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História A idade do sucesso - 5- Um pato top model


Escrita por: LumiSan

Notas do Autor


Olá! Atualizando mais cedo em homenagem a TM <3~

Capítulo 5 - 5- Um pato top model


5- Um pato top model:

 

Takanori’s P.O.V

 

- Kouyou, você não mudou nada.

        Depois que entrei no carro, a primeira coisa que fiz foi abraçá-lo, me sentindo imensamente aliviado por ele ainda ser meu amigo. Mas logo o soltei, percebendo que ele ficou um pouco sem jeito e não me abraçou de volta.

- O que foi?

- Que estranho você... me abraçar assim do nada.

        Fiquei um pouco confuso, nós sempre nos abraçamos normalmente. Será que depois de adulto ele não gostava mais disso?

- Então, como você está? – ele me perguntou de um jeito tão formal que até estranhei.

- Bem. Ótimo, na verdade. – lindo, loiro, empregado e rico. Eu poderia não estar ótimo?

- Que bom.

        Um clima bastante estranho estava presente dentro do carro e eu não estava entendendo o porquê.

- O que foi, Kou? Você ‘tá estranho.

        Ele deu partida no carro, ligando o rádio e sem me encarar.

- Quem ‘tá estranho é você. – deu uma risadinha sem graça.

- Eu?

- Sim, me abraçando, me chamando de Kou... Como quando estávamos na escola.

        Um alerta vermelho acendeu em minha mente. Eu não me lembrava de nada que havia acontecido nos últimos anos da minha vida, não sabia nem com quem era casado, e se houvesse ficado ressentimentos por parte de Kouyou?

        E de repente a ideia de tê-lo apenas como um amigo distante me pareceu terrível.

- Kouyou, se eu te contar uma coisa você vai achar que eu sou louco?

        Ele me encarou brevemente antes de voltar sua atenção para o trânsito novamente:

- Não. O que foi?

        Pensei em contar a verdade, falando sobre como meu desejo na fonte foi atendido, mas era ridículo de mais para alguém acreditar, então resolvi contar apenas uma parte da história:

- Eu não me lembro de absolutamente nada da minha vida de adulto.

        Ele franziu o cenho, me questionando como isso era possível.

- Não sei, Kou. Eu simplesmente não lembro de nada. Minha última lembrança é do dia em que me pregaram aquela peça com o Yutaka.

- Ah, aquele dia...

        E sua expressão ficou levemente sombria, como o cara da faixa mais cedo quando toquei nesse assunto.

- Você não me perdoou de verdade? – perguntei acuado.

- Sim. No dia seguinte você me pediu desculpas e ficou tudo bem.

- Então porque, Kouyou? Me conta o que aconteceu com a minha vida, porque você está tão distante?

- Você realmente não lembra de nada, Takanori?

- Não.

- Desculpe, mas eu não posso te ajudar, de repente você deva visitar um médico...

- Espera, porque não pode me ajudar?

- Porque eu não sei de muita coisa da sua vida. Nos últimos anos você mal e porcamente me cumprimenta e fala algumas banalidades.  

        E aquilo me atingiu como uma pedrada. Como eu podia ter me afastado tanto do meu melhor amigo? Do único em toda minha adolescência que quis se aproximar de mim... Além do Suzuki, claro.

- Kou... – o chamei baixinho – Por que eu fiz isso?

- Ah, então... – ele sorriu amargamente, como se tivesse finalmente entendido o ponto daquilo tudo – Isso é o que eu venho me perguntando há muito tempo. Depois que você entrou pra faculdade e fez novos amigos, você simplesmente começou a me deixar de lado. Na realidade hoje em dia você basicamente só fala comigo por causa do trabalho.

        Não pude deixar de notar toda a mágoa nas palavras dele. Até que algo me chamou atenção.

- Eu fiz faculdade? Qual é meu trabalho agora?

        Ele franziu o cenho e me olhou brevemente.

- Você realmente ‘tá falando sério?

- Juro. Não lembro de nada.

- Você é estilista.

- O que?!!!

        Dei um grito tão alto que Kouyou deu uma derrapada na pista, me olhando feio em seguida por tê-lo feito perder a atenção no trânsito.

- Meu Deus! Você ‘tá falando sério? Eu sou estilista mesmo?

- Sim, faz tempo... Inclusive estamos indo fazer uma sessão de fotos pra sua nova coleção... Aliás, desse jeito você vai ter condições de trabalhar?

        Me encarou brevemente, e eu não sabia respondê-lo.

- Você pode me ajudar... Não é? – perguntei meio hesitante.

- Até posso. Se seu melhor amiguinho deixar. – notei a ironia em sua voz.

- Você é meu melhor amigo, Kou. – ele riu amargamente de novo.

- Não mais, Takanori... Não mais...

        Mais uma vez me calei, cruzando os braços sobre o peito e observando a cidade moderna lá fora. Eu não queria outro melhor amigo. Não estava gostando de descobrir esta parte de minha nova vida.

 

(...)

 

        MA-RA-VI-LHO-SA!

        Única palavra para descrever a coleção de roupas que eu descobri que havia criado. Sozinho. Por meu próprio mérito.

Fazia mais ou menos uma hora que havíamos chegado e eu estava na sala de roupas, admirando cada uma delas e me sentindo extremamente orgulhoso do que eu havia me tornado.

A senhora Matsumoto também devia estar muito orgulhosa.

- Taka, você está aí! – me virei para a pessoa que adentrava a sala, sendo surpreendido por um abracinho.

        E era aqueles abracinhos cínicos, onde a pessoa mantém a cintura há uma boa distância e se inclina, lhe dando dois tapinhas nas costas.

        Eu não gostava daqueles abracinhos.  

- Olá... q-quanto tempo. – sorri amarelo, tentando parecer natural.

- Quanto tempo? Desde ontem à noite é muito tempo? – a pessoa perguntou, erguendo uma sobrancelha.

- Ah, claro, ontem, haha... até tinha esquecido.

- Você realmente tem que parar de beber tanto. – comentou brevemente, se virando em seguida, dando uma rabanado com o rabo de cavalo platinado em meu rosto. – Já escolheu as roupas?

- Que roupas?

- As que você quer que saiam na revista.

        Fiquei um pouco sem ar. Minhas roupas realmente iam sair em uma revista? Que incrível! Eu estava ficando cada vez mais orgulhoso de mim mesmo.

- Terra para Takanoriiii – estalou os dedos na frente de meus olhos – Escolheu, ou não?

- Não. Ainda não, mas já vou fazer isso. Quantas peças eu preciso?

- O que você estava fazendo até agora que não começou o trabalho?

        Aquele cara falava numa intimidade tão natural comigo que chegou a me incomodar um pouco.

- Você sabe... ressaca e essas coisas... – fiz um gesto vago com a mão. Porque agora eu era um adulto e ter ressaca não era nada demais.

- Escolha uns dez looks completos, depois selecionamos os que fotografarem melhor.

- Claro. E quem vai ser o modelo? Pois dependendo da pessoa, uma roupa pode ficar melhor que a outra.

- Como quem é o modelo, Takanori? Você não veio com ele?

- Não, eu vim com meu amigo Kouyou.

        Ele me olhou bem sério, caindo na risada logo em seguida.

- Seu “amigo” Kouyou. – e eu fiquei boiando naquela ironia, ao perceber que continuei com cara de paisagem ele prosseguiu – O Kouyou é o modelo, obvio... ao menos até o fim do ano, haha. – me piscou de maneira cumplice, mas não dei muita bola.

        Então meu amigo Kouyou era modelo! Por isso trabalhávamos juntos. Aquele dia estava ficando melhor e melhor.

        Ao conhecer tão bem meu modelo, rapidamente me pus a escolher as peças de roupa que melhor sentariam em Kou e sua beleza andrógena. Estava distraído, correndo pela sala inteira com roupas e mais roupas penduradas em um braço, quando o outro começou a falar de novo:

- E aí, Taka? Pra quem tem vergonha de andar com o Reita do lado, ontem você se puxou, heim... O que o álcool não faz...

- Reita? – questionei sem lhe dar muita atenção. Branco! Kouyou ficava lindo de branco, com certeza essa calça vai.

- Sim, ontem vocês saíram se pegando de um jeito pelo corredor que achei que iam transar ali mesmo, deu tempo de chegar em casa? Hahaha!

        Deixei todas as roupas caírem no chão, ficando extremamente vermelho. Como assim me pegando com alguém pelo corredor na frente de outro alguém?!

- Nossa, foi tão bom assim? Chegou a ficar nervoso. O que ele tem de medíocre deve ter de pau mágico. – deu um sorrisinho sapeca, juntando as roupas e as colocando em meus braços de novo.

- Eu... é.. eu... ahn – o que um adulto falaria? O que um adulto falaria? O que um adulto falaria? – Foi ótimo. – murmurei baixinho, abraçando as roupas e escondendo meu rosto nelas.

- Imaginei. Seu safadinho. Anda logo que o Kouyou deve estar quase pronto.

        Respirei fundo, tentando me recuperar daquele constrangimento. Transar era normal. Adultos transam. Com trinta eu também transo.

        Reita.... então esse era o nome do meu marido da faixa?

        Dei de ombros e deixei pra lá, voltando a me concentrar em meu trabalho.

        Não podia entrar em pânico por causa de um marido naquele momento.

 

(...)

 

        Flashes para todo o lado. Um fundo verde. Maquiadores e cabelereiros correndo feito gazelas. Kouyou divando e fazendo carão. Eu sentado em uma cadeira com um copo de suco de laranja com canudinho.

        Essa é a vida que eu pedi a Deus!

        Sorri mais largo e cruzei as pernas, tomando mais um gole do meu delicioso suco e observando minha coleção, sentindo meu ego inflar tanto que estava quase flutuando.

        Tudo ali estava tão perfeito, somente aquele ser platinado que descobri se chamar Teru que me incomodava um pouco, pois não saía da minha cola por um minuto.

        Quando a sessão de fotos terminou, pulei da cadeira, me pondo de pé e logo um rapaz correu em minha direção, perguntando incansavelmente se eu precisava de algo. Como era bom ser paparicado.

        Neguei qualquer ajuda e consegui me livrar de Teru por alguns instantes, parecia que minha sina era ter stalkers.

        Caminhei até Kouyou sorrindo, querendo parabenizá-lo pelo maravilhoso trabalho.

        Meu amigo pato era um top model.

        Aquilo era tão a cara dele!

 

~Continua... 


Notas Finais


No próximo capítulo que aparece????
O Yuu!!


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