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História A Kiss Before She Goes - Capítulo Dezessete - Sacred Heart


Escrita por: MaryAnnSGWay

Notas do Autor


AMADINHAS E AMADINHOS!!!! TIA MARY ESTÁ AQUI!!!
Perdoa a Tia pela falta da sexta passada, mas é que estou com um problema grave na minha conexão de Internet, tanto que esta semana estou fazendo pesquisa para mudar de empresa porque não dá mais para viver deste jeito. Anyway... CAPÍTULO TÁ PRONTO E HIPER MONSTRO. Praticamente dois em um só hahahahaha. Mas é que eu não poderia cortá-lo e assim perderia a linha.
Quero agradecer demaaaaaaaaiiiis a todos os comentários mais que inspiradores e que esta história só é o que é porque vocês existem e embarcaram nesta jornada comigo *__* LHES AMO!!!!
SEM MAIS, BOA LEITURA E SENTA PORQUE TÁ GRANDE! Haha
Mil beijoooooos!

Capítulo 17 - Capítulo Dezessete - Sacred Heart


Fanfic / Fanfiction A Kiss Before She Goes - Capítulo Dezessete - Sacred Heart

A Kiss Before She Goes

Capítulo 17 – Sacred Heart

 

Frank e Gerard se afastaram minimamente após o primeiro beijo de casados e ainda encostaram suas bochechas e depois suas testas, suspirando fundo, o coração batendo forte. Era muito emocionante! O casal abriu os olhos e sorriram, Gerard passava os polegares ao redor da bochecha de Frank e ele sorria abertamente.

- Eu não consigo acreditar, não consigo. É muita felicidade, Gee! – os olhos verdes brilhavam ainda mais.

- Pode acreditar, meu anjo! É verdade! Obrigado por me fazer tão feliz!

Um novo beijo ainda mais apaixonado foi dado e os aplausos dos amigos ao redor era altamente sonoro. Eles se afastaram e gritaram, jogando os braços ao alto e prontos a receber os cumprimentos. A primeira tinha de ser Evelyn.

- OH MEU DEUS! Realmente aconteceu! Vocês estão unidos, atados, selados! – a moça abraçava os dois ao mesmo tempo, beijando-os no rosto e rindo sem parar. – Eu amo vocês! Que a alegria, paz, cumplicidade, devoção, respeito, o amor sempre, sempre, sempre esteja com vocês! Eu não consigo me expressar em palavras o quanto isto é único e maravilhoso! É um acontecimento fantástico! Parabéns, meus amores, sejam felizes ao extremo! – e Evelyn os beijou e abraçou novamente em completa emoção.

- Muito obrigado, Eve! Isto é sagrado, é um amor real, genuíno. Eu amo Frank, amo com todas as minhas fibras, corpo, alma e espírito! Não consigo e nem quero amar menos. – Gerard exibia seus olhos indescritíveis com nuances vermelha pela comoção. Frank secava os olhos e preparava-se para responder:

- Muito obrigado, Eve! Obrigado por tudo! Eu estou inebriado olhando para isto... – e ele mostrou a mão esquerda exibindo a aliança dourada. - ... e desejando nunca acordar deste momento, eu quero manter esta energia para sempre. – Frank ofegou um pouco, Gerard o acariciou na mão e bochecha. – Eu amo Gerard e sonhei com isto muitas vezes, digo, talvez não um casamento propriamente dito, mas uma união verdadeira. E aconteceu! Eu te amo demais! – Frank se atirou nos braços de Gerard e o marido o tomou completamente, envolvendo-o aconchegantemente. Evelyn juntou as mãos como em uma prece e chorou de alegria.

Aos poucos, os rapazes, bem como Alicia, se aproximaram do casal e derramaram-lhe os mais sinceros, belos e puros votos de felicidade para selar ainda mais este momento singular. Uma emoção latente, tangível e fantástica pairava sobre eles. Cada um fazia parte de um momento específico da vida de um ou outro e necessitava estar ali, tudo caminhou perfeitamente. Aquela comemoração seria a celebração do amor e não possuía hora para acabar.

 

Após as felicitações, o grupo juntou-se a todo seu staff e iniciaram a celebração da “festa de casamento” com a comemoração pelo fim épico e espetacular da turnê. Embora a leva de bebidas aumentasse entre os presentes cada vez mais e até uma champagne surgiu, Frank e Gerard tiraram fotos simbolizando um brinde, mas por óbvio que o gestante nada ingeriu além de suco e água. Frank ainda tomou algumas cervejas mas bem poucas, e a comida da festa foram pizzas dos mais variados sabores. Os dois interagiam com todos de forma animada e aleatória, logo uma parte do staff começou a dançar, pular e gritar ao som poderoso do show do Linkin Park que ainda estava na metade.

Gerard e Frank continuaram interagindo e vez ou outra olhavam suas alianças na mão um do outro, trocavam carinhos e beijos, aninhando-se no peito um do outro. A noite avançava mas a alegria permanecia e o casal notou a interação de Brian e Evelyn. Os dois estavam um pouco mais à frente deles, em meio a todos os outros, ainda mais perto de onde vinha o som do Main Stage. Evelyn pulava e cantava, virando-se vez ou outra para Brian que exibia os mesmos gestos, com uma sincronia de pessoas se divertindo durante um show muito desejado por ambos.

- Nossa festa de casamento foi tão peculiar quanto o do nosso noivado. – Frank sorriu e olhou para Gerard encostado em seu peito, beijando seu pescoço suavemente.

- É verdade. Uma celebração única e com o amor pairando no ar. – Gerard virou um pouco a cabeça na direção de Brian e Evelyn que riam um para o outro, falando algo que naquela distância e som ao redor era impossível ouvir. A face de ambos era muito inspiradora. – Será que eu estou imaginando demais, amor? – e virou-se para Frank.

- Não sei, meu príncipe. Afinal, a Eve é lésbica, não? – Frank franziu um pouco a testa e Gerard lhe fez um bico caricato, Frank riu. – Tá começando a duvidar, é?

- Não que eu duvide, mas ela pode ser bissexual. – Gerard sorriu. – Eu e você nos relacionamos com os dois sexos por muito tempo, Eve pode estar numa vibe assim. Agora, com os olhos voltados para o público masculino.

- Hum... Olha, eu meio que já venho manjando os dois por um tempo, mas deixei pra lá, aliás acho que se rolar algo, será inevitável a gente saber. – e Frank piscou.

- Com certeza. Ela não esconderia. – Gerard sorriu e olhou-os mais uma vez. Evelyn e Brian pulavam juntos, na mesma sintonia e deram as mãos rapidamente, rindo abertamente. – Eu ficaria bem feliz de vê-los juntos.

- Eu também.

- É, mas vamos aguardar. Não é só porque a gente está unido, no meio da nossa festa de casamento e prestes a ter nossa noite de núpcias que desejamos isto a todos.

- Ah, Gee, como é que a gente não deseja que pessoas fiquem juntas, alegres e bêbadas, façam sexo? Que maldade! – Frank riu e Gerard gargalhou.

- Você é terrível, meu marido! Mas possui bons pensamentos. – Gerard inclinou o rosto diretamente para a face de Frank que o acariciou nas bochechas, o sorriso aberto.

- Fala de novo.

- O quê?

- “Meu marido”.

- Meu doce, maravilhoso, lindo, gostoso, sexy... marido! Meu marido! – Gerard lhe dava beijos curtos no pescoço e queixo, subindo para a ponta da orelha e fazendo Frank fechar os olhos, ofegando de desejo. – Meu marido. – ele sussurrava e Frank agarrou-lhe, beijando-o lascivamente.

A onda de excitação espalhou-se pelo corpo de ambos e aquela era a ordem para finalizar suas presenças naquela recepção improvisada e seguir para a próxima fase.

- Vamos para nossa noite de núpcias. – Frank tentava controlar a respiração e Gerard estava com a boca ainda ligeiramente aberta pelo desejo.

- Por favor.

Os dois levantaram e rapidamente se despediram de todos, chegando em Brian e Evelyn,o casal falou primeiro com o empresário e depois com a moça que lhes disse:

- Falem com Big Wormy, pois ele os levará para fora da arena, onde há táxis. Vão para este Hotel aqui. – e ela lhes entregou um envelope. – A noite de núpcias lhes aguarda, meus amores. Aproveitem! – ela os abraçou fortemente e eles lhe deram um beijo na testa.

- Vocês também combinaram isso, né? – Frank riu e Evelyn e Gerard olharam um para o outro maléficamente. – Seus diabinhos. O bom é que adoro isso. – ele riu um pouco mais alto.

- Vão! É uma noite mágica e devem aproveitá-la ao máximo. – Evelyn deu-lhes um beijo no rosto. – Amanhã voltamos todos para casa.

- Amém! E como está este itinerário de volta. Qual o horário de partir? Não estava a fim de acordar cedo após minha noite de núpcias. – Frank fazia todos rirem.

- Por volta das dez, meu monstrinho. Nosso staff terminará de ajeitar todas as coisa, colocar no ônibus e ir depois que tudo estiver arrumado, já os rapazes irão em um vôo pela manhã bem cedo, Mikey e Alicia com o carro, aproveitando para passar mais uns dias fora, passeando, e nós vamos em um vôo mais tarde. – Evelyn sorriu.

- Mas espera aí. – Frank franziu um pouco a testa. – Gerard já entrou no sétimo mês se não me engano.

- 29 semanas! – Evelyn disse com convicção e os olhares surpresos foi absoluto. – Eu falei com Joan, seus bobos. Acham mesmo que eu faria qualquer coisa para comprometer o estado do meu vampiro?

- Ai, Deus, por que ainda me surpreendo? – Frank ria juntamente com todos.

- Porque eu sou surpreendente. – ela mostrou a língua para eles e riram alto. – Joan me disse exatamente o número de semanas de Gerard, ele está entrando no oitavo mês lunar, nós conversamos sobre como ele estava se sentindo e como não houve nenhuma intercorrência, a saúde dele está perfeita, ele pode viajar de avião até a 36ª semana, sem problemas.

- Que ótimo! – Gerard sorria. – Então, nos despedimos, desejo que divirtam-se e curtam bem o resto da noite. Como você disse, esta noite é mágica, e agora eu e meu absoluto marido vamos mergulhar na nossa fantástica noite de núpcias! – Gerard piscou-lhe e ela sorriu. Frank entortou a boca em seu típico sorriso sapeca.

- Cai fora daqui, vocês dois! Não dêem sossego um para o outro mas cuidado aí com a bebê! – e ela os empurrava de leve enquanto eles riam, acenavam para todos e se distanciavam.

Evelyn ria e Brian prestou atenção em tudo, estava feliz e satisfeito com a realização do casal e tudo saiu como planejado: surpreendente, lindo e emocionante. Sua noite também estava muito boa. Comemorar a conquista dos rapazes e fim de uma bem sucedida turnê ao lado de sua mais nova amiga, por assim dizer, lhe afagava mente e coração.

Evelyn virou-se para Brian e ao fundo, o som do Main Stage dava sinais de que o show terminava, e assim a Projekt Revolution. Um espaço curto de tempo passou, Evelyn suspirou e, talvez, tomada pela coragem e leveza dada por um pouco mais do efeito das cervejas e uns goles de champagne, Evelyn pegou instintivamente a mão de Brian que não relutou e a acariciou. Os dois sorriram.

- Sabe? – ela começou e ele lhe devotava atenção. – Eu não gosto de indiretas, por isso serei bem clara.

- Okay.

- Eu... – e ela aproximou-se dele, até que sua boca encostasse próxima ao ouvido de Brian. - ...eu quero passar a noite com você.

Brian a olhou de súbito e Evelyn estava séria, aguardando um ato ou resposta do empresário. Ele estava surpreendido porém sabia bem o que aquela mulher estava lhe causando ultimamente. O “convite” feito por ela era mais que bem-vindo.

- Eu aceito totalmente. O que ainda estamos fazendo aqui? – ele disse esboçando um sorriso torto e fez Evelyn rir.

Brian a puxou para frente misturando-se um pouco mais às pessoas que estavam ali e a beijou com vontade, Evelyn agarrou-o firme e correspondeu totalmente ao ato. Ao afastarem suas bocas, suspiraram e olhando um pouco para o lado, não viram os rapazes. Era a deixa perfeita.

- Vamos, vamos logo! – Evelyn o puxou e Brian riu, saltando conforme ela corria com ele entre a multidão.

Não seria apenas os recém casados que teriam uma noite tórrida. 

 

 

Gerard e Frank chegaram ao hotel e após fazerem seu check-in, subiram para o quarto e ao entrarem, seus olhos foram invadidos por uma beleza sem par. Havia vários pequenos arranjos florais e, no centro, velas redondas em recipientes de vidro, sobre a cama dois roupões negros, uma bandeja com frutas e outras guloseimas e sobre a pequena mesa redonda um balde com gelo e garrafa de champagne, sendo que duas taças estavam ao lado.

- Uau! – Gerard ainda girava devagar em seu próprio eixo, contemplando tudo. O cheiro do quarto também era maravilhoso. – Que perfume delicado e que aguça os sentidos.

- Noite de núpcias, meu bem! – Frank riu e o marido acompanhou. Virou-se para ele e colocou os braços em volta do pescoço, suspirando, aproximando-se dos lábios, mas antes lhe fazendo um carinho com suas bochechas no queixo de Gerard. – Está tudo lindo.

Gerard estava de olhos fechados, inebriado por aquele ambiente, o cheiro, os braços e carinho de Frank...

- Vamos tomar um banho bem gostoso? – o vocalista o convidava e ele sorriu, passando a ponta da língua pelo pescoço do guitarrista e fazendo-o imediatamente tremer de desejo. Frank apenas assentiu e foi puxando-o até o banheiro.

Lá, os dois rapazes despiram-se rápido e ligaram o chuveiro, dando uma risada gostosa ao levarem o primeiro jato de água ainda fria em seus corpos. A noite estava quente, em vários sentidos e formas, mas não era caso para um banho frio. Aos poucos, a água adequou-se a uma temperatura agradável e o casal pôs-se a trocar o primeiro de muitos beijos daquela noite. Inicialmente leves e gentis e, aos poucos, tornando-se mais fortes e vorazes, impulsionando ambos os corpos para ficarem mais juntos.

Gerard manteve Frank à sua frente por um tempo, deixando que a água corresse pela cabeça do marido enquanto ele o beijava na nuca, costas, bumbum e toda a extensão das pernas; Frank suspirava e aguardava agora pelas mãos de Gerard o massageando, o que não tardou. O vocalista, com equilíbrio até por conta de sua barriguinha, pôs-se a levantar devagar e passar suas mãos por toda a extensão do corpo de Frank que, estava explodindo de excitação.

- Preciso te beijar, preciso estar em você! – ele disse urgente e então, trocaram de posições.

Gerard foi para debaixo do chuveiro e encostou levemente as costas na parede azuleijada, Frank o beijava rapidamente e suas mãos massageavam o membro do marido dando-lhe maior excitação. Gerard já tremia e seus quadris pareciam querer movimentar-se, Frank percebeu a urgência nele e aproximou-se mais, Gerard virou de costas e aguardou.

Aos poucos, Frank exerceu o encaixe de seu corpo à curvatura de Gerard, bem como, a penetração que iniciava de maneira leve, devagar e com gemidos baixos. Gerard apoiou as mãos na parede e Frank continuava a penetrá-lo até que sentiu-se totalmente debaixo da pele do amado, os movimentos mais enérgicos começaram e os dois jovens desvaneciam pelo contato.

Gerard jogou a cabeça para trás várias vezes, assim como Frank mantinha seu rosto ora colado nas costas do marido, ora no espaço entre o ombro e pescoço. Tudo era sincronizado e delicioso. Tanto que, o prazer chegou de maneira única e explosiva e os dois rapazes, marido e marido escorregaram devagar até o chão, atando-se em um abraço perfeito, satisfeitos. Mais uma vez, eles fizeram uma celebração do amor.

 

Após quarenta minutos, talvez, descansados do ato de amor no banho e alimentados, o casal repousava na cama fofa. Gerard virou-se um pouco e com uma mão para apoiar sua cabeça e a outra na direção de Frank, deslizando levemente os dedos na pele do rosto, pescoço e braço do marido, ele sorria e o menor lhe devolvia o gesto da mesma forma e intensidade.

- Ainda não me acostumei com o fato de chamar você de marido. – Frank ria ligeiramente, contagiando Gerard da mesma maneira.

- Eu também não. Parece que estou em um sonho. – ele suspirou, sorrindo tímido. – Não quero acordar.

- Nem eu. – Frank aproximou-se mais dele e o beijou docemente. Ao se afastarem, Frank deslizou a mão até a barriga de Gerard. – Eu acho que não posso ser mais feliz além disso.

- A felicidade será nossa companheira inseparável, meu amado marido. Eu prometo. – Gerard sorriu e foi a vez dele beijar Frank com muito carinho. Após o beijo, ele puxou um pouco mais de ar e olhou para Frank. – Eu estive pensando em algo.

- O quê? – Frank lhe fazia carinhos na barriga.

- Eu sei que você não é religioso, isto não faz diferença para você, digo, a religião.

- É, você me conhece. Você é o nosso pilar espiritual. – Frank riu e Gerard acompanhou. – Mas onde quer chegar com este papo de religião?

- Eu gostaria, aliás, seria muito importante para mim que pudéssemos ter uma benção sobre a nossa união. Em uma Igreja. – os olhos de Gerard estavam um pouco apreensivos. Frank parecia analisar a afirmação.

- Amor, você sabe que isto é um ponto bem delicado, né? – ele levantou-se um pouco, encostando nos travesseiros e Gerard fez o mesmo. – Não estou dizendo por mim, o que você considera importante e acha relevante, eu certamente considerarei e terá meu apoio. Eu realmente acharia lindo se pudesse entrar em uma Igreja com você, cercado por nossos pais, amigos e receber uma benção sobre a nossa união, a família que estamos formando. – o guitarrista suspirou e Gerard era todo ouvidos para ele. – Porém, sabemos como são os dogmas, ritos e tudo o mais. Eles não aceitarão um casal gay. Infelizmente, a realidade ainda é muito cruel conosco, excluindo do lugar onde dizem que todos deveriam ser recebidos.

Gerard suspirou de forma ambígua. Triste por saber que tudo o que Frank disse era realmente verdade para todos aqueles que fazem uma opção sexual diferente do “padrão”. A sociedade ainda continuava a ser injusta e medieval mesmo com a comprovação de que homens poderiam engravidar. Sabe-se por quanto tempo aquilo ainda subsistiria. Por outro lado, Gerard estava alegre por seu amado concordar com a benção. E por isso, tinha mais uma coisa a dizer:

- Você está certo em tudo o que disse, eu sei disso e é uma realidade muito cruel. Entretanto, eu estou muito feliz por aceitar receber a benção.

Frank sabia ler Gerard, soube naquele instante que aquilo já estava formado em sua mente. Mais. Ele já havia planejado a saída.

- Por que será que eu sei que você só queria a minha aprovação? – o guitarrista cruzou os braços sobre o peito e riu, Gerard mordeu o canto da boca e sorriu.

- Porque você me conhece melhor do que ninguém.

Gerard apoiou a mão nos braços cruzados dele e o beijou. Frank colocou a mão na nuca do marido e pressionou ainda mais os lábios dele aos seus. Deram mais alguns beijos curtos e se afastaram levemente.

- Na Igreja do Sagrado Coração, em Belleville, temos o Padre Gabriel. Ele é um sacerdote fiel e de mente aberta.

- Oh, Deus... – Frank sorria e fazia uma cara sapeca.

- Exatamente como precisamos.

- Eu não acredito. Você é terrível, meu marido! – Frank ria e agitava uma das mãos.

- Padre Gabriel pode nos dar a benção sob o interior da Igreja, cercados de nossos familiares e amigos. Eu sei que ele ficará muito feliz com isso.

- Sério mesmo, Gee? – Frank ainda parecia duvidar.

- É sério, meu amor. – Gerard suspirou. – Ele foi o primeiro a saber que eu era apaixonado por você. – e Frank ficou surpreso.

- Em uma confissão?

- Sim. – Gerard estava com os olhos marejados, Frank tocou-lhe o rosto. – Ele nunca me condenou. Ao contrário. Disse que o amor vinha de Deus e que vertido em mim, transformou-se na luz que iluminaria você.

- UAU! Gostei desse padre, hein.

- Apesar de todos os meus medos, minhas dúvidas, ele me aconselhou a ser honesto comigo e com você. Deus não me condenaria por amar alguém. Como ele poderia fazer isso sendo que enviou o seu Filho para mostrar o amor para a humanidade? Viver com amor e pelo amor?

- Amor, você daria um ótimo pregador sulista. – Frank beijou-lhe rápido, sorrindo e Gerard riu levemente.

- Só estou dizendo o que foi plantado no meu coração. – ele suspirou. – O problema não é Deus, Jesus. O problema é o que as pessoas fazem com a figura deles e tentam controlar outras pessoas pelo medo, pela imposição, por encaixe absurdo.

- Concordo plenamente.

- Bom, eu tenho certeza que Padre Gabriel irá adorar nos abençoar e podemos avisar nossas famílias, amigos e fazer esta celebração o quanto antes.

- Olha, por mim, já que possui tanta certeza disso, pode ser até amanhã que estou pra lá de pronto. – Frank dava um largo sorriso para Gerard e a face do rapaz se iluminava.

- Sério mesmo?

- Claro. Eu sei o quanto é importante para um católico como você. – Frank chegava mais perto de Gerard e o acariciava nas bochechas. – Tudo o que for atestar ainda mais esta união, eu estarei mergulhado de cabeça. Este casamento é real. Você é meu marido e eu sou teu! Nada pode anular isso. Jamais!

- Jamais! – Gerard sorriu abertamente e jogou-se sobre Frank, beijando com ainda mais vontade, paixão.

Assim que se distanciaram mais uma vez, passando as pontas dos narizes um no outro, inalando o cheiro suave da pele em seu próprio aroma singular, Gerard e Frank acariciaram ambas as mãos e foi a vez do guitarrista pontuar algo:

- Gee?

- Oi, meu anjo.

- Agora que realmente iniciamos nossa licença e ficaremos em casa, como marido e marido... – e ele riu acompanhado de Gerard. - ... eu preciso ir pegar meus filhos caninos na casa da minha mãe.

- Lógico que sim! Esta semana podemos fazer isto, no dia de avisá-la, bem como ao seu pai e avô, do nosso casamento na Igreja. – Gerard disse com uma luz no olhar que emocionava Frank. O marido queria tudo para abençoá-los, tudo.

- Acho lindo este seu brilho no olhar ao falar da benção. – Frank dava-lhe um beijo rápido.

- Não consigo evitar, meu amor. Nós merecemos tudo. Nós nos amamos e a nossa história é fantástica, seria injusto conosco nos obstruir de todos estes acontecimentos, celebrações. Nós merecemos sim todas as cerimônias. – Gerard sorria amorosamente. – E eu nunca vou me cansar de reafirmar o meu compromisso de amor por você.

- Não se importa em ter de casar comigo tantas vezes? – Frank lhe passava os dedos pelo braço.

- Será um prazer, meu anjo. Quero renovar meus votos todos os dias, seja com um toque, uma palavra, um abraço, um discurso, um desenho, uma música, um beijo, fazer amor... Eu amo você demais.

- Eu te amo muito, muito, Gee. Se eu puder guardar tudo isto que a gente têm vivido e reproduzir para o resto da nossa vida, eu já estarei bem satisfeito. Eu quero te fazer feliz, meu príncipe.

- Você já me faz, desde o momento que surgiu na minha vida. Eu não preciso de mais nada além de você. É o que eu tenho de melhor.

Com esta afirmação, Gerard e Frank se atavam em mais um beijo poderoso, emitindo toda a onda de carinho, amor e desejo por ambos os corpos nus. Logo, as pernas se entrelaçaram e o casal posicionava-se para mais um ato de amor.

 

 

No dia seguinte, conforme já estipulado por Evelyn, Ray, Bob, James e Matt despediram de seu staff na arena de Englewood e sob a vigilância de Big Wormy, os rapazes partiram no táxi rumo ao aeroporto para seu vôo de volta para casa. Eles gostariam de ter se despedido de Evelyn, mas não a viram, nem a Brian.

 

 

Brian despertou devagar e girou a cabeça um pouco, tentando se localizar. Estava na cama, imensa por sinal, bagunçada pelos lençóis e travesseiros dispersos, não viu ninguém daquele lado e girou a cabeça para a direção oposta e encontrou a figura peculiar.

- Bom dia, estranho. – Evelyn estava nua e sentada na cadeira, com as pernas cruzadas apoiadas sobre a mesa, em sua mão estava uma caneca, provavelmente com café, e ela sorria. Brian não conseguiu segurar o sorriso pela cena.

Ele lembrava de tudo, desde a comemoração após a união de Gerard e Frank, a interação com ela ouvindo o show, o convite direto da advogada e cada minuto da noite que passaram. Brian puxava pela memória quando teria sido a última vez que teve um encontro tão poderoso com alguém e lhe faltou este pensamento. Evelyn e ele foram únicos e muito intensos.

- Bom dia, estranha. – ele disse levantando, mostrando sua nudez e, após colocar os pés nos chãos acarpetado, foi na direção de Evelyn que lhe mostrou outra caneca.

- Espero que esteja com fome, pedi tudo do buffett, eu acho. – ela riu e ele acompanhou, pegando a caneca e pensando se poderia abaixar e dar-lhe um beijo simples de “bom dia”. Porém, quando se trata da Srta. Fass, não se pode esperar nada além do inesperado.

Brian não precisou pensar naquilo mais nenhum segundo, pois em um único movimento, puxando a mão do rapaz que segurava a caneca, Evelyn lhe deu um beijo. Brian imediatamente colocou a mão na nuca dela e intensificou o ato. Ao se separarem, os dois sorriram e ela estendeu a mão para frente indicando a outra cadeira e retirou os pés da mesa. Brian sentou-se e os dois em silêncio, apenas trocando olhares e sorrisos, iniciaram a refeição matinal.

Minutos se passaram e vez ou outra, Brian pousava seus olhos em alguns detalhes do corpo de Evelyn, lembrando-se da textura e aroma, dos cabelos chacoalhando-se a cada movimento dos dois sobre a cama, o calor que se espalhava por seu interior e refletia em cada gesto, o impulso no corpo masculino. Evelyn, por sua vez, agarrava-se a uma sequência de quadros que se formavam em sua mente sobre cada momento da noite e sentia a pele arder e voltar a transpirar de desejo pela figura que estava em sua frente; até as tatuagens lhe instigavam.

Ela pensava o quanto aquilo foi bom e a renovou em suas energias. Foi como se a aura mágica sobre a união de Gerard e Frank se espalhasse e acabou a atingindo de um modo ao qual a moça não esperava. Evelyn lembrou de quanta pressão sofreu por admitir gostar de pessoas do mesmo sexo e agora, ali estava, nua, frente a um homem o qual desejou e passou uma das melhores noites de sua vida. Estaria tendo uma crise de opção? Ou apenas sendo levada por suas emoções? E o que havia de errado em querer sair com um homem?

- O que está pensando? Estou começando a ficar preocupado. – Brian sorria e a tirava subitamente de seus pensamentos. Evelyn riu e coçou o nariz.

- Nada. Apenas na noite passada.

- Está arrependida?

- Eu tenho cara de quem se arrepende do que faz? – e ela ergueu uma sombracelha. Brian riu imediatamente.

- Jamais.

- Pois então. – ela deu o último gole na caneca de café e o olhou. – Foi ótimo, Brian. Eu adorei, do início ao fim, todas as vezes.

- Eu também. Não consigo me lembrar a última vez que tive uma noite tão incrível. – ele sorriu e soltou um respiro aliviado.

- Que bom que gostou.

- Foi além do que eu poderia imaginar.

- Somos dois adultos e sabemos muito bem o que fazemos. – o olhar de Evely era enigmático, mas o seu sorriso aberto era delicioso. - Só acho que isto deve ser só nosso. – ela levantou da cadeira.

- Não tenho problema nenhum em manter segredos. - Brian ofegou por vê-la nua vindo na direção dele.

Aquela visão o chacoalhou imediatamente por dentro. Evelyn parou ao lado dele e o acariciou na face, Brian imediatamente colocou as mãos na cintura dela e a cabeça no vão dos seios da moça. Evelyn fechou os olhos rapidamente e os abriu, olhando-o firme e levantando sua perna para que pudesse sentar no colo dele, Brian afastou um pouco a cadeira abrindo o espaço e assim as costas dela não ficarem sob a pressão da base da mesa, os dois ficarem mais confortáveis.

- Ainda temos um tempinho até ir para o aeroporto. – ela sussurrou-lhe e ele sorriu.

- Vamos aproveitar da melhor maneira possível. – Brian direcionou a mão na nuca dela e trouxe os lábios de Evelyn aos dele em um beijo intenso que fez a onda de excitação em ambos ser elevada ainda mais.

Conforme o beijo se tornava mais ininterrupto e a respiração pesada e descompassada, as mãos e braços de ambos se apertavam mais e seus corpos já exigiam o contato íntimo. Evelyn foi um pouco para trás, apoiando seu bumbum mais perto do joelho de Brian enquanto ele abria apenas um pouco das pernas e preparava-se para penetrá-la, indicando que já estava mais que pronto e, aos poucos, Evelyn se aproximava efetuando o encaixe e suspirando ao sentir o contato da pele do rapaz à sua. Sua cabeça vagamente pendeu para os lados e para trás, fazendo-a arquear um pouco ao sentir-se preenchida pelo membro.

Logo, as mãos firmes de Brian se apoiavam nas costas da moça e os movimentos dos quadris se tornavam mais rápidos, com os lábios se atando vez ou outra, o cabelo ganhando movimento e os gemidos se tornarem ainda mais audíveis. Evelyn estava com os braços envoltos no pescoço de Brian e a onda de prazer que lhe sobrevinha foi tão grande que ela agarrou-se a ele fortemente, encostando a cabeça do rapaz no vão de seus seios e pendendo a sua cabeça para trás, soltando um gemido alto juntamente com Brian. Os dois tremiam, tentavam respirar e molhar a boca seca, o suor exalava pelos poros.

Após alguns segundos da onda de orgasmo, tentando recuperar ao menos o fôlego, eles trocaram mais um beijo e acariciaram seus cabelos. Brian ainda deu um beijo rápido entre o vão dos seios de Evelyn e em cada seio, fazendo-a rir. Aos poucos, ela retirou-se dele e voltou a ficar em pé. Ele ainda a olhava com certa dificuldade em respirar e mordeu o lábio inferior, o que fez Evelyn sorrir.

- Vou tomar banho e hora de ir. – ela disse se distanciando.

Brian assentiu e tentou recompor-se. Ao ver Evelyn entrando no banheiro, ele levantou-se e deitou na cama. Sorria tanto para si mesmo que quase achou que havia ficado maluco. Mas de uma coisa ele sabia, nada mais seria como antes. Nada.

 

 

Evelyn e Brian saíram do Hotel, um diferente do qual Gerard e Frank passaram a noite, até porque sabia como eram seus garotos. Discretos, porém não burros. Eles sacariam na hora que ela e Brian tinham passado a noite juntos e não que ela tivesse dificuldades em ter de falar sobre isso se, acaso, fosse questionada. Entretanto, ela primeiro queria entender o que estava havendo para depois falar para eles. Primeiro, ela queria poder explicar para si mesma.

Apesar de tudo isto, ela estava feliz, leve, sentia-se até mais saudável e revigorada. No trajeto até o aeroporto, vez ou outra sorria e via que Brian fazia a mesma coisa. Dois idiotas, pensava ela.

Assim que chegaram ao aeroporto, dirigiram-se até o guichê da companhia aérea e antes de entrar na fila para o check-in, avistaram Gerard e Frank que lhes acenaram. Os dois estavam de mãos dadas e Frank fazia questão de carregar sua mochila e a de Gerard. Brian e Evelyn se aproximaram, e o sorriso da advogada ficou ainda mais aberto.

- Bom dia, recém casados! – ela lhes dava seu abraço mais aconchegante e o beijo na testa mais carinhoso.

 

A viagem de volta para Nova Jersey foi tranquila, até um cochilo foi possível, e com a aterrissagem no aeroporto de Newark, as despedidas iniciaram.

- Eve, Brian, muito obrigado por tudo até aqui, a jornada foi incrível e creio que agora vocês podem descansar um pouco também. – Gerard já se posicionava para abraçá-los.

- Imagina! Eu é quem agradeço. – Brian estava muito mais iluminado do que em um dia comum. – Ainda teremos de fazer uma ou outra reunião por conta dos shows beneficentes e também por causa da reprogramação da turnê, mas tranquilo, tudo está sob controle. – Brian deu um abraço forte em cada um deles.

- Obrigado mesmo, cara! – Frank sorria.

- Bom, de mim vocês não se livram tão facilmente. – Evelyn fazia-os rir. – Vou deixá-los em paz para sua lua-de-mel, mas lembrarei que possuem consulta com Joan no próximo dia 20.

- Sem problemas! – Gerard iria dizer que teria de acioná-la ainda esta semana por causa da benção, mas primeiro tinha de falar com Padre Gabriel. – Me dá outro abraço e outro beijo.

E a moça lançou-se sobre ele, com cuidado, e depois em Frank.

- Se cuidem, se amem, cuidado com esta bebê e me gritem em qualquer coisa que precisarem.

- Pode deixar. – ambos lhes piscaram e deram um último aceno, afastando-se.

Brian e Evelyn os viram entrar no táxi e o veículo sair.

- Bom, vamos dividir um? – Brian a olhou e ela assentiu.

Brevemente, entraram no próximo veículo da fileira, sendo que a primeira parada seria no SoHo. Brian preparava-se para ter de se despedir de Evelyn, ainda que não desejasse muito, e então foi surpreendido:

- Quer subir? – a voz saiu leve e seguida por um sorriso. Ele imediatamente correspondeu e afirmou com a cabeça.

Pagaram o taxista e saíram do carro, entrando rapidamente no prédio.

 

Gerard e Frank estavam com suas cabeças deitadas no ombro um do outro e conforme o trajeto até Belleville chegou na metade, Frank levantou um pouco o tronco e olhou para Gerard.

- Amor. Pensei em algo.

- O quê?

- Bom, iniciamos a nossa lua-de-mel oficialmente hoje.

- Certo.

- Geralmente, as pessoas viajam para desfrutar deste tempo, mas vou te falar. Tô cansado demais pra viajar que seja para Jersey Shore. – e riu, arrancando uma leve gargalhada de Gerard.

- O sentimento é recíproco, meu anjo. E eu nem poderia ficar viajando de um lado a outro devido meu estado interessante. – Gerard sorriu leve e acariciou a barriga instintivamente. – Pensei nisso e acho que não tem melhor lugar que nossa casa neste momento. Nosso ninho e porto seguro. Já viajamos muito por causa da turnê, sei que não é a mesma coisa do que viajar para passear, mas só de pensar de fazer malas, pegar mais táxis, avião ou ônibus, até carro, ficar em hotéis... Ah, por favor, não.

- Sim, eu concordo. Quem sabe poderíamos ir até a cidade e visitar uns museus, jantar fora, coisas bem simples. Ir em comics shops e loja de discos, tudo dentro do nosso círculo de município. O que acha?

- Fantástico. Essa será a melhor lua-de-mel de todas! E ainda teremos nossas horas mais íntimas. – Gerard lhe falava ao ouvido e Frank arrepiava-se. – Assistir filmes. Tudo bem juntinho. Isto é maravilhoso.

- Uma lua-de-mel com nossa cara.

- Perfeita!

O casal selou a decisão com um beijo leve e carinhoso e aguardou a chegada em casa com um sabor ainda mais doce na boca.

 

Após a chegada em casa, Gerard e Frank respiraram fundo antes de entrar no imóvel e, misticamente, posicionaram seus pés direitos ao mesmo tempo para ser o primeiro passo do casal unido legalmente. Eles riram pela atitude e beijaram-se em seguida. Não demorou para subirem e deixarem suas mochilas no quarto e Gerard já reclamar de fome. Frank disse que pediria do restaurante vegetariano. Nisso, Gerard quis tomar um banho e o guitarrista aproveitou para fazer os pedidos de comida.

Ao voltar para a sala, já de banho tomado, Gerard trajava uma calça de pijamas com desenhos de Star Wars e uma camiseta preta. Frank sorriu pelo jeito dele todo à vontade e principalmente confortável. Reparou que o marido afastou levemente a mesa de centro da sala e sentou-se no tapete em posição de yoga, inspirando e respirando, concentrado. Gerard ficou desta maneira por bons minutos e depois ligou o aparelho de som, onde pôde-se ouvir notas baixas de uma canção dos Carpenters. Frank admirava Gerard à distância e não quis atrapalhá-lo em sua meditação, e preveniu-se de que nada o assustaria e lhe tiraria a concentração. Desta forma, saiu pela porta da cozinha e aguardou a chegada da refeição do lado de fora da casa, o que não tardou.

Munido da entrega quente e cheirosa, Frank dispôs as encomendas sobre a bancada e, com cuidado, foi avisar Gerard sobre a chegada da comida, lhe passando levemente a mão no lóbulo da orelha e no braço. Gerard sorria de olhos fechados e assentiu ao chamado, pedindo:

- Traga aqui, amor, vamos comer despojadamente sentados no tapete, sim?

Frank não recusaria. Rapidamente trouxe a comida de ambos dispostas no prato, talheres, guardanapo e depois pegou suco.

- À nossa primeira refeição pós turnê e pós união, no primeiro dia de nossa lua de mel. – Gerard erguia o garfo cheio de comida.

- À tudo isso, à mim, você e nossa filha, à nossa felicidade!

- Nossa felicidade!

Eles sorriram, deram um leve beijo e mergulharam na refeição que estava muito bem preparada e altamente saborosa.

Quase no fim do almoço, Gerard pontuou para Frank:

- Frankie.

- Oi, meu bem.

- Como hoje é terça feira, não vai dar para falar com o Padre Gabriel. – Gerard o olhava e Frank aguardava. – É dia de visita no orfanato e ele não está na Igreja. Mas amanhã, podemos ir sem problemas.

- Okay, o que você decidir e quando quiser. – o rapaz lhe piscava.

- Estou muito animado.

- Sua animação me contagia, estou ansioso por isto.

- Será maravilhoso. Vai dar tudo certo. – Gerard pegava-lhe a mão e a beijava. Frank imitou o gesto e em seguida levantou-se.

- Vou colocar esta louça na máquina e depois dar uma checada no armário e geladeira.

- Eu agradeço, meu lindo.

- Fique no sofá e descanse.

- Eu posso te ajudar...

- Não, não. Tivemos uma noite intensa, viajamos, você precisa descansar.

- Obrigado por cuidar de mim.

- Sempre vou cuidar. De você e da nossa garota.

Eles deram um beijo leve e Frank distanciou-se para a cozinha enquanto Gerard acomodava-se no sofá, colocando mais almofadas próximo ao “braço” do móvel e promovendo uma elevação e maior aconchego para suas costas, bem como separou uma almofada para colocar seus pés esticados e um pouco elevados. Ligou a TV em um canal de filmes e não mais que cinco minutos depois, o gestante estava entregue ao sono.

Frank foi até a sala, vigiá-lo, ver se estava acordado e ao ver Gerard dormindo tranquilamente, com as mãos pousadas sobre a barriga como se a protegesse e a brisa do verão entrando pelas janelas, o guitarrista sentiu em seu íntimo que estava no paraíso. Ele sorriu e levemente tocou a mão de Gerard, a aliança do marido e olhando para a sua. Beijou-o nos lábios muito delicadamente para não despertá-lo. Frank estava emocionado e exibia este sentimento em seus olhos verdes. O rapaz respirou fundo, passando os dedos nos olhos, secando-os.

- Eu te amo. Obrigado por existir.

Frank saiu da sala ainda mais feliz e realizado do que estava antes.

 

 

No dia seguinte, Gerard e Frank saíram de casa logo após o café da manhã e o destino era a Igreja do Sagrado Coração, em Belleville. Apesar do curto trajeto, Frank não queria que Gerard se cansasse e pegou o carro para chegarem até a catedral. Gerard iria retormar suas caminhadas e exercícios ao ar livre em breve, assim como retomou a rotina das meditações e yoga com mais afinco desde a chegada em casa, ontem. Porém, ainda tentava mantê-lo descansando um pouco após a turnê tão exaustiva.

Passado alguns minutos, o carro estacionou em frente a Igreja e Gerard retirou o cinto, sorrindo e olhando para Frank. Automaticamente, o guitarrista lhe retribuiu o sorriso gentil.

- Vamos lá. – Gerard abriu a porta do veículo e  ajeitou a sua saída, apoiando uma das mãos na barriga e com a outra  na porta, levantou-se, fechando-a a seguir.

Frank respirou fundo e saiu, travando o carro. Do outro lado, Gerard o aguardava com aquele sorriso que o menor tanto amava. Ele estava inseguro, não podia negar para si, embora escondesse do marido. E se o padre não aceitasse? Se ele até quisesse mas não pudesse realizar a benção sobre o teto da catedral? Será que ele faria  o sacramento na casa deles?

- Frankie? Meu anjo? – Gerard o chamava e o trazia de volta de seus questionamentos. De súbito, ele o olhou.

- Oi, meu amor. – ele ainda estava parado ao lado do carro no sentido oposto e pôs-se a caminhar para junto de Gerard.

- Está tudo bem? – Gerard pegou-lhe a mão assim que ele aproximou-se.

- Sim, claro! – Frank disse rápido e o tom de sua era urgente. Gerard não se convenceu, conhecia bem o marido.

- Frank...

- Estou bem, Gee. Só... um pouco apreensivo, mas tudo bem. Vamos lá.

- Amor. – Gerard ficou de frente para ele, Frank não queria encará-lo, mas o vocalista pegou levemente em seu queixo e o direcionou para seu rosto. – Se você não quiser...

- Eu quero, Gee. Este não é o problema. – Frank balançou rápido a cabeça.

- O que é, então?

- É que... – ele respirou fundo e sentiu um “bolo” se formar na garganta. - ... se nós conversarmos com o padre e ele não aceitar, ou não puder fazer, ou o caralho que dê errado, eu ficarei muito puto com sua decepção. Não posso ver um sonho do meu marido despedaçado por uma convenção inútil e arcaica, okay? – Frank estava um pouco nervoso no momento. – Uma instituição não pode nos falar o que fazer e não fazer, o que é certo ou errado, o que pode ou não, este controle é ridículo!

Gerard entendeu perfeitamente o marido e o puxou para um abraço fortíssimo, Frank imediatamente enterrou o rosto no peito dele, fechando os olhos e dizendo:

- Você quer muito isso, vi o brilho nos seus olhos no primeiro momento que me falou. Possui um significado especial para você e eu não quero ver o meu marido decepcionado. Não quero, Gee.

- Meu anjo, eu sei o quanto você se preocupa e te entendo perfeitamente. Percebi sua apreensão e por isso achei que deveríamos conversar antes de entrar. – Gerard passou os polegares nas bochechas de Frank e o beijou delicadamente. – Você é maravilhoso e eu não poderia ter mais sorte nesta vida. Obrigado por todo este cuidado.

- Eu me preocupo com tudo o que é importante para você, seja o que for, e fico puto mesmo se algo der errado por causa de idiotices. Você tem certeza sobre este padre?

- Eu tenho, meu amor, confia em mim. – Gerard sorriu-lhe.

- Okay, eu confio em você. – Frank suspirou. – Eu quero continuar a ver seus olhos brilhando, certo? Nós estamos casados, não importa o que os outros achem ou digam. Você é meu marido.

- E você é o meu marido! Eu amo você! – Gerard o olhou firme, dentro daqueles olhos verdes incríveis. – Meus olhos vão continuar brilhando porque eu continuarei olhando para você.

- Ah, Gee... – e Frank sorriu, Gerard acariciando suas bochechas e lhe dando mais um beijo que foi intensificado pelo guitarrista.

Ao se distanciarem, os dois tocaram as pontas de seus narizes, encostaram as bochechas e suspiraram.

- Eu amo você, Gerard Way.

- Eu amo você, Frank Iero.

Os dois deram as mãos e subiram devagar a escada frontal da Catedral, no topo, Gerard parou juntamente com Frank e juntos olharam mais para a imponência da arquitetura.

- Meu pai me disse que tudo, cada pedra, vitral, cada pedaço desta Igreja veio diretamente da Itália.

- Uau! Que trabalho de escravo, hein. Imagine carregar este mundo de coisa em um navio, atravessar o oceano, desembocar aqui e começar a montar como se fosse um quebra-cabeças? – Frank soltava o ar um pouco mais alto. – Fiquei exausto só de pensar. Mas ela é linda, a arquitetura, digo.

- Estou lembrando de quando gravamos “Helena”.

- Acho que foi a última vez que pisei em uma Igreja. – Frank riu e Gerard acompanhou.

- Imaginei. – Gerard suspirou. – Vamos entrar e acabar logo com esta espera e suspense. - Frank assentiu e eles entraram na catedral.

O casal permaneceu de mãos dadas e Gerard apenas soltou da mão de Frank para fazer o sinal da cruz, o qual o rapaz imitou, e imediatamente pegou-lhe a mão novamente. Olhando para frente, viram poucos fiéis espalhados nos bancos e como a Igreja é extremamente imponente, grande, as pessoas ali somavam número ínfimo, concentradas em suas próprias preces. Mais alguns passos e o clérigo, já com um sorriso aberto no rosto, aguardava pelos dois rapazes.

- Sua benção, padre. – Gerard deixou a mão de Frank para receber o toque da mão leve do homem magro, de olhos e cabelos castanhos, rosto marcante e pouquíssimas marcas de expressão, vestido com um terno negro e gola branca. Exatamente como Gerard vestiu-se algumas vezes durante a Era Revenge.

- Que Deus lhe abençoe, meu filho. E a você também, Frank Iero. – a voz suave e quase didática do sacerdote surpreendeu Frank.

- Amém, padre. – ele disse ainda com certa suspeição e olhou para Gerard.

- Estou muito feliz por conhecer, finalmente, a pessoa que salvou este gentil e sensível rapaz. – padre Gabriel estendeu a mão na direção de Frank, e Gerard sorria com uma energia incrível.

- Eu fiz o mesmo que ele fez por mim, padre. – Frank esticou sua mão para o cumprimento. - Estou feliz por te conhecer, ouvir isso e comprovar que Gerard fez uma boa escolha ao confessar com o senhor. – Frank sorriu levemente e aos poucos começava a sentir-se à vontade.

- Tenho certeza que este encontro foi uma ato de Deus. – ele disse convicto. Frank derrubava um pouco mais de sua couraça de desconfiança e olhou rapidamente para Gerard que permanecia iluminado. – Gerard e você precisam um do outro para continuar caminhando neste mundo, e agora mais ainda. – o padre apontava para a barriga de Gerard e os rapazes sorriram suavemente, entreolhando-se. – Parabéns por este grande milagre da vida. É uma benção, uma dádiva, herança das mais preciosas. – e a fala do clérigo comoveu Frank que sentiu os olhos lacrimejarem. Gerard sorria abertamente e acariciava a barriga.

- É tudo isto e mais, padre Gabriel. Eu sou o homem mais feliz na Terra. – Gerard disse com alegria e firmeza. Frank tentava conter sua emoção e rapidamente passou a mão no canto do olho.

- Nós somos, padre. Não consigo imaginar o que seria de mim sem Gerard e sem a nossa filha. São os meus tesouros mais preciosos.

- Eu não possuo dúvida alguma, meus filhos. – padre Gabriel lhes sorriu com gentileza. – Entretanto, estou curioso. O que os trazem aqui, além da magnífica visita, sendo que não estamos em um horário de missa? Algum aconselhamento, confissão, um pedido?

- Um pedido, padre. – Gerard foi direto e Frank contraiu-se um pouco.

- Por favor, continue. – padre Gabriel era solícito.

- Eu e Frank nos amamos, isto não é novidade para o senhor. Tanto que teremos uma filha juntos e decidimos viver como um casal sob o mesmo teto, prontos a construir nossa vida em família, unidos. – Gerard suspirou. – Tão unidos que propus para Frank assinar um contrato de união estável entre nós, já que nosso país ainda não uniformizou uma lei que o casamento gay possua a mesma equiparação de um casamento heterossexual. Igualdade de direitos.

- Sério? – padre Gabriel arregalou os olhos e aquilo fez Frank contrair-se um pouco mais. – Isto é sensacional, Gerard, Frank! E eu parabenizo aos dois pela decisão. Mostra a força de caráter, responsabilidade, maturidade e sobretudo, a gentileza, carinho e amor entre vocês. Parabéns, que sejam abençoados sempre! – o sacerdote lhes estendia a mão em sinal de benção e exibia um sorriso honesto de alegria pelos dois. Frank ainda não conseguia acreditar direito, mas não poderia deixar de passar por seu filtro: aquele padre deveria ser o novo padrão de sacerdotes.

- Nosso muito obrigado, padre! – Frank lhe sorria.

- Agradeço demais, padre Gabriel. É um privilégio viver algo tão especial assim e eu sou grato por esta oportunidade ao lado de Frank. – Gerard gesticulava de seu modo costumeiro.

- Estou muito feliz por vocês e por esta criança que nascerá em um lar formado com muito amor. – o padre lhes sorriu e lançava um olhar de expectativa. - Mas ainda aguardo seu pedido.

- Então, padre, esta celebração do contrato, que por sinal foi há dois dias atrás após o término de nossa turnê, eu conversei com Frank e ele aceitou algo que espero que o senhor também aceite. – Gerard disse calmo e pausado.

- Sou todo ouvidos.

- Eu gostaria muito que o senhor pudesse ministrar uma benção sobre nós, sobre a nossa união. – Gerard olhou para Frank.

- Gostaria? – o padre possuía um olhar misterioso.

- Sim, muito. – Frank respondeu rápido.

- Por que não diz “Eu quero”, “Eu desejo”? – o padre ergueu a mão suavemente.

- Eu quero e desejo que o senhor ministre sobre nós uma benção. – Gerard respirou mais fundo e soltou o ar aos poucos, Frank passava as mãos em suas costas lhe dando mais conforto. – Eu acredito que eu e Frank não devemos ser obstruídos de tudo o que pode nos trazer felicidade neste momento especial, que tenha um significado. Para nós, o contrato foi o marco do início de nosso casamento, e com certeza, a benção é um item a mais que não nos pode ser negado. Só queremos celebrar ainda mais esta união com um toque espiritual.

- Gerard, meu filho, e meu filho Frank. Vocês são criaturas obstinadas e eu admiro isto demais. A história de vocês me comove e fico feliz por vocês chegarem ao patamar de unidos e felizes. – padre Gabriel ainda exibia um olhar misterioso. – Como você mesmo disse, nosso país ainda não reconhece o casamento entre pessoas do mesmo sexo... – e ele suspirou, sorrindo a seguir e dizendo mais próximo a eles. - ... o que eu acho uma tremenda idiotice. – e imediatamente um sorriso começou a formar-se nos rostos dos rapazes. – É claro que lhes darei uma benção, não impediria e negaria isto jamais. Quem dera isto pudesse se repetir muitas vezes. Que este dia chegue e eu os veja gloriosamente.

- Sério que ministrará a benção? De verdade? – Frank apressou-se em questionar.

- Lógico que sim, será um imenso privilégio. E vocês pensaram em algo aqui na Igreja ou na casa de vocês?

- Na Igreja. – Gerard estava determinado.

- Certo. Bom, sábado à tarde, a Igreja estará totalmente livre, se quiserem...

- Queremos! Sábado está perfeito! Avisamos nossas famílias e amigos, está tudo mais do que certo! – Gerard estava exaltado de alegria.

- Perfeito! Sábado, três da tarde, certo? Porque a partir das seis da tarde haverá decoradores para um casamento a ser celebrado às oito e quinze da noite.  Se quiserem alguma decoração, qualquer coisa especial, me enviem sua contratação e falarei com ela ou ele. Já anseio muito por este momento. – padre Gabriel exibia um sorriso largo e verdadeiro, sua presença transmitia paz e sinceridade e aquilo foi o ponto máximo para Frank estar mais do que feliz. Os olhos de seu marido brilhavam por ele e por ver algo tão importante tomando forma.

- Não mais do que nós, padre! – Frank adiantava-se e Gerard o abraçava de lado, extremamente alegre.

- Apenas tenho um pedido. – padre Gabriel levantou o dedo indicador.

- Sim. – Gerard e Frank eram atenciosos.

- Quero que escrevam seus votos para a cerimônia, certo? Sejam bem caprichosos, sei que tem muita coisa bonita a ser dita por um e outro. O amor e devoção sempre devem ser celebrados.

- Claro que sim, muito obrigado, padre! Muito, muito mesmo! – Gerard assentia a cabeça e o sorriso estava impresso na sua face.

- Não possuo palavras para agradecer, padre! Muito obrigado por nos conceder este desejo. – Frank realmente estava tranquilo agora e com uma enorme gratidão por aquele sacredote.

- É meu dever abençoar. Não me pediram nada demais. – padre Gabriel lhes dava mais um sorriso gentil.

- É muito bom ouvir isso, padre. Sei o quanto isto poderia ser delicado e até mesmo negado. Sou um bom católico para entender os dogmas de minha Igreja. – Gerard riu tímido e padre Gabriel apenas sorria.

- Dogmas são dogmas, ritos, convenções. Com o amor puro, a gente lida de outra forma, tal como o exemplo de nosso salvador. – e piscou-lhes.

- Espero que não possamos trazer problemas para o senhor. – Frank preocupou-se com ele.

- Não se preocupe, filho. Está tudo sob controle. Apenas estejam aqui às três da tarde no sábado. – padre Gabriel lhes estendeu a mão e ambos a apertaram. – Que Deus os abençoe e os levem em sua santa paz! Até sábado!

- Amém, padre! – Gerard suspirou e Frank pegava em sua mão. - Bom, temos de ir, mas sábado nos vemos, pontualmente!

- Perfeitamente! Rapazes, foi uma honra vê-los e será um privilégio no sábado! Vão abençoados!

- Obrigadíssimo!!

Eles se distanciaram exibindo sorrisos cálidos e carinhosos. Frank estava extasiado e conforme olhava para o rosto maravilhoso de Gerard, ele possuía a certeza de que tudo era possível. Assim que atravessaram o arco da porta frontal da Igreja, padre Gabriel preparava-se para voltar à sua sala pessoal, mas foi interceptado por duas beatas.

- Sua benção, padre. – as duas senhoras lhe beijavam a mão.

- Que Deus as abençoe!

- Que falta de vergonha na cara daqueles dois ao pisarem em solo sagrado, de mãos dadas e com uma abominação no ventre, não cons... – a voz da senhora carregava repulsa e preconceito e padre Gabriel interrompeu.

- Eu acredito que a única falta de vergonha aqui seja das senhoras. – ele respondeu-lhes leve e os olhos das beatas arregalaram. – Fazer julgamentos de dois seres humanos benéficos, de bom caráter e responsáveis, com certeza lhes pesará hoje, amanhã e no dia do Juízo. As senhoras não passarão impunes pelo julgamento do Senhor e sabem por quê? Esqueceram o principal pilar da fé cristã: o amor. Não vejo nenhum resquício nos olhos das duas. Já naqueles dois rapazes há um transbordar inesgotável, incluindo o grande milagre da vida no ventre de um deles. – padre Gabriel aproximou-se mais do rosto das duas senhoras que estavam petrificadas. – Acho bom rezarem cem Ave Marias e duzentos Pai-Nosso em cima do milho por pelo menos um mês ou até que a mente de vocês e principalmente o coração volte a ser de carne e não mais de pedra, como já dizia o profeta Isaías. Com licença, vão na santa paz de nosso Senhor. – e retirou-se, deixando-as paradas no altar, pensativas.

Padre Gabriel lamentou internamente pela atitude e pensamentos das beatas, mas sorriu por sua resposta e foi para sua sala em paz.

 

 

Gerard e Frank entraram no carro de uma forma ainda mais exultante do que quando estavam a caminho da Igreja para fazer o pedido ao padre Gabriel. Frank ainda não acreditava na postura daquele sacerdote e o elogiava  para Gerard que estava muito tranquilo pelo marido ter comprovado tudo aquilo que ele havia dito.

O caminho para casa foi bem rápido e calmo, e logo ao chegarem, o casal decidiu ligar para Evelyn e avisá-la da cerimônia, pois precisariam de ajuda para uma decoração simples e recepção depois da benção. Os rapazes sentaram no sofá, fizeram a discagem direta para ela e deixaram o celular em viva-voz.

- Alô? – ela pareceu apressada.

- Oi, Eve, somos nós. – a voz alegre de Gerard a contagiou.

- Oi, meu vampiro e meu monstrinho! Eu atendi tão rápido que não vi quem era. – seu tom mudou. – Tudo bem nesta lua-de-mel?

- Sim, tudo ótimo. – Frank sorria do outro lado da linha.

- Não acredito que sentiram falta de mim durante este período mega orgásmico. – ela ria e eles gargalharam.

- Olha, não foi exatamente por saudade que te ligamos. – Gerard tentava controlar o riso.

- Ah, não? E o que é? Para me ligar no meio de uma lua-de-mel tem de ser muito importante. – Evelyn parou subitamente. – Tá sentindo-se mal? Eu deixei o número da Joan salvo no celular de ambos, mas se está passando mal, eu vou voando encontrar vocês! – ela já se exasperava e os rapazes se preocupavam com o imenso discurso. – Eu estou aqui no cartório para o reconhecimento de suas assinaturas e dar fé pública ao contrato da união estável.

- Sensacional! – Frank disse exultante.

- Mas me fala que eu fiquei super preocupada!

- Não se preocupe, é uma notícia boa.

- Fala, fala logo! – Evelyn olhou no painel e chamavam sua senha. – Pode falar, estou ouvindo.- e ela chegava no balcão de atendimento. – Boa tarde... – e eles aguardavam. - ... reconhecimento de firma das assinaturas e duas cópias autenticadas, por favor. – Evelyn entregava o contrato e a cartorária o pegava, lhe dando um cartão com novo número para aguardar. – Obrigada! – Evelyn distanciou-se e sentou em uma das cadeiras da repartição pública relativamente cheia. – Falem, meus meninos, qual é a novidade?

- A novidade é que falei com meu padre favorito e pedi para que ele abençoasse a minha união com Frank, e ele aceitou. – Gerard disse pausado e sem tirar o largo sorriso da face. Frank deitava a cabeça no ombro do marido.

- O QUÊ?! – Evelyn gritou e todos a olhavam, ela ajeitou-se na cadeira, disfarçando e voltou a questionar. – Como assim, me explica isso direito!

- É o que falei, Eve. Conversei com Frank e  nós queremos tudo o que possa existir para enraizar ainda mais o nosso casamento. Portanto, nós vamos receber uma benção na Igreja do Sagrado Coração, sábado agora às três da tarde.

- E precisamos de sua ajuda! – Frank disse com vigor.

- LÓGICO QUE EU AJUDO! – mais uma vez o exagero tomava conta de seu ser. – Me falem o que querem, o que precisa! Temos pouquíssimo tempo, mas vai dar tudo certo! Será lindo e intimista! DEUS, EU AMO VOCÊS E JÁ AMO ESTE PADRE!

- Nós também, minha adorada. – Gerard lhe disse com carinho. – Vamos falar disso agora, okay?

- Claro, agora, imediatamente!  Até abri minha moleskine aqui para anotar tudo!

Eles riram e começaram a conversar sobre os preparativos para sábado.

 

Passado vinte minutos de conversa, o casal, juntamente com Evelyn, decidiu tudo o que queria para o grande dia. Primeiramente, sobre a decoração na Igreja que, como era imensa e naturalmente linda, seria feita somente no altar, a seguir, após a cerimônia, todos voltariam para a casa Way-Iero e lá teriam uma recepção com farta comida italiana, muita música, bolo e doces. Tudo com a mais pura tradição de casamento só que organizado em quatro dias. O tipo de coisa que é a cara desta trupe. Original, direto e intenso.

O único detalhe singular, diferente e único seria um convite especial para os pais dos rapazes e avô de Frank. Evelyn sugeriu que eles tivessem algo mais palpável em mãos, para sentir o impacto real deste acontecimento e Gerard disse que ele faria os três convites com desenho próprio e escrito à mão. Ainda que os dois já estivessem unidos devido ao contrato e a celebração na arena foi fantástica, realizar uma cerimônia na Igreja e uma recepção impunha um pouco de tradição, e isto faria a família mais participante daquela decisão, além de lhes proporcionar uma emoção única.

Eles estavam animadíssimos.

Tudo ficou acertado e Gerard e Frank voltaram para seu roteiro de lua-de-mel enquanto Evelyn tratava de esquematizar suas anotações. Já havia pego o contrato de volta e suas duas cópias autenticadas, as quais ficariam com a advogada e o contrato original ficaria com o casal. Permanecia sentada na cadeira do cartório e finalizou a lista de itens, porém esboçou um sorriso tipicamente sapeca e olhou para seu celular, pegando o aparelho e na lista de contatos, ao ver um nome, clicou no ícone verde. Aguardou, mordendo o lábio inferior.

- Oi, Eve!

- Oi, Brian. Será que posso falar com você ou está ocupado?

- Estou à sua disposição.

Evelyn riu e Brian também, logo a moça começou a falar sobre a nova empreitada de seu casal favorito e se ele poderia ajudá-la, o que àquela altura, seria inegável.

 

 

08 de setembro. Dia da cerimônia religiosa.

Gerard acordou cedo, algo um tanto incomum nos últimos meses devido à gravidez, sentia-se bem, descansado e ansioso. O sábado chegou e com ele mais uma etapa de seu compromisso com Frank estaria selado.

Ele virou para o lado e viu o rosto relaxado de Frank, respirando compassadamente, tranquilo. Gerard imediatamente sorriu e o acariciou levemente no braço. Em seguida, colocou a mão em sua barriga e falou baixo com a filha:

- Hoje, seus papais vão se casar de novo, minha linda. Porque a gente se ama demais e este amor já transborda e nutre você. Bom dia! Espero que esteja ansiosa por tudo isto.

 - Bom dia, meu adorado marido. – a voz grossa matinal de Frank retirava Gerard de seu papo com a filhinha. – Bom dia, minha garota. – e colocou a mão na barriga dele.

- Bom dia, meu anjo. Preparado para casar comigo de novo? – Gerard levantava a sombracelha e exibia um sorriso torto.

- Muito! Estou ansioso.

- Estou também, não vejo a hora.

Frank o acariciou na face e aproximou-se dos lábios de Gerard que já fechava os olhos. O beijo além de carinhoso e apaixonado os fez atarem-se em um abraço forte.

O dia começou mais do que bem.

 

Os rapazes levantaram poucos minutos depois do carinho matinal e foram tomar banho juntos, porém Frank saiu primeiro do chuveiro, deixando Gerard relaxando um pouco mais debaixo do jato de água quente em suas costas. Aproximadamente quinze minutos depois, o vocalista saiu do banheiro apenas de roupão e desceu para tomar o café da manhã. Imediatamente ao colocar os pés no último degrau, Gerard virou-se e sorriu na direção da sala de jantar. A mesa estava linda e Frank o olhava neste momento. Gerard deu passos mais largos e ao chegar perto de Frank o abraçou, beijando-o rápido.  O café seguiu cheio de sabor, carinho e muito amor.

E, assim que terminaram a primeira refeição e colocarem a louça na máquina, os dois seguiram para a sala, colocaram uma música em volume moderado e apenas ficaram curtindo os acordes, cantando e se divertindo, afinal, tudo já estava pronto. No dia anterior, Evelyn veio com o pessoal do buffett o qual alugou algumas mesas e cadeiras e arrumaram os itens na parte de trás do jardim da casa, bem como as luzes foram instaladas. A chef de cozinha italiana e sua equipe chegariam por volta do meio dia, pois ambos já se alimentariam, assim como as famílias, Evelyn e Brian. E ali permaneceriam até o retorno deles da Igreja.

As horas estavam passando rápido e sem mais delongas, as famílias Way e Iero chegaram, assim como Brian e Evelyn que só aguardariam a chegada da chef e sua equipe, almoçariam e iriam para a Igreja checar a decoração no altar. Desta forma, a moça estava mais tranquila porque Gerard e Frank estariam amparados por sua família e ela poderia fazer o restante de seu trabalho sossegada.

 

14:00 hrs.

Gerard e Frank iniciavam o ritual para vestir-se como noivos elegantes, em quartos separados e com a ajuda de suas mães. Ao saírem do banheiro de cada quarto, ambos espantaram-se ao verem os ternos extremamente impecáveis e auxiliados por suas matriarcas, ambos arrumavam-se praticamente ao mesmo tempo. Viram-se no espelho e ganharam um beijo das senhoras já arrumadas. Será que existia limite para a felicidade?

Prontos, a seguir, era a hora de ir para a Igreja, mas em carros separados. Donna e Donald levariam Gerard, já Mikey e Alicia iriam em carro próprio, bem como Ray e sua namorada, Bob, Matt e James e a esposa, enquanto Frank iria no carro com os pais e avô. Os outros convidados de Belleville e localidades próximas, os tios e as tias, alguns primos e amigos  antigos e novos, incluindo o staff do My Chemical Romance, Geoff Rickly do Thursday e Adam Lazzara do Taking Back Sunday marcariam presença com muita satisfação. Somente não estaria presente quem realmente não foi convidado, ou pelo fator tempo, já que tudo foi imediato.

Estrategicamente divididos nos carros, eles partiram da casa Way-Iero em direção à Igreja.

 

14:50 horas.

Todos já haviam chegado na Igreja e para quebrar qualquer tradição, assim como tudo neste enlace maravilhoso, Gerard e Frank estavam lá. Nada de atrasos. Os dois estavam quietinhos no carro com suas mães, apenas aguardando o chamado.

- Acho que estou um pouco nervoso agora. – Frank riu e a mãe acariciou a mão dele.

- Não precisa, meu amor. Respira fundo e aproveita cada minuto deste momento.

Ele sorriu e apertou a mão dela. Eles olharam pela janela e Donald se aproximou, avisando-os:

- Criança, está na hora!

Após o desejo de boa sorte, o sogro distanciou-se e Frank e a mãe saíram do carro. Gerard não estava no outro carro, ou seja, já estava dentro da catedral. Frank respiro fundo e iniciou passos com a mãe. No interior da Igreja, Gerard, como bom católico, fez o sinal da cruz e respirou fundo, Donna ao seu lado. A hora chegou.

 

15:00 horas.

A Igreja estava magnífica com a luz solar fazendo-se ainda mais brilhante nas rosetas, vitrais e lustres que exibiam seu prisma. As rosas vermelhas juntamente com os lírios perolados em laços brancos e as velas em suportes de vidro por toda a extensão do corredor forrado de pétalas de rosas brancas e folhas bem verdes faziam a decoração da Igreja. Parecia um sonho.

A música para a entrada dos pais e padrinhos iniciou com músicos da orquestra e membros do coral, a saber, escolhidos a dedo por padre Gabriel. A canção “Agnus Dei” surgia de forma magistral enquanto os patriarcas Way e Iero caminhavam no corredor e atrás deles vinham Mikey e Alicia e Evelyn e Brian.

A próxima entrada era a mais aguardada. Os noivos.

Quando o som dos violinos indicaram a marcha nupcial, até Gerard e Frank se surpreenderam. Os rapazes estavam de olhos fechados, dada a ordem de suas mães, e abriram ao ouvir o início da canção, olhando para o lado, e dando as mãos sendo que suas mães estavam no lado oposto de cada um para que eles entrassem caminhando com elas lado a lado. Assim que a porta abriu-se e despontaram à vista de todos, seus convidados ficaram de pé.

Gerard e Frank atravessavam o corredor sorrindo, esbanjando felicidade. Caminhavam como príncipes, nobres e imponentes mas com um coração ansioso e as pernas tremendo. Ao chegarem no altar, em um timing perfeito com a música, as mães os beijaram na testa e colocaram suas mãos sobre as deles, sorriram e se distanciaram. O casal estava com os olhos marejados e beijaram suas testas antes de subirem os três degraus até o patamar mais alto do altar e ficarem de frente para padre Gabriel que exibia um olhar sereno e carinhoso. Os convidados também se emocionavam e tudo estava apenas no início.

Gerard e Frank sorriram para seus padrinhos e depois para ambos.

- Você está lindo! – o vocalista deixava escorrer uma lágrima.

- E você está divino! – o guitarrista exclamou no mesmo tom e emoção que ele.

Ambos sorriram para padre Gabriel, respiraram fundo, obtendo os olhares de seus amados e poucos convidados na direção deles, sentindo cada emoção brotar sem reserva.

Padre Gabriel lhes sorriu mais abertamente e iniciou a cerimônia:

- Boa tarde e que a paz seja com cada um. Ainda de pé, faremos a primeira oração dando início a celebração da união entre nossos amados Gerard Arthur Way e Frank Anthony Iero.

Seguiu-se a oração do Pai Nosso e o padre Gabriel pediu aos presentes para que sentassem. Fez-se silêncio e o sacerdote retomou a palavra:

- Minha participação hoje aqui é muito mais de um convidado do que propriamente alguém importante. As pessoas mais especiais aqui são Gerard e Frank que decidiram sacramentar ainda mais o amor puro, verdadeiro e genuíno que possuem. Eu sou alguém honrado e privilegiado por ver um ato desta magnitude, uma decisão consciente de dois rapazes de excelente caráter que formam sua família. Quisera eu que mais decisões assim fossem feitas, grande é o meu desejo que mais pessoas sejam como nós e menos como os convencionais. Gerard e Frank, eu lhes desejo que toda a sorte de bênçãos espirituais nos lugares celestes recaiam sobre vocês, hoje e sempre. Amém! – padre Gabriel sorriu enquanto Gerard e Frank mostravam seus rostos ainda mais iluminados. – Quero que fiquem de frente um para o outro. – e desta forma, os noivos ficaram frente a frente e deram as mãos.

Com um gesto simples, Evelyn e Brian cederam as alianças para que ambos pudessem efetuar a troca de votos. Inicialmente, repetiriam os mesmos votos que trocaram durante a cerimônia na arena da Projekt. Padre Gabriel lhes falava e eles repetiram usando o microfone:

- Eu, Gerard Arthur Way aceito Frank Anthony Iero como meu legítimo esposo e prometo honrá-lo, respeitá-lo e amá-lo na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, por todos os dias de minha vida, até que a morte nos separe. Como prova de meu amor, aceite esta aliança como um símbolo de meu compromisso com você perante Deus. Amém – Gerard colocou a aliança no dedo de Frank e a beijou. O guitarrista ofegou de emoção. Agora era a vez dele.

- Eu, Frank Anthony Iero aceito Gerard Arthur Way como meu legítimo esposo e prometo honrá-lo, respeitá-lo e amá-lo na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, por todos os dias de minha vida, até que a morte nos separe. Como prova de meu amor, aceite esta aliança como um símbolo de meu compromisso com você perante Deus. Amém – ele colocou a aliança no dedo de Gerard, beijou e não conseguiu conter a lágrima.

Eles viraram de frente para padre Gabriel e a celebração continuou:

- Agora, lhes servirei a Comunhão, assim o elo entre vocês está ligado à aliança com o divino. – e assim, padre Gabriel abençoou as hóstias, bem como a taça com o vinho e os serviu. Após o silêncio pelo ato, padre Gabriel retomou a palavra: - Agora, vocês podem trocar seus votos de amor pessoais um com o outro. – o padre sorriu e deixou-os à vontade, Frank olhou para Gerard levantando a sombracelha e disse-lhe baixo para que iniciasse, ao passo que o vocalista assentiu.

- Eu estou vivendo cada momento destas celebrações como se fosse meu último momento, pois é a resposta de uma oração. Uma não, várias! Desde que te vi pela primeira vez, eu me senti salvo. Salvo de uma torre fria e solitária. Salvo do escuro, pois você é a luz que veio me iluminar, meus olhos possuem brilho por sua causa, Frank. Nada é mais lindo do que o seu amor e cuidado por mim. Você é como uma linda e mágica, doce manhã de Natal, veio para me resgatar e proteger, me amar para sempre. Você é a minha calma quando o mundo está caindo, é meu coração, meu sangue, minha essência, alma gêmea, meu amor eterno desde sempre. Meu esposo, meu Frankie, o pai da minha filha. Eu amo você! Ontem, hoje e eternamente!  - Gerard deixava as lágrimas correrem por seu rosto e beijou Frank na testa; o rapaz suspirava.

- Eu acho incrível o que está acontecendo hoje e nunca imaginei que poderia ser assim. Está além do que eu poderia sonhar e vejo que somos privilegiados. Acima de tudo porque temos um ao outro para amar e cuidar, por sermos tão carinhosos e necessários um ao outro. Sou teu eternamente. Eu possuo a certeza que a minha espera acabou, o que faltava em mim foi completado quando você chegou. Sempre esperei por você, sempre busquei por você, e se existiram outras vidas, eu estava buscando e querendo viver com você, e se ainda houver, saiba claramente que é com você que quero viver todas elas. Eu te amo, meu marido, meu Gerard! – Frank estava extremamente emocionado e Gerard chorava muito, não conseguiu conter-se.

Padre Gabriel sorriu diante da majestosa troca de votos emocionada e declarou:

- Os noivos podem se beijar.

Gerard e Frank sorriram e com delicadeza e muito amor trocaram seu beijo debaixo daquele teto sagrado sob o forte aplauso de seus convidados, de pé. O som dos violinos fez-se presente e tornou o momento ainda mais perfeito. Ao finalizarem o beijo e olharem para a frente, padre Gabriel disse:

- Que vão em paz e sob o amor do salvador dirijam suas vidas. Deus os abençoe, meus filhos.

Eles sorriam e agradeciam ao padre enquanto a última canção começou a ser cantada pelo coral. Desta forma, dava-se o aval para o casal iniciar a sua saída, seguida pelos pais, padrinhos e convidados logo atrás.

Gerard e Frank foram abraçados por seus amados de forma ininterrupta e com ternura sem par. A seguir, padre Gabriel despediu-se cumprimentando-os mais uma vez, o casal agradeceu novamente e a comoção pelo momento era tangente. Ninguém conseguia segurar a emoção. Era único.

Devidamente cumprimentados, abençoados e sacramentados, o casal partiu no carro da família em direção à sua casa para festejar até se cansarem.

 

 

Durante o trajeto de volta para casa, Gerard e Frank reservaram-se ao silêncio. Com as cabeças deitadas no ombro um do outro, rapazes suspiravam diante da leveza que sentiam em seus interiores. Então, pela casa ser bem próxima à Igreja, todos chegaram rapidamente ao local, perfazendo um corredor humano para os recém casados – de novo – passarem e receberem a chuva de arroz. Os sorrisos largos, aplausos, alegria e felicidade já faziam parte daquele carinho, daquela presença; logo, os convidados tomaram seus assentos.

Evelyn e Brian ajeitaram o áudio e iniciaram a execução da playlist que destacaria Pink Floyd, Led Zepellin, David Bowie, Queen, Iron Maiden, Misfits, Muse, Thursday, Taking Back Sunday, entre outros. Gerard e Frank interagiram um pouco mais com seus convidados, sempre recebendo mais um pouco de amor, agradecendo pelas presenças, e assim, logo o menu da recepção estava altamente pronto e foi servido. Sendo que após a soberba refeição, houve a hora do brinde e veio mais do que especial, com a pessoa mais doce. O avô de Frank. Ao ouvir o tilintar da taça e ver a figura do avô levantar, Frank apertou a mão de Gerard e suspirou:

- Ai, vovô...  – e fechou os olhos rapidamente, abrindo-os rápido pois o senhor já iniciava:

- Realmente é muito difícil dizer algo. Meu neto sofreu muito em sua saúde desde pequeno e chegamos a pensar que esta grande riqueza seria tomada de nós. Imaginava que ele merecia ter tudo o que desejasse, incluindo uma boa pessoa para amá-lo. – o senhor suspirou e Frank não continha as lágrimas, tão pouco Gerard. - Ele merece tudo o que está acontecendo agora. Eles merecem! Gerard, este rapaz fofo e sensível resgatou meu neto da solidão, aqueceu seu coração e fez com que ele acreditasse que poderia ser feliz. Que vocês sejam eternamente felizes! Nem a morte pode separar vocês!- ele ergueu a taça e todos imitaram seu gesto, dando um gole farto em suas bebidas e aplaudindo o casal que esboçou vários “Obrigado” ao avô e selaram com um beijo apaixonado.

Depois das emoções do brinde, a festa retomou um clima mais descontraído e muitos foram para o pequeno gramado, dançar, pular ou tentar fazer ambos. Frank e Gerard ainda conversavam com alguns convidados, mas prestaram atenção em vários momentos de Evelyn e Brian juntos, ainda que fossem simplistas. No momento, os dois pareciam rir muito de algo que conversavam, comiam doces e bebiam champagne.

Gerard e Frank agradeceram muito a presença de todos e os reuniu perto da mesa do bolo, cortou e conforme a distribuição das fatias se realizava, Gerard se preparava para pegar mais uma fatia.

A festa durou até umas oito da noite, quando a equipe do buffett terminou de ajeitar todas as coisas e os furgões estacionaram para levá-las, assim como o último convidado despediu-se do casal, restando apenas os pais e avô, e claro, Mikey e Alicia. Porém, não tardaram a ir embora, bem como Evelyn e Brian, deixando os recém casados mais uma vez a sós para aproveitarem sua noite de núpcias.

“Enfim Sós.”

 

Gerard e Frank entraram para dentro de casa e sorriam bobos. De mãos dadas, os dois subiam a escada devagar.

- Está cansado? - Frank perguntou rápido.

- Só um pouquinho, hoje senti um pouco de desconforto nas minhas costas. E você?

- Não estou, mas me preocupei com você. Devia ter me falado antes e terminaríamos a festa mais cedo.

- Claro que não, amor. Estou bem e a noite está só começando. - ele sorriu e Frank chacoalhou a cabeça. Ele o beijou na testa e eles entraram no quarto.

Gerard  e Frank retiraram os paletós e o guitarrista sugeriu:

- Que tal a gente tomar um banho de banheira e assim te ajudar a ficar mais descansado?

- Acho uma ideia maravilhosa. -  Gerard o abraçou.

No caminho até o banheiro, Frank  manteve Gerard em sua frente e passava seu rosto nas costas do marido. Gerard fechou os olhos e foi abrindo sua camisa, ao passo que, Frank ao perceber, também começou a despir-se.

Rapidamente, os dois livraram-se das roupas e Gerard sentou na banheira ainda vazia, abrindo a torneira e aguardando por Frank que sentou atrás dele. O guitarrista começou a beijar-lhe o pescoço e o vocalista colocou a cabeça de lado, suspirando, virando a cabeça um pouco mais e  beijando-o na boca com desejo. Enquanto se beijavam, Frank passava seus dedos sobre o peito de Gerard, e ele, por sua vez, apertava as coxas de Frank.

Eles cessaram o beijo e Gerard ofegou, queria mais, trazendo o rosto do marido mais uma vez para si. Tinha de saboreá-lo mais. Frank tocava o corpo dele de maneira ainda mais intensa e mudou de posição, ficando na frente de Gerard, beijando-o do umbigo até o pescoço, com leves passadas de língua ao redor dos mamilos dele, o que o fez gemer baixo e aquilo deixou Frank ainda mais excitado.

O guitarrista sentiu a rigidez que formava em si, bem como em Gerard e com cuidado o tomou nos braços, beijando-o com paixão mais uma vez e tentando deixá-lo mais confortável, colocando a toalha ao lado como uma almofada nas costas do marido.

Deitou-o um pouco mais e Gerard pediu:

- Vem, amor, eu quero e preciso agora! Você também.

Frank sorriu e ainda o lambeu um pouco mais no peito e pescoço, porém iniciou o movimento para penetrar o marido. Gerard colocou as mãos em volta do pescoço de Frank e começou a sentí-lo debaixo de sua pele. Sentia um calor explosivo em seu interior, como se fosse derreter a cada movimento. Ligeiramente a boca abria e Frank a servia com sua língua e seus lábios.

Os gemidos não cessavam, os movimentos mais latentes, o coração acelerado, o tremor que se espalhava no corpo preparado para receber o orgasmo. Gerard jogou a cabeça para trás enquanto Frank erguia o pescoço, ambos exprimindo sua satisfação em mais um ato de amor. Plenos, olharam um para o outro, beijaram-se e não puderam dizer outra coisa:

- Eu amo você!

E ficaram ali presos, como um. Eram um. Uma só alma.

O capítulo 17 terminou ;) VIVA OS RECÉM CASADOS SACRAMENTADOS! **__**


Notas Finais


YAAY! O que acharam? Porque eu acho que nossos meninos merecem TUDO, então TEM CASAMENTO NA IGREJA SIM! E se reclamar tem mais um em casa! HAHAHA
Espero que tenham gostado de tudo e também sobre o BOOM do capítulo com a Evelyn e o Brian. Será que rola mesmo ou foi muita emoção latente? Me digam aí!
Avisando que tanto tá chegando a hora da baby nascer, como do nosso barrigudinho trazê-la ao mundo. Segurem-se!
BOM FIM DE SEMANA, MIL BEIJOOOOOSSS, AMO VOCÊS!!!! <3 <3 <3


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