História A history about love - Cinco

{Shawn Mendes point of view}

Descobri como a Stella tinha me visto, somos vizinhos de janela e aquilo seria engraçado. Passei bons minutos vendo ela cantar com uma escova na mão, de roupão cor de rosa e uma toalha na cabeça. Me arrumei de um jeito mais normal possível, jeans e camiseta, nada que eu já não use normalmente. 

Espero que a Stella goste do que vamos fazer. Desci de as escadas, minha irmã estava com o celular na mão assim como minha mãe e meu pai assistia alguma coisa na televisão. 

- Vai sair? - meu pai perguntou e eu parei antes de abrir a porta

- Vou. 

- Que horas chega?

- Não sei, te mando uma mensagem. Estou com minhas chaves e só isso. 

- Ok, tome cuidado. 

- Vou tomar. 

Fechei a porta e fui tirar o carro da garagem, parei na porta da Stella e sai para chama-la. Toquei a campainha e o Christian abriu. 

- Ah. Olá Shawn. 

- Christian. 

- Entra. A Stella tá ajudando a Brianna com os gatos. - ele disse e apontou o sofá, sentei para esperar - Então, não voltem tarde. 

- Não vamos. 

- Estou te confiando minha unica filha. 

- Ela vai voltar sã e salva. 

- Nossa pai, que antiquado. 

Stella desceu as escadas meio correndo, ela está com uma trança enorme nos cabelos e deixava seu rosto mais visível e bonito. Ela está vestindo uma calça preta, uma blusa rosinha muito bonitinha com um balão de festa branco na frente, coturno e um casaco. Ela sorriu e eu retribui.

- E ai, vamos?

- Vamos. - levantei e a segui 

Christian disse mais algumas coisas normal de pais e Stella ria. Entramos no carro e ficamos um tempo sem falar nada. 

- Onde vamos? 

- Surpresa.

- Gosto de surpresas, não me decepcione. 

- Estou me sentindo pressionado. - ela gargalhou 

- Ainda bem.

{Stella Lambert point of view}

Cantarolei a letra de Lost in you da Lena umas trezentas vezes e Shawn riu porque eu começava a cantarolar outra música e terminava cantando a da Lena. 

Ele parou o carro na frente de uma loja chamada Empire music, uma loja de música. Olhei para ele e assim que ele estacionou fui a primeira a pular do carro. 

- Me trouxe em uma loja de música? - disse animada 

- Espero que goste de música. - falou irônico

- Muito. - disse e ele fez sinal para a gente entrar - Podia ter me dito. 

- Por que? Deixaria de ser um mistério. 

- Por que? Para eu falir meu pai, óbvio. - ele riu e abriu a porta

Apenas tinham três pessoas na loja, dois rapazes e uma menina. Todos três trabalham aqui. A loja é exatamente como aquelas lojas de filmes dos anos 90, com discos de vinil e cd's normais, fitas de música e tocadores, vitrolas e até aquelas cabines que você coloca músicas e usa fones para ouvir sua música em paz. Passei a mão em uns discos dos Beatles mas lembrei que não sou fã deles. 

- Pega alguns que você gosta e nos vemos em cinco minutos. - ele disse 

- Cinco minutos? - ele assentiu

Andei pelos discos e achei alguns interessantes e foi bem difícil escolher. No final de cinco minutos eu consegui decidir quatro discos porque lembrei de algumas músicas deles. 

- Pronta?

- Sim senhor. 

Entramos em uma cabine e tinha dois banquinhos, sentei e um e Shawn no outro. 

- Quem começa? - perguntei 

- Pode ser você. 

{Da play na música. Link nas notas finais}

Coloquei o Simple Minds 

- Simple Minds, 1985. - ele disse - Boa escolha. Motivos?

- Primeiro - comecei a enumerar nos dedos - tem a música mais maravilhosa deles.

- Que seria?

- Don't you. - ele assentiu - Segundo: é a música tema de um dos meus filmes preferidos. 

- O filme é maravilhoso não?

- Sim. E por último mas não menos importante: fala sobre um amor bonito e um pedido legal.

- Não se esqueça de mim. 

- Não se esqueça de mim. 

Perdi as horas que ficamos na loja tanto que o Malcon, dono da loja, fechou a loja mas deixou a gente ficar um tempo. Ele mora no fundo da loja e não viu problema da gente ficar um tempo a mais. Agradecemos ao Malcon tanto que ele tava praticamente nos expulsando quando a gente decidiu ir embora. 

- Adorei essa loja, obrigada Shawn. 

- Por nada. Sempre venho aqui quando estou na cidade. - sorri - Pizza?

- Pergunta a formiga se ela quer entrar no açucareiro. 

Shawn gargalhou e demorou um pouco pra parar de rir. 

(...)

Uma pizzaria muito fofinha com várias fotos da Itália e coisas da Itália e que faz você se sentir na Itália. 

- Gostei da sua trança. 

- Obrigada. - passei a mão no cabelo - A Brianna que fez. 

- Vi você cantando e dançando com uma escova de cabelos. - nem precisava me ver para saber que tinha ruborizado 

- Você acorda muito bonitinho. - e sexy, pensei 

- Obrigado. 

- Me diz uma coisa que ninguém sabe de você? 

- Eu ronco, mas não muito. - ele disse depois de pensar um pouco - E você?

- Eu... - fiquei pensando - eu não sei. Sou normal.

- Você ronca? Tem chulé? Bafo quando acorda.

- Todo mundo tem bafo quando acorda, Shawn. - ele riu - Ah, lembrei. Meu dedão do pé é quebrado. 

- Como assim?

- Quebrado. Quebrei no balé. 

- Por que não quer que eu veja seu vídeo do balé?

- Tem uma parte que eu não gosto. Eu pergunto a minha avó pela minha mãe e ela diz que ela não pôde ir. 

- Sinto muito.

- Já faz muito tempo. Tô bem. - sorri

(...)

Shawn parou o carro na frente da casa dele e eu sai e fiquei esperando ele por o carro na garagem. Ele voltou e me acompanhou até a porta de casa. 

- Obrigado por me acompanhar. 

- Obrigada por me convidar. Gostei muito daquela loja. E da pizza. E da companhia. Não conta a ninguém mas a companhia foi a melhor coisa.

- Também acho que companhia foi a melhor coisa. - sorri.

Shawn me abraçou o que me pegou de surpresa mas retribui em bom grado. É uma sensação muito boa está entre os braços fortes dele. Shawn cheira bem. Ele ergueu a mão em minha direção. Seus dedos tocaram meu rosto bem sutil, percorreu meu queixo, bochecha, têmpora e testas, desceram até o nariz como se fosse um escorregador. Tocaram meus lábios, contornado calmamente. Eu apreciava sua respiração soprando em meu rosto, morna e apressada. Não percebemos, pelo menos eu não percebi, quando nossos rostos se aproximaram tanto. 

Fechei meus olhos como consentimento ao que viria a partir dali. Nossos lábios se encontraram silenciosamente, sem expectativas, era adorável, irreal. Sem urgência, sem pressa, nossos lábios se tocavam, rendidos sem se afastar. Senti quando os lábios dele se contornaram em sorriso. Ainda de olhos fechados, eu não tinha coragem de encará-lo, apenas sorri.