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História A idade do sucesso - 6- Agora assista aí de camarote


Escrita por: LumiSan

Notas do Autor


Atualização especial de feriado porque sol uma becha maravilhosa -q

Capítulo 6 - 6- Agora assista aí de camarote


6- Agora assista aí de camarote:

 

Takanori’s P.O.V

 

- Kou, as fotos ficaram incríveis! Que orgulho de você. – não me contive e o abracei, percebendo novamente ele ficar sem graça.

- Obrigado.

        Aquele clima estranho estava me matando. Eu precisava reatar minha amizade com ele nem que fosse na marra... ou no batuque, como o velho namorado de meu amigo havia feito.

        E ao pensar naquilo me bateu uma certa nostalgia, só Kouyou mesmo para ser tão bom a ponto de ter namorado um cara como Yuu no passado.

        E antes que eu pudesse comentar sobre minhas divagações, minha atenção foi totalmente tomada por um homem que adentrava o local timidamente, mas mesmo assim brilhava mais que Edward Cullen no sol.

        Era mais alto que eu – o que todos naquele lugar eram – magro, gracioso, com cabelos negros e sedosos repicados na altura dos ombros, olhos profundos e um sorriso pequeno nos lábios. Calças justas, sapatos sociais e camisa aberta no peito. Simples e casual. Mas também, com toda aquela beleza não era necessário roupas chamativas.

        O que me surpreendeu mais ainda foi ele ter beijado Kouyou, parando ao seu lado e lhe dedicando um leve carinho no cabelo, ato que fez meu amigo, visivelmente, se derreter e comentar o quanto adorou a surpresa do moreno ter ido o visitar no trabalho.  

- Mas aaaahhhh, Kouyou! Eu não acredito!

        Estava tão feliz por ele. Agora sim Kouyou poderia andar na rua de mãos dadas e gritar para quem quisesse ouvir que aquele era seu macho. Um homem daqueles que ele merecia.

- An... O que foi? – me perguntou confuso.

- Seu namorado... Não vai me apresentar? Eu sou Takanori. – estendi a mão para um cumprimento, o que fez o casal se entreolhar antes do moreno aceitar minha mão de forma tímida.

- Você realmente ‘tá beeeem estranho hoje. – Kouyou novamente se pronunciou.

- O que foi dessa vez? – perguntei um pouco mal humorado, não entendendo porque ser uma pessoa educada estava causando tanta estranheza em todos.

- Você nunca, repito, nunca fala com ele. Porque agora?

        Porque eu não falava com o macho maravilha do meu melhor amigo? Porque aquele pato não era mais meu melhor amigo? Porque eu tinha vergonha do meu marido? Porque ele usava uma faixa na cara? Porque meu celular do futuro não tinha teclas? Porque as televisões eram tão finas e mesmo assim funcionavam?

        Eram tantos porquês que eu já estava ficando louco.

- Eu já te disse que não me lembro de nada, Kou. E agora te vejo com esse cara lindo do lado, é realmente surpreendente. Ainda mais depois de você ter ficado com Yuu na escola.... eca. – fingi um calafrio, ilustrando o quanto o passado amoroso dele era nojento.

- Takanori, ele é o Yuu. – falou como se eu fosse um débil mental, fazendo minha face anojada se transformar em choque.

- Yuu...?

        Me aproximei lentamente, querendo o analisar mais de perto, a boca aberta e as sobrancelhas unidas. Com as pontas dos dedos toquei o rosto másculo e bonito. Não era possível.

- O tempo foi realmente generoso com você. – sussurrei, deixando de tocá-lo mas ainda sem desgrudar os olhos de sua imagem. – Eu não acredito que você ficou assim, Yuu.

        O moreno franziu a testa, olhando para Kouyou como se pedisse explicações.

- Ele disse que não lembra de absolutamente nada depois do dia em que caiu na pegadinha do Yutaka na escola.

        O moreno sacudiu a cabeça, afirmando.

        Eu ainda estava abismado. Sorrindo comigo mesmo.

- É incrível ver no que você se transformou, Yuu.

- O-o-o-o-o-briga-gado. D-deu mu-muito tra-tra-tra-balho.

        E meu sorriso morreu.

        Absolutamente lindo mas gago.

        No fundo Yuu sempre seria Yuu.

 

(...)

 

        O dia foi bastante corrido e repleto de cagadas por eu não ter ideia do que estava fazendo. Embora tivesse um bom gosto tremendo, muita coisa da rotina de um estilista eu ainda não conhecia. Kouyou foi ficando mais acessível aos poucos, até se arriscando a dar algumas risadinhas discretas, mas bastou Teru chegar perto para o loiro fechar a cara e se retirar. O que me deu ímpetos de socar a cara daquela criatura magrela e inconveniente.       

        Poxa vida, reconquistar um melhor amigo é bem difícil, ainda mais com alguém atrapalhando.

        No fim da tarde, exausto e pedindo bexiga, finalmente chegou minha hora de ir embora daquele estúdio.

- E-e-e-e-eu que-que-queria ir no res-tau-tau-tau-rante me-me-me-xi-xi-cano, apro-pro-pro-veitar no-no-nossa sexta fe-fe-fei-ra.

- Hum... faz tempo que não vamos lá. Ótima ideia, meu bem.

        E vi o momento certo para me colar em Kouyou.

- Mexicano? Será que eu posso ir junto?

        Ainda abraçado no pescoço de Yuu, Kouyou me encarou surpreso.

- Ir com a gente? Você sabe que o Yuu vai junto, não é?

- Sim. E o que tem isso?

- Vo-vo-vo-cê não, não gos-ta-ta de per-per-per-der seu esti-esti-estilo com um ga-ga-ga-gago por per-perto.

        Eu estava amando minha vida, tudo parecia extremamente maravilhoso. Mas descobertas como aquela estavam fazendo eu me perguntar que tipo de pessoa possivelmente detestável eu havia me tornado.

- Porque estão me falando isso? Eu já fiz algo que magoou vocês? – me aproximei um passo, me encolhendo um pouco.

        Os dois suspiraram e olharam para o chão, parecendo bastante sem graça.

- Kou... Yuu... Que tipo de pessoa eu me tornei? Por favor, me falem.

- Olha, Takanori, essa sua perda de memória repentina é bem estranha, mas como eu te disse, nós não sabemos muito da sua vida...

- Não. Eu não me refiro a isso, quero saber porque você disse isso, Yuu. – pressionei mais uma vez, até Kouyou finalmente me contar o que eu queria saber.

- O que nós sabemos de você, é que só frequenta lugares chiques, esnoba qualquer pessoa que você considere inferior, se recusa a andar com pessoas vergonhosas como Yuu e de uma hora pra outra você encontrou amigos melhores do que eu.

        Ai. Doeu. Meu amigo continuava brutalmente sincero.

- Não... eu não sou assim.

- É-é-é sim. E bem mal-mal-mal-do-doso comigo. E-e-e com –ma-maioria das pe-pes-soas, i-i-in-clu-cluindo-do o o o Rei-rei-ta.

        Baixei a cabeça me sentindo envergonhado. De repente meu ego desinflou. Como eu consegui ficar pior do que era na escola? Porque lá eu era feio mas tinha um coração.

- Do fundo do meu rim eu peço desculpas a vocês. – segurei a mão de Yuu e de Kou – De hoje em diante juro que esse Takanori morreu. Eu não sou e não quero ser assim.

- E-es-esa per-per-perda de me-me-me-mó-mó-ria te fez bem.

        Só pude sorrir em resposta, me pendurando no pescoço dos dois, os fazendo se curvarem para baixo e me abraçarem de volta.

        Eu iria concertar tudo o que tinha feito de errado para eles.

        Mal eu sabia que meus novos problemas de adulto iam muito além daquilo.

 

(...)

 

        Novamente estávamos no carro de Kouyou, nos dirigindo para o tal de restaurante mexicano. Pouco me importava a comida, eu queria mesmo era me enturmar de novo.

 “...e você de bobeira, sem ninguém na geladeira, pra aprender que amor não é brincadeira...”

        Desviei minha atenção da melodia ridícula que saía do rádio quando meu celular tocou.

        Reita.

        Meu estômago embolou um pouquinho pelo nervosismo. Acho que ainda não estava preparado para ter um relacionamento.

- Alô.

- E aí, nanico? Onde vamos jantar?

- Jantar?

- Sim. Não vai querer que eu cozinhe, né...

- Bem, na verdade eu estou indo jantar com Kouyou.

-...

- Alô?

- Com Kouyou? Por que?

- Porque ele é meu amigo, estou com saudade de conversar com ele.

-... amigo... ok, então. Nos vemos em casa.

- Espera! Você não vai vir jantar conosco?

- Com vocês? Tem certeza?

- Você é meu homem, não é isso que deveria fazer?

- Wow! Você ‘tá bem estranho hoje. Mas que ótimo, me passa o endereço pelo whats que daqui a pouco eu ‘tô na área. Tchau.

        Se eu ouvisse mais uma vez a frase “você ‘tá estranho hoje” ia enfiar os dois dedos no cú e rasgar.

        Encerrei a chamada, irritado, perguntando para Kouyou o que era um Whats e onde ele passava. Depois de alguma ajuda – e descobrir que Whats era um aplicativo e o que era um aplicativo através de uma tediosa e detalhada explicação de Yuu - enviei o endereço do restaurante para Reita.

        Dei uma fuçadinha naquele negócio, vendo vária mensagens sem resposta e algumas conversas estranhas, eu parecia afetado de mais em algumas vezes, e bem venenoso falando mal de pessoas que eu não sabia quem eram. Mais para o fim da lista, sem reposta há três dias estava uma mensagem de minha mãe.

        E por que caralhos eu respondi a todos menos ela?

        Digitei com a velocidade de uma lesma morta um textinho dizendo o quanto a amava e estava com saudades, como nas cartinhas que fazia para ela quando estava na escola.  

        Depois de guardar o celular no bolso, peguei Kouyou me encarando de forma estranha.

- O que foi?

- Você chamando o Reita para o meio de seus... amigos é algo realmente inusitado.

- Por que?

- Como te disse, não somos mais tão...

- Não! Não! E não! – o atropelei no meio de sua frase, me virando para ele quando paramos em um sinal vermelho. – Escuta bem aqui, Takashima Kouyou, você É SIM meu melhor amigo, querendo ou não. Ouviu bem? Você vai voltar a gostar de mim nem que seja a última coisa que eu faça na minha vida! Se precisar eu até pego o endereço da terreira com o Yuu, arranco seus cabelos e levo para lá, mas você vai ser meu amigo!

        Quando me dei conta já estava agarrado à gola de Kouyou, debruçado sobre o compartimento do carro entre o banco do motorista e do carona. Ele arregalou os olhos e assentiu levemente, o que me fez soltá-lo.

“... mas aquele um por cento é vagabundo, safado, e elas gostam...”

        Aumentei levemente o volume do rádio, querendo me distrair. Meu dia havia começado tão maravilhoso, mas parecia que todos estavam fazendo questão de estragar isso.

        Torci o rosto com a poluição sonora que saía dos autofalantes.

Então essas são as músicas do futuro? Que droga!

 

(...)

 

- Agora assista aí de camarote! Eu bebendo gela, tomando Ciroc, curtindo na balada, só dando pirote, e você de bobeira sem ninguém na geladeira... Agora assista aí de camarote!

        Se tem algo que pode unir as pessoas é uma hora dentro de um carro com música chiclete tocando. 

        Kouyou e eu estávamos nos esgoelando enquanto ouvíamos e cantávamos a mesma música pela quarta vez.

        E eu adorava ter aquele Kouyou descontraído e alegre de novo.

        Yuu, no banco de trás, permaneceu o caminho inteiro concentradíssimo em um livro de novecentas páginas que já estava quase finalizando.

        Aquele sentimento de nostalgia me fez bem. Os três agindo exatamente como quando estávamos na escola, com a diferença que não tinha um Suzuki para encher o saco.

        Tive uma leve vontade de perguntar para Kouyou se depois daquele dia em que fiz o pedido na fonte dos desejos aquela cacatua insana havia me deixado em paz, mas devido a minha nova vida era mais que obvio que sim.

        Dei um leve sorriso ao pensar naquele cara. Era mesmo uma fugira. Querendo admitir ou não, já me diverti muito com ele apesar de tudo.

 

~Continua... 


Notas Finais


Tm_Chan... Eu tô na igreeeja! Te esperando em cima do altar, não demore muito pra chegar, depressa tá passando o tempuuu.
Eu tô na igreeeja! Convidei, amor, toda a cidade, seja feita nossa vontade, Hoje é nosso caaasamentuuuuuu... -q


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