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História A História de Sophie - Capitulo Único


Escrita por: GraveYell

Notas do Autor


Essa é a história que Sophie conta na fic "O perseguidor sem rosto". Espero que gostem.

Capítulo 1 - Capitulo Único


Sophie era uma garotinha normal, de cabelos negros, bem fofa e amorosa aos seus 6 anos. Todos os dias ela ia para a escola com uma marca vermelha diferente nas pernas, mas mantinha isso escondido de todos. Afinal, eram as marcas do amor de seus pais por ela.

Apesar de seus pais a amarem muito, ela era uma garota muito sozinha e tímida. Ela queria tanto um amigo, mas seus pais nunca deixavam ela ter um, eles sempre desapareciam depois de se tornarem amigos dela e Sophie e seus pais sempre se mudavam depois disso. Ela só precisava do amor incondicional deles, afinal. Mas ela não estava satisfeita com isso, então ela criou um amigo imaginário. Para seus pais, isso não era problema, já que não era uma pessoa real que poderia substituir eles ou contar para outros do amor que eles tinham por ela, então deixaram. Sophie também sempre quis ter um irmão mais velho, então chamava seu amigo de irmão sempre.

Eles conversavam de tudo. Contavam tudo um para o outro e Sophie era feliz com eles e começou a ficar triste perto de seus pais. Eles começaram a desconfiar disso e mandaram ela parar de falar com esse amigo imaginário. Mas isso é algo que eles não podiam se intrometer. Ele sempre estava lá ao lado de Sophie para conversar com ela e ela sempre falava com ele, ignorando as ordens de seus pais. Eles a puniram várias vezes por causa disso e ela só acabava ficando cada vez mais triste com eles.

-Papai... vocês me amam? –Sophie pergunta um dia na mesa de jantar.

Os pais se entreolham e respondem que sim, amam ela bastante.

-Então por que vocês me machucam tanto e mentem para mim? Quem ama, não machuca...

Eles se enfurecem e a espancam, ignorando os gritos de dor da menina, quase arrancando a sua pele. Trancam-na dentro do quarto, sangrando e gemendo de dor, sem conseguir nem andar e saem da casa, deixando-a sozinha. O seu amigo aparece em um canto do quarto e vai engatinhando até ela. Ele a abraça carinhosamente e fica afagando teus cabelos. Sophie chora em seus braços por descobrir a falta de amor de seus pais com ela.

-Eu disse que eles não te amavam... Isso que eles fazem contigo é apenas para o prazer deles. Eles são loucos e não vão parar nunca de te maltratar... você precisa fazer algo para acabar com a sua dor, Sophie. –diz o amigo imaginário.

-O... O que eu... O que eu tenho que f... fazer...? –pergunta Sophie, soluçando por causa do choro.

-Faça eles dormirem para sempre... –diz de maneira dócil- Isso é tudo que você pode fazer. É só passar a faca em seus pescoços bem rápido. Se não vai machucar eles. E você não quer machucar ninguém, não é? –ela balança a cabeça negativamente- E isso faria uma coisa que você quer muito também.

-Faria...? –Sophie pergunta, curiosa.

-Sim. –concorda o amigo balançando a cabeça positivamente- Faria seu irmão se tornar real... Você não quer isso?

-Mas... você já é real pra mim.

-Só que não posso te defender do jeito que estou... Nem cuidar de você. Só se você fizer eles dormirem que eu vou poder fazer tudo isso e muito mais. –ele sorri para a criança em seus braços, dando um beijinho em sua testa.

-Promete?

-De dedinho. –então ele coloca seu dedo mindinho junto ao dela, fazendo a promessa.

Essa noite os pais dela não voltaram para casa. E mesmo se tivessem voltado, ela não teria percebido, pois apagou nos braços de seu amigo e só acordou no dia seguinte, de manhã, em cima da cama, com seus pais gritando a mandando arrumar as coisas e descer para partirem outra vez para outra cidade. Ela apenas obedece.

Durante o caminho para a outra cidade, a garota não come e nem bebe nada. E fica com uma vontade enorme de ir ao banheiro, mas seus pais não param nem um segundo e ainda ameaçam a espancar novamente, caso ela abrisse a boca de novo ou fizesse xixi no carro. O que ela fez. Pobre Sophie. Perceberam o fedor perto de um motel, Bates era o nome. Eles pararam o carro e a chutaram, literalmente, para fora dele. Cuspiram e a xingaram de tudo o que acharam que ela merecia: “Porca. Vagabunda. Desgraçada. A pior coisa que havia acontecido em suas vidas. Feto ambulante. Abordo mal sucedido”. E a fizeram comer terra para “saciar a fome”.

Chegam no motel, fazem o check-in e vão para o quarto. Sophie vai direto ao banheiro e começa a vomitar tudo o que tinha comida de terra naquela hora. Ela implora para seus pais pararem de maltratá-la, mas eles apenas chegam atrás dela no banheiro, com salgados na mão, comendo eles e mandam ela beber a água da privada com o vômito da garota, o banheiro também não era nada limpo. Ela recusa e enfiam a cara dela na privada para que bebesse, ela bebe, chorando, e eles vão se deitar na cama, rindo.

Chega a noite, Sophie ainda está no banheiro, trancada e tremendo de frio e sem saber o que fazer. Não está mais com fome, pois seus pais deram o resto dos salgados que comeram pra ela, mas a água que ela teria que beber ainda era a da privada. Seu amigo aparece pra ela novamente, com muita tristeza no olhar.

-O... Onde você tava...? –diz ela, quando o vê- Eu te chamei tanto... Irmão... Não me abandona assim...

-Me desculpa, maninha... Eu estava arrumando as coisas para nós. –ele tira uma faca das costas. É a mesma faca que seu pai usa para trabalho. Ele nunca falou qual o trabalho, mas Sophie nunca se interessou também.- Usa isso... e termine com seu sofrimento, maninha. Vamos ser muito felizes depois disso. Me espere quando terminar. O tempo que for. Eu vou te buscar, não se preocupe. –a tranca do banheiro se abre- Boa sorte... –ele some.

Sophie apenas se levanta e vai até seus pais, que estão dormindo. Ela fica parada na frente deles, com a faca na mão, receosa. Ela olha para o pescoço de seu pai que está na sua frente e se imagina fazendo o movimento, cortando o pescoço dele, mas não está conseguindo ter coragem. Ela sabe o que acontece quando ela fizer isso, eles morrem. Ela não quer machucar ninguém. A coragem disso vai se esvaindo dela e ela vai ficando sem esperanças novamente. Seu pai dá um pequeno gemido, Sophie se assusta, parece que ele vai acordar.

-Você precisa agir logo. Faça. –diz uma voz em sua cabeça e ela começa a ter flashbacks bem rápidos de tudo o que fizeram com ela.

Sophie coloca a faca no pescoço de seu pai, que acorda na hora e se assusta com a cena. Sophie apenas diz, “me perdoa papai, eu não quero mais sofrer”, e degola o seu pai. Sangue jorra na cara dela e a cama se enche de sangue. Ele fica lá, agoniando. A esposa dele então acorda e se vira pra ver a cena. Ela grita e Sophie se desculpa com ela também e enfia a faca em sua garganta, deixando lá. Mais sangue ainda banha a cama, a mulher começa a perder as forças, mas consegue perguntar:

-O que foi que você fez...? –e apaga.

Sophie retira a faca dela e procura pelo seu “irmão”:

-Maninho, aparece, eu fiz! Por favor! Aparece! Não me deixa sozinha aqui agora! –ela grita, chorando e implorando para que seu amigo apareça, mas nada- Por favor... –Sophie se encolhe e deita em cima do sangue de seus pais que caiu no chão e começa a chorar.

A porta do quarto do motel é arrombada por pessoas que ouviram os gritos, eles veem a cena, se horrorizam e chamam a polícia.

Sophie é levada a um sanatório para melhorar depois daquilo tudo. Fica lá por vários meses.

-Você está melhorando muito, Sophie. Bom trabalho. –diz o psicólogo que trabalha com ela.

-Obrigada, Dr. –Sophie responde- Ele veio?!

-Seu irmão? –pergunta.

-É... ele veio me buscar?!

-Sophie... Você não tem irmão... Você sabe disso.

-Eu tenho sim! Você vai ver. Ele disse que viria... ele prometeu...

-Sophie... –ele suspira- Você tem tanta certeza disso... Por isso não pode ir embora daqui ainda. Temos que curar essa parte sua que ainda acha que tem um irmão. Você é uma garota inteligente, sabe disso.

-Mas Dr... –Sophie diz, quase chorando- Já faz quase um ano...

O doutor apenas acaricia a cabeça de Sophie e se desculpa por isso, dá o remédio a ela, que dorme. Então ele sai do quarto da garota.

Passam-se os dias, está de noite, Sophie acorda com os sons de passos e gritos no corredor onde fica seu quarto. Isso já era comum por ser um sanatório, tirando a luz vermelha que passava por debaixo da porta. Ela sempre pensa que seu irmão está vindo a buscar, mas ela já perdeu as esperanças e volta a dormir. Então ela escuta uma voz falando na nuca dela:

-Oi, maninha... Valeu a pena me esperar? Vamos ser felizes juntos de agora em diante... eu prometo.


Notas Finais


Obrigado por lerem.


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