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História A idade do sucesso - 8- Insistir em um erro


Escrita por: LumiSan

Notas do Autor


Parabéns pra vocêêêê, nessa data queridaaaa, muitas felicidadeeeees,muitos anos de vidaaaaa!!!
Capítulo todo dedicado à Hellem maravilhosa <3~
Não é postagem dupla *cof porque eu mal me casei e minha esposa me deixou sem capítulos extras cof* Mas é de coração =3

Capítulo 8 - 8- Insistir em um erro


8- Insistir em um erro:

 

Takanori’s P.O.V

 

        Além de fazer a gentileza de me chamar um táxi, Suzuki também anotou em um papelzinho o endereço de Kouyou. Saí de casa já passava da meia noite, e fiz questão de ignorar o olhar penetrante de Akira quando saí pela porta, com certeza o deixando para trás com uma enorme confusão.

        Mas que fosse para o inferno! Confusão maior que a dele era a minha, que não conhecia minha própria vida.

        Quase uma da manhã apareci na portaria do prédio de Kouyou, me identificando e convencendo o porteiro a incomodar o casal àquela hora, nem mesmo esperei o elevador e subi correndo oito longos e cansativos lances de escada.

        Quase botando os pulmões pra fora toquei a campainha e me escorei contra a parede do lado da porta. Lá de dentro ouvi passos rápidos e logo várias fechaduras sendo destrancadas.

- O-o-oi Taka-taka-taka-takanori, está tu-tu-tudo b-bem?

        Tive um mini ataque cardíaco quando Yuu, preocupadíssimo, apareceu na porta. Estava com os cabelos enrolados em uma toalha no topo da cabeça, um roupão preto, um creme verde que me parecia abacate espalhado sobre todo seu rosto e um óculos de lentes muito, muito grossas e armação preta, que deixava seus olhos minúsculos.  

- Yuu...? Você ‘tá... bem diferente do que eu vi um tempinho atrás.

- É me-me-meu tra-tra-tra-trata-me-mento de be-be-beleza... O que que que a-aconte-ce-ceu?

- Aconteceu a pior coisa que eu poderia imaginar pra minha vida, Yuu.

        Logo Kouyou apareceu também, mas diferente de Yuu, parecia um anjo em seu roupão branco com detalhes dourados.

- Senta, Takanori. Você ‘tá branco. Yuu, pega uma água pra ele.

        Me deixei ser conduzido pelo braço até um enorme sofá vermelho, olhei tudo em volta, sorrindo debilmente. Que apartamento lindo. Repleto de fotos de Kouyou e livros de Yuu. Vai saber se era macumba ou amor verdadeiro, mas que era bonito era, aquele lugar exalava a essência do casal.

- Taka... o que aconteceu? – Kouyou se ajoelhou em minha frente.

- Você não vai acreditar, Kou... – aceitei o copo que o moreno me oferecia, sorvendo quase todo o liquido de forma afoita.

        Yuu ajoelhou-se no tapete ao lado de Kouyou, os dois me encaravam com expectativa.

- Vocês sabem com quem eu sou casado?

- Claro, o Reita. Por que?

- Não. Não é Reita nenhum, é o Suzuki, o Suzuki nariz de batata!

        Os dois piscaram lentamente, não entendendo sobre o que eu estava falando.

- E..? – Kouyou me incentivou a prosseguir. 

- Como “e”, Kouyou? Eu passei anos fugindo dele e de repente descubro que estou dormindo com ele? Onde minha vida deu tão errado pra ter acabado assim?

- Você não lembra dessa parte da sua vida também?

- Não! Claro que não! Você acha que se eu soubesse que Suzuki era quem é eu teria convidado ele pra jantar com a gente? Eu não acredito que isso ‘tá acontecendo comigo.

        Apoiei a cabeça nas mãos e os cotovelos nos joelhos depois de largar o copo vazio nas mãos de Yuu.

- Takanori, não tenho o direito de interferir na sua vida, ainda mais nos dias de hoje... – lancei meu melhor olhar de ódio para Kouyou, o repreendendo mudamente por estar dizendo mais uma vez que não era meu amigo – Mas enfim... O Akira foi tão legal com você, sempre te apoiou tanto... Não maltrata ele, não. Ele não merece.

        Levemente esperançoso de que pudesse descobrir mais coisas sobre minha vida, me sentei no chão também, de frente para os outros dois e fiz “perninha de índio”.

- O que vocês sabem sobre meu relacionamento com ele? – quando Kouyou abriu a boca para responder, o cortei – E não me venha com o “eu não sei sobre sua vida, nós estamos tão distantes...” que eu não ‘tô com saco pra isso.

        Meu amigo fez a famosa duck face e me respondeu sem começar com a frase que já estava me dando nos nervos.

- Bem, você nunca pediu desculpas pra ele como fez comigo e com Yuu, mas mesmo assim, depois de ficar uma semana sem aparecer na aula, ele voltou como se nada tivesse acontecido, continuou na sua volta e vocês voltaram a ser o que eram antes.

- Aham. E então...? – observei Yuu se levantar e se retirar para o que supus ser a cozinha.

- Então tudo seguiu normalmente... até você ir para a faculdade. Aí tudo mudou. Eu também gostaria de saber porque... Só pode ser culpa daquele seu amiguinho Teru.

        E o nojo em sua voz ao mencionar meu “amiguinho” me lembrou quando minha mãe colocava a culpa das cagadas que eu fazia no meu amigo boca de pato.

- Ok, aparentemente eu fui um cuzão que te trocou por aquela coisa magricela, e eu juro que daqui pra frente isso vai mudar... Mas onde o Akira entra nessa história?

- Co-co-coi-ta-tado do A-A-A-kira.

        Yuu voltou da cozinha apoiando uma bandeja nas mãos. Três copos, Coca-cola, salgadinhos, bolacha recheada e muito, mas muito chocolate.

        Meus olhos brilharam. Era tudo o que eu precisava naquele momento. Me senti emocionado por ter amigos tão maravilhosos, que mesmo depois de eu ter sido um filho da puta, me perdoaram e me acolheram tão bem.  

- Yuu! Não acredito que você veio com todas essas porcarias, você sabe que essa máscara ajuda mas não faz milagre pras espinhas. E eu também não posso engordar. – Kouyou ralhou com o moreno, que pôs a bandeja entre nós e tornou a sentar em seu lugar.

- Ho-ho-hoje é é é u-uma ocasi-si-ão espe-ci-ci-al: A a a vol-volta do do anti-anti-antigo Taka-taka-taka-nori.

        Enquanto os dois debatiam e Yuu gaguejava ainda mais, me pus a enfiar na boca o máximo de chocolate que consegui.

- Mas enfim... Você tentou se relacionar com várias pessoas, só que de todos o único que deu certo foi o Akira. – Kouyou continuou a me contar a história da minha vida, não resistindo e pegando uma bolacha para comer.

- Como assim? Porque eu não dei certo com ninguém?

- Porque o Akira foi o único capaz de te suportar nos últimos anos.

        Ai, Kouyou. Ai, ai, ai. Essa sua sinceridade acaba comigo. Larguei o chocolate que estava devorando sobre a bandeja, subitamente perdendo a fome.

- Mas... Ele esteve aonde quando eu tive outros namorados?

- Se-se-sempre por per-per-to. Te-te-te es-es-esperan-rando na na na porta do tra-tra-balho, da da da fa-fa-cul-da-dade e a-a-ameaçan-çan-do fa-fa-fazer um um es-can-candalo se você re-re-cusasse a al-al-al-moçar com com ele.

- O Akira realmente sempre te amou, Takanori. Só ele mesmo para ser capaz de te ver com outras pessoas mas ainda assim não desistir e aceitar ser sua última opção.

        Me calei, lambendo o resto de chocolate derretido dos dedos. Agora minhas preocupações dobraram.

        O quão detestável eu era para não conseguir manter ninguém perto de mim?

        Pra quantas pessoas eu tinha dado durante meus trinta anos de vida?

        O quanto Akira me amava para me esperar fielmente por anos?

        E o quanto eu era capaz de retribuir seus sentimentos?

        Eram muitas perguntas para nenhuma resposta.

        Aquela noite dormimos ali mesmo, no tapete da sala de estar dos meus amigos e no meio das guloseimas.

 

(...)

 

        No dia seguinte, com muito receio, voltei para casa bem cedo. Pé por pé adentrei o quarto e Suzuki estava lá, deitado no meio da cama extremamente bagunçada, como se tivesse se debatido a noite toda até finalmente dormir.

        De vagar me ajoelhei, apoiando as mãos bem na beiradinha do colchão. O rosto adormecido de Akira virado em minha direção.

        O Suzuki apaixonado por mim, quem diria?

Era por isso que ele, desesperadamente, tentava chamar minha atenção de todas as formas. Por isso ele sempre estava com os olhos grudados em mim, eu lhe dando atenção ou não. Por isso ele sempre me protegeu de apanhar na escola. Por isso ele ficava angustiado quando sabia que eu estava gripado ou com dor de estômago. Por isso ele se desdobrava para me fazer rir nos dias de tristeza.

        O Suzuki ser apaixonado por mim explicava... tudo. Tudo o que ele já havia feito por mim.

        E era interessante ver as coisas por este ângulo, de repente a idade realmente trazia a maturidade...

- Perdeu o cú na minha cara, nanico?

        Dei um salto no lugar quando a voz de Suzuki soou sem ele nem mesmo abrir os olhos.

        Era mesmo um bruto. Por isso eu nunca ia amá-lo. Meu momento de ternura acabou. Me levantei do chão e fui para a cozinha, me ocupando em mexer nos armários sem procurar por nada especifico.

        Que coisa ridícula. Eu casado com aquele tipo de gente. Mas não seria por muito tempo, porque o novo Matsumoto Takanori, rico, lindo e poderoso não iria se sujeitar aquilo.

        Estava batendo as portas dos armários, tentando descontar um pouco da minha raiva por aquela vida irônica nos móveis.

- O que aconteceu? Por que toda essa brabeza?

        Me virei para Suzuki, que continuava apenas de cueca e faixa no nariz, encostado no batente da porta que dividia a sala da cozinha.

- Por causa dos desgostos que eu estou descobrindo na minha vida de adulto.

-... Que?

- E você por acaso não tem roupa, não?

        Então Suzuki suspirou, como se já estivesse acostumado com aquele tipo de ataque.

- Já vi que ‘tá na TPM de novo. Vou trabalhar, meu limão azedo.

- Não, Suzuki, você não está entendendo, eu não posso... ou não quero, sei lá, amar voc-

- Para, Takanori! Para com essa merda.

        E então eu me calei, debruçado sobre a mesa de mármore no meio da cozinha, surpreso quando Akira se virou para mim com aquele tom tão... duro.

- Eu tento de todas as formas te agradar e fazer tudo o que você quer, mas nunca é o bastante, não é mesmo?

        Fiquei sem ter o que responder quando ele se aproximou, bravo como eu nunca havia visto antes, apoiando-se também na mesa, de frente para mim.

        E eu não gostei de ver aqueles olhos se estreitando sobre mim, não demonstrando apenas o quanto estava bravo, mas também o quanto estava ferido.

- Eu... Não é minha culpa. – foi o melhor que consegui dizer, pois realmente não era minha culpa não corresponder seus sentimentos.

- Você tem razão, a culpa é toda minha por insistir em um erro.

        Assim ele saiu da cozinha, me deixando para trás com uma sensação ruim no peito.

        Akira se arrumou rapidamente e deixou o apartamento batendo a porta.

        Só então me mexi do lugar em que estava, indo me sentar no sofá.

        Nunca Akira havia sido tão duro comigo, e aquilo meio que... magoou.

Estava me sentindo sozinho, perdido, preocupado.

Resolvi visitar minha família. Pois o que eu mais estava precisando naquele momento era de colo de mãe.

 

~Continua... 


Notas Finais


E finalmente o Reita se revolta,alok


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