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História A história de duas vidas. - O sol negro.


Escrita por: JulianaRosa

Notas do Autor


Meu Deus, que coisa terrivel. A capital é mesmo um lugar sem piedade.

Capítulo 18 - O sol negro.


Fanfic / Fanfiction A história de duas vidas. - O sol negro.

Dois planadores da Capital sobrevoam o céu e numa fração de segundos uma rajada de balas rasga o chão.

– Pérola! - grito e Gale e eu corremos em meio ao caos que começa.

Gritos, fumaça, crianças chorando apavoradas. Pérola, minha filha onde ela está? Procuro e vejo Peeta correndo com ela nos braços, protegendo-a com o próprio corpo, indo de encontro a minha mãe e Prim. Ela está assustada, chorando e essa imagem deixa meu peito apertado, como a mesma sensação de desespero da arena. Vejo Peeta empurrar minha família com nossa filha para dentro de um elevador e despachá-las rápido.

– Para os elevadores depressa. - Boggs grita e junto com os outros soldados, empurram todos com pressa. Finnick tenta a todo custo enfiar Anie dentro de um dos elevadores, mas ela está gritando, se debatendo.

– Não Finck, por favor... - a voz dela é estridente e carregada de pânico.

– Desça. Agora. - ele grita a ordem. Seu rosto se contorce numa careta de choro e ela obedece.

Continuou correndo, porém estaco no meio do caminho. Prim sai correndo para pegar o maldito gato que ficou para trás.

–Não, Prim! - grito desesperada.

Mais uma chuva de balas cai, me protejo e vejo Prim encolhida no chão abraçando o gato. Gale tenta me segurar enquanto Peeta corre na direção dela. Eu me solto com um puxão e corro até Prim. Peeta já a levantou e eu agarro o braço dela.

– Você ficou louca?

– Eu não podia deixá-lo Katniss. - seus olhos estão cheios de lágrimas, os lábios trêmulos.

A abraço rápido e a arrasto para dentro do elevador, Gale e Peeta estão atrás de mim.

– Entre aí agora. Procura a mamãe e Pérola. Fique com elas.

O elevador se fecha, ela desce.

– Venha Katniss vou te tirar daqui. - diz Peeta. - Você não pode ser ferida de jeito nenhum.

Uma nova rajada de balas abri o chão e um dos garotos da família que conversava com minha mãe e minha irmã fica esticado no chão, todo coberto de sangue, um dos braços arrancado e os olhos abertos e cheios de pavor, enquanto sua mãe grita e é arrastada pelo marido e o outro filho.

Peeta, eu e Gale ajudamos os soldados a colocar todos nos elevadores. Os planadores dão a volta, mais gritos, gente morta, poeira e o cheiro conhecido de sangue que faz meu estômago embrulhar.

Corro para o abrigo onde ficam as armas de emergência, mas Peeta e Gale me param.

– Você vai descer agora. - diz Peeta com autoridade, Gale olha.

– Não vou não. -digo com mais autoridade ainda.

Empurro os dois e entro pela porta do abrigo que um soldado já arrombou e onde os outros estão se armando, e pego um arco de flechas explosivas, os dois me encaram e fazem o mesmo. Os planadores estão se aproximando, Gale e eu miramos e acertamos um deles em cheio. Destroços incandescentes caem.

O segundo planador está se aproximando, Gale e eu nos abaixamos esperando o momento certo de atacar novamente, mas Peeta fica de pé. Esperando com uma flecha na mira.

– Ele é maluco. - Gale retruca. - Está tentando se matar?

– Peeta saia daí. - grito.

Mas ele continua esperando e então atira, parecendo errar o alvo pois acerta apenas um pequeno olho vermelho no planador que eu confesso, ainda não tinha percebido. Peeta mira outra flecha, aguarda mais alguns segundos atira e a coisa explode no ar. Mais destroços pegando fogo caem por todos os lados. Protegemos os olhos da poeira e quando ela abaixa, Gale avança sobre Peeta.

– O que pensa que está fazendo? Colocou a vida de Katniss em perigo.

– O planador iria matar vocês dois. - Peeta dispara empurrando Gale, que o encara.

– Como é que é?

Peeta arranca um objeto parecido com uma lanterna do planador que ele derrubou e mira em nós.

– Vocês estavam marcados, se olhem.

Vejo em Gale pontos vermelhos na testa e no coração e ele vê em mim três ponto na cabeça. Se fôssemos alvejados não teríamos a mínima chance.

– Como você sabe disso? - Gale pergunta desconfiado.

– Eles me faziam assistir isso todo dia na Capital, é uma nova técnica de ataque, eles marcam os alvos e você nem percebe o que o atingiu e nem fica vivo pra saber. - Engole em seco me olhando com um pavor imenso. - Falavam que iam fazer isso com você e que eu iria ver.

Meu rosto se contorce numa mistura de raiva e dor pois sei que muitas outras coisas cruéis foram feitas com ele.

– Você me salvou, como sempre. - digo passando a mão em seu rosto sujo de poeira.

Ele me olha com ternura.

– É o que fazemos não é? Sempre vamos cuidar um do outro.

Sorrio, facilmente. Gale raspa a garganta e se aproxima, sem graça.

– Obrigado. - agradece sério.

Peeta apenas acena.

Estamos todos sujos com sangue, poeira e destruição causados pela Capital. Eu já deveria esperar por isso, não há piedade num homem como Snow, que toma veneno de serpentes. Os soldados estão recolhendo os corpos ou o que sobrou deles. O cheiro de carne queimada e ferida parece se entranhar dentro de nós e doí na alma. Senti que fiz muito pouco para ajudar. Como o Tordo eu deveria ter protegido a todos. Olho o menino morto, mutilado e penso na dor de sua família. Penso que Pérola também estava ali. Pérola, tão frágil e pequena. A Capital não tem honra. E nesse momento sinto a raiva fervilhar dentro de mim. Não quero ser apenas um símbolo da rebelião. Eu quero lutar e vou lutar, não só por minha filha, mas por todos...

Meus pensamentos são interrompidos e o chão estremece sobre nossos pés. O som de um clangor ameaçador se aproxima.

De repente, o sol escurece, os soldados ficam assustados. E nós também.

– Que Deus tenha piedade. - diz Boggs e tenho medo do pavor nos olhos dele.

Boggs não é um homem que sente medo.

Isso não é bom.

Formas gigantescas surgem no céu. Foram elas que encobriram o sol.

Os bombardeiros da Capital.

Estão em posição de ataque e a primeira bomba cai. Há alguns segundo de um sinistro silêncio, seguido da explosão, abrindo uma cratera imensa, arremessando soldados, pedaços de corpos e destroços a metros de distância.

– Vamos descer, rápido. - grita Boggs.

Corremos.

Não dá para enfrentar bombardeiros apenas com flechas.

Descemos pela escada, Peeta também não é fã de elevadores. As portas duplas de chumbo começam a se fechar lentamente, olho para trás e tudo que vejo são bombas caindo ferindo o chão, num caos de destruição e o sol, tão limpo e claro, enegrecido pela fumaça preta que sobe com cheiro de morte.


Notas Finais


Boa leitura meus queridos e desde já agradeço a todos que estão comentando. Bjos para todos.


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