A Kiss Before She Goes
Capítulo 15 – It’s A Jersey Thing, Baby!
De Mansfield para Belleville.
Após chegarem ao ônibus, que aguardava apenas o casal para sair em viagem, Gerard e Frank conversaram rápido com os rapazes e depois com Evelyn que, quase dormiu ouvindo-os falar sobre o encontro com Lindsey. Não que ela estivesse desinteressada, mas o cansaço estava agarrado nela. Havia tomado alguns comprimidos para as dores que sentia e o efeito analgésico acabara lhe derrubando.
- Rapazes, deixa a moça descansar, amanhã vocês continuam. – Brian chegava perto do trio e todos o olharam, rindo levemente. Evelyn deu uma chacoalhada na cabeça, botou as mãos em cada coxa e levantou-se.
- Obrigada, Brian. Meus garotos estão animados hoje, mas minha pilha acabou de verdade. Desculpa, meus príncipes. – ela beijava-lhes na testa. – Fico feliz que deu tudo certo.
- Agora que já contamos tudo, pode ir. – Frank piscou.
- Boa noite, Eve! Bons sonhos. – Gerard lhe sorriu carinhoso.
- Obrigada, igualmente. Vamos descansar um pouco até esta casa sobre rodas chegar em Belleville. – e distanciou-se, mandando beijos. Brian seguiu logo atrás dela.
- Bom, acho que a gente precisa descansar um pouco também. – Frank beijou o rosto de Gerard.
- Precisamos mesmo. Acho que vou deixar para tomar um bom banho em casa. – Gerard passou a mão pelos cabelos e em seguida em sua barriga. Frank reparou o gesto e perguntou:
- Como ela está? - e colocou a mão sobre a barriga de Gerard.
- Está quietinha agora, acho que foi dormir. – e deu um riso infantil, olhando para Frank e recebendo um beijo carinhoso do rapaz.
- Derrubada feito a Tia Eve.
- Pois é. – Gerard suspirou. – Bom, são umas três horas e meia, quatro horas até Belleville, então vamos tentar dormir um pouco e depois finalizamos o sono em casa.
- Certo.
Os dois se levantaram do sofá e foram para suas baias. Logo pegaram no sono.
Seguindo o rito planejado e uma viagem tranquila pela boa madrugada de verão americano, o ônibus do My Chemical Romance fez sua trajetória até Belleville, deixando Gerard e Frank primeiro, por razões de gravidez, obviamente. A prioridade do grávido estar em casa era mais que certo. Em seguida, seria a vez de Ray, Matt, James e Bob ficarem na casa do guitarrista Toro e, por último, Evelyn e Brian no SoHo. O empresário seria hóspede da advogada.
Em casa, Gerard e Frank se revezaram no banheiro para tomar um banho de chuveiro bem caprichado. Enquanto Frank tomava banho, Gerard tratava de fazer um lanche na cozinha, pois a viagem lhe deixou com fome por mais que tivesse se alimentado no ônibus. Mas isto foi há quatro horas atrás e ele precisava comer novamente.
Feito isso e com um belo banho tomado, o casal foi para sua suíte e deitaram na cama aconchegante, se abraçando e entregando-se a um doce e tranquilo período de sono.
25 de agosto.
Gerard acordou e lentamente abriu os olhos, contemplando a imagem que sua visão mais amava. Frank estava de bruços, totalmente relaxado, entregue ao sono. O vocalista ainda ficou olhando para o guitarrista por alguns minutos e sorrindo sozinho. Com muita delicadeza, Gerard aproximou-se mais dele e encostou o nariz ao de Frank e seus lábios aos do rapaz que se mexeu levemente, mas não acordou.
Gerard sorriu mais uma vez e com um pouco mais de lentidão por conta do tamanho da barriga que estava aumentando cada vez mais, virou-se um pouco, levantando e foi até o banheiro. Foram poucos minutos e ao sair do cômodo, parou por alguns instantes, vendo Frank na cama. Aquilo o fez suspirar fundo, ele precisava do namorado. Muito.
Deu passos lentos até a beirada da cama e com as duas mãos pegou nas pontas do lençol que cobria parcialmente o corpo de Frank que estava sem camisa. Gerard começou a puxar o lençol devagar, revelando o corpo do namorado cada vez mais, e a cada parte mais visível, sua excitação aumentava. Até que, quando o lençol passava pelas batatas da perna do guitarrista, ele esboçou o despertamento, assustando um pouquinho Gerard.
- É este seu novo jeito de me acordar, Gee? – a voz rouca despertava ainda mais desejo em Gerard, que terminou de puxar o lençol e começou a engatinhar sobre a cama, colocando uma perna de cada lado do corpo de Frank e sentando-se levemente sobre a bunda do namorado que, mesmo de olhos fechados, sorriu. Gerard inclinou-se até estar próximo ao ouvido de Frank e disse:
- Eu quero fazer amor com você. – e lambeu levemente a orelha dele, puxando a ponta com os dentes e segurando com os lábios. Frank tremeu e gemeu ao mesmo tempo.
- Caralho... não tem como eu negar. – e riu. Gerard sorriu e começou a desferir beijos pela nuca e pescoço do rapaz, e descendo por toda a extensão das costas de Frank, que a esta altura já recebera uma descarga de excitação elevada.
Gerard continuou mantendo-o de bruços e assim que chegou na bunda de Frank, coberta pela peça íntima, o rapaz pôs-se a tirá-la com a boca. O guitarrista sentia o hálito do vocalista misturar-se ao contato dos dentes e lábios do mesmo que esbarravam em sua pele, e ele sentiu seu membro começar a latejar.
- Meu Deus... Gee... – ele suspirava roucamente.
- Nem comecei, meu amor. – Gerard disse como se fosse uma promessa e Frank sorriu.
Gerard seguiu puxando a peça íntima de Frank com seus dentes até que chegasse aos pés e ele a jogou do outro lado do quarto, e aproveitou para tirar a sua calça, ja que estava sem peça íntima, e camiseta, em segundos. Frank olhou levemente para trás e viu-o nu aproximando-se do corpo dele novamente.
Gerard colocou cada uma de suas mãos em uma perna de Frank e foi abrindo-as levemente, criando um espaço entre elas para que ele pudesse estar. Ele ajoelhou-se no espaço distante entre os pés do namorado e inclinou seu corpo de modo que sua cabeça ficasse próxima às nádegas do amado. Gerard começou a beijar as coxas de Frank e subindo, beijava-lhe cada uma das partes da bunda do namorado, lambia-as, e assim que colocou sua mão por baixo da região íntima do rapaz, acariciando-a, em seguida pegando mais firmemente no membro e seguindo para o ânus, Frank agarrou-se com as duas mãos no travesseiro fofo, enterrando seu rosto. Gerard olhava a atitude completamente satisfeito.
Gerard seguiu com os movimentos de vai e vem da mão, proporcionando mais excitação ao rapaz, em seguida voltou a beijar a pele de Frank, “escorregando” a língua para dar-lhe um beijo grego caprichado e deixar Frank ainda mais preparado para a penetração naquela região. Frank já estava com os dedos brancos pela pressão de agarrar o travesseiro pelo prazer que eclodia e irradiava por todo o seu corpo, seus gemidos eram latentes.
Conforme Gerard mais o beijava desta forma singular, mais o rapaz sentia a necessidade de derramar-se, de sentir a pele do outro o invadir. Frank foi levantando ao poucos a região dos quadris e Gerard seguia a elevação, até que os joelhos de Frank ficaram sobre a cama e seu rosto no travesseiro. Ele estava com o bumbum empinado e Gerard finalizou o beijo com mais uma lambida e preparou-se para a penetração no amado.
- Vem, amor, vem, vem, por favor... – Frank gemia e suspirava.
Gerard sorriu e colocou as mãos sobre os quadris elevados de Frank, cheirando aquela pele, sentindo sua maciez em seu rosto e então pegou seu membro e começou a direcioná-lo para a penetração. Devagar, bem devagar, deixando que Frank se acostumasse com aquela sensação e naturalmente, os quadris do rapaz se mexessem. Gerard também iniciava seus gemidos mais longos e, um pouco mais, ele estava totalmente debaixo da pele do namorado. Os dois emitiam ecos de prazer e o quarto parecia acústico, o som lhes excitava ainda mais junto com os movimentos que executavam.
Gerard se tornou mais rápido e sua pele batia na de Frank com um pouco mais de vigor, os gemidos de outrora já se tornavam sons mais audíveis próximos a gritos dos mais prazerosos. A fricção durou mais alguns minutos e Gerard deu seu último e longo gemido alto juntamente com Frank que, sentiu-se esvaziar –se pelo gozo, deixando os joelhos esticarem e Gerard, esvaziando-se no amado, cair sobre ele, agarrando-o e virando a cabeça para que pudesse beijá-lo. Frank jogou a mão para trás, pondo na nuca do namorado para trazê-lo ainda mais para seus lábios, o envolver com sua língua, umedecer as bocas que estavam secas. O coração super acelerado, o tremor, a respiração descompassada, a sensação do orgasmo ainda em espasmo pelo corpo inteiro.
O beijo incandescente cessou após mais um longo selo dos lábios do casal, Gerard retirou-se de Frank e o pequeno mexeu-se de modo a ficar de barriga para cima, Gerard deitou-se sobre o peito dele, ficando um pouco de lado, por conta da barriga, Frank o abraçou mais, eles entrelaçaram as pernas e Gerard suspirou feliz.
Não havia nada a dizer, apenas administrar o contentamento implacável, nítido e sem fim do casal após realmente fazer valer a expressão “fazer amor”.
Após algum tempo descansando e fazendo carinhos mútuos sobre a pele um do outro, Gerard não deixava de pensar na conversa que teve com Frank após a volta dele da enfermaria da Projekt, bem como o comportamento dos dois frente ao encontro com Lindsey. Eles estavam livres, somente ele e o seu amor. Aquilo era único e Gerard desejava que fosse mesmo. Suspirou e Frank beijou-lhe a testa.
- Amo você. – o guitarrista disse com convicção, de olhos fechados.
- Te amo muito, meu anjo, muito. – Gerard disse no mesmo tom.
O momento durou mais alguns minutos e logo, eles se afastaram para dar um longo beijo e se levantarem da cama devagar, ir ao banheiro, tomar um banho juntos regado de muito carinho e romantismo e dali saírem abraçados para tomar um bom café da manhã.
Como eles não teriam muito tempo em casa até que o ônibus viesse os buscar novamente, já que de Belleville até Camden perdura uma viagem de uma hora e quarenta minutos aproximadamente, Gerard pensava em como poderia arrebatar e surpreender Frank mais uma vez naquele dia. De uma outra maneira.
O modo pensativo e olhar tão romântico do vocalista, acabou por chamar a atenção do guitarrista que sorriu, colocando as mãos para sustentar seu queixo e dizer:
- Você está com um ar diferente hoje. Eu te conheço, Sr. Gerard Arthur Way. – e o fez rir.
- Estou completamente apaixonado por você, de novo. – Gerard inclinava-se para beijá-lo e Frank suspirava.
- Okay, conquistador, eu sei que sou irresistível, mas nada que você deixe a desejar. – ele olhou-o no fundo dos olhos. – Eu me apaixono por você todos os dias.
- Olha só quem está todo romântico hoje... – Gerard sorria sob o ruído da risada gostosa de Frank e passava a ponta de seu nariz e bochecha no rosto do rapaz. – Eu vou amar você todos os dias como se fosse a primeira vez. Você é a melhor parte da minha vida, meu pedaço mais bonito.
- Sua sensibilidade me atinge como uma bala de canhão. – Frank virou o rosto e o beijou com paixão.
Gerard agarrou-se mais ao corpo de Frank e muito rapidamente aquela onda de romantismo e troca de juras de amor e elogios mútuos se transformou em mais um alerta de excitação na pele e interior de ambos.
Frank afastou-se um pouco de Gerard e ele olhou-o rápido assim que o guitarrista pegou em suas mãos e o puxava na direção do sofá, conduzindo Gerard para sentar-se. Frank abriu seu roupão, tal qual o de Gerard, e com o namorado encostado entre as almofadas do móvel, os quadris um pouco elevados, Frank preparava-se para adentrá-lo.
- Vem, meu anjo, estou mais do que pronto. – Gerard puxava-o contra si.
Frank não hesitou e manipulou o membro para a penetração em Gerard que, aos poucos, expressava sua satisfação, gemendo, dedos dispostos com força nas costas do namorado. O guitarrista olhava firmemente nos olhos do vocalista e vez ou outra dava-lhe beijos conforme seguia o rito de seus corpos.
O ato foi mais rápido do que o anterior na suíte, o casal parecia ansiar por mais uma oportunidade de dar e sentir prazer, de unir-se em um só, daí a fricção elevou-se, os gemidos tornavam-se agudos e não mais que de repente, lá estavam os dois rapazes esvaziando-se, selando o ato com um gemido longo, alto, um beijo molhado.
Eles encostaram suas testas e sorriram ao mesmo tempo. Gerard quebrou o silêncio primeiro:
- Eu acho que quero ficar grávido sempre.
- Por quê? – Frank tentava controlar a respiração.
- Porque se antes eu já me excitava com você, agora parece que a sensação fica, fica e fica... E estes orgasmos? – ele jogou a cabeça para trás, voltando a olhar para o namorado, com um sorriso aberto. – Você me eleva e me traz de volta em uma viagem alucinante.
- Estamos aqui para isso. – Frank riu e beijou-lhe mais uma vez.
O descanso agora seria um pouco maior. A felicidade também era.
Mais ou menos uma hora depois, o casal saiu para almoçar próximo ao Branch Brook Park. Gerard queria que aquele dia fosse ainda mais especial. Os dois serviram-se de algo leve do restaurante simples e depois, o vocalista sugeriu andar um momento no parque, sentar no banco e apenas observar a paisagem, apreciar o calor do verão, ouvir o som dos pássaros. Um pequeno paraíso para eles se abrigarem.
Após um momento sentados em um banco de frente para o lago, cercado por cerejeiras floridas e a Igreja do Sagrado Coração ao fundo, Gerard virou-se levemente e colocou uma das mãos para apoiar o rosto que olhava carinhosa e ternamente para Frank. Inicialmente, o rapaz sorriu, ruborizado pelo ato de ser admirado. Não importava quantas vezes Gerard o olhasse daquela maneira, ele sempre se sentiria como um adolescente com frio na barriga por estar com seu amor. Depois de alguns minutos, Frank lhe chamou a atenção:
- Gee?
- Oi? – o vocalista ajeitava a mão que apoiava o rosto e sorria com um olhar enigmático.
- Você está muito romântico e misterioso hoje. O que é, me fala. – o rapaz estava ansioso e Gerard riu. – Não que eu esteja reclamando. Muito longe disso, mas eu te conheço. Esse seu olhar...
- Você é tão lindo, sabia? – os dedos de Gerard passaram pelo rosto de Frank fazendo-o respirar fundo, abrindo a boca em um sorriso aberto.
- Somos lindos.
- Eu preciso pedir algo para você. – Gerard se tornou um pouco mais sério.
- Peça. Você sabe que não há nada que eu te negue.
- Que bom porque eu espero uma afirmação. – Gerard tirou a mão do rosto e pegou as duas mãos de Frank. O guitarrista reparou no gesto, o namorado suspirava e em seguida o olhou com carinho.
- Peça, amor, peça e eu direi sim. – ele disse simples.
- Você aceita casar comigo? – Gerard questionou com a voz leve, suave e com o olhar mais amoroso e urgente do mundo. Frank ainda processava a questão, mas não impediu de seus olhos arregalarem e sua boca abrir levemente em espanto.
- Casar? – ele disse sem ar.
- Sim. Eu quero chamar você de marido e quero ser chamado em retorno. – os olhos de Gerard estavam marejados, a voz começou a embargar e Frank passou a mão no rosto dele. – Eu sei que nosso país ainda não evoluiu o bastante para a legalização do casamento gay em todos os estados, mas nós podemos celebrar um contrato de união estável e depois o convertemos em casamento, mas o mais importante para mim é estar com você completamente, em todos os sentidos, de todas as maneiras.
- Olha, você nem precisava me dar esta aula legal sobre união para me convencer, viu? – Frank sorria-lhe e acariciava a face iluminada de Gerard.
- Ah, meu anjo... – Gerard aproximou-se e com a ponta do nariz circulou a bochecha de Frank fazendo-o fechar os olhos, os lábios curvados em um sorriso grato e satisfeito. – Casa comigo!
- Claro que sim, meu amor! Claro que sim! SIM! – Frank virou-se para ele e o arrebatou em um beijo ultra apaixonado.
Ao se afastarem, Gerard ainda deu mais dez beijos, no mínimo, na boca de Frank e por todo o rosto do rapaz que ria enérgicamente.
- Olha, teve um momento que fiquei preocupado. – Gerard riu levemente. - Você começou a me olhar tão surpreso que eu praticamente tive de pensar em um discurso de convencimento a mais. Além da conversa sobre o casamento gay, união estável, eu falaria que eu sou um jovem rapaz civilmente solteiro, grávido, católico e não poderia ter a minha bebê sem estar devidamente casado com o pai dela.
- Não vai me dizer que era virgem também. – Frank brincava.
- Com homens sim, então foi o senhor quem me deflorou. – Gerard afirmava de um jeito divertido e arrancou uma gargalhada de Frank.
- Deflorou? Que palavra velha! Quantos anos você tem? 50? – e soltou uma risada alta e gostosa. Gerard queria ouvir aquele som todos os dias.
- Bobo! Seja 30 ou 50 ou 90, terá de me aturar para sempre.
- Não vou reclamar de jeito nenhum! – Frank acariciou o rosto de Gerard. – Eu quero ser tudo o que puder para você, quero ser seu marido! Oh, Deus, nós vamos nos casar! Está ouvindo, filhinha? Seus pais vão se casar!
- SIM! Nós vamos nos casar!
E selaram o noivado com mais um longo beijo. Era tudo mais do que perfeito. O lugar, o pedido, a resposta. Tudo perfeito assim como eles!
Show em Camden, Nova Jersey, Arena Tweeter Center at the Waterfront (De Belleville até Camden são uma hora e trinta minutos de viagem).
Assim que saíram do Branch Brook Park como mais um casal de noivos imensamente feliz pelo momento único, Gerard e Frank aguardaram a passagem de seu ônibus, já com suas mochilas renovadas (as roupas para a turnê: uniformes, jaquetas e ternos ficavam no ônibus e o staff responsável as separava, mandava para lavanderia e passanderia), o casal estava tranquilo e no momento que o ônibus virou a esquina da rua, os dois rapazes caminharam de mãos dadas até a porta do veículo que, de tão prateado, parecia até uma nave espacial, embarcaram.
Fazendo o rito inverso ao da chegada na madrugada, o ônibus buscou Evelyn e Brian primeiro, seguido de Ray, James, Matt e Bob e, por último, Gerard e Frank. O casal combinou de contar ao time, assim que a viagem realmente começasse, e desta forma foi feito. A notícia para as famílias seria dada no dia 29 de agosto, pois Mikey, Donna e Donald Way, como Linda e Sr. Iero, e o vovô estariam presentes em Holmdel para assistir o show.
- Galera, atenção aqui para um comunicado muito importante. – Gerard pigarreava um pouco e Frank colocava a sua caneca de chá no encosto de madeira logo atrás do sofá.
- Hoje a Rede Evelyn Allen Fass cedeu horário para a Rede Gerard Way? – Bob brincou e todos riram.
- Ih, nem vem colocar meu nome no meio, tô super inocente aqui, faço nenhuma ideia do que este vampiro irá falar. – Evelyn sorriu e bebeu mais um gole de suco.
- Bom, gente, é algo bem impactante. – Frank iniciou. – Mas um impacto bom.
- Ai, meu Deus. – Brian começou a morder o canto da boca.
- Olha aqui, não é nenhuma nova gravidez, né? – Evelyn lhe apontava o dedo indicador e todos arregalaram os olhos. – Porque era só o que me faltava ter de cuidar de dois grávidos! Não acredito que o Way encheu a barriguinha do Iero! Nesta altura do campeonato!
Um silêncio sepulcral se instalou e Gerard e Frank o quebraram explodindo numa imensa gargalhada. Todos foram se livrando da tensão aos poucos e percebendo que a notícia surpresa era qualquer coisa, mas não um novo bebê.
- Só podia ser você mesmo para pensar nisso! – Gerard ainda ria.
- Maluca! Eu não estou grávido não! – Frank riu e encolheu os ombros molecamente. – Poderia! Mas não estou. Talvez se eu ficar, Gee me atinja de um modo que venha logo uns dois de uma vez! – riu alto e beijou Gerard rapidamente.
- AH, seus monstros! Falem logo! Detesto mistério! Fala, fala, fala! – Evelyn pedia feito criança em loja de brinquedo, quase batendo o pé no chão por um item que tanto deseja.
- Senhora e senhores, nós queremos comunicar que este casal que vos fala e é tão amado por vocês... tan, tan, tan... IRÁ SE CASAR!!! – Gerard e Frank disseram a última frase ao mesmo tempo e os olhos e bocas de todos se abriram em espanto. – Estamos noivos!
- QUÊ? – Evelyn olhava surpresa. – Meus garotos estão noivos? Casar? Botar aliança na mão esquerda, assinar papel? Pedir benção divina? Isso mesmo?
- Exatamente isso, minha querida! E você vai nos ajudar! – Frank sorriu e piscou para Evelyn que levantou-se e saiu pulando e gritando até eles.
- AEWWWWW! Todos os meus sonhos para vocês estão se realizando!!! – ela comemorava e eles estavam imensamente felizes.
- Pode continuar sonhando boas coisas que a gente quer mais e mais! – Frank recebia um beijo na bochecha dado por ela.
- PARABÉNS!!! Muito feliz por esta decisão! E claro que eu ajudo em tudo! Será um contrato de união estável, mas a gente faz valer na real como casamento e pronto porque somos ultra fodas! – Evelyn ria e pulava, gritando e chamando os outros rapazes que queriam cumprimentar os noivos mas ela os havia monopolizado.
A comoção de alegria e felicitação foi longa e intensa, a vibração era muito alta, cheia de energia para este casal que, depois de tudo o que passou, merecia muito toda aquela realização.
Nada no mundo era mais gostoso do que receber este apoio, carinho e amor real daqueles que os amavam tanto. Nada.
Depois dos cumprimentos, a primeira pergunta foi se eles abririam esta novidade para o público assim como fizeram ao falar sobre o relacionamento e a gravidez. Gerard disse que não achava necessário tal comunicado, o que Frank concordou. “Depois que tudo estiver feito, aí falamos sobre isso sem problemas, mas agora é um momento só nosso. Rumores surgirão, assim como do relacionamento, gravidez, e faremos chegar a público depois, exatamente como fizemos antes.”
A segunda dúvida era quando seria celebrada a união, e Gerard olhou direto para Evelyn, sob o olhar atento de Frank.
- Vou falar isso com a Eve daqui a pouco. Ver o que precisa ser feito, quais os dados, documentos que necessita, assim que ela me informar disso, podemos pensar numa data.
Sem mais questionamentos, eles queriam comemorar e trataram de fazer uma festa de noivado improvisada no ônibus. Eve tratou de pegar as cervejas que ainda estavam no frigobar, fez mais uma jarra de chá e suco para Gerard e Frank, pegaram os chips de batata frita com cebola e salsa, uns biscoitos e a caixa de donuts como “bolo de noivos”. Como ela sempre anda com alguns de seus bonecos mais amados, monstro de Frankenstein e Drácula, a moça tratou de colocar os dois objetos no meio dos donuts como se fossem os noivinhos representando Gerard e Frank. Ficou muito original e divertido.
A festa seguiu animadíssima com direito a playlist de bandas que estão na Projekt acrescido de uma lista vasta dos hits do momento, incluindo Rihanna e outros. Rindo, dançando, brincando, aquele noivado contagiou a todos e os tiraram da rotina maçante de fim de turnê onde todos estão massivamente cansados e psicologicamente desgastados.
Assim que o último donut, “ou pedaço de bolo”, foi comido, deu-se o timing perfeito para a chegada do ônibus do My Chemical Romance na arena de Camden. Gerard aproveitou para descansar um pouco enquanto os rapazes foram afinar seus instrumentos; depois eles fariam a passagem de som unida. Desta forma, ficando um tempo sozinho com Evelyn, o vocalista iniciou os tratos para seu glorioso casamento com o amor de sua vida.
Main Stage.
Camden recepcionava o My Chemical Romance do modo como tinha de ser: intenso, insano e sem amarras. O público estava sincronizado como um coral em cada letra de música, cada gesto e aquilo parecia até ensaiado. Gerard e os rapazes olhavam para a platéia e sorriam abertamente após tocarem “This Is How I Disappear” e “Dead!”. Gerard se aproximava do microfone e todos gritavam mais, ele ria e retirava o microfone de perto da boca, olhando para trás e para os lados, os rapazes sorrindo com ele. Então, Frank e Ray vieram um pouco mais para frente e gesticularam como se pedissem um pouquinho de calma, abaixando as mãos. Só que eles puxaram uma brincadeira, na verdade. Quando as mãos dos rapazes subiam um pouco, o público também jogava os braços ao ar. Aí virou festa.
Junto ao público, Frank, Ray e Gerard sacudiam as mãos e depois as jogavam ao alto e o público imitava, gritando, como se estivessem em um estádio. A sincronia durou alguns minutos e terminou com uma grande salva de palmas do público e Gerard lhes mandando muitos beijos.
Após uma sequência de canções, na pausa para tomar água, Gerard se aproximou de Frank e eles se inclinaram um pouco, o vocalista pegou a mão do guitarrista levemente e eles se beijaram. O público extasiou-se e depois explodiu, afinal, quando Gerard afastava seu rosto para voltar à sua posição normal, Frank pegou sua face com as duas mãos e intensificou o beijo. Gerard saiu de perto de Frank, rindo e dando pulinhos leves de alegria, balbuciando “Meu noivinho!”. Não havia mais nada que pudesse faltar para o público de Camden.
Porém, quando se trata de My Chemical Romance e deste casal maravilhoso, é óbvio que se pode ter mais uma grata, quente e obscena surpresa.
Os acordes para “Prison” iniciaram e Gerard começou com seus gemidos costumeiros durante a execução das guitarras e bateria, o baixo tímido. Então, ele suspirou fundo no microfone e disse:
- Não consigo parar de pensar na doce bunda de Frank... – e ele olhou para o guitarrista que ria enquanto dedilhava, e o público expunha seus gritos mais elevados de “YEAH!”, agitando mãos e pulando. - ... eu a foderia o dia todo se eu pudesse... – e soltou gemidos tais quais os de seus momentos íntimos com Frank horas atrás.
O público alucinava com as palavras, os sons mais intensos de gemidos e seguiam-no, tornando a arena como um grande quarto (ou qualquer outro cômodo ou lugar) pronto a ser invadido por um orgasmo múltiplo de várias proporções.
A apresentação foi uma das mais alucinantes já vistas para aquela canção e dali em diante não havia mais nada que pudesse ser evitado. O My Chemical Romance sabia satisfazer seu público de todas as formas possíveis e com níveis jamais imaginados.
O show terminou e o gostinho de estar em casa era latente, eles se despediram e no backstage, mais um agradecimento em grupo foi feito. Sorrisos largos, apoio, carinho. Aquela família era sensacional. Gerard e Frank olharam um para o outro e deram um beijo rápido.
- Que dia, meu noivo! – Gerard o abraçou.
- Foi melhor do que um dia eu poderia ter imaginado. Muito obrigado, meu doce noivo!
Eles agarraram suas mãos e abraçados a todos os demais, saíram do backstage menor, mas ficaram no maior. Aquela noite eles ainda prolongariam mais um pouco de comemoração pelo noivado e decidiram – todos – assistir o show do Linkin Park.
Quem mais poderia ter um dia de noivado tão único, singular, original e rock n’ roll desta forma? Ninguém senão eles!
O capítulo 15 terminou ;)
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