História A Irmã de Percy Jackson (REVISÃO) - A Mulher Que Virou Cobra Adota Um Leão

Todos os pares de olhos se voltaram a garota de expressão orgulhosa que se mostrava radiante com sua notícia, Percy abriu a boca para dizer algo mais foi rapidamente interrompido por uma filha de Atena com cara de poucos amigos.

- Héstia não tem filhos! - esbravejou. Ninguém ousou dizer nada enquanto a ruiva voltava-se a ela com desdém.

- Quem disse?

- Ah... Na verdade, de acordo com as histórias a senhora Héstia jurou ser para sempre uma deusa casta já que sente pavor de ser mãe. - completou Água se adiantando. - Pelo menos, assim eu ouvi.

- Tem razão, querida - Acontece que sou uma filha do Fogo Sagrado, fui escolhida pela minha senhora como Serva das Chamas, em outras palavras, sou uma sacerdotisa.

- Espere! - pediu Annabeth atraindo a atenção de todos - Somente a forma romana da deusa tinha sacerdotisas, as Vestais. Na forma grega, ela cuidava das Chamas sozinha no Olimpo.

- Mas de onde você acha que os romanos tiraram a idéia das Vestais, senhorita Esperteza? 

Um silêncio preencheu o ambiente trazendo a mudez das palavras da semideusa, Água respirou fundo disfarçadamente sentindo um odor diferente exalar da mesma mas de certo modo familiar, algo como madeira queimada, lembrava que havia sentido esse mesmo cheiro no shopping Estação quando enfrentavam os Pássaros do Lago Estínfalo. "Então é ela." -  pensou em dúvida. De repente uma forte pontada atingiu em cheio o peito de Água fazendo-a inclinar-se para frente tamanha dor que sentia, Nico se adiantou segurando-a pelos ombros e a trazendo até si colocou a mão em sua testa medindo sua temperatura. Estava quente. Muito quente.

- Água! - gritou Percy, aflito. Os outros se aproximaram com expressões preocupadas enquanto Nico a pegava no colo levando-a para sentar-se num banco qualquer. O filho de Poseidon segurou sua mão trêmula, suor descia suavimente pela sua pele alva acompanhado da respiração ofegante, a azulada sentia seu peito doer em uma dor lacinante, era como se seu coração estivesse sendo esmagado, porém, tão rápido quanto veio a dor passou trazendo a normalidade dos batimentos e respiração da mesma. - Água! Você está bem? O que houve?

O azul dos olhos da imortal focaram no irmão a frente, completamente perdidos.

- Eu... Eu não sei... - murmurou confusa, Nico se adiantou a abraçando levemente, ficará desesperado como nunca antes havia estado. Percy ainda segurando sua mão não saiu de perto dela.

- Ela teve essas quedas também a algum tempo atrás quando estavamos separados. - pronunciou Annabeth, preocupada.

- Estou bem. - confirmou Água Azul se levantando, olhando para todos buscou um modo de passar confiança a eles embora soubesse que algo estava errado em si. Annie que até então estava em silêncio se aproximou fixando seus olhos cor de sangue na garota.

- Tome cuidado. Esse corpo pode não te aguentar pôr muito tempo. 

- Do que você está falando? - perguntou - Eu só senti uma dor no peito, nada mais.

Todos trocaram um rápido olhar, preocupados. 

- Então, vontando ao assunto anterior... - começou a ninfa querendo tirar as atenções de si. - Por que você estava lutando com aquela moça disfarçada? 

- Aquela moça que você diz é na verdade um monstro que quer caçar uma criança indefesa, mas acontece que é uma criança sagrada e minha função é protege-lá antes que essa criatura acabe a achando.

- Espera! - pediu Percy, confuso. - Ela veio até Nico e eu perguntando se tinhamos visto uma criança, reparei que era um monstro e estavamos a segui-lá quando ouvimos um grito.

- A criatura sentiu o cheiro do icor divino dela e veio para cá, apenas quis acabar com tudo logo. - esclareceu a ruiva dando de ombros.

- Tudo bem. - disse Annabeth se adiantando - Estamos procurando outra coisa e não vamos atrapalhar sua missão. Vamos, gente.

Annie abriu um sorriso zombeteiro.

- Acontece que a coisa que estão procurando é a mesma coisa que a minha.

- Não estamos procurando uma criança. - falou Nico.

- Tem razão. Mas, acontece que a coruja e o bebê são um só, Menônia é a criança que a moça-monstra quer pegar.

***

- Quer dizer que Menônia é na verdade uma criança? - incrédula, Annabeth sentou-se num banco de madeira escura assim como os outros que escutavam atentamente a sacerdotisa de Héstia. - Pelo que eu saiba Atena mandou nós procurarmos uma coruja de bronze.

- Acontece que quando Atena resolveu colocar Menônia na Terra para que os heróis a procurassem ela colocou um feitiço na mesma, algo para sua proteção, esse feitiço na verdade a transforma em um ser humano qualquer. Menônia é uma coruja filhote por isso ao se transformar passa a ser um bebê, sempre é a mesma faixa etária para ambos os lados.

- Mas por que a mulher quer pegá-la? - indagou Percy.

-  Toda missão têm uma criatura para atrapalhar e essa não é diferente, tudo que ela quer é caça-lá e mata-lá. Simples assim.

- Nesse caso estamos perdendo tempo. - a loira se levantou num pulo verificando em seguida a adaga de bronze presa a cintura. - Precisamos nos apressar antes que ela a ache primeiro, com as três serpentes douradas Menônia concerteza virá até nós.

- Devemos nos dividir novamente? - Annabeth parou para pensar antes de responder a Nico.

- Sim, irei com Água para os jardins e vocês ficam com a área da estufa. 

- Irei também. - os jovens voltaram-se para a ruiva que decididamente prendia os cabelos em um coque mal feito, seus olhos brilhavam em uma estranha chama radiante. 

- Como é? - perguntou Annabeth. Preocupada, Água se prontificou.

- Calma, ela também faz parte da equipe. Precisamos ficar unidos. 

Annie deu um sorriso vitorioso antes de sair correndo em direção as folhagens escuras do parque. Nico arqueoou uma sombrancelha assim como Percy.

- Parece que temos uma nova integrante. - sorriu a azulada - Boa sorte.

***

O tempo avançava cada vez mais, tão rapidamente que em poucas horas a multidão de pessoas diminuirá drasticamente, pôr mais que procurassem nenhum sinal era visto da mulher ou de seu cachorro. A paisagem de fim da tarde era composta pelo radiante laranjado do céu pintados em tons rosados que deixava a vista ainda mais deslumbrante, as meninas seguiam sua busca pelas trilhas em bosques de Araucárias tranquilamente, nenhum sinal de perigo forá visto tirando o fato apenas da dor lacinante que Água sentia no peito e na cabeça. Algo estava errado em si. Mas o que seria? Lembranças das palavras ditas por Annie voltavam a sua mente repetidamente. O que ela quis dizer com aquilo? Enquanto pensava distraidamente a azulada não reparou na amiga que a chamava.

- Hum, o que foi? - perguntou sem interesse.

- Você confia naquela garota? 

Água pensou um pouco, tinha algumas dúvidas em relaçã a ela, mas de certo modo Annie havia salvo a vida dos meninos no shopping e no Palácio Folhas Verdes. 

- Ela parece ser legal. - concluiu, dando de ombros. Ao seu lado Annabeth apenas bufou.

- Algo nela me deixa de pé atrás. 

Absortas na conversa nenhuma delas percebeu que no meio das folhagens um par de olhos vermelhos como sangue as observavam atentamente.

***

Percy segurou sua espada fortemente, a cada passo que davam sentia seu estômago revirar em mil voltas, a lâmina brilhava em um tom dourado apenas submergida pelas sombras do ferro estígio que Nico segurava. Suas ansiedades eram notáveis enquanto saiam das trilhas do fundo da galeria.

Seus passos silenciosos eram marcados pelo nervosismo presente, quanto mais se aproximavam da estufa mais podiam sentir um odor de réptil queimante, por sorte nenhuma pessoa se encontrava por ali fato estranho por ser o lugar mais visitado pelos turistas. A vegetação adentro encobriam grande parte da estufa, o cheiro de folhagens era apenas modificada pelo de réptil, o silêncio alto alarmou os ouvidos dos semideuses que subiram as escadas indo para o segundo piso. 

- Ora, ora, ora. Que surpresa encontrá-los por aqui, queridos. - uma doce voz atraiu os semideuses para sua direita, bem a frente a bela mulher e seu cachorro de pelagem dourada aguardavam pacientemente pelas suas chegadas. - Esperava que vocês estivessem todos juntos mas pelo visto terei que eliminar apenas de dois em dois. Que triste.

- Desculpe estragar seus planos mas o que vai acontecer é bem ao contrário. - disse Percy apontando Contracorrente em sua direção, Nico fez o mesmo, de sua espada sombras saíam lentamente.

- Ah Percy, pensei que se alegraria com a visita de velhos amigos. - o sorriso maldoso dado pela mesma fez aparecer rapidamente uma língua bifurcada. 

- Você quis dizer "velhos inimigos", não é mesmo, Equidna?

A mulher soltou uma risada falsa, em seu colo o cachorro começou a latir furiosamente.

- Se lembra de mim? Que honra, Percy Jackson. É raro quando algum deus me permite pôr um herói a prova, agradeço a Atena pôr isso.

- Ainda acho que você tem o nome daquele bicho que come formigas.

A moça uivou se lembrando de quando o garoto a chamara assim no Arco a cinco anos atrás. Sua cara retorceu em desgosto.

- Sempre piadista, desta vez você não vai pular do alto como fez, meu filho o destruirá. 

- De novo com a Quimera? - perguntou Percy, frustado. Equidna sorriu, colocando seu cachorro que continuava a latir no chão.

- Oh não. Desta vez trouxe o irmãozinho dele. Querido, fique a vontade. 

O cachorro rosnou arreganhando os dentes, de repente, aos olhos de todos começou a crescer tomando o tamanho de uma picape, seus latidos transformaram-se em rugidos altos revelando as garras prateadas e o pelo dourado cintilante. Percy gelou.

- O Leão de Nemeia?! - gritou Nico.

- Isso mesmo. - garantiu a mulher - Ele não é uma graça?

- Pensei que acabar com ele no Smithsonian com Zoe e os outros era o suficiente. - sorriu Percy - Espera! Se ele é um leão por que estava em formato de cachorro? Não deveria ser um gato?

Nico olhou para ele com o cenho franzido.

- E isso importa agora?

- Como semideuses são engraçados. Mas a algo antes que eu quero... O bebê.

- Mas que bebê? - fingiu o moreno.

O filho de Hades bufou revirando os olhos, claramente incomodado.

- Fala sério! Por que esse tipo de coisa só acontece quando as meninas não estão com a gente? - a voz amarga de Nico saiu acompanhada por um bufo indignado. A espada negra em suas mãos fumegava ao estígio frio esperando apenas para atacar e cumprir aos movimentos do rapaz. 

- Deve ser algum tipo de poder anti-defesa que as garotas têm. - sorriu Percy virando-se pra ele - De qualquer forma você se lembra de como paramos nessa situação?

- Cala a boca que simplesmente não importa. - os jovens apertaram os punhos das espadas com mais força encarando a terrível criatura que mostrava suas presas aos sons de fortes rugidos. A mulher-monstra a frente apenas sorriu acariciando a cabeça da fera, em seus olhos se via um brilho ríspido e sagaz.

- Essa é sua última chance, semideuses. Se me derem o bebê pouparei suas vidas medíocres.

- Mas que bebê? - gritaram os dois em unissono. - Já dissemos que não vimos criança alguma.

- Opa. Tempo esgotado, queridos. 

Num sibilo furioso a mulher se contorceu em sons quebradiços, revelando por debaixo da pele algo grotescamente escamoso. Sua cor esvaiu revelando a pele escamosa e verde, seus dentes viraram presas afiadas onde eram acompanhados pela língua bifurcada que dançava sobre eles. Seus olhos revelaram fendas verticais brilhando em maldade. Era igual a da última vez que Percy a virá. Mas desta vez, acompanhada pôr outra fera.