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História A Kiss Before She Goes - Capítulo Treze - Sick, Sick, Sick


Escrita por: MaryAnnSGWay

Notas do Autor


MINHA GENTE MARAVILHOSAAAA! TIA MARY FIRME, FORTE E PONTUAL! HAHA
Maravilhosos de minha vida, cá estou para acalmar (ou não) seus ânimos rs #TiaMááá
Sensacionais, muito obrigada por comentar, por favoritar e dou boas vindas aos mais novos favoritos: Kazuki_royz e stjules!!! MUITO AMOR PARA VOCÊS!!!!
Desejo-lhes boa leitura e o mais importante: NÃO ME MATEM!
Eu amo vocês e tudo faz sentido aqui ;) rsrs
BEIJOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOSSS!

Capítulo 13 - Capítulo Treze - Sick, Sick, Sick


Fanfic / Fanfiction A Kiss Before She Goes - Capítulo Treze - Sick, Sick, Sick

A Kiss Before She Goes

Capítulo 13 – Sick, Sick, Sick

 

Frank voltava para casa sentindo-se atropelado. Aquelas revistas nojentas com capas vulgares e manchetes mentirosas o tinham golpeado direto no estômago e na mente. O rapaz iniciava uma dura jornada de dores de cabeça aguda e o desconforto estomacal ia e vinha com ímpeto; ele precisava chegar logo em casa.

- Gerard. – ele disse em assombro. – Não posso deixar ele saber destas merdas!

Frank só de pensar naquilo sentiu uma nova ânsia e saiu correndo mais uma vez, só que desta vez, ele já estava na porta de casa. Entrou, respirou fundo, segurando aquela onda de enjôo e aliviou-se por não ver Gerard na sala, ele passaria rápido, porém foi interpelado pelo namorado que estava na cozinha.

- Frankie. Que bom que voltou! Nosso almoço já chegou, vem almoçar! – Gerard saiu de trás da bancada e reparou no rosto empalidecido de Frank. – O que foi? Está passando mal?

- É... eu acabei saindo para tomar um ar e foi pior... meu estômago virou de um jeito... – Frank suspirou fundo. – Almoce e almoce bem, por você e nossa filha. Eu vou subir, vou deitar um pouco.

- Eu faço um chá para você, então e logo levo no quarto. – Gerard demonstrava carinho.

- Obrigado, meu anjo, mas eu quero ficar sozinho um pouco.

- De novo, Frankie? – Gerard deixou cair o semblante e Frank se aproximou. – Me deixa cuidar de você.

- Por favor, Gee.  – o guitarrista pegou levemente na mão do vocalista. - Eu só preciso de um tempo, eu realmente não estou me sentindo bem, minha cabeça tá latejando. Vou deitar e depois você pode cuidar o quanto quiser.

- Okay, vai descansar. – Gerard o acariciava no braço. – Você precisa deitar mesmo, mas depois que eu comer, vou te ver. É rapidinho.

- Não precisa comer correndo, faz mal. Eu estarei no quarto, está bem? – Frank olhou-o e se afastou.

Gerard permaneceu no mesmo lugar, observando Frank se afastar, atravessando a cozinha e subir a escada rumo ao quarto. Assim que ouviu a porta se fechar, o gestante fechou os olhos pesarosamente. Ele conhecia bem o namorado, aquilo era reflexo de tudo o que houve desde sábado. Mais do que um vômito físico, Frank precisava vomitar coisas que o envenenavam desde muito tempo atrás e que mostravam todo o seu poder de contaminação e sufoco neste momento.

 

 

Gerard almoçou, mas não tão bem, afinal aquela situação agitou algo dentro dele, e sua maior preocupação naquele momento era a saúde  e bem estar de Frank, sobretudo sua felicidade; dali dois dias, eles voltariam para a turnê. Porém, abstraindo um pouco dos compromissos profissionais e pensando apenas em seu mundo particular, como prometido para Frank, o vocalista pôs-se a fazer um chá para o namorado e seguia conversando com a bebê em seu ventre.

- Sabe, filha? Seu papai Frank é um cara muito forte, corajoso, talentoso. – Gerard acariciava a barriga enquanto vigiava a água que esquentava. – Mas hoje ele não está legal, por isso vamos fazer um chá bem gostoso para ele melhorar. – Gerard franziu os lábios e sentiu uma ponta de tristeza. – Eu amo seu pai, filhinha, eu amo demais. – e os olhos de Gerard marejaram. – Eu sinto que só passei a existir quando eu o encontrei e ele me deu todas as coisas mais lindas, fez todos os meus sonhos se tornarem realidade. Você é um deles. – Gerard colocou a outra mão sobre a barriga e deixou a lágrima escorrer do canto do olho, e sentiu um chute da bebê. – Que bom que está me ouvindo, minha bebê. Eu sei que você o ama muito também, nós estamos ansiosos para te conhecer, espero que goste da gente. – e mais um chute foi sentido seguido de muitas cambalhotas em sua barriga. – Eu te amo, filha. Agora vamos levar este chá para seu papai Frank.

Gerard pegou uma caneca e colocou a água quente e o sachê de chá de pêssego e notas de limão, colocou pouco açúcar e com o pires sobre a borda da caneca, a infusão se intensificava.

- Vamos lá.

O gestante andou calmamente até a escada e subiu os degraus com atenção, já no topo, virou à esquerda e caminhou pelo corredor até a última porta, tocando na fechadura bem devagar e abrindo-a. O quarto estava com as cortinas entreabertas, um pouco escuro e Frank estava encolhido no canto direito da cama king size. Gerard fechou a porta com cuidado e pisava levemente no assoalho para não fazer barulho brusco e acordar o namorado com um susto.

Ele deixou a caneca no criado-mudo e sentou-se bem na beirada da cama, onde havia um espaço e assim, ficou de costas para o abdômen de Frank e olhando-o em seu rosto que não parecia tranquilo. Gerard, com delicadeza, passou as costas da mão na bochecha de Frank e o rapaz abriu os olhos lentamente.

- Desculpa te acordar, meu anjo.

- Não tem problema, eu não estava dormindo de verdade. – Frank sorriu leve e levantou-se um pouco mais, encostando nos travesseiros.

- Eu e nossa filha fizemos um chá para você. – Gerard sorriu feito criança e pegou a caneca ao lado, Frank o observava e não pôde deixar de sorrir. – Espero que goste. Esperamos.

- Hum, este chá é especial, então. – Frank pegou a caneca.

- Sim, ela estava empolgada. – Gerard pegou a mão dele, beijou-a em cada ponta de dedo e em seguida direcionou para sua barriga. – Um chá com muito amor e carinho. Queremos que fique bem logo.

- Ah, se depender deste amor, eu ficarei mesmo. – Frank acariciava a barriga de Gerard e a bebê começou a mexer novamente. – Que linda! Te amo, filha.

Gerard sorriu satisfeito e Frank tomou o primeiro gole de chá.

- Está ótimo, meu amor. – ele elogiou.

- Obrigado, eu disse que nós caprichamos. – o vocalista piscou e assumiu uma postura um pouco mais séria. – Você está se sentindo melhor?

- Um pouco, pelo menos o estômago estabilizou, agora a cabeça ainda pesa e dá uns estalos agudos. – ele fechou os olhos e encostou a cabeça nos travesseiros. Gerard o acariciava no rosto e testa.

- Quer um analgésico?

- Não, não quero tomar nenhum remédio. Vou confiar neste chá carinhoso. – Frank abriu os olhos e sorriu.

- Espero que surta efeito mesmo, mas depois precisa comer.

- Sim, mas vou dar um tempo primeiro. – Frank tomou mais um gole de chá e suspirou, Gerard continuava a lhe dar carinho.

- Amor... – Gerard lhe chamava a atenção. – Eu sei porque você está assim, não finja para mim que é qualquer outra coisa, tá?

- Eu sei que sabe. Seria ingenuidade minha tentar te enganar, Gee.

- Pois bem, eu estou aqui, meu amor, divida este fardo comigo.

Frank respirou fundo e fechou os olhos enquanto Gerard o aguardava com paciência, sem cessar o carinho no namorado; o guitarrista abriu os olhos e pegou firme a mão do vocalista, beijando-a na palma.

- Eu te amo incontrolavelmente. – disse com emoção e aquilo fragilizou Gerard. – Você é a melhor pessoa para mim, por isso que eu quero ser ainda melhor agora, para você e nossa filha.

- Eu também te amo desmedidamente, meu anjo. Eu sou tudo o que você quiser que eu seja para você, inclusive seu melhor amigo.

- Você é meu melhor amigo, Gee.

- Por isso, quando se sentir confortável, se abra, põe para fora todo este lixo que está te intoxicando.

- Eu sei que preciso exorcizar isto, Gee, mas eu não quero te intoxicar, eu quero você fora disso. Você já está com trabalho suficiente aí, garantindo a boa formação da nossa filha. Eu não posso jogar coisas pesadas em cima de você, te deixar tenso, preocupado, magoado, revivendo seus próprios temores. Entende isso?

- Amor, eu entendo tudo, mas nós somos um casal, nós dividimos a vida, você não pode carregar peso sozinho, não vai passar por nada sem minha ajuda. Entenda isso também.

- Eu entendo, Gee. Eu só não quero tocar nisto agora. Será que a gente pode esquecer ou tentar esquecer isto por hoje? Descansar, afinal depois de amanhã temos de voltar para a turnê? Podemos? – Frank perguntou com um pouco mais de ímpeto, olhos firmes na direção de Gerard.

- Tome seu chá, está esfriando. – Gerard disse sério e contrariado, desconversando. – Vou ficar aqui com você, okay?

- Okay. – Frank sabia que o namorado ficou chateado, terminou o chá e acomodou-se entre os travesseiros.

Gerard puxou o lençol que estava na ponta da cama e trouxe até Frank, deitando-se sobre a cama também e sendo abraçado pelas costas; o corpo de Frank encostava perfeitamente ao de Gerard, sua cabeça encaixada no ombro e pescoço do vocalista, e suas mãos dividiam-se entre ombro e peito de Gerard e a outra sobre sua barriga.

- Eu amo vocês. – Frank disse baixo e com carinho.

- Nós sabemos, também te amamos. Muito. – ele retribuiu no mesmo tom.

Ambos se apertaram mais e logo embarcaram em um calmo cochilo de tarde.

 

 

Frank acordou e reparou que estava com o braço adormecido por conta da cabeça de Gerard sobre ele, com cuidado para não acordá-lo, afastou o braço do namorado e levantou-se. Olhou para trás para ver se não o havia acordado, mas Gerard dormia profundamente como um bom gestante carregado de sono.

Frank saiu do quarto e desceu as escadas, acendendo as luzes do andar inferior, pois já havia escurecido, e foi na direção da cozinha. Olhou em volta e verificou a geladeira com os pedidos do almoço, mas só de pensar, ele sentia-se mal novamente. Tomou uma água tônica e depois comeu uma fatia de pão.

Ao invés de voltar ao quarto, ele decidiu ficar na sala e assistir algo, mas bem longe dos canais musicais. Colocou na HBO e nem reparou no título do filme, só queria distrair a cabeça, porém, todas as lembranças de sábado e as mais antigas juntando em um grande caldeirão efervescente tal como sua cabeça, não o levaram a sentimentos bons. Não demorou muito para que o rapaz saísse correndo até o lavabo para jogar fora a água e o pão.

 

Gerard acordou e virou-se para ver se Frank permanecia na cama e notou o espaço vazio. Ele viu que estava escuro e acendeu uma das luzes do abajur para mover-se melhor e saiu do aconchego da cama. Já de pé, caminhou até a porta e acendeu a luz do corredor, voltou e apagou a luz do abajur e pôs-se a descer a escada, ouvindo o som baixo da TV ligada. Olhou em volta e não encontrou Frank, e então ouviu som vindo do lavabo.

Gerard chegou na porta entreaberta do cômodo e Frank estava debruçado sobre a cuba da pia e com a torneira ligada, lavando a boca.

- Frank... – Gerard pegou uma toalha rapidamente e molhou a ponta, colocando sobre a nuca do rapaz e ele respirou fundo.

Gerard acariciou-lhe as costas e cheirou os cabelos do namorado que desligou a torneira e permaneceu com a cabeça abaixada, prostrado frente àqueles sintomas horrorosos. Sua barriga já doía pelo esforço em vomitar e a dor de cabeça não cessava, parecia que era feita um tambor, até seus olhos doíam.

Enquanto Gerard mantinha os mesmos gestos, Frank levantou a cabeça devagar e virou-se de frente para o vocalista e o abraçou, descansando a cabeça no peito de Gerard.

- Você precisa descansar, mas também se alimentar melhor. – Gerard disse baixo.

- Só de pensar em comida...

- Okay, nada extravagante, uma sopa, caldo, eu mesmo faço.

- Não se dê a este trabalho, meu anjo, eu vou acabar colocando para fora.

- Você está ficando fraco, Frank, pelo amor de Deus. Se continuar assim, vou te levar para o hospital.

- Não! Para de exageros! Nada de hospital.

- Se você não melhorar, vai sim e não tem desculpa! O que não pode é ficar passando mal desse jeito e eu ficar de espectador! Isto não tem discussão, está decidido! – Gerard disse firme e Frank bufou, cansado. Não tinha forças para comprar aquela briga.

Os dois saíram do lavabo e Gerard deixou Frank sentado no sofá da sala e seguiu para a cozinha. O gestante nem bem abriu o armário e Frank estava ao lado dele.

- Fica lá para não ficar sentindo o cheiro da comida. – Gerard o alertava.

- Vou tomar um chá e depois um banho. Quando eu subir, você faz a sopa ou caldo, tá bem? – Frank tentava ser mais natural e deixar esta história de comida pra lá. Gerard assentiu, porém desacreditado.

Frank esquentou a água, fez um chá de camomila, tomou e subiu para o quarto, Gerard permaneceu na cozinha e iniciou uma receita de caldo de legumes.

 

Passado meia hora, Gerard subiu até o quarto do casal para ver Frank e o rapaz estava na cama, encolhido, mas coberto como lençol. Gerard ficou o observando por alguns minutos naquela posição frágil e vulnerável, como se ele fosse uma criança desamparada. O vocalista desistiu por aquele dia. Desceu à cozinha e fez sua refeição, tomou um chá para boa digestão e seu sono, subiu, tomou banho e deitou-se. Ao que parece, Frank havia encontrado repouso; melhor assim. Quem sabe uma boa noite de sono traria um equilíbrio para aquele corpo e depois, para a mente?

O casal dormiu, ao que parece, tranquilamente.

 

21 de agosto.

No dia seguinte, Gerard e Frank acordaram praticamente ao mesmo tempo. Frank, apesar de abatido, parecia estar melhor do que no dia anterior e sem enjôo. Afinal, o que o estômago ia colocar para fora? Ele mal tinha ar nos seus pulmões.

O casal desceu e Gerard foi enfático para que ele permanecesse na sala enquanto pudesse preparar o café da manhã. Frank seguiu as ordens do namorado autoritário, como ele brincou, e conseguiu arrancar um sorriso da face sisuda de Gerard, com um plus. Frank ajoelhou e deu vários beijos na barriga de Gerard e isto deixou o gestante mais sensibilizado.

Café da manhã pronto, Gerard apontou frutas e chá para Frank que, com muita calma, conseguiu ingerir os alimentos sem intercorrências enquanto Gerard comia tudo o que estava na mesa. Ambos estavam finalizando a primeira refeição, quando o telefone tocou.

- Eu atendo e assim saio desta mesa. – Gerard disse divertido e Frank riu.

- Vou retirar para não correr o risco de você voltar e terminar tudo o que está aqui. – o rapaz brincou.

- Alô?

- Gee?

- Oi, bro! Que bom ouvir a sua voz! – Gerard disse animado.

- É muito bom ouvir a sua também! – Mikey retribuía a mesma alegria.

- Está se sentindo bem? – o irmão questionava.

- Sim, estou muito melhor. – Mikey disse leve.

- Fico feliz, muito feliz, nós todos ficamos. – Gerard aliviava-se.

- Obrigado! Sei que é verdadeiro.

- Claro que é. – o vocalista era categórico.

- Eu liguei porque queria te visitar. Será que podemos ir hoje, já que amanhã vocês voltam para a Projekt? – ele riu leve. – Eu falei com a Eve antes, então estou por dentro da agenda.

- Claro, claro! – Gerard sorriu. – Frank vai adorar te ver e sua sobrinha também.

- Ah, mal posso esperar. Tenho visto alguns vídeos dos shows e está espetacular. E sua barriga parece enorme.

- Está ficando! Esta garotinha é bagunceira também. Ela se mexe demais quando estou no palco. – Gerard disse bobo. – Mas venham logo, estamos esperando e aí colocamos o assunto em dia, matamos a saudade.

- Claro, vamos nos arrumar e logo chegamos. Até mais, Gee.

- Até mais, Mik!

E desligaram ao mesmo tempo.

 

Gerard voltou para a mesa e falou sobre a ligação, embora Frank tenha ouvido de longe. Ambos se animaram com a visita de Mikey e de Alicia. Seria bom ter pessoas na casa e assim, Frank tentava sair daquele estado tóxico que se encontrava. Não demorou mais do que quarenta minutos para que Mikey e Alicia tocassem a campainha e serem recebidos com alegria pelos donos da casa.

- Olá! – Gerard abriu os braços para o irmão que estava feliz e espantado pelo tamanho daquela barriga, já que não via o irmão há praticamente um mês. A última vez que se viram foi no dia da revelação do sexo do bebê.

- Meu Deus, você está muito barrigudo! – Mikey disse, rindo a seguir.

- Sim! Sua sobrinha está crescendo demais! – Gerard disse orgulhoso. – Alicia! – e deu um grande abraço na cunhada que portava uma sacola cor de rosa e com laço.

- Mik! – Frank o abraçou forte, já abrindo espaço para que o cunhado entrasse, bem como Alicia, seguida de seu abraço.

- Entrem logo, gente. – Gerard ordenou, gesticulando com a mão.

- Dá licença. A gente ficou com receio de vir tão em cima da hora. – Alicia dava mais alguns passos e o casal lhe sorria.

- Imagina. Só foi melhor porque ligaram, poderíamos ter saído para ir a algum lugar ou se fosse ontem estávamos em consulta na nossa obstetra. – Gerard apontava o sofá para eles sentarem e se acomodava no outro móvel juntamente com Frank.

- E como foi a consulta? – Alicia pareceu curiosa.

- Foi ótima. Estou muito bem, a bebê e já começamos a tratar da questão do parto. – Gerard falava com alegria e aquilo deixava Frank feliz.

- Que ótimo, porque depois daquele seu tombo... – Mikey suspirou.

- Ah, foi só um susto, graças a Deus. – Gerard erguia a mão direita ao céu.

- Super susto mas passou. – Frank endossou. – Gerard e nossa garota estão  melhor do que eu. – o riso saiu fácil, de todos, menos de Gerard que contraiu-se um pouco. Frank reparou e levantou. – Gente, vocês querem tomar alguma coisa? Temos água, chá, suco.

- Ah, eu quero um copo de água. – Mikey disse simples.

- Um copo de suco, obrigada. – Alicia sorria.

- Tá ótimo, já trago. – Frank olhou para Gerard. – Quer algo?

- Não, meu anjo, estou bem, obrigado.

Frank se retirou da sala e logo ao chegar na cozinha sentiu uma leve vertigem, apoiando-se na bancada para não cambalear e até cair. O rapaz respirou fundo mais duas vezes e deu passos lentos até a geladeira. Abriu-a e pegou suco e água, colocou nos copos com um ligeiro tremor nas mãos e apertou-os, tentando dissipar aquela sensação. Mas o pior nem era isso, Frank sentia que todo o seu café da manhã estava embolado na garganta, agora. Como iria correr até o banheiro do quarto? Pois se fosse até o lavabo, a comoção seria generalizada na sala.

Ele apressou em levar os copos com as bebidas para os cunhados e arranjou uma desculpa esfarrapada.

- Cunhados, aqui está. – e deu rapidamente os copos em cada mão. – Eu vou pegar meu celular lá no quarto e já volto. Eve tem mania de mandar mil mensagens e se ela já mandou alguma hoje, preciso ver, já volto. – e saiu rápido antes que alguém contestasse, principalmente Gerard que, claro, observou as atitudes do namorado e não engoliu a desculpa.

Frank subiu as escadas de forma rápida mas sem fazer grande barulho, entrou no quarto e foi direto ao banheiro colocar todo o café da manhã para fora. Mais do que nunca, ele sentia sua barriga dolorida e aquilo só parecia piorar.

 

Enquanto Gerard conduzia a conversa com o irmão e a cunhada, Frank permanecia no quarto, agora deitado na cama e com uma dor incrível na barriga. Seu estômago parecia estar envolto em espinhos e até suas costelas dóiam; seu abdômen estava massacrado e a garganta começava a latejar e amargar.

Mais dez minutos passaram e ele estava um caco, mas vestiu a melhor cara de saudável após lavar o rosto duas vezes e respirar  fundo até chegar na escada, e desceu, voltando para a sala e sorrindo na direção de Gerard e do casal de cunhados.

- Desculpa a demora, mas fora o celular, tive um chamado da natureza. – ele tentava desconversar divertido, e enquanto os cunhados riam, Gerard o analisava. Frank olhou para o namorado e sabia que ele não engoliria nenhuma daquelas desculpas.

- Eu acho que poderíamos pedir algo para nosso almoço, não quero sair de casa, acho mais confortável ficarmos aqui. – Gerard sugeriu.

- Para nós está perfeito! – Mikey aceitava a sugestão sob a concordância de Alicia.

- Eu faço os pedidos. – Frank levantou, mas devagar, não poderia correr o risco de sentir uma nova vertigem. – Comida italiana, japonesa, chinesa?

- Italiana, óbvio! – Mikey riu e todos acompanharam.

- Vou trazer o cardápio de um lugar espetacular que sempre pedimos. – Frank deslocou-se até a gaveta e pegou o folheto, passando para a mão de Mikey que via as opções juntamente com Alicia. Ele voltou a sentar junto de Gerard que o olhou e sussurrou-lhe no ouvido:

- Eu sei que continua passando mal, por isso vai tomar a sopa de ontem.

- Gee, eu vou tentar. – ele disse desanimado, imitando o gesto.

Gerard fechou os olhos rapidamente e voltou a sussurrar-lhe:

- Eu não posso mais te ver passando por isso, Frank.

Frank o olhou e suspirou sob o olhar intenso de preocupação de Gerard, beijando-o na ponta do nariz, descontraindo o namorado. Mikey e Alicia olharam rapidamente para o casal e Mikey brincou:

- Vão ficar cochichando, é?

- Quer ouvir as sacanagens que digo para o meu namorado, bro? – Gerard desconversava brincando e Mikey ria enquanto a esposa folheava o cardápio.

- Tô tranquilo disso, tenho imaginação suficiente com minha mulher.

- Isso aí. Bom, já escolheram? Eu farei os pedidos enquanto Frank fará um chá para mim. Vocês querem?

- Não, obrigado. – Mikey respondeu rápido.

- Eu também nego, mas agradeço. Você pode tomar chá, Gerard? – Alicia pareceu preocupada.

- Sim, alguns. Minha obstetra passou a lista dos permitidos. – Gerard disse com tranquilidade e Frank levantava para fazer o chá. – De camomila. – e deu uma leve puxada na mão do namorado fazendo-o encostar o rosto ao dele. – Para nós dois. – a voz saiu baixa e Frank beijou-o na testa.

- Vocês estão ainda mais lindos, como eu jamais vi. – Alicia disse com carinho e Gerard sorriu em surpresa, saindo do momento particular com Frank, preocupado com a saúde do namorado.

- Nós estamos mais felizes do que nunca. – Gerard suspirava.

- Mas e a aparição do Bert no sábado? – Mikey franzia a testa.

- Michael James Way! – Alicia exclamou envergonhada e deu um tapa na coxa do marido que reclamou.

- AI! Doeu, viu? – ele estreitava os olhos.

- Gerard, por favor, desconsidera isto do seu irmão boçal. Que ideia de tocar neste assunto!

- Poxa, foi só uma pergunta...

- Que eu não quero que seja repetida, bro. – Gerard olhou incisivo na direção do irmão e ele tensionou-se. – Não por mim, mas por Frank. Isto afetou-o muito.

- Okay, não está mais aqui quem falou.

- Eu agradeço. Vou fazer os pedidos do almoço.

- Vai lá, cunhado. Para mim e Mikey são estes números aqui. – Alicia apontava no folheto.

Gerard assentiu e levantou do sofá, afastando-se, Frank continuava na cozinha e o casal de cunhados na sala permaneceu em silêncio. Depois da incoveniência, Alicia quis costurar a boca do marido.

 

A vista de Mikey e Alicia correu bem no turno da tarde, por assim dizer, nenhum comentário desagradável foi tratado e o clima voltou a ficar leve. Quando Frank retornou para a sala com o chá para ele e Gerard, Alicia aproveitou para lhes dar o presente que carregava. Era um lindo xale branco com alguns laços de cetim em rosa e lilás. O casal adorou e Gerard colocou a peça em cima da barriga como se mostrasse para a filha.

Logo depois, a comida chegou e eles almoçaram. Frank, a duras penas, engoliu a sopa que Gerard fez, e explicou aos cunhados que não estava bem do estômago nos últimos dias. Mikey disse que o guitarrista sempre voltava meio bichado das turnês e Frank concordou sem mais delongas.

Apesar do gosto suave e salgado da sopa em sua boca, Frank lutava para mantê-la no estômago, embora a sentisse entalada na garganta. A visita de Mikey e Alicia lhe serviu para esquecer de algumas coisas na mente, mas não do terror em seu corpo físico. Não sabia o que era pior: passar mal ou passar mal com visitas em casa.

Quando o casal disse que ia embora, por volta das quatro horas da tarde, Frank aliviou-se, pois ao menos poderia deitar-se um pouco, descansar o corpo moído do esforço dos dias que se seguiram bem como tentar manter a cabeça em um lugar, sem vertigens. Eles se despediram calorosamente e prometeram estar presentes nos shows que seriam em cidades de Nova Jersey: Camden e Holmdel.

Assim que o casal de cunhados cruzou o pequeno portão e entrou no carro, saindo em seguida, Frank apoiou a cabeça no peito de Gerard que o abraçou forte.

- Vem, vamos cuidar de você. – Gerard o beijou na testa e Frank fechou os olhos.

A seguir, o casal entrou em casa e subiu para o quarto. Gerard disse para Frank ir tomar um banho e depois deitar, descansar um pouco visto que eles embarcariam no ônibus da turnê por volta da meia noite; o veículo passaria para pegá-los. O guitarrista acatou os pedidos do namorado e assim que estava pronto, de banho tomado, Gerard deixou-o confortável na cama, beijou-o levemente nos lábios e foi tomar o seu banho.

 

Quatro horas depois.

Frank acordou e não notou Gerard no quarto, estava escuro e ele sentia-se enjoado. Respirou fundo antes de levantar a cabeça dos travesseiros e com cuidado, jogou as pernas para fora da cama primeiro, arrastando um pouco o corpo e em seguida, praticamente em câmera lenta, ergueu o tronco em forma dura e mecânica, como se não desejasse informar ao seu corpo que estava se movimentando. Até que deu certo, ele levantou e não teve de correr ao banheiro para colocar o pouco alimento que tinha para fora.

Frank saiu do cômodo e viu o resto da casa iluminada, Gerard estava no andar de baixo, com certeza. Ele desceu a escada e viu o namorado em pé, terminando de fechar um zíper de bolsa de viagem. Gerard notou a presença de Frank e o olhou preocupado:

- Tudo bem? Conseguiu descansar?

- Sim, um pouco. É que minha barriga dói bastante.

- É o esforço em vomitar. – Gerard contraiu os lábios. – Bom, já arrumei nossas coisas, tá? Se quiser pegar algo mais, fique à vontade.

- Ah, não, eu confio em você. – Frank sorriu e aproximou-se de Gerard que o abraçou.

- Meu anjo, meu amor. – Gerard beijava-o várias vezes no topo da cabeça e Frank sorria feliz.

 

 

22 de agosto. De Belleville, New Jersey para Clarkston, Michigan – Arena DTE Energy Music Theatre.

O ônibus do My Chemical Romance passou na casa de Ray, primeiramente, já que Bob, Matt e James estavam lá o aguardando e depois foi a vez de embarcar Gerard e Frank. Brian e Evelyn foram os primeiros a embarcarem ainda em Nova York. Estava tarde, passava da meia noite e por isso, Evelyn e Brian apenas cumprimentaram os rapazes e já os deslocou para suas baias, afinal, além de ser tarde, o trajeto duraria cerca de nove horas e meia aproximadamente até Clarkston, no estado de Michigan. Além de que, Brian e Evelyn queriam mesmo os rapazes entregues ao sono pois poderiam conversar sobre os últimos dois dias e como procederiam na arena. O “evento” de sábado com Gerard, Frank e o famigerado demônio chamado Bert McCracken estava longe de ser esquecido. Pelo contrário, só pipocava mais e mais coisas.

- Você acha que eles estão dormindo? – Brian olhava para trás, falando baixo.

- Acho que sim, já se passou uma hora desde que iniciamos a viagem e eles se deitaram. Eu tenho plena certeza que Gerard está dormindo, pelo menos. – Evelyn sorriu e Brian retribuiu.

- Esta é a coisa boa de estar grávido. Sono é o que não falta.

- Pois é. – Evelyn levantou e foi na direção da cafeteira ligada. – Quer mais uma caneca?

- Sim, obrigado. – Brian estendeu a caneca que estava ao lado dele para ela e voltou a olhar algo no seu celular e notebook.

Evelyn esfregou a mão no rosto e serviu as duas canecas com uma grande quantidade de café. Olhou rapidamente pela janela do ônibus e fazia uma noite de luar encantadora.

- A noite está linda. – ela voltava para se sentar na frente dele e colocava as canecas sobre a mesa. – Fará um dia de sol amanhã.

- É, está mesmo. – ele deu um gole no café e olhou pela janela oposta.

- Meu pai dizia que noites assim são de lobisomens.

Brian não conseguiu segurar o riso, colocando a mão na boca para evitar o barulho. Evelyn sorriu com ele, mas deu-lhe um tapa no braço.

- Respeita as excentricidades caipiras e folclóricas do meu pai, seu puto. – ela tentava segurar o riso, entortando o rosto como se estivesse brava, mas falhou miseravelmente.

- Desculpa, mas não deu pra segurar. – ele continuava a rir. – E até você está rindo!

- SHHHH! Se contenha. – ela riu junto e ele segurou-se, tomando uma nova posição.

- Okay, okay. – ele respirou fundo, fechando os olhos e ficou sério. Evelyn falou do pai, talvez fosse legal perguntar como ela se virou estes dias, revirando o baú familiar. – Er... por falar no seu pai... – e atraiu-lhe a atenção. - Como foi resolver as coisas sozinhas em relação à herança, visitar o túmulo... Tudo bem se não quiser falar. – ele disse gentil.

- Não me importo, Brian. Na verdade, foi tudo tranquilo, mesmo indo visitar os túmulos. Me deu até uma certa paz. – ela suspirou e deu mais um gole no café, olhando-o preocupada em seguida. - Eu fiquei mal mesmo quando recebi a notícia de que aquele demônio estava na arena. Aí, eu virei do avesso.

- Pois é, você estava um trapo. Pensei que teria um ataque do coração ou AVC. O pior é que eu não faço ideia de como vamos lidar com isso, Eve. – ele disse desanimado, coçando a cabeça.

- Olha, é como nós comentamos no domingo. Não tem como conter isso, é feito fogo em mato seco. O que nós temos de fazer é não deixar se aproximar dos rapazes, principalmente os protagonistas desta história, no caso.

- Então, eu perdi a conta de quantas ligações recebi com gente doida para cobrir isso em primeira mão. Revista, jornal, programa de televisão.

- Está um inferno mesmo, eu vi coisas horripilantes na internet e naquelas revistas mais nojentas. – Evelyn fazia gesto de quem ia vomitar.

- Ah, nem me fale!

- Eu não sei, mas estou com uma sensação de que o Frank acabou mais atingido neste tiroteio todo.

- Por que acha isso?

- Porque ele está visivelmente fragilizado. – ela pausou e Brian lhe devotava atenção. – Desde sábado eu notei isso e hoje ao vê-lo, tive a certeza. Ele está um caco. Exterior e internamente.

- Ele está abatido mesmo, mas acho que também é reflexo da turnê.

- Ah, eu acredito que tem uma parcela disso, todos apresentam certa exaustão, mas não vejo esta aparência latente nem no Gerard, que era o que devia estar muito mais abatido ou fragilizado.

- Isso é. E se o Frank internalizou tudo para ele? Para proteger o Gerard?

- Acho que sim, aquele garoto morreria pelo amor da vida dele.

- Toda aquela merda tá sufocando ele, mas ele tenta ser forte pelo Gerard, para que nada espirre nele.

- Você está absolutamente certo, Brian. – Evelyn balançou a cabeça em afirmativa várias vezes e Brian deu um sorriso tímido.

- Estou começando a ficar com medo destas concordâncias entre nós, a gente não era assim. – ele riu e a moça riu mais alto, colocando a mão na boca a seguir.

- Para, peste! Vamos acordar o ônibus inteiro! – ela tentava conter o riso e falou baixo, encostando a cabeça na mesa. – É melhor a gente concordar do que ficar brigando feito gato e rato, não é?

- Ah, isso sim, mas nunca pensei que seria possível.

- Nem eu. Bom, talvez seja um milagre da noite enluarada de lobisomens. – ela disse divertida e Brian colocou a mão no rosto tampando o riso. Evelyn fazia o mesmo.

- Por falar em concordar, você falou com sua amiga delegada sobre o que conversamos no domingo?

- Sim, não perdi tempo, liguei para ela no domingo mesmo, assim que você saiu do meu apartamento.

- Maravilha.

- Ela e outros colegas vão tratar de encaminhar tudo e logo aquele desgraçado será destruído. Idiota! Pensou que poderia jogar com a gente? Justo com a gente? – Evelyn alçava o olhar de forma superior.

- Com a gente ninguém brinca.

- Pois é. Aqui não, demônio. – Evelyn apontava o indicador ao alto.

- E o que acha que devemos fazer ao chegar na arena? – Brian apoiava a cabeça em sua mão.

- Colocar os seguranças para impedir qualquer aproximação da imprensa, toda e qualquer aproximação. Staff tem de ficar ligado nisso e garantir um caminho tranquilo e sem interrupção até o palco para fazerem soundcheck e depois na hora do show.

- Okay, vamos providenciar. Acredita que ligaram até para o Lalo?

- Nosso Lalo? Sério? O pobre só cuida de datas, Jesus Cristo, onde vamos parar! – Evelyn estava indignada.

- Pois é, tem uma horda de gente cercando de tudo quanto é lado. Por isso, será estratégia de guerra amanhã nesta arena.

- Estamos aqui para isso. – Evelyn sorriu e levantou a mão para que Brian pudesse juntar à dela.

- Estamos sim. – eles sorriram e soltaram as mãos. – Bom, este café não funcionou para espantar meu sono, então vou me recolher.

- Okay, vai lá. Eu ainda não estou com sono, vou ficar aqui e assistir algo.

- Boa noite, Eve. – Brian levantou-se.

- Boa noite, Bri.

O empresário distanciou-se e Evelyn ajeitou-se no sofá, ligou a TV e colocou um filme. Não estava prestando atenção de verdade, por isso, depois de uma hora aproximadamente, ela ouviu o barulho de alguém indo ao banheiro e os ruídos eram estranhos. Ela pensou ser Gerard que, por alguma razão tenha sentido enjôo, tontura e poderia estar passando mal.

Ela saiu rápido e foi na direção das baias mas viu Gerard dormindo tranquilo como uma criança. Quem não estava na baia era Frank.

- Frankie? – ela disse baixo e batendo de leve na porta. – Tudo bem aí?

- Me dá... um minuto, Eve... – e ela ouviu mais ruídos como se ele estivesse vomitando.

A suspeita dela e de Brian se confirmava. Frank estava tão envenenado por tudo o que houve que estava doente.

 

 

Frank abriu a porta do minúsculo banheiro e estava branco feito papel, suando frio.

- Por Deus e todos os santos! – Evelyn empurrou-o levemente de volta e fechou a porta, falando baixo. – Frank do céu, o que houve?

- Eu estava muito enjoado, já vomitei pra cacete estes dias... Tô moído. – ele espelhava uma fragilidade sem fim e a amiga lhe acariciou na face.

- Aqui, vem e senta sobre o vaso. – Evelyn o orientava. – Vou te ensinar um truque que aprendi na escola, foi uma enfermeira que me ensinou em um dia que eu estava colocando as tripas para fora e ainda caguei nas calças.

- Sério? – Frank a olhava de soslaio, sorrindo, tentando imaginar a cena.

- Séríssimo. Que vergonha! Enfim! – ela riu leve e voltou a orientá-lo. – Aqui, afasta um pouco suas pernas para que possa se curvar e colocar a cabeça entre elas.

- Assim é que eu vou vomitar mesmo, Eve! – ele disse baixo e desesperado.

- Não vai não. Faz isso. – Evelyn o ajudava e com uma mão sobre as costas dele e a outra na cabeça, ela lhe dava a velocidade exata para que ele abaixasse, bem devagar. – Ótimo. Agora fique com a cabeça bem abaixada, quase tocando nas suas canelas, use seus braços para abraçar suas pernas e inspire fundo e devagar pelo nariz e solte o ar, devagar também, pela boca.

- Okay. – Frank disse baixo, fazendo exatamente o que a amiga lhe havia pedido.

Evelyn o acariciava nas costas mas estava abaixada para vê-lo se estava indo bem. Este movimento durou mais ou menos uns cinco a dez minutos, até que ela voltou a falar-lhe:

- Agora, retire seus braços em volta das suas pernas, solte-os e comece a levantar a cabeça ultra mega devagar. Quando estiver na altura dos seus joelhos, descanse-a sobre eles, continue inspirando e expirando.

Frank cumpria rigorosamente as ordens de Eve e sentia-se muito melhor. Não era que aquela maluca e guardiã estava certa mais uma vez?

- Agora, levante a cabeça devagar, do mesmo jeito até ficar com o tronco ereto, tombe um pouco para trás e encoste a cabeça na parede. Inspirando e expirando. – Evelyn observava o movimento de Frank e pegava um bolo de papel, molhando-o e passando no rosto e pescoço do jovem. – Está se sentindo melhor? – ela o olhou preocupada e colocou o papel molhado sobre a testa dele.

- Quando você tirou o diploma de medicina? – ele brincou.

- Ah, foi só o que guardei de um dia mega ruim. Eu odeio passar mal, vomitar, sempre acho que vou morrer, por isso levei pra vida estas dicas. – ela sorriu. – Meu hiperativo favorito. – e beijou-o na bochecha.

- Obrigado, Eve, estou muito melhor. Foi como se tirasse todo aquele mal estar com a mão. – ele pegou a mão dela e apertou.

- Que bom, meu querido. – ela deu-lhe mais um sorriso acolhedor. – Bom, vou te tirar deste banheiro, senão terei problemas com seu namorado. Vai pensar que eu estava atacando o amorzinho dele. – Evelyn fez Frank rir.

Com bastante cuidado, Evelyn levou Frank para frente, na área comum do ônibus, deixando Frank sentado um pouco no sofá.

 

 

Já era de manhã e Evelyn havia colocado um colchonete do lado do sofá onde Frank havia repousado. O rapaz ficou por um tempo sentado, mas depois foi vencido pelo cansaço e ajeitou-se ali mesmo, Evelyn não quis mexer nele, afinal, finalmente ele estava entregue ao sono. Então, a moça pegou um colchonete que estava em uma das grandes gavetas ao lado e estendeu-o ali do lado. Só pediu a Deus para que Frank não passasse mal novamente e vomitasse em cima dela.

Assim que sentiu os raios solares atravessarem as janelas cobertas por cortinas claras e algumas frestas sem esta “proteção”, Evelyn espreguiçou-se e reparou que Frank continuava dormindo, agora virado para o lado oposto ao dela. A jovem levantou e foi na direção da cafeteira, preparando o eletrodoméstico para fazer um novo líquido matinal fresco. Logo depois de botar a máquina para ligar, Evelyn dirigiu-se para o corredor das baias-cama e conforme passava pelo corredor reparava que os rapazes despertavam aos poucos.

Ela entrou no banheiro e fez sua higiene matinal rapidamente, voltando a passar pelo corredor que agora já estava um pouco tumultuado. Ray, James e Brian estavam de pé e fechavam o corredor.

- Bom dia, galera. – ela disse baixo e eles responderam esparsos e no mesmo tom. – Dá uma licencinha para a Tia Eve? - E eles sorriram, deixando-a passar primeiro.

Ao chegar na pequena bancada com a cafeteira, o jarro já estava pela metade e Evelyn encheu uma caneca para ela e para o motorista, adoçando-o pouco. Foi até a frente do ônibus e cumprimentou-o:

- Hey, bom dia, aqui vai um café esperto para espantar a suposta preguiça, hein. 

- Bom dia, Srta. Fass.

- Ah, pare com isso. Toma este seu café e aprende a me chamar de Evelyn. – ela piscou e deixou a caneca em um centro de apoio próprio para estes utensílios.

- Okay, vou tentar. – o jovem senhor lhe sorriu. – Muito obrigado!

- De nada. Está com pouco açúcar.

- Meu tipo de café. – ele lhe disse gentil e Evelyn lhe sorriu.

Ela voltou para a área comum e encontrou os rapazes se servindo do café recém feito. Sorriu por ver Frank já sentado no sofá e ao que parece, bem. O último a sair da toca foi Gerard com uma cara monumental de sono e dando bom dia a todos de forma lenta, vindo sentar ao lado de Frank que o aconchegou nos braços e fez a cabeça do namorado apoiar no peito dele. Evelyn olhou-os e teve a sensação de que, pelo menos em parte, as coisas caminhavam para atingir a normalidade, ainda que Frank necessitasse de uma atenção especial em seu estado físico e ela e Brian tivessem de trabalhar para protegê-los da imprensa.

 

Passada mais duas horas, o ônibus do My Chemical Romance chegava na arena DTE Energy Music Theatre e área reservada aos ônibus das bandas. Todos estavam devidamente trajados e já haviam se alimentado, até Frank forçou alguns biscoitos de água e sal e chá. Brian colocou-se ao lado de Evelyn assim que notou que o ônibus estacionava por completo e o motorista lhes noticiava que chegaram ao seu destino.

- Galera, aguardem um pouquinho aqui, okay? Eu e Brian vamos descer para verificar algumas coisas e logo voltamos para comunicar vocês sobre o roteiro do dia.

Todos assentiram e Evelyn e Brian saíram da temperatura agradável do ônibus e foram fulminados pelo forte escaldar do sol.

- Nossa! Está ensolarado mesmo! – Brian lembrava do comentário de Evelyn na madrugada.

- Está um inferno, pelo amor de Deus! Que calor da porra! E nem é meio dia! – Evelyn franziu a testa e colocou os óculos de sol, sacudindo a camisa para ver se refrescava um pouco.

- Se continuar assim, temo pelos rapazes.

- Vamos tratar de pensar nisso agora. Vamos precisar do dobro de garrafas de água, isotônico, energético, suco e mais ventiladores, Brian. – Evelyn disse séria. – Principalmente por causa do Frank. Lembra que eu te disse na nossa conversa sobre o quanto ele estava fragilizado?

- Sim, perfeitamente.

- Pois é, de madrugada eu o ouvi passando mal, fui ajudar. Ele pode não estar mais vomitando, pois consegui contornar isto, mas ele está ultra fraco.

- Ele deve estar super desidratado também, Eve. Acho que precisamos conversar com ele, nos certificar de como ele está se sentindo.

- É, acho melhor mesmo.

- Certo. Vamos fazer assim. Eu sairei com o staff atrás dessas coisas e você vai com Big Wormy verificar a questão da segurança, delimitar esta área aqui, caminho até o palco. Acho que em uma hora, a gente resolve isso e depois voltamos para conversar com Frank. – Brian franzia a testa e colocava os óculos de sol.

- Beleza, nos encontramos daqui uma hora.

Brian assentiu e afastou-se, Evelyn virou-se e entrou no ônibus rapidamente.

- Aqui, ninguém sai até eu ou Brian voltar, okay? A menos que o ônibus pegue fogo, ninguém sai. – ela piscou-lhes e eles riram. – Beijos, amo vocês. – e saiu novamente.

Os rapazes ainda sorriam e balançavam a cabeça, e Gerard aproximou mais de Frank, deixando o rapaz descansar a cabeça no ombro dele.

- Você está melhor mesmo, meu anjo? – o vocalista perguntou.

- Estou, pelo menos não estou mais vomitando, a Eve me ajudou com uma técnica que ela aprendeu na escola. Funcionou.

- Sério? Quando isso?

- De madrugada. Acordei com a garganta tampada e quase não chego no banheiro a tempo, ela ouviu e veio me ajudar. – Frank disse de modo infantil.

- Poxa vida, amor. Devia ter me acordado!

- Jamais!

- Por quê? – Gerard indignava-se.

- Gerard, pelo amor de Deus, né. Não tinha nem cabimento chamar você para ficar me vendo vomitar, ia botar pra fora todos os dez kilos de comida que você comeu. – Frank disse rindo e Gerard não segurou a gargalhada. – E se for para ficar comigo naquele cubículo, que seja como no dia que fizemos amor. – Frank disse todo manhoso e beijou o namorado, Gerard apertou-o contra si.

- Bobo, me amoleceu. – o vocalista respondeu no mesmo tom.

- Este é o espírito. – o menor lhe piscou e foi a vez de Gerard beijar-lhe.

- Bom... – Gerard iniciou assim que eles afastaram os lábios e se olharam com carinho, acariciando ambas as bochechas.  – Você ainda está muito fraco por ter passado estes dias super mal, então vamos caprichar na hidratação deste corpo. Vou pegar uma garrafa de água para você.

Frank observou-o afastar-se e pegar a água na geladeira, Gerard voltou e entregou-lhe a garrafa.

- Obrigado, prometo que vou me cuidar.

- Você precisa ficar bem ou todos continuaremos preocupados, inclusive a nossa filha.

- Não precisa se preocupar, eu creio que agora tudo está se normalizando.

- Assim espero. – Gerard o aninhou em seus braços novamente. – Amo você.

- Amo você demais.

E o casal permaneceu junto e em descanso.

 

 

Conforme as horas passavam, o calor aumentava na mesma proporção e aquilo não tranquilizou Evelyn e Brian de maneira alguma. Assim que voltaram, relataram aos rapazes sobre o clima, os preparativos a mais para a hora do show e sobre a questão da segurança. De forma objetiva e bem rápida, os dois profissionais trataram da segurança quanto ao contato da imprensa e todos concordaram. Sem mais, eles logo fariam uma refeição e depois partiriam para uma rápida soundcheck.

Evelyn e Brian se aproximaram de Gerard e Frank e começaram o diálogo para testificar o real estado do guitarrista.

- E aí, meu  hiperativo? Tudo bem? Sem vômitos? – ela o olhava com carinho.

- Sim. Confesso que não acreditei no início naquela sua técnica, viu? – ele ria juntamente com os demais. – Mas, funcionou que foi uma beleza.

- Que ótimo! Mas, e no mais? Como sente seu corpo?

- Estou mega dolorido, eu passei muito mal mesmo estes dias, praticamente nada parou no meu estômago, mal consegui beber água, minha cabeça virou um tambor. Agora, está melhorando, mas ainda me sinto um pouco fraco. – Frank terminava sua resposta e Evelyn, Brian e Gerard o olhavam com apreensão.

- Olha, você sabe o quanto um show exige de você, mas estamos aqui para tentar fazer o mais confortável possível. – Brian iniciava.

- Por isso, engrossamos o pedido de líquidos para o palco e ventiladores porque está um inferno lá fora, muito, muito quente mesmo. Tanto Gerard e, agora, você estão na mira da exaustão e desidratação por causa deste dia vulcânico. – Evelyn coçava a testa.

- Eu confesso que estou mais preocupado com Frank, gente. Os últimos dias foram bem viscerais para ele. Ele não conseguiu comer, beber, descansar direito, mal está respirando porque está exausto, o corpo dele está no limite. – Gerard estava muito preocupado e Frank nem tentou dizer o contrário, pois ele estava realmente devastado fisicamente e para completar, o dia está quente demais e todos estão preocupados. Inclusive ele neste momento.

- Bom, no momento, vocês vão almoçar, tem muita coisa saudável, leve e boa para o Frank comer, começar a repor tudo que ele perdeu estes dias. E, pelo amor de Deus, garoto! Água o tempo todo. Sei que está difícil de engolir qualquer coisa agora, mas se esforça. – Evelyn pegou firme na mão dele.

- Vou me esforçar sim.

- Está ótimo.

Evelyn e Brian levantaram do sofá e Gerard e Frank em seguida, ambos iniciaram a refeição na bancada e Frank comeu pouco e lento, mas pelo menos comeu. Foi descansar mais um tempo na baia e após uma hora, todos saíram para a soundcheck. Evelyn e Brian vigiavam cada passo dos rapazes e não foi difícil, dado o esquema de segurança arquitetado, chegar tranquilamente no Main Stage para a passagem de som.

 

Durante a passagem de som, Evelyn, Brian e o staff perceberam que Frank estava mais lento, arrastado, e no intervalo ele veio falar com o empresário e a advogada.

- Estou exausto. – ele respirava com dificuldade.

- Você não vai conseguir tocar durante o show, Frank. – Brian disse e balançava a cabeça em negativa. – Não estou gostando disso, é perigoso para você. Vamos cancelar o show, todos irão entender.

- Não, não, não! – Frank protestava e os rapazes se aproximavam.

- O que foi? – Ray olhava ao redor. – Frank, você está bem?

- Bem, eu não estou, mas cancelar o show já é demais.

- Quem quer cancelar o show? – Gerard franziu a testa.

- Brian. – Evelyn respondeu rápido. – Frank está muito fraco, debilitado, ele precisa descansar, se recuperar. Eu também detesto ter de partir para um super extremo, mas não vejo outra saída.

- Não, galera, não. Eu vou aguentar! – Frank continua a lutar pela permanência do compromisso.

- Olha, o negócio é o seguinte, vamos ter de dar uma de loucos. – Brian chamava a atenção de todos.

- Como assim, garoto maluco? – Evelyn estava confusa e todos olhavam da mesma forma para o empresário.

- Vou pedir para colocarem um sofá no palco.

- O QUÊ? Onde você vai arrumar um sofá, Brian?! – Evelyn erguia a mão em inconformação.

- Eu arrumo, já vi várias pessoas por aqui em áreas com sofás ou poltronas. – ele disse simples, quase chacoalhando os ombros. – E vou pedir um cilindro de oxigênio para o pessoal da enfermaria. Esta é a parte mais louca.

- BRIAN! Que maluquice é essa?! – Evelyn estava com os olhos arregalados e os rapazes só reparavam nos dois.

- Frank está exausto, este calor do cão está acabando com todo mundo, nada melhor que ter um sofá para dar um descanso maior no palco e um oxigênio para aguentar levar o show adiante. Não tem ventilador ou água que vai servir o suficiente para ele. – Brian disse sério e os rapazes entreolharam-se, de certo modo, concordavam. Era isso ou cancelar o show. – Será ótimo para o Gerard também, para todos.

- Olha, vou falar que eu não estava entendendo direito esta sua insanidade, mas agora faz sentido e é mais seguro. Tem de ser assim ou a gente cancela o show. – Evelyn estava séria.

- Nada de cancelar, já disse. – Frank estava irredutível e Gerard preocupado, tenso.

- Acho que será ótimo para todos, então vamos manter este plano. Será esquisito na primeira impressão, tanto para nós quanto para o público, mas depois a galera entende. – Ray sorriu ao finalizar a frase e trouxe um clima mais leve para o grupo.

- Fechado! Eu e Evelyn vamos atrás disso agora. – Brian já dava dois passos para trás.

- Ótimo. Vamos lá! – ela imitava os movimentos do empresário e se distanciavam.

Os rapazes decidiram encerrar a passagem de som e somente acertaram mais uns detalhes sobre o som e iluminação, voltando a seguir, amparados pelos seguranças, ao ônibus da banda.

 

Main Stage. 19:50.

O show do My Chemical Romance estava prestes a iniciar e os rapazes sentiam um nervosismo inato. A adrenalina a cada entrada no palco sempre parecia ser a primeira vez, e hoje tinha um pouquinho mais de tensão. Se Gerard caiu outro dia e deixou todos em alerta, hoje, Frank era a bola da vez com a saúde fragilizada. E tudo por conta de uma pessoa venenosa que veio os atormentar.

- Tem certeza que está se sentindo bem? – Gerard encostou a testa à de Frank e pegou as duas mãos do namorado, acariciando-as. Frank suspirou e sorriu.

- Estou sim, amor. Não cem por cento, mas bem melhor. – Frank alçou os olhos para Gerard e parecia que o rosto do vocalista estava ainda mais bonito. – Você é tão lindo, eu te amo tanto.

- Eu só estou refletindo o que vejo. Você! Eu te amo muito, demais. – Gerard o beijou impetuosamente.

As vozes do público se tornavam ainda mais altas, a iluminação se mostrava feroz em seus holofotes coloridos e aquele dia de calor insano os sufocava. Em meio a esta energia, o casal cessou o beijo no backstage e separou-se por segundos. Frank  foi o último dos instrumentistas a entrar no palco, já dedilhando a guitarra, indo ao seu lugar habitual em meio à luz do entardecer em Clarkston. A arena estava lotada. Gerard respirou fundo, olhou para Evelyn e Brian que junto do staff e dos seguranças lhe desejaram “Boa sorte” e caminhou até o meio do palco, já gritando ao microfone:

- CLARKSTON, VOCÊS ESTÃO PRONTOS? – e o público o recebia com gritos. – PORQUE NÓS ESTAMOS! NÓS SOMOS O MY CHEMICAL ROMANCE E VAMOS INCENDIAR TODOS VOCÊS NESTA NOITE!

Sob os acordes de “This Is How I Disappear”, os pulos, gritos e suor de uma platéia já incandescida, a banda de Nova Jersey ateava mais fogo naquelas labaredas.

 

O show chegava em sua metade e o público, apesar, de toda a energia, também sofria com o calor excessivo. Principalmente os que estavam nas áreas das grades e ficam em situação mais apertada, literalmente falando, deu bastante trabalho aos seguranças pois muitos desmaiaram, sendo levados em seguida para a área da enfermaria. Gerard performava as canções mas estava de olho em Frank, que por vezes estava agitado e em outras ficava mais contido, buscando ar ou os últimos vestígios de força que concentrava.

- Pessoal, pessoal! – e ele chamava a atenção de todos. – Está um calor da porra aqui! Parece até que o inferno subiu e estamos nele. Jesus! – ele passava a mão no cabelo molhado, pingando e no rosto, respirando fundo. – Vocês estão sofrendo também, por isso, se ajudem! Se alguém passar mal ou desmaiar do seu lado, É SEU DEVER AJUDAR! VOCÊS PRECISAM ME PROMETER ISTO! OKAY?!

E o público gritava um “YEAH!” estridente e ecoante. Gerard deu um leve sorriso em agradecimento à interação e voltou a falar:

- Nós faremos uma pausa agora porque está difícil pra gente também, okay? Mas, se preparem. Voltaremos com tudo!

O público agitou-se, gritando em resposta e Gerard mandou beijos para eles, indo na direção do sofá, encontrando-se com Frank que após falar com ele rapidamente foi até Evelyn e Brian e pediu o cilindro de oxigênio.

- Eu estou ultra exausto. Acho que terei de ficar com isto no palco. – ele disse angustiado enquanto colocava a máscara e a enfermeira auxiliava quanto ao fluxo de saída do oxigênio. – Obrigado.

A enfermeira assentiu e ficou ao lado, enquanto os olhares de Evelyn e Brian estavam fixos nele e Gerard o olhava de longe, sentado no sofá, tomando água e, em seguida, suco.

- Vou pra lá, já vamos voltar. – o guitarrista pontuava. – Ainda preciso tomar mais água.

- Pelo amor de Deus, Frank, faça isso agora! – Evelyn se preocupava.

- Okay, fica calma. Estamos na metade. Será rápido a partir de agora. – ele sorriu leve e se afastou, levando o cilindro e sendo recepcionado pelo público com espanto e gritos. Frank pegou rapidamente o microfone, retirando a máscara e dizendo-lhes. – É só precaução, gente! – e piscou-lhes. A platéia agitou-se e ele sentou ao lado de Gerard.

- Descanse um pouquinho, já vamos terminar. – Gerard beijou-o nas bochechas, arrancando mais gritos do público e sorriram.

 A seguir, Ray, Matt, James e Bob voltavam aos seus postos e começavam a “brincar” com seus instrumentos, fazendo barulhos desconexos que não remetiam à nenhuma canção, mas estavam divertindo o público. Gerard e Frank se entreolharam e sabiam que era hora de voltar.

- Vamos lá. – Frank levantou primeiro e ajudou o namorado que já possuía alguma dificuldade por causa da barriga. Beijou-o na bochecha e se afastou.

Gerard sorriu e voltou a olhar para o público e a chamar a atenção deles novamente:

- CLARKSTON! PREPARADOS PARA CONTINUAR? – os gritos ecoavam em um sonoro “Sim!”. – Vocês estão assustadoramente incríveis esta noite!

E sob os acordes de “Welcome To The Black Parade”, os rapazes retomaram o show para sua segunda e derradeira parte.

 

Conforme o show discorreu, ainda sob o impacto do forte calor noturno e a exaustão que a situação imprime, Frank sentia mais os sintomas no corpo fragilizado, era como estar partido ao meio. Parecia não haver água ou ar que o pudessem sentir menos a dor em cada pedaço de sua carne, da pele ao osso. Ele estava exaurido. Seus olhos mal abriam e seus dedos estavam ligeiramente cortados.

Quando eles finalizaram “Helena”, o guitarrista agradeceu internamente pela próxima performance ser apenas com Gerard e James. Vocal e teclados. Eles incorporariam o tema de Flash Gordon, original pelo Queen e depois iniciariam “Cancer”, terminando o show. Os rapazes deixaram seus postos e Frank aguardou, no escuro, sentado no sofá, por Gerard terminar esta performance marcante, emocionante e pingando suor como nunca havia visto o namorado.

A música terminou e Gerard despediu-se:

- CLARKSTON! FOI EXTREMAMENTE MARAVILHOSO! FIQUEM BEM, BOA NOITE!

Enquanto os gritos não cessavam, bem como os aplausos, Frank levantou rápido do sofá e aquilo veio como um soco na sua mente. Gerard estava do lado dele e o guitarrista agiu como se não sentisse nada. Sob a ajuda e apoiados um no outro, ambos arrastavam o cilindro até o backstage e ao verem os demais membros de toda a trupe, Gerard parecia aliviado enquanto Frank sentiu a visão turvar. Ele ainda piscou uma, duas vezes, mas não tinha mais força para nenhum controle de seu corpo.

Todos vieram e se abraçaram em conjunto como sempre, congratularam-se e ao se afastarem, Frank sentiu as pernas amolecerem e tudo ficou escuro.

Desmaiou.

 

O capítulo 13 terminou ;)

 


Notas Finais


EITAAAAA!
*SAI CORRENDO*
BOM FIM DE SEMANA E MIL BEIJOOOOOOOS!!! <3 <3 <3


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