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História A história de nós dois - Cada vez mais distantes


Escrita por: CaliVillas

Capítulo 11 - Cada vez mais distantes


- Ontem à noite, falei com Nina? – Lia comunicou a Gabriel, de modo casual, quando se encontraram, no início da tarde e no fim das aulas, aquilo já havia se tornado um hábito.

- E como ela está? – ele perguntou, tentando disfarçar a ansiedade.

- Você sabe que ela perguntou a mesma coisa sobre você? Vocês não estão se falando? – Lia indagou, surpreendida.

- Não muito. Ando meio sem tempo – justificou, dando de ombros.

- Estranho, porque vocês eram tão amigos, nunca vi irmãos tão unidos!

- Ela contou alguma novidade? – Gabriel estava curioso para saber sobre a nova vida de Nina, mas não tinha coragem de perguntar, porém, sinceramente, desejava que estivesse feliz.

- Não – Lia respondeu, indiferente.

 

- Eu não posso usar um vestido deste, Barbie! – Nina exclamou ao se ver refletida no espelho do provador da loja, usando o vestido de seda azul escuro com renda preta e algumas pedras cintilantes.

- Por que? Ele está lindo em você!

- Porque não combina comigo. Ele é.... – Nina hesitou, pois não achava a palavra certa em outra língua –, digamos, muito sofisticado e brilhante para mim.

- Mas você ficou linda, Nina! – Insistiu Barbie. – Sua irmã não está linda igual uma princesa, Alicia?  - perguntou a pequenina, que sentada no seu carrinho, olhando para a irmã mais velha, fascinada.

- Princesa! – Alicia respondeu, sorridente, esticando-se toda para deslizar a mãozinha pelo tecido macio da saia do vestido.

- Viu! Até Alicia acha que você está linda, Nina – sua madrasta a encorajou, com um sorriso maroto. Nina não podia negar que estava bonita, que o vestido era lindo, mesmo que fosse algo que nunca imaginou que usaria.

- Ela só tem dois anos! – Nina contestou, divertida, quase concordando, admirando sua imagem refletida no espelho.

- Mas tem bom gosto – Barbie rebateu, não se dando por vencida.

- Está bem, vocês venceram! Eu levo o vestido! – Finalmente, cedeu e Barbie e Alicia bateram palmas, comemorando.

 

Naquele sábado à noite, Nina teve a certeza que fez a escolha certa e que Barbie estava com a razão, no instante que viu na expressão de satisfação e encantamento de Ethan e o olhar de surpresa do seu pai, quando descia as escadas, já pronta para o baile.

- Você está linda, minha filha! – Artur exclamou, emocionado, junto a Ethan no fim da escada, segurando Alicia nos braços.

- Princesa! – a pequena gritou, feliz, admirando a irmã.

- Isso mesmo, Alicia. Sua irmã é uma princesa – Barbie, que vinha logo atrás dela, e que foi responsável pela produção, fazendo um bonito penteado meio preso, meio solto e uma bela maquiagem, corroborou, orgulhosa do seu bom trabalho.

- Obrigada – Nina agradeceu, meio sem graça.

- Eles têm razão, você está linda, Nina – Ethan afirmou, se aproximando dela.

- Você também está bonito, bastante elegante – Ela disse reparando na roupa dele, um smoking em estilo clássico, arrematada com uma gravata borboleta vermelha.

- Obrigado. Eu trouxe para você – Ethan lhe entregou uma caixa com um pequeno arranjo de botões de rosas e fitas vermelhas.

- Obrigada – Nina olhou o presente, espantada, sem saber o que fazer.

- É assim que se usa – Ethan tirou o arranjo da caixa, era um bracelete que ele colocou no pulso dela.

- É lindo, Ethan! Obrigada!

- Pronta! Então, vamos! – Ethan dando o braço a Nina, de uma forma teatralmente solene.

- Não cheguem tarde! – Artur advertiu, em tom sério.

- Esperem! Precisamos de algumas fotos para registrar o momento – determinou Barbie com o seu telefone na mão.

- Não, por favor! – Nina suplicou.

- Vamos lá, não seja tímida, Nina! Vocês estão lindos! Agora, bem juntinhos! Agora, sorriam! – Barbie ordenou e Ethan envolveu a cintura de Nina e a trouxe para mais perto de si, com sorrisos radiantes. – Assim! Vocês estão lindos! – exclamou, satisfeita.

Quando o jovem casal saiu para festa, Barbie teve a ideia, enquanto, Artur admirava as imagens capturadas.

- Por que não mandam essas fotos para a mãe de Nina? Com certeza, eu gostaria de ver como Alicia estaria quando saísse para o seu primeiro baile, ela ficará orgulhosa.

- Acho que você tem razão, querida. Vou mandar a foto para Marta. Ela ficará bem contente ao ver como Nina está bem.

 

A noite já ia longe naquele sábado, Marta e Rui assistiam um filme na televisão, aproveitando o momento de paz, pois João estava dormindo, quando Gabriel passou por eles, pronto para ganhar a rua.

- Você vai sair, Gabriel?  - Rui perguntou, tirando os olhos da TV.

- Vou encontrar com uns amigos – ele comunicou.

- Não volte muito tarde – recomendou o pai.

- Pode deixar, não vou demorar – respondeu, já com a mão na maçaneta da porta, quando ouviu o som de imagem recebida vinda do telefone de Marta, que o pegou displicente.

- É do Artur! – Ela observou, aflita, imaginando que houvesse algum problema com Nina.

Gabriel não conseguiu se mover, sabendo que poderia ser alguma notícia relativa a Nina, esperou apreensivo, parado no mesmo lugar, ainda segurando a maçaneta.

- Olhe! Que linda! Nina está arrumada para ir a um baile! Veja, Rui, como ela está maravilhosa! Que vestido lindo! – Marta exclamou, orgulhosa, mostrando a foto para o marido.

- Ela está muito bonita mesmo! Quem é o rapaz que está com ela? – Rui quis saber, curioso.

- Acho que é o namorado dela, Ethan. Ele é um rapaz bem bonito. Os dois fazem um lindo casal - Ao escutar aquilo, Gabriel sentiu seu coração afundar em uma mescla de tristeza e ciúme, com o ar preso no peito. – Você ainda está aí, Gabriel? Venha ver a foto da sua irmã, como ela está bonita! – Marta propôs e ele não sabia o que fazer, não tinha coragem, mas, talvez, fosse melhor enfrentar a realidade, partir para outra, já que ela tocava a vida sem ele.

- Depois eu vejo, estou atrasado agora – falou, soltou o ar com força e sem olhar para trás, abriu a porta e fugiu.

 

A festa foi bem do jeito que Ethan prometera. Decoração de gosto meio duvidoso e extravagante com muito brilho, música dançante alta, comida ruim e ponche doce demais sem álcool, mesmo assim estava divertida, ela dançou bastante com Ethan. No meio da noite, Nina assistiu a bizarra cena do seu namorado e outra garota, sendo coroados os rei e rainha do baile de primavera, com direito a coroas de plástico prateado e tudo.

 

Gabriel saiu andando depressa, pela rua, sem destino, com mil pensamentos indesejados girando na sua cabeça, só queria sair dali, escapar para algum lugar desconhecido onde pudesse deixar para trás a imagem de Nina namorando, Nina amando, Nina feliz ao lado de outro cara, que o atormentava. Quando alguém o segurou pelo braço, de repente, assustando-o.

- E aí, Gabriel, aonde vai com tanta pressa? – Reconheceu Lucas, um colega da escola.

- Lugar nenhum – respondeu, dando de ombros.

- Pois tem uma festa rolando de uma garota da escola, tá a fim de ir?

 - Vamos nessa! – concordou com indiferença.

 

Nina dançava feliz, sob olhares invejosos das outras garotas, consciente que o seu namorado era o mais gato do lugar, tinha certeza que era uma menina de muita sorte. Então, por que não sentiu o seu coração bater mais forte quando ele a abraçou e dançaram bem juntinho aquela sua música romântica favorita? Por que não se perdia de si mesma quando ele a beijava? Mais uma vez, lembrou-se de outro beijo, em outro tempo e em outro lugar, não conseguia evitar. Por um segundo, de olhos fechados, sonhou dançando nos braços de Gabriel, podia até sentir as mãos deles quentes nas costas, o seu perfume invadindo suas narinas, seu hálito no seu pescoço, um arrepio subiu pela sua espinha.

- Nina – Ouviu a suave voz do seu passado. - Nina! – Abriu os olhos e na sua frente estava Ethan. – A música acabou, quer beber algo?

 

Na festa no apartamento da tal menina da escola cujos pais haviam viajado, Gabriel reconheceu alguns rostos, porém ninguém que o interessasse, não queria estar ali, ao mesmo tempo que aquela confusão de músicas, vozes e risos o irritava, não tinha escolha porque não queria, não podia voltar para casa agora e encarar a realidade.  Sentou-se em um canto isolado da varanda, sem saber por quanto tempo, até o momento em que alguém estendeu copo de plástico branco na sua frente.

- O que é isso? – Gabriel perguntou, desconfiado, pegando o copo na mão de Lucas e cheirando seu conteúdo transparente.

- Vodca para você se animar um pouco – respondeu Lucas, sacudindo a garrafa pela metade no ar .



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