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História A história de duas vidas. - A Colmeia.


Escrita por: JulianaRosa

Notas do Autor


Hum... momento meio hot pessoal. Esse casal é lindo.

Capítulo 19 - A Colmeia.


Fanfic / Fanfiction A história de duas vidas. - A Colmeia.

A presidenta e o conselho não acharam seguro ficarmos no 13 e deram a ordem de evacuação para a Colmeia. Já ouvi falar desse lugar, mas nunca fui até lá. Sei apenas que é um abrigo bem mais reforçado contra ataques de bombardeiros e até bombas nucleares, que fica a metros abaixo do 13, quase nas entranhas de terra. A imagem me deixa sem ar, com a sensação de ser enterrada viva.

Todos correm de um lado para outro como um formigueiro alvoroçado e uma voz estridente nos altos falantes repete irritantemente a mesma mensagem ao som de alarmes. "Peguem apenas o necessário. Sigam para a Colmeia". Aquilo parece um caos. O estrondo das bombas caindo ressoa sobre nós como trovoadas e o chão estremece. Alguns gritam e se abaixam como se fossem ser atingidos a qualquer momento. Gale sumiu procurando a família dele.

- Temos que achar minha mãe e Prim, Pérola está com elas. - digo para Peeta.

Meu peito está apertado e não consigo respirar direito, como se um peso me esmagasse por dentro.

Peeta está meio desorientado no meio de todo aquele barulho.

- Vamos até os quartos. - diz ele.

O de minha mãe e Prim estão vazios, algumas coisas estão espalhadas pelo chão. Entramos no nosso, pego o que posso de roupas e coisas que Pérola vai precisar. Peeta pega alguns pertences para nos dois e nos misturamos em meio a massa humana que corre apressada para os elevadores, não há escadas e minha boca fica seca e amarga. Me erguendo na ponta dos pés tento achar minha família naquele tumulto. Peeta também faz o mesmo segurando as duas sacolas.

Consigo ter um vislumbre de uma menina de tranças com fitinhas cor de rosa.

Prim! - chamo bem alto e ela se vira.

Vejo que ela está com o gato nos braços e uma bolsa pequena e assim que me vê, puxa o braço de alguém. Minha mãe. Ela está com Pérola. As duas vem ao nosso encontro, tentando se livrarem dos esbarrões e cotoveladas e quando pego minha filha nos braços, me sinto aliviada, a sensação esmagadora some do meu peito. Agora entendo por que minha mãe ficava daquele jeito no dia da Colheita e por que não quis comemorar quando Prim completou doze anos.

- Graças a Deus achamos vocês. - diz minha mãe e seus olhos estão apavorados. Imagino que ela está vivendo toda aquela sensação do ataque ao distrito 12.

Peeta passa o braço pelo meu ombro, e segura as outras sacolas com o braço livre. Ele está mais protetor, com medo de que sua família possa ser arrancada dele a qualquer momento e ele tem razão, a Capital pode fazer isso. Já estava começando a fazer, nos obrigando a esconder no subterrâneo. Entramos nos elevadores lotados, Prim está apertando tanto o gato que não sei se ele vai chegar vivo lá embaixo. Me sinto claustrofóbica e abraço Pérola, fecho os olhos tentado conter o pavor que aquilo me lembra enquanto fazemos uma decida silenciosa, lenta. A arena. É como entra nos elevadores da arena.

Peeta abraça nos duas, ele parece lidar melhor com isso.

- Está tudo bem. - ele diz e sinto a calma em sua voz. - Não é a arena, está comigo, está segura.

Me lembro de quando ele me disse essas mesmas palavras. Na noite do nosso casamento, após eu ter tido um pesadelo. E agora, enquanto descíamos, essas palavras me acalmaram de novo. Ironicamente parece um pesadelo só que agora é real.

Todos os elevadores param e se abrem para um grande corredor pouco iluminado. Sei que estamos bem no fundo pois não dá para ouvir o som de bombas caindo e a voz agora é monótona e metálica no auto falante.

“Continuem em frente, sem tumulto, por favor.”

Paramos diante de uma enorme porta dupla de aço, que parece a entrada para a casa de um gigante. Elas se abrem lentamente para um grande salão oval e logo percebo que a dimensão de tudo ali é imensa. O teto abobodado me dá a sensação de que estamos literalmente enterrados vivos dentro de uma bola de concreto no fundo da terra.

- Bem vindos a Colmeia. - diz a presidente Coin junto com o conselho, reunidos num patamar ao fundo. - É aqui que ficaremos até o 13 ser seguro outra vez.

Todos olham. ”E quando ele será seguro? Me pergunto."

Do lado esquerdo há um refeitório, com a cozinha lá no fundo. Uma sala privada atrás do patamar para as reuniões e do lado direito os aposentos para a presidenta e o Conselho. O outros andares são quartos em toda volta do salão oval, com escadas que descem direto para ele. Parece mesmo uma colmeia com todos aqueles quartinhos onde as abelhas guardam o mel.

Soldados e membros da equipe médica nos conduzem para os tais quartos e vejo que estava enganada com relação ao tamanho deles. Pelo tamanho do salão, eu imaginava quartos maiores do que no 13, mas é apenas um quatro por quatro, sem janela, com um tubo de ventilação zumbindo de modo desagradável. No 13 tínhamos um quadrado na parede que dava para ver um pouco do solo e um pouco de sol as vezes. O quarto também é só para três pessoas, tem uma cama, algo parecido com um berço, uma mesa com uma gaveta e um banheiro. O único luxo, todos os quartos tem banheiro, mas água quente já pedir demais. Peeta, eu, Prim, minha mãe, Gale e a mãe dele demos sorte, nossos três cubículos ficam lado a lado. Algumas famílias foram separadas. A Capital consegui interferir até nisso. Eu odeio o Snow e vou matá-lo. Ele é o mal sobre a terra e por isso merece morrer.

Me olho no minúsculos espalho na parede acima da mesa e quase não me reconheço. Pareço um fantasma, e meu cabelo trançado numa trança de lado parece mais um ninho de ratos cheio de nós. Sinto vontade de tomar um banho e me sentir ao menos limpa, já que bonita é algo meio difícil em minha opinião, embora Peeta diz que sou linda o tempo todo. A verdade é que os gritos das pessoas e criança que morreram deixam minha alma feia e assustada.

Depois que Pérola termina de mamar, coloco-a no berço ajeitando nela os cobertores que eu trouxe, já é madrugada. Peeta está dormindo, seu rosto parece muito cansado. Me deito devagar, movimentando o menos possível, mas ele acorda, a cama é muito pequena.

- Tudo bem? Pérola está bem?

Sorrio. Gosto do jeito como ele se preocupa com nossa filha.

- Está sim. Desculpe ter te acordado.

- Tudo bem. Às vezes tenho medo de dormir e ter pesadelos. Acho que vou acordar tudo mundo aqui.

- Então somos dois.

Ouço seu estômago roncar. Nosso jantar aquela noite foi apenas uma sopa rala com uma fatia de pão.

- Você não devia ter me dado metade da sua sopa. Está com fome.

- Não se preocupe comigo, você precisa se alimentar mais pela nossa filha.

Sorrio de novo e Peeta acaricia meu rosto. Mesmo na pouca claridade vejo seus olhos ficando de um azul intenso. Fecho os meus sentindo seu toque e seu beijo em meus lábios. Tão suave e gentil. E me dou conta que essa é a primeira vez que nos tocamos de maneira mais íntima. Sua língua busca ávida a minha. E gosto disso. Me entrego totalmente.

- Nunca esqueci seu cheiro, seu gosto. Você ficou marcada em mim Katniss. - ele diz a voz está rouca. - Mesmo quando me torturavam, eu só pensava em você e que estava segura.

Meu coração acelera e eu o silencio colocando um dedo em seus lábios.

- Não fale dessas coisas. Você está aqui comigo agora.

O nariz dele desliza pelo meu pescoço sentindo meu cheiro que é apenas de sabonete neutro que temos direito para tomar banho, mas ele gosta muito. Acaricio seus cabelos pois sei que ele gosta quando faço isso e num segundo puxo a camisa dele, tirando-a. Sentindo sua pele quente. Ele não tem mais o cheiro de açúcar e canela, é o mesmo odor de sabonete neutro, mas é tão bom. Seus músculos estão novamente rígidos pelo treinamento de combate. E nos abraçamos, nos tocando e acariciando, como se estivéssemos nos redescobrindo. Exploro suas costas, seu peito, seu abdome. Ele desabotoa minha camisa e como sempre, não tenho coisas bonitas para usar para ele, mas Peeta não se importa. Suas mãos me acariciam com delicadeza e são extremamente ternas e quentes ao tocar meus seios.

Mas ainda não é o momento para isso. Quero apenas sentir seu calor. Sentir os braços fortes me abraçando e afugentando os pesadelos. Peeta não diz nada. Entende o que eu quero e me beija mais intenso, sua boca mexendo sobre a minha delicada e ao mesmo tempo profunda, íntima. Depois, ofegantes, ele me aninha em seu peito. A sensação calmante é melhor do que qualquer morfináceo. E é tão bom, tão familiar estar naqueles braços.

- Se estivermos juntos enfrentarei qualquer coisa para proteger nossa pequena Pérola. - Peeta diz e me aperta mais em seus braços.

Respiro fundo, me sentindo protegida, tranquila. Por que sei que é verdade. Por que Pérola é um tesouro valioso e vale a pena deixar o mundo melhor para ela.

Também sei que logo teremos que sair da Colmeia como coelhos assustados e partir para o confronto que está por vir. A Capital é implacável com quem os desafia. Sei que muitas das pessoas que estão nesses quartos não voltarão para casa.

E depois de tudo isso, não sei se haverá uma casa para voltarmos. Mas como Peeta disse, eu lutarei até o fim por minha família e por todos também. Eu sou o Tordo e suas chamas destruirá o inimigo. É o que pretendo e espero fazer.

- Durma meu amor. - diz Peeta beijando minha testa de leve. - Estarei sempre aqui eu prometo, e cumprirei essa promessa custe o que custar.

Me aconchego a ele. E sei que se eu tiver pesadelos, ele estará comigo.


Notas Finais


Ahhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!! Fofura fofura fofura.


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