História A Irmã de Percy Jackson (REVISÃO) - Dançamos no Baile dos Mascarados Loucos

As preparações para o baile ao pôr do sol estavam a toda no hotel onde os quatro jovens se encontravam,  smokings e vestidos eram colocados e máscaras eram postas deixando todos irreconhéciveis para o grande evento no Palácio Folhas Verdes. Annabeth corria dali e daqui para ajudar os meninos com a gravata e Água com o penteado, estava quase se auto-batizando de deusa da arrumação anti-saída, Nico parecia querer ir para o Submundo no momento em que vestiu o elegante traje, Percy estava mais preocupado com as armas que levariam escondidas e se haviam detectores de metais na entrada e Água Azul... Bem, tentava não morrer com o corpete apertado quase a sufocá-la. A filha de Atena olhou para os amigos feliz com o resultado lembrando a si mesma o quanto forá difícil se arrumar e ajudar os outros também, já ninguém nunca tinha ido num evento desses, a não ser as festas do Olimpo e do Acampamento Meio-Sangue, mas isso era bem diferente.

- Todos estão prontos? Podemos ir? - indagou a loira conferindo pela última vez o penteado no espelho de bordas douradas. O vestido vermelho estava num bom caimento, sem vulgaridade e sem marcação.

- Sim. Já pegamos as máscaras e escondemos nossas armas na parte interna das roupas. Podemos ir. - afirmou Percy, abrindo um leve sorriso. Annabeth retribuiu o sorriso pensando no quanto o rapaz estava bonito com o smoking azul escuro e a máscara preta. Nico revirou os olhos.

- Estou me sentindo patético com essa droga, vamos pegar a serpente e cair fora antes que acabe enlouquecendo naquele baile. 

- Você está lindo, Nico. - afirmou Água bagunçando seus cabelos num gesto carinhoso, o semideus corou, passando os olhos pela mesma. O vestido azul esvoaçante e a máscara de rendas deixavam-na com uma postura elegante e sexy ao mesmo tempo, de um modo bom aos olhos de todos.

- Obrigada... Você também está... Linda. - murmurou Nico desviando o olhar da azulada envergonhada. Percy pirrageou chamando a atenção dos demais e abrindo a porta saiu sem avisar fazendo com que os outros o seguissem em silêncio. O filho de Poseidon se encontrava num estado confuso consigo próprio, desde que tivera aquela conversa com a deusa Afrodite pela manhã sentia que seus sentidos estavam perdidos e sua mente estranha, por mais que seus amigos tentassem saber o motivo da conversa que tivera com a deusa do amor nada dizia, garantindo ser nada demais... Embora, soubesse que era bem ao contrário. Seus olhos se dirigiram disfarçadamente para Água, a mesma estava caminhando ao lado de Annabeth absorta em uma conversa divertida sobre os costumes humanos, sem reparar nos olhares de ambos os garotos ao seu lado. Percy soltou um pequeno suspiro. Ela estava tão linda. O sorriso em sua face iluminava sua beleza ainda mais enquanto balançava levemente com seu caminhar graçioso. Um som forte tomou conta de seus ouvidos logo seguido por outros iguais, era seu coração martelando no peito novamente. Como sempre ocorria quando olhava para ela.

"Eu não estou apaixonado por ela. Não posso estar." - lembrou-se enquanto retomava a postura séria. Absorto em seus próprios pensamentos Percy não percebeu o olhar atento de Nico sobre si.

***

- Sejam bem-vindos ao Palácio Folhas Verdes! - cumprimentou o porteiro na grande entrada enfeitada. A estrutura em forma de castelo em pedras cinzas chamou a atenção de Annabeth que encantada murmurava detalhes da construção decorada por inúmeras folhas de videira e veludos cor de vinho. Ao entrarem no grande salão todos se encantaram com a multidão de pessoas que estava ali, todas muito bem vestidas e inrreconhecíveis com as máscaras de diferentes formas e tamanhos. Uma garçonete vestida de coelinho se aproximou oferecendo numa grande bandeja taças de vinho puro, todos negaram se dirigindo para um lugar mais distante.

- Muito bem, pessoal. - disse Percy - Vamos nos dividir e agir normalmente no meio deles, se algum mostro nos farejar com certeza virá atrás de nós, então fiquem com as armas a postos. A serpente dourada pode estar em qualquer lugar, até mesmo com alguém. Fiquem de olhos abertos e cuidado. - Annabeth soltou uma risadinha pensando no quanto ele se parecia com ela quando falava desse jeito.

- Cara, você se tornou filho de Atena? - indagou Nico. A filha de Atena socou o braço do garoto.

- O que foi?

- Quem mandou ler meus pensamentos? - riu ela. Nico ficou confuso e apenas deu de ombros. - Já que é para agir normalmente melhor dançarmos, isso aqui é um baile. Se mecham.

Antes que alguém pudesse dizer algo a loira puxou Percy pelo braço levando-o para a pista de dança. Nico soltou uma risada e um desejo de boa sorte enquanto sentava numa cadeira qualquer ao lado da azulada, Água observou o casal dançando de um jeito calmo e tranquilo no arrastar de pés e por um momento sentiu um enorme incômodo pôr isso. 

- Nico, vamos dançar? - convidou a garota estendendo a mão para o rapaz. 

- Ãh, eu... Não sei dançar... - respondeu ele, vermelho. Água sorriu o puxando pela mão até a pista.

- Eu também não. Mas vamos tentar, juntos. - Nico engoliu em seco levando uma mão até a da azulada e com a outra enlaçou a cintura da mesma, balançando num ritmo suave e desajeitado. Tentava se lembrar de algo quando estava no baile de Westover Hall, a terrível escola militar que estava com sua irmã quando Percy, Annabeth, Grover e Thalia vieram para resgatá-los das garras do D. Espinheiro. Nico balançou a cabeça. Não era momento de se lembrar do passado e sim do presente. O filho de Hades se lembrando do assunto que queria tratar com Água, respirou fundo reunindo coragem. - Água, eu...

Nesse instante a música parou e todos os casais se distanciaram, a azulada se afastou de Nico assim como Percy de Annabeth e todos ficaram em alerta com o que viria a seguir. O semideus respirou fundo. Quase foi... Um homem barbudo de terno branco subiu no palco e erguendo uma taça de vinho, disse:

- Meus irmãos, é chegado o momento em que aproveitaremos da companhia uns dos outros, erguei suas taças e cálices e brindemos a hora da alegria. Que a festa começe! - todos gritaram e ergueram seus copos, virando no gargalo numa única virada. Risos e gargalhadas preencheram o lugar enquanto mais e mais cálices de vinho eram preenchidos e tomados. Os quatro se afastaram da pista sem antes pegarem cada um uma taça do líquido vermelho, mulheres vestidas de coelhinhos os encaravam com um estranho brilho rascante nos olhos.

- Pessoal... - murmurou Água, virando de costas, a garota respirou fundo, arregalando os olhos - Sinto um cheiro estranho... Quase como.... Loucura divina.

Annabeth e os outros arregalaram os olhos quando uma garçonete subiu no palco e sussurrou algo no ouvido do homem de terno branco, o mesmo abriu um sorriso e olhando diretamente para eles, levantou novamente sua taça de vinho.

- Meus irmãos, parece que temos no nosso meio criaturas de sangue divino, deveremos dar a eles um recebimento especial? - diversos pares de olhos voltaram-se aos jovens. O homem sorriu de uma maneira misteriosa. - Peguem eles, meus amigos!

Um estalar de dedos fez despertar a atenção de todos. Annabeth gritou:

- Mas é claro! Como não percebi antes? São os bacantes, o grupo de díscipulos de Dionísio, e elas - apontou para as garçonetes de coelinhos - São as mênades, as ninfas malucas que protegem o grupo. Ai, eu sou demais!

- Então tá, Senhora Espertinha. - disse Nico - Parabéns pela sua grande sabedoria mas agora estamos quase mortos, então SE MECHA! 

Os quatro correram pelas escadas empurrando vários bacantes enfurecidos enquanto uma multidão corria atrás com uvas, garfos, facas, taças e diversas outras bugigangas. No final das escadarias todos viraram para a esquerda arrancando máscaras e rasgando vestidos e gravatas, as meninas já sem saltos pegaram suas armas ( já que Água havia feito uma antes de sair do hotel ), Percy desembainhou Contracorrente e Nico sua espada de ferro negro, prontos para se defenderem.

- Espera! - gritou Água, ofegante com a correria - Não podemos matá-los, são apenas pessoas malucas e bêbadas! São inocentes! 

- Acho que nesse momento não importa! - respondeu Nico, sério.

- Água tem razão! - gritou Percy - Precisamos pensar em algo sem ferir ninguém. Vamos nos separar e procurar pela serpente! 

Os quatro se dividiram pelos corredores imensos do Palácio enquanto a multidão também se dividia atrás deles. Nico xingou em grego antigo e língua atual, ao notar algumas das mênades com unhas afiadas atrás de si. "Essas com certeza passaram da fase de manicure pós-ataque." - pensou, entrando em um outro corredor. Annabeth aproveitando da dianteira jogou sua adaga na corda que segurava a pesada cortina de veludo fazendo ela cair em cima das pessoas, sorte que a mesma era apenas para enfeite e ninguém se preocupara para prende-lá corretamente.

Ouvindo um rugido estridente nos ouvidos Água estendeu as mãos em direção aos bebedouros do canto, só precisava se concentrar. Num grito de ordem os canos estouraram fazendo uma torrente de água se lançar em direção aos bacantes, desacordando-os. Água parou ao ver os corpos inertes no chão, precisava ajudar os amigos. Movendo as mãos fez com que as águas tomassem a forma de uma imensa serpente e sem pensar duas vezes correu pelos corredores a procura da multidão enfurecida, estava na hora de brincar de dar banho nos bacantes.

***

Enquanto corria o mais rápido que suas pernas permitiam, Percy apertava o punho de sua espada fortemente atento a todo e qualquer movimento que ousasse se aproximar de si. Sua preocupação voava até seus amigos. Será que estavam bem? De repente, virando no corredor a esquerda Percy deu de encontro com o homem barbudo de terno branco que falara no palco. Contracorrente brilhou em sua mão pronta para atacar.

- Saia da minha frente e eu não lhe farei nenhum mal. - pediu o semideus. O homem sorriu cínicamente.

- Nunca deixarei que saiam daqui com vida. Você e sua corja ousaram propanar nossa festa, que a ira de Dionísio caia sobre vós! 

- Isso é meio impossível. O Senhor D. até que gosta de mim agora. - respondeu Percy. O homem rosnou de raiva e pegando uma faca no bolso do paletó avançou contra o semideus, furioso. De repente, chamas foram lançadas das sombras e uma figura de capa marrom pulou em direção ao barbudo, Percy se surpreendeu com as chamas que saiam de suas mãos enquanto apenas assistia a luta da criatura e o homem. A agilidade e rapidez do sujeito de capa tornava impossível de ver com clareza seu rosto mas o filho de Poseidon conseguiu destinguir o porte pequeno e o corpo delicado do mesmo, só podia ser uma... Num segundo o homem de terno branco caiu desacordado no chão, seu corpo tinha queimaduras fortes mas dava para ver que o mesmo não havia morrido. A criatura parou de costas para Percy antes de se virar lentamente, a capuz caiu para trás num puxão revelando o rosto da pessoa.

O semideus abriu a boca em um perfeito "O" enquanto admirava a garota a sua frente. As mechas ruivas onduladas cairam para frente, revelando o rosto delicado mas de expressão severa marcado pelo par de olhos vermelhos fulminantes. A garota aparentava ter 16 anos, mas o porte parecia ser muito mais antiga. 

- Por que me olha dessa forma, idiota? Perdeu alguma coisa? - criticou bruscamente a garota - Esperava que fosse agradecer mas pelo visto vai ser igual da última vez. Adeus.

- Espera! - gritou Percy - Me desculpe, é que... Não pensava que fosse uma garota que tanto nos aju...

- E por isso está perplexo? - a ruiva esboçou uma expressão de deboche - Esperava o que? O super-chamas? Se toca e vai ajudar seus amigos que eu já fiz demais salvando sua vida e do seu amiguinho cara pálida. Adeus. - num piscar de olhos a moça desapareceu nas sombras sem se importar com os pedidos do garoto.

- Essa ai é bem esquentadinha... - riu Percy, correndo novamente para encontrar os amigos.

***

Nico se viu cercado pelas mênades e bacantes quando entrara sem querer num corredor sem saída, xingando alto seu senso de orientação apertou o punho de sua espada pronto para a luta. Que Dionísio o pêrdoasse mas ele perderia alguns seguidores. No instante um estrondo na parede foi feito e saindo de dentro uma serpente de água foi lançada em direção a multidão, jogando todos com força em encontro a parede. Nico sorriu ao notar Água saindo furiosa de dentro do arrombo feito pela serpente e apenas balançando os braços fez evaporar a criatura feita de água.

- Obrigada pela ajuda, mas eu consiguia sozinho.

- Aposto que não. - sorriu Água. Nico se aproximou da garota e colocando a mão no bolso da calça social retirou de dentro uma rosa negra. A azulada corou ao ter a flor colocada em suas mãos, passando os dedos pelas delicadas pétalas cor de ébano ergueu a cabeça em direção ao rapaz que tomava uma leve coloração vermelha nas bochechas.

- Eu queria te dar algo faz tempo, Annabeth ne ajudou na escolha... Eu pensei que ia gostar de uma flor então pedi a minha madrasta Perséfone que me desse uma de suas rosas negras do Submundo. Ela vive plantando por lá e dai eu pensei... - a frase do semideus foi cortada por um beijo na bochecha. Água despejou um selinho demorado em seu rosto e ao se afastar esboçou um doce sorriso, tímido.

- Obrigada, eu amei. Ela é linda demais. - Nico sorriu também, vermelho. 

- Água, eu...

Correndo para dentro com a adaga em punhos a figura loira de Annabeth se pôstou diante deles.

- Com licença, desculpa atrapalhar o momento romântico do casalzinho mas parece que tem uma multidão de bacantes atrás da gente. Se mecham!

Água e Nico entreolharam-se antes de soltarem uma boa risada.