tristeza era tão evidente que me machucava só de olhar.
Ela olhou para Mavis e tocou o rosto inerte dela, a loirinha não disse nada ou fez algo. Minha mãe na hora percebeu que havia algo de errado, algo de muito errado.
- Vamos entrar! Vocês devem estar cansados. - Minha mãe disse docemente.
Entramos e Virgo apareceu para acompanhar a Mavis até seu quarto, me sentei no sofá e o Sting ao meu lado e deixei minha cabeça o pousar em seu ombro, ele pegou na minha mão e segurou.
Nossa mãe se sentou na poltrona há nossa frente e nos fitou e soltou um suspiro.
- Vocês podem me explicar o que houve com a irmã de vocês?
- Mavis está em estado de choque. - Sting explicou. - O médico não sabe quando ela pode voltar ao normal.
- Ou talvez não volte. - Eu sussurrei.
Minha mãe me deu um olhar de reprovação o qual eu sustentei com um olhar irritado que a fez cortar o contato visual.
- Não diga isso, não vou perder minha filha. - Ela sussurrou. - Estão com fome? Eu vou pedir para a Virgo preparar algo!
- Não precisa! - Eu falei me levantando.- Eu só quero dormir e esquecer do mundo.
Subi as escadas e entrei no meu quarto e me joguei na cama, fechei os olhos e deixei o sono tomar conta de mim.
Me virei para o outro lado e bati a cabeça contra um peitoral definido, abri os olhos e encontrei o Sting dormindo ao meu lado, faz tempo que você não faz isso Abelha. Geralmente o Sting só dormia na minha cama quando eu tinha um pesadelo.
Passei a mão no cabelo dele e o abracei e senti seus braços passarem pela minha cintura e colocar sua cabeça em cima da minha.
- O que te fez vir pro meu quarto? - Perguntei.
- Pensei que minha gêmea iria querer companhia.
- Acertou em cheio.
- Eu sempre estou certo!
Dei uma risada fraca.
- Nem sempre. Você não estava certo quando nós apostamos na corrida de cavalos.
- Eu lembro desse dia! - Ele disse rindo.- Brigamos tanto, que no final o papai teve que intervir.
- Sim. Vou sentir falta dele.
- Eu também. Mas eu estou aqui, vou cuidar de você, da Mavis e da mamãe!
- Ira herdar a empresa dele?
- Provavelmente sim!
No dia seguinte...
Acordei cedo com a luz do sol batendo no meu rosto, me levantei da cama e acordei o Sting que foi para o seu quarto se arrumar para funeral. Entrei no banheiro e deixei a água escorrer pelo meu corpo, sai do banheiro vestindo um vestido preto e uma bota marrom e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e desci, a Mavis estava sentada no sofá, fui até ela e depositei um beijo na sua bochecha e me sentei ao seu lado e fiz uma trança em seus cabelos loiros.
- Mavis, eu estou tão apavorada quanto você. - Eu sussurrei. - Mas por favor volte ao normal!
- Estão todos prontos? - O Sting perguntou descendo as escadas.
- Mamãe ainda não desceu. - Eu falei.
- Senhora Layla já foi. - Virgo disse entrando na sala. - Capricórnio está esperando vocês.
A partir de agora, as coisas não seriam tão simples como foram antes, tudo irá mudar eu tinha certeza assim que ouvi o grito ensurdecedor da Mavis quando começaram a enterrar nosso pai.
Lucy P.O.V OFF
Zera P.O.V ON:
No dia anterior...
Fazia tanto tempo que eu não o via e agora na minha frente estava o garoto de cabelos rosas e olhos verdes, ele era a cara dele, aquele homem que abandonou eu e meu irmão e nossa mãe para construir sua amada "família", Igor Dragneel!
Como sempre Zeref não consegue ficar quieto e disse tudo na lata para nosso irmão, suspirei e dei um tapa em sua cabeça o que fez ele me olhar irritado.
- O que nós combinamos? - Eu perguntei. - Não iríamos jogar tudo assim! Iríamos esperar.
- Pra que? O Natsu precisa saber quem é o papai dele!
- Do que estão falando? - O Natsu perguntou.
Eu o olhei e dei um pequeno sorriso.
- Acho que precisamos ter uma conversa, Natsu. - Eu disse. - Uma conversa muito séria!
Zera P.O.V OFF
"Ter um irmão é ter, pra sempre, uma infância lembrada com segurança em outro coração."
Tati Bernardi
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