História A Irmã do seu Melhor Amigo - Tatuados

POV ANNIE

- Vamos acordar bela adormecida – Lysandre mexia em meus cabelos para me acordar

Senti ele se levantar da cama e me virei para o lado que ele estava. E ele trazia um bolo todo branco escrito dezoito. Ele começou a cantar parabéns e eu sorria com a preocupação dele de fazer meu aniversário especial. Comemos e ficamos conversando até ele lembrar de sua promessa.

- Então o que quer fazer hoje? – perguntou.

- Tanta coisa que nem sei por onde começar, mas queria ir a um estúdio de tatuagem para fazer mais uma. Será que você conhece um lugar legal? Eu queria fazer algo para lembrar de ontem

- Eu posso te levar ao lugar que fiz a minha. Na verdade também estava pensando em fazer algo para lembrar o concurso. Apesar de ter ainda mas duas fases o primeiro sempre é especial. Mas agora vai se arrumar.

- Então tá senhor gigante eu vou me arrumar. - disse fazendo beiço

Tomei um banho apesar do chocolate quente que havia tomado. Coloquei uma calça preta, blusa com estampa, casaco verde e bolsa preta. Coloquei na bolsa um biquíni caso precisasse para fazer a tatuagem.

- Já está pronta? – perguntou Lysandre

- Claro. Sou a pessoa mais rápida desse mundo  - eu ri – Agora espera um pouco para eu escrever um bilhete para o senhor ressaca.

Cast saí com o Lysandre. Ele quer comemorar meu aniversário. Esteja pronto quando eu voltar vamos sair.

PS: Você pode chamar a Luna e quem mais quiser.

Eu e Lysandre saímos ele foi dirigindo e ficamos rindo muito. Ele disse que o tatuador era uma pouco longe, mas ótimo. Pegamos a Interestadual  em direção ao norte e começamos a cantar bem alto com o vento batendo em nossos rostos.

I’m waking up(Estou acordando)

I feel it in my bones(Eu sinto isso em meus ossos)

Enough to make my system blow(O suficiente para fazer meu sistema explodir)

Welcome to the new age, to the new age(Bem-vindo à nova era, à nova era)

Welcome to the new age, to the new age(Bem-vindo à nova era, à nova era)

Oh, oh, oh, oh, oh

Oh, oh, oh, oh

I'm radioactive, radioactive(Sou radioativo, radioativo)

Cantamos, saudando a nova era que entrava nossas vidas. Até que ouvi Lysandre grunhir

- O que foi Lys?- perguntei

- Perdi a entrada. – respondeu ele – Agora só daqui a 5 quilometros.

- Só não me diz que estamos perdidos - disse nervorsa

- Talvez – ele fez piada do meu nevorsismo

- Para com isso Lysandre – eu falei um pouco alto demais – Sabia que isso pode ser considerado sequestro

- Claro -  ele dava um sorriso irônico

- Idiota- eu batia em seu braço

- Ei –Ele segurou meu braço com só uma mão – Eu estou dirigindo e você está tirando minha concentração

- Eu? Foi você que começou – Ele falou algo baixinho. Pareceu algo que se eu ouvisse daria em briga.

Ele pegou  o retorno e pouco depois entrou em uma cidadezinha pequena, porém maior que El Sucré. Estacionou ao lado de um salão de tatuagem.

- Chegamos senhora impaciente. – ele tirou sarro da minha cara e eu fechei a cara.

- Agora que estamos aqui diga o que quer fazer – ele disse calmamente ignorando minha raiva.

- Eu quero retocar minha tatuagem e fazer outra relacionada com concurso de ontem.

- Também estava  pensando nisso

Entramos e logo fomos atendidos graça ao Lysandre conhecer o dono.

- Lysandre. Garotão quanto tempo? – um cara inteiramente tatuado entrou na recepção.

- Tudo bom Luís? – falou Lys com a calma de sempre.

- Voltou para retocar a tatuagem. E que sabe fazer outra? - perguntou o homem

- Na verdade vim trazer uma amiga.

- Essa é sua namorada Lys. Ela mesmo linda.

- Não. Somos só amigos Luís. Essa é a Annie. A irmã do meu amigo Castiel. Aquele que eu trouxe  da ultima vez.

- Então está sozinha pista gata?- perguntou Luís para mim piscando.

- Quem sabe algum dia. – eu retuquei.

- Que brava. – ele riu – Já escolheu o que quer fazer gatinha

- Já sim.  – eu mostrei a tatuagem com meu celular. – Além disso quero retocar a antiga.

- Onde é a outra? – ele assumiu o tom mais profissional.

- Aqui no cós da calça – disse baixinho corando

- É. Tudo bem – ele não pareceu se importar – Lysandre você pode mostrar a ela onde é o banheiro para ela se trocar.

- ok – Lys saiu me orientando para uma sala que havia um banheiro limpinho  - porque você precisa se trocar?

- É que a tatuagem é aqui – apontei para o local. Lysandre pareceu surpreso.

Troquei-me trocando a calça por uma calcinha de biquíni preta simples. Peguei o roupão que estava cuidadosamente dobrado na pia e me cobri. Sai e Luís estava trocando os materiais, que eram descartáveis. Pedi para Lys ficar. Começamos com a tatuagem atrás da orelha, foi rápida mais doeu muito porque o local não havia muitos músculos.

Luís pegou um cobertor e me deu e eu abri o roupão e me deitei embaixo dele.

- Com licença – disse ele quando puxava o cobertor um pouco para o lado e desamarrava o nó do laço lateral da calcinha.

Lysandre parecia constrangido. Logo depois deu eu terminar e me trocar Lys decidiu fazer um também. Era uma clave de sol no dedo do meio da mão esquerda.

Paguei as tatuagem e Lysandre a dele. Eu quase tive que bater nele para eu poder pagar.

- Nunca pensei que sua tatuagem fosse num lugar tão constrangedor – disse ele com um ar risonho quando entrou no carro.

- Aí. Você queria que uma garota comprometida mostrasse a tatuagem em um lugar tão intimo – disse lembrando o primeiro dia que apareci em sua casa. Ele riu constrangido

- Então você ainda não disse o que ela significa.

-Significa proteção. Fiz no dia que fui emancipada, tinha 15 anos, ou seja, 3 anos atrás. Queria proteção para enfrentar essa vida que iria começar.

O resto da viagem foi tranquila. A gente voltou cantando e berrando que nem uns loucos. Adorava quando o senhor certinho vestia o manto de uma pessoa normal. Paramos em um restaurante já em El Sucré.

- Hoje o seu almoço/jantar de aniversário vai ser por minha conta – disse ele me puxando para o restaurante um pouco chique demais para minhas roupas informais.

- Boa Noite. Sejam bem vindos ao Sucré Restaurant. – disse a maitre. Ela era toda sorrisos, mas eles não eram dirigidos a mim. Ela nos encaminhou para um mesa no meio do restaurante. Sentamos. – Fiquem a vontade que alguém já vira atende-los – e saiu.

- Senhor Gigante. Que feio – ele me olhou assustado – Fica encantando as pessoas por aí

-... – ele parou e deu risada – Eu não tenho culpa se sou irresistível.

- Menos Lys. Bem menos. Vocês não essas bolachas toda não – eu dava risada.

- Não – ele ergueu a sobrancelha, desafiando

- Boa Noite – não vimosa garçonete – Sou a Jacques e vou ser o garçonete de vocês essa noite

Ela dava em cima dele descaradamente. Eu ria por dentro ela praticamente colocou um peito com o decote na cara dele, enquanto mentalmente me comparava com ela. Acho que ela se considerou melhor porque deu um risinho de satisfação. Eu comparada com ela era um trapo velho. Ela alta e esguia como uma modelo da Victoria Secrets, eu baixinha e magrela. Seu cabelos loiros meio avermelhados, os meus castanhos claros puxando para o chocolate. Sua autoconfiança e determinação eram coisas que nunca tive. E as roupas que ela usava ressaltavam tudo isso, enquanto eu parecia um boneco de posto. Subitamente fiquei triste e pedi a primeira que vi.

- Camarão à moda do chefe e um suco de uva fresca. – Não ouvi o que Lysandre pedi porque voltei para a minha auto depreciação.

- O que você pensando? – perguntou Lysandre após algum tempo quando os pratos foram colocados me despertando dos meus pensamentos.

- Nada – disse tentando parecer animada – Obrigada por esse dia.

- Você está assim por causa dela?- disse ele acenando com a cabeça para a garçonete

- Não Lysandre. Porque eu estaria? Somos só amigos né? Pensei que estivesse bem claro

- Não é isso. Você parece carente

- Carente? Claro que sou – disse meio irônica – Minha mãe nem liga para mim. Fui trocada por outras garotas pelos meus ex-namorados. É Lysandre sou carente se isso é o que quer dizer. Mas acho que a palavra melhor é falta de amor. E... – E a única pessoa que me senti diferente a minha vida inteira me considera só uma amiga, mas ainda nem sei o que isso significa, completei mentalmente.

- Você é uma garota maravilhosa Annie. Tem que parar com esse instinto de auto depreciação.

- Isso é meio difícil quando você vive em meio de pessoas que fingem serem perfeitas. Meus amigos todos tem vidas perfeita. Namorados perfeitos. Planejamento de vida. E eu? Ainda nem sei o que quero da minha vida e já tenho 18 anos.

- Eu sou seu amigo e não sou perfeito. O que as pessoas mostram não é necessariamente a verdade. Eu sou uma pessoa terrivelmente esquecida, venho melhorando nos últimos meses, mas da ultima vez me esqueci dos meus amigos. Da garota que eu gostava.

- Como assim? – perguntei assustada.

- Meses atrás eu sofri um acidente. Fui atropelado. E para completar tive uma concussão, meu pai estava extremamente doente  e o meu corpo em um extinto de auto preservação desconectou todos os acontecimentos de até um ano e meio. Na época eu era apaixonado pela Rosa e ela não namorava o meu irmão e eu só me lembrava disso. Na época do acidente eu gostava da Luna, acho que tinha a ver o fato dela ser simpática e se preocupar comigo e nunca ter lido meu bloco de notas.  Mais assim soube que ela estava com Castiel o “amor” – ele fez aspas com as mãos – foi embora. É o que estou falando as pessoas se iludem tentando fingir algo que só existe na cabeça delas.

- Meu Deus Lysandre – eu estava quase chorando – Você está melhor?

- Ei não chora – disse ele contornando a mesa – Eu estou bem. Estou aqui.

- Promete que vai está sempre do meu lado

-Sempre