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História A Kiss Before She Goes - Capítulo Vinte - My Favorite Monster


Escrita por: MaryAnnSGWay

Notas do Autor


GENTE LINDA DO MEU CORAÇÃO!
Não vou enrolar vocês, vou deixar para as notas finais! hahahaha
MEU MAIS ALTO AGRADECIMENTO PELOS COMENTÁRIOS SENSACIONAIS E PELOS FAVORITOS: SraBane (você já não era favorito? haha) e larirosarosa. MUITO AMOR PRA VOCÊS!!!!!
Sem mais, BOA LEITURA! Beijooooooooooos!

Capítulo 20 - Capítulo Vinte - My Favorite Monster


Fanfic / Fanfiction A Kiss Before She Goes - Capítulo Vinte - My Favorite Monster

A Kiss Before She Goes

Capítulo 20 – My Favorite Monster

 

24 de outubro. Maxwell’s, Hoboken – Nova Jersey.

Três dias após um momento tão único quanto o chá de bebê de Rose, agora, Gerard e Frank juntamente com seus companheiros de banda, e Mikey de volta, estavam prestes a fazer uma apresentação memorável. Estar naquele lugar trazia tanto a nostalgia de uma época que não era tão longínqua, mas que parecia ter ficado há muito tempo atrás, bem como trazia o sentimento da nova vibração da banda. Conquistadores, bravos, encorajadores. Eles eram sublimes e teriam a prova disso mais uma vez naquela noite. Aquele show seria histórico, emocionante, íntimo e pessoal.

O local era pequeno e suficiente para as 200 pessoas que conquistaram o caro e disputado ingresso. Mas quem se importava nos dólares gastos se era o passaporte para uma noite com a sua banda favorita?

Sob a agitação do público, os rapazes se aproximaram do minúsculo palco e se posicionaram, mexendo nos instrumentos, Gerard foi o último e chegou falando alto no microfone:

- E AÍ?!?! – E o povo delirou.

Os acordes de “Welcome To The Black Parade” iniciaram e o gestante não demorou a cantar os primeiros versos com muita energia e dividir o microfone com o público para a segunda parte introdutória.

- COLOQUEM OS ROSTOS PARA CIMA! GRITEM!

E atendendo ao pedido do líder, os fãs colocavam rostos no ar, mãos e braços, gritavam e cantavam com ele. O lugar simplesmente explodiu assim que a introdução da música terminou e seguiu como um hino extremamente ensaiado até o final.

- PUTA MERDA! – Gerard estava elétrico. – NOVA JERSEY!

Sem praticamente nenhum tempo para um descanso maior ou interação com a platéia, a banda emplacou a música seguinte ainda mais furiosa e os fãs botavam pra quebrar. Pulando, gritando e não deixando Gerard cantar. Foi o público que iniciou os versos de “Thank You For The Venom”. Uma canção que retratava almas cheias de histórias sombrias, onde o santo e o profano se encontram. A performance foi insana.

Apesar do alto grau de vibração, todos os membros da banda estavam bem, extremamente confortáveis, apenas um pouco preocupados por conta do público que estava muito próximo ao palco. Dependendo do movimento, um esmagamento seria inevitável, por isso Ray pediu para a plateia ir um pouco para trás e Gerard olhou em aprovação, aguardando-o.

Logo, o gestante se aproximou de Frank e apoiou-se rapidamente no ombro dele, falando-lhe ao ouvido sobre estar bem e confirmando a próxima música da playlist da noite. Um pouco antes do início, Gerard, que estava muito agitado, e Rose que seguia o exemplo do pai, começou a pular no palco, segurando o microfone com uma mão e a barriga com outra, puxando a série de pulos nos fãs. “Dead!” seguiu fantástica.

- Vocês todos são estrelas, porra! VOCÊS TODOS SÃO SUPER ESTRELAS, PORRA! – Gerard classificava o público. Ele estava mais ofegante agora, também pudera. – Só vão um pouco para trás, se afastem para ninguém se esmagar. – e ele gesticulava demonstrando que o ideal é dar ao menos um ou dois passos para trás e olhou para uma fã. – Você é o vórtex do esmagamento. – e ele fez mais uma pausa, retomando a palavra a seguir:

 – Vocês estão se divertindo? Oh, eu quero agradecer muito por virem e darem apoio a uma boa causa, gastando seu dinheiro nos ingressos caros, mas é para a caridade. Obrigado por estarem aqui esta noite! Eu vejo muitos rostos familiares... – e então Gerard vira-se para pegar uma câmera. – Me deram uma câmera também. Filmar vocês para mostrar para minha filha e de Frank. Ela está fazendo roda punk na minha barriga agora mesmo, está curtindo junto com vocês! Docinho! – e filma ele e a plateia, faz barulho, mostra a língua, uma bagunça maravilhosa. Frank vê tudo e acha graça. – Vocês estão prontos para continuar? – e a plateia grita em afirmativo. – My Chemical Romance, vocês estão prontos para continuar?

- Eu acho que sim. – Ray diz alto e com voz firme, mas soa engraçado.

É aí que a bateria dá o tom inicial pelas mãos firmes de Bob, seguida pelas guitarras furiosas de Ray e Frank, a insana e festiva “The Sharpest Lives” emite seu som e Gerard ganha a companhia dos seus fiéis. Evelyn está no canto esquerdo ao lado do palco – direito para os rapazes. Brian está ao seu lado e ambos estavam só olhando e sorrindo para a banda até o momento, mas assim que a canção iniciou, Evelyn pôs-se a enlouquecer com seus garotos e seus fãs. Cantava a todo pulmão, gritou quando Gerard pediu a todos, pulou, rodopiou e bateu cabelo tal qual Frank e Ray. Um orgasmo da insanidade.

Gerard ajoelhou-se e bebeu um pouco de chá e ainda nesta posição, perguntou:

- Este tipo de diversão, vocês se lembram quando tiveram este tipo de diversão? – ele pausou. – Nós tocamos aqui mais ou menos uns 5 anos e meio atrás, minha avó e de Mikey estava aqui, por sinal, foi o único show que ela nos viu. Ela estava bem perto dos alto-falantes, pensei até que ficaria surda. Foi muito bom, mas nós estamos em um tempo muito melhor agora. – o gestante curvou-se um pouco, apoiando uma das mãos no joelho flexionado, emitindo apenas sons desconexos e em seguida gritou: - Olé, olé!

A emoção contida nas notas iniciais davam o tom para que todos recepcionassem “This Is How I Disappear”. Sentimentos intensos, amor violento, desespero. Quem não se arrepia com aquela letra e aqueles riffs de guitarras como se fosse algo líquido injetado direto nas veias? Como não querer gritar e chorar dizendo o refrão poderoso? “And without you is how I disappear, and live my life alone, forever now”. Simplesmente transcendente.

Antes de “Teenagers” encher o lugar com suas notas, os fãs começaram a jogar água ao ar e Gerard riu.

- Oh, agora virou festa, festa de verdade! Quando tem água, vira festa.

A canção iniciou, e pela primeira vez desde o início do show, Gerard ficou um pouco mais quieto, com pulos e agito esparsos, os fãs também cantaram boa parte da música e Frank interagiu bastante com eles. No ínterim da canção, Gerard dizia alto que era uma festa, uma festa dançante e todos deviam dançar. O final foi intenso tal como sempre. Gerard imitando uma arma contra a cabeça e Frank apontando a guitarra.

Seria inevitável a explosão do lugar frente aos acordes de “I’m Not Okay (I Promise)”, a energia e o amor do público para esta música era latente. Na segunda parte, Gerard esticou-se um pouco para pegar melhor a mão de um fã e entrelaçar seus dedos ao da pessoa, esboçando um sorriso aberto e muito feliz. A canção seguiu e como esperado, Frank deu sua contribuição, dizendo:

- Deite comigo.

Sob muitos gritos, a música terminou e recuperando o fôlego, Gerard aproximou-se de Ray e Mikey rapidamente, mais uma confirmação da próxima na setlist. Após, aproximou-se de Frank e beijou-o na orelha, mas ainda se ajeitando para emplacar a canção, Frank sorriu na direção de Evelyn e Brian, foi o tempo de Gerard voltar e ficar de frente para ele, entrelaçar seus dedos aos cabelos molhados do guitarrista e dar um leve suspiro de felicidade por estes segundos carinhosos.

De volta aos seus postos, “You Know What They Do To Guys Like Us In Prison” começou e Gerard deu pausa ao público que seguia alçando a voz pedindo algumas músicas. Ao ser pedida “Our Lady Of Sorrows”, ele disse que Bob sempre traz uma arma para o show caso isto aconteça. Depois, os pedidos se tornaram confusos e ele gritou:

- O QUÊ? Eu não consigo te ouvir! O som da banda está muito alto! – e os acordes originais de “Prison” invadiram o lugar.

Gerard interagia como se aquilo fosse uma peça teatral, a canção parecia realmente uma história única. Som enérgico de uma das canções mais adoradas de Three Cheers of Sweet Revenge, a banda discorreu a performance com humor, vibração e uma pitada de pornô. Se não fosse assim, não era “Prison”. Ao final, Gerard disse que ainda é sua canção favorita ao vivo.

Sem muito tempo para descansar, apenas alguns segundos, a banda já emplacou a poderosa “Famous Last Words”. Impossível não sentir-se tocado e representado pela letra feroz. James fez sua voz sair mais nítida nos back vocals e ficou muito harmonioso e emotivo. Ao fim, mais um aviso de distanciamento para evitar acidentes de esmagamento foi feito.

- Obrigado por se afastarem. – Gerard agradeceu.

“Give’Em Hell, Kid” entrou com tudo, fazendo deste show um verdadeiro show de rock que deixaria todos exaustos. Rápida como só ela é, a parte mais fofa, por assim dizer, foi Gerard segurando a sua barriga e dizendo o verso da música “You’re beautiful”. Finda, os rapazes continuaram a tocar, aumentando as notas retiradas dos instrumentos e transformando-as para outra canção, uma transição para que “House Of Wolves” tomasse posse do Maxwell’s e pregasse o fogo do inferno como só ela pode fazer. A banda estava muito entregue na performance desta canção, tanto que todos se agitaram igualmente, suaram literalmente para coloca-la plena nos ouvidos da plateia. Foi único e visceral.

- Quero agradecer de novo por se afastarem. – Gerard tomou o microfone, segurando um copo cheio de conteúdo amarelo. Alguém perguntou bem alto:

- O que você está bebendo? – e ele riu.

- Chá de camomila. É só um chá de camomila muito chato, eu sou um gestante! – e riu novamente, Frank riu ao mesmo tempo.

Antes que a próxima música começasse, Bob iniciou as batidas fortes e únicas e Gerard tentava interagir com a plateia para que após cada batida, eles gritassem. No começo ficou confuso e fraco, mas o público pegou o espírito da coisa e logo estava maravilhoso para que “It’s Not A Fashion Statement, It’s A Deathwish” iniciasse. Uma música suprema que era difícil ser performada ao vivo, talvez por suas notas. Ela era uma canção exigente. Linda. O público amou a surpresa e os rapazes ainda mais pelo agrado; Ray era todo sorrisos.

Delicada como sempre, “I Don’t Love You” veio contribuir para aquela setlist que, de longe, já era uma das melhores já tocadas, e proporcionar um pouco de descanso para o gestante que estava beirando os limites da energia naquele show. Frank começava a se preocupar com o marido. Porém, ele permaneceu hidratando-se durante todo o show e quando pulava, não era negligente, dava um ou dois saltos curtos e segurava a barriga como o “pacote” mais precioso do mundo. O chão estava bem seco e assim não possuía risco de queda, e se desse algo errado, um carro preparado estava do lado de fora para levar Gerard ao hospital.

Com uma pausa para recomporem-se, afinal, era sabido que o show estava caminhando para o fim e a exaustão começava a bater, a banda parou para tomar água ou cerveja – quem podia - e organizou-se. Gerard virou-se para falar com James e ser ouvido por Ray e Bob também, e depois veio falar com Mikey e em seguida Frank, o qual o vocalista fez carinho nas costas e perguntou ao pé de seu ouvido:

- Vamos tocar “Untitled/Stay”.

- Okay, tudo bem. – e ele sorriu levemente, Gerard olhando-o, afastou-se para seu lugar no palco.

Feito isso, o My Chemical Romance brindou seu público com uma música nova, sem título mas com título. “Untitled”. Gerard a escreveu pouco depois de saber a gravidez e ele e Frank assumirem o relacionamento entre eles. “Stay right here... Stay with me...”, não poderia ser mais perfeito para o momento. O vocalista mergulhou na performance e no final, sob as palavras de “Stay!”, era como pedir para Frank ficar mais uma vez, como se o guitarrista já não tivesse dito sim por várias vidas. Foi tocante e lindo.

Terminada mais esta canção, pausa para respirar e água, acima de tudo. A próxima música incluiria performance teatral, afinal, não se pode cantar “Mama” sem pensar que está em uma apresentação de cabaré. O vocalista fazia caras e bocas, e no verso “You should have raised a baby girl”, ele passou a mão na barriga, arregalando os olhos de forma bem humorada. Mais uma vez, o público fez sua parte lindamente e Gerard ao final, atuou e a performance terminou com o vocalista pegando na mão de um dos fãs e entrelaçando seus dedos, fingindo choro. Simplesmente excepcional.

Como já era esperado, os acordes de uma das músicas mais conhecidas e aclamadas ressoaram nos ouvidos do público do Maxwell’s e foi impossível a não fusão da banda com a plateia, mais uma vez, eles se tornaram um. “Helena” fez sua parte. Viva e contagiante, emotiva e passional. Gerard ajoelhou-se perante o público que estava na frente do palco e deixou-se ser tocado por eles, sua mão e braço agarrados por várias mãos e, desta vez, até sua barriga recebeu algum carinho; mais alguns segundos e ele levantou-se. Ao terminar a música, os rapazes começaram a se despedir do público. Todos saindo pela mesma lateral que subiram ao palco, menos James, Gerard e Frank.

James começou a dedilhar o teclado enquanto Gerard agradecia ao público com palavras cheias de gratidão e carinho e Frank sentava no chão do palco, vigiando o marido ao microfone e recuperando seu próprio fôlego. Sem mais delongas, “Cancer” era a última canção da noite, fechando com singeleza, calma e emoção um show perfeito e arrebatador.

Sob os fortíssimos aplausos e gritos de “Obrigado”, Gerard saudou o público, despedindo-os. Realmente foi memorável.

 

 

30 de outubro (noite) – Embarque para Munique, Alemanha.

Apenas seis dias depois do hipnótico show no Maxwell’s, o My Chemical Romance embarcou para Munique, na Alemanha, levando mais duas agregadas. Suas fiéis, lindas e vibrantes doutoras. Ninguém a mais engrossou o grupo da viagem, como namoradas e outras esposas. Alicia, na verdade, ficou com a tarefa sagrada de cuidar dos cães de Frank e Gerard e durante estes dias em Munique, a cunhada fica na casa Way-Iero.

Os passageiros se encontraram no aeroporto de Newark e Evelyn e Brian direcionavam todos para o check-in, despacho de malas, instrumentos – com a ajuda de uma parte do staff – e depois ficarem na antessala aguardando o anúncio do vôo.

Nos dias anteriores, Gerard descansou, descansou e descansou mais um pouco. Frank o encheu de mimos e confortos, tais como vários banhos de banheira com essências calmantes e não prejudiciais ao gestante, massagens especiais à luz de velas e incensos, comidinhas favoritas, carinho e muito, muito amor por aquela criatura tão única. Gerard retribuía a tudo com seus melhores sorrisos, carinhos e um “grude” no marido. Feito bicho preguiça, o gestante fixou-se em Frank e, por vezes, mal o deixava tomar banho.

Queria estar todo o tempo com ele, aproveitar estes últimos dias onde era só o casal sem a filha literalmente. Era uma lua de mel pré paternidade. A viagem para Munique seria uma extensão disto. Uma babymoon como foi dito por Joan enquanto eles ainda estavam no aeroporto.

- É uma lua de mel pré parto para os pais curtirem seus últimos momentos só eles dois, afinal, dentro de dias ou poucas semanas, seu filhote deixará o ventre o qual não precisa tomar banho, mamar, fazer xixi e cocô e descobrirá o mundo novo. O casal que só cuidava um do outro, agora, precisa cuidar de um novo ser super dependente, e aí o tempo entre eles encurta, se não tomar cuidado, inexiste.

- Precisa de um equilíbrio. – Gerard disse simples. – Nem sabíamos que isto existia, lua de mel pré parto, e tornou-se real sem querer. Estamos felizes por termos este momento.

- Descanso, equilíbrio para a chegada de Rose são imprescindíveis. – Frank apoiava a mão no queixo.

- Exato. – Vivien concordou. – O bom é trabalhar estes conceitos, esta rotina antes do nascimento. Todos sabem o quanto um recém-nascido é exigente, entretanto, não se pode negligenciar o casal. Eles precisam de atenção, descanso, retomar aos poucos suas atividades e continuar se amando. O momento íntimo precisa ser preservado ainda que em muitos casais seja difícil a retomada do ato.

- Esperamos nos adequar bem quando Rose chegar. Às vezes penso em tanta coisa, que pode ser tão difícil e complicado, e em outras que, putz, é minha filha, saiu daqui, não é possível que eu não vá conseguir lidar e entender. – Gerard gesticulava sua mão tal como de costume quando tenta explicar algo.

- Sim. Eu creio que a gente vai se adaptar aos poucos, ela nos entendendo e nós a ela. Como algo tão bonito pode ser tão complicado? A gente é que complica. – Frank tentava desmistificar os padrões e Joan e Vivien assentiam.

- Acho maravilhoso que tenham esta dinâmica de pensamento, facilitará muito para os papais. E outra, vocês são muito sensíveis e intensos. Quando Rose chegar, ela brindará vocês com muita alegria e satisfação. – Joan disse com ternura.

- Rose é um marco para nós, ela é nossa filha e madrinha! – Frank disse com amor e humor. Gerard beijou-o no rosto.

- Atenção, senhores passageiros com destino a Munique, Alemanha, favor dirigirem-se ao portão de embarque.

- Chegou a hora. – Evelyn sorriu-lhes e levantando-se, impulsionou os outros.

Logo todos estavam na aeronave, devidamente acomodados. Gerard e Frank, lado a lado, entrelaçaram seus dedos e deram um beijo carinhoso, recostando nas poltronas.

 

 

31 de outubro. Chegada em Munique. Aniversário do Frank.

A chegada na cidade alemã foi tranquila e o voo transcorreu sem transtornos. Tanto mecânicos quanto pessoais. Gerard dormiu assim que o chá da noite foi servido, calmante e sem cafeína, e por estarem na primeira classe, as acomodações eram bem mais confortáveis, atendendo às necessidades do gestante. 

As 15 horas e 40 minutos de voo foram divididas em 10 horas de sono para Gerard e as outras 5 horas e 40 minutos de conversa com Frank, Rose, ouvir Frank conversando com Rose e os dois colocando seus fones para revisar uma playlist para sua filha. Além de comerem e se hidratarem, claro. Joan e Vivien checaram Gerard e Rose durante toda a viagem, sendo que conduziu o gestante para algumas caminhadas no corredor do avião para movimentar-se, pequenos exercícios nos pés e, enquanto deitado, que as pernas estivessem elevadas e com meias de compressão. Era feia demais, mas necessária e ali debaixo de uma leve coberta ninguém veria.

Desembarque realizado e todos com suas bagagens em mãos, o grupo foi dividido em táxis seguindo direto para o Hotel que ficava perto do anfiteatro onde seria realizado o EMA. Evelyn e Brian decidiram escolher um hotel perto do anfiteatro à um perto do aeroporto pois, a banda ainda teria de realizar a passagem de som para o evento. Melhor estarem distantes do aeroporto, mas descansados e perto do anfiteatro para a soundcheck e evento.

Enquanto os rapazes seguiam mais contidos e silenciosos, reparando no caminho até o hotel, Joan e Vivien seguiam empolvorosas no seu táxi.

- Ainda não estou acreditando nesta viagem, apesar de ser profissional. – Vivien sorria olhando pela janela. Joan se aproximou dela e a beijou.

- Meio profissional, meio diversão. Férias curtíssimas e merecidas para nós, além de uma suposta lua de mel a qual nos foi negada. – a esposa lhe apontava o dedo.

- Ah, não se pode suprimir ou ignorar a vontade um bebê, meu amor, você sabe. Como a gente poderia prever que Phillip entraria em trabalho de parto duas semanas antes do due date? – Vivien gesticulava demonstrando toda a sua falta de culpa e Joan sorriu.

- Isso é verdade. E que parto lindo! Noah foi um bebê super bravo, ágil, parecia que estava com uma pressa terrível de vir ao mundo. – Joan disse com urgência.

- Como se o mundo fosse acabar. – Vivien riu alto e a esposa acompanhou.

- Eu creio que o parto de Gerard será calmo, ele é uma pessoa muito tranquila. – a obstetra sorriu carinhosa.

- Muito zen, né? Nem parece aquele insano no palco. Vi vários vídeos da banda. – Vivien arregalou os olhos e Joan concordou. – Ele e Frank são duas forças da natureza particularmente sublimes.

- Isso é.  – Joan suspirou. – Me apaixonei por eles, por sua história, desde o primeiro dia. Eles são um casal transcendente.

- Coisa de outras vidas, né? Eu acho. – Vivien balançava a cabeça repetidas vezes em afirmação.

- Não possuo dúvidas.

E com esta última frase, as doutoras se aconchegaram um pouco mais uma na outra e sorriram, trocando mais um beijo amoroso e terno. O táxi seguiu por mais 40 minutos até o hotel.

 

A chegada ao hotel foi calma e o check-in foi ágil, ainda que o local estava cheio por conta do EMA. Era possível ver pessoas com visual muito singular circulando por ali. As bagagens também denunciavam os hóspedes. Assim que assinaram suas entradas, o grupo recebeu as chaves de seus quartos e foram conduzidos ao andar correspondente.

Como a saída de Newark foi por volta das oito da noite, a chegada foi por volta do meio dia, e assim que se acomodaram melhor em seus quartos, tomaram um banho, o almoço foi degustado. Eles procuraram se encontrar no restaurante do hotel, mas Gerard e Frank demoraram um pouco mais para descer por conta do descanso do gestante.

Às 16 horas, eles foram para o anfiteatro realizar a soundcheck e ver como seria a apresentação com o corpo de baile e participantes. O ensaio durou uma hora, mas muito mais harmônico e com as dançarinas e figurantes do que propriamente com Gerard cantando. Enquanto os rapazes passavam somente o som dos instrumentos com as dançarinas, Gerard estava em uma cadeira e ao seu lado, Joan e Vivien. Findo a soundcheck, o retorno ao Hotel foi rápido e um descanso maior e merecido estendeu a todos.

 

Por volta das oito da noite, Gerard já estava mais do que faminto e Frank o apressava um pouco mais para finalizar o banho demorado e se vestir para jantarem. Gerard sorriu ao ver o marido batendo o pé, sentado na beirada da cama.

- Nossas médicas devem estar desmaiando de fome. E eu também. – Gerard ajeitou a calça cinza de algodão, quase um moletom, o tênis All Star preto, esgarçado e uma camiseta do Iron Maiden. – É halloween, meu amor! É seu aniversário! – Gerard abriu os braços para envolver Frank que riu e o agarrou, recebendo o beijo quente e carinhoso do marido.

- AH, pensei que tinha esquecido.

- Jamais, meu anjo, jamais! Tenho um presente. – Gerard sorriu-lhe e seus olhos brilharam na direção do marido.

- AHH! Não precisava, mas já que se incomodou... – ele disse com humor. – O que é?!

- Está com a Eve, ela providenciou para mim. Temos de ir lá no quarto dela pegar.

- Hum. Só espero que a gente chegue lá e não encontre ela e Brian pelados, a porta destrancada... Eles são doidos.

Gerard gargalhou tanto que até perdeu o fôlego.

- Não quero ver isso, nem preciso.

- Para, amor! Vou convulsionar de rir!

- Mas é verdade!

- Agora, para e vem comigo! – Gerard o puxou e ele deu alguns pulinhos.

O casal saiu de seu quarto, trancando-o com o cartão-chave e foi em direção ao quarto de Evelyn. Apenas dois apartamentos depois, lá estavam e apertaram a campainha. Gerard apertou ligeiramente a mão de Frank e ele percebeu o nervosismo do marido.

- Está nervoso?

- Só um pouquinho.

Frank estranhou e ia perguntar a razão, mas ouviu o barulho de trinco ressoar e segurou-se. Evelyn não colocou o rosto para fora e parecia que tudo estava escuro dentro do quarto, apenas ouvia-se sua voz.

- Olá! Feliz halloween! – ela saudava.

- Olá, monstrinha! – Frank cumprimentava e Gerard sorriu.

- Fechem os olhos para a Tia Eve.

- Ih, tá pelada, viada? Vou fechar os olhos mesmo. Te disse, Gee, que ela estava pelada.

Frank fechou os olhos e Evelyn e Gerard colocou as mãos sobre ele.

- Hey, gente, calma.

Andaram mais alguns passos e então Gerard sussurrou no ouvido de Frank:

- Feliz aniversário, meu monstro favorito! Eu te amo!

E retirando a mão sobre os olhos dele, a luz, ou meias luzes, velas negras e vermelhas se fizeram presente junto com uma mini decoração de castelo mal-assombrado, teias de aranha falsas e todos fantasiados para uma justa festa de halloween, e óbvio, aniversário do monstrinho mais amado deles.

- EU. NÃO. ACREDITO! – Frank olhava ao redor e não conseguia classificar a emoção. Virou-se para Gerard e segurou o rosto do marido. – Você é diabólico, meu amor! E eu te amo! Amei a surpresa! – e o beijou com urgência, sob as palmas de todos. – AEW! AEW! – Frank comemorava e começava a receber os cumprimentos de todos.

Conforme se aproximavam, Frank reparava nas fantasias de cada um. Brian pareceu ter “desenterrado” a fantasia de mascote de time do clipe de “I’m Not Okay (I Promise)”, mas sem a cabeça e o rosto bem branco e com olheiras. Já Ray aderiu ao zumbi, Bob era um fantasma (lençol com furos e correntes nos pés), James era um açougueiro bem psicopata e Mikey estava como uma múmia.

No rol feminino, Frank pirou em ver Evelyn trajada de Lily Monstro, Joan como a personagem Barbara e Vivien como Beetlejuice, ambos personagens do filme “Os Fantasmas Se Divertem”! Ele enlouqueceu. Gerard estava mais do que realizado com a face alegre, viva e enérgica do seu pequeno marido monstro.

- CARALHO! Vocês estão demais! Gee do céu, eu amei a surpresa, você é muito foda! – Frank sorria abertamente. – É uma pena não estarmos a caráter... – ele fez um bico engraçado olhando para si e para Gerard.

- Meu pequeno demônio, olha aqui. – Gerard virou-se para Evelyn que lhe trazia uma caixa. O gestante abriu-a e entregou ao marido. – Sua máscara e roupa de monstro de Frankenstein.

Frank sorriu feito criança na manhã de Natal com vários presentes. Halloween era seu Natal.

- Radical! Vou usar hoje, amanhã e vou dar para Rose! – E todos riram.

 Enquanto Gerard o ajudava com a roupa esgarçada e Frank colocava a máscara de monstro sobre a cabeça, Evelyn colocou uma capa negra e com gola alta internamente vermelha, trajando Gerard como Drácula. Logo, os rostos de ambos foram tomados por uma maquiagem branca e levemente com olheiras. O rosto de Frank recebeu ainda uma dose de pó meio verde. Devidamente prontos, a festa começava para valer!

Como primeiro ato, um brinde foi realizado com as taças cristalinas e em seu interior, líquidos vermelhos e verdes, inicialmente.

- Obrigado por esta reunião maravilhosa, meus monstrinhos! Amo vocês do fundo de meu coração negro e verde. – Frank ergueu a taça e sorriu brilhantemente. Aquilo era o melhor presente para Gerard, ver o seu amor surpreendido e feliz. Muito feliz.

O buffet foi aberto e continha várias tortinhas salgadas e doces, bebidas em geral e muito suco de sabores variados. O bolo era verde e parecia costurado. Era o aniversário temático mais perfeito! A trilha sonora não poderia falhar e Evelyn e Gerard trataram de fazer uma playilist macabra com clássicos do rock tocados por Ramones, Misfits, Black Sabbath, Rolling Stones, Iron Maiden... Estava divertidíssimo e logo, os monstros deixaram a vergonha de lado e dançaram malucamente no meio do quarto. Frank olhava para tudo e seu rosto transparecia seu estado de êxtase.

- Muito, muito obrigado, meu amor! É a melhor festa de aniversário até hoje! Sério! – Frank estava com os braços em volta do pescoço de Gerard que lhe sorria e beijava-o curtamente várias vezes.

- De nada! É por pensar neste rosto lindo e nesta felicidade que planejei esta surpresa e pedi a ajuda da Eve e do Brian para ajeitar tudo. Estou tão contente que gostou.

- Eu não gostei. Eu amei! Jamais poderia imaginar! É muito foda, foda de verdade! Te amo!

- Você é super foda, merece tudo! Eu amo você mais ainda!

- Se isso é uma disputa, vamos empatar então. – e o guitarrista riu alto juntamente com Gerard que o abraçou mais, porém a barriga limitava o espaço, que fez Frank trocar de posição e abraçar Gerard pelas costas, depois que eles trocaram mais um beijo super amoroso.

De longe, os olhares carinhosos para o casal eram unânimes e todos contemplavam e suspiravam pela felicidade deles. Era um casal exemplar, modelar.

 

Com o decorrer da comemoração, os rapazes puderam conhecer melhor Joan e Vivien que se mostraram ainda mais simpáticas do que antes. E mostrando um lado desconhecido: despojadas e divertidas. Vivien possuía um humor genuíno e Joan era muito fácil de arrancar um riso. Até Gerard e Frank se surpreenderam de maneira boa. Já Evelyn e Brian continuavam com seu jeito peculiar de “estamos juntos, mas não assumimos nada”. O modo que a advogada e o empresário se olhavam e se tratavam era super terno e leve, completamente diferente daqueles dois trogloditas de meses atrás. O amor realmente estava no ar, só faltava o anúncio oficial, pois de fato eram um casal. Sem dúvidas!

 

A festa avançou muito bem e após o corte do bolo e “parabéns” entoado, todos deixaram baixar a adrenalina e se entregaram a um período de descanso. Meia hora depois, Frank, que estava sentado em uma larga e macia poltrona, Gerard ao seu lado, foi surpreendido pela voz sensual do marido:

- Amor? – Gerard sussurrou no ouvido de Frank.

- Nossa, me deu até arrepio agora. – Frank riu e Gerard abriu o sorriso malicioso.

- Esse é o espírito mesmo. – o gestante disse ao ouvido do marido novamente. – Vamos para o quarto? – Gerard suspirou. – Quero ficar só com você.

Frank virou-se abrindo um sorriso lindo e brilhante, posicionando a mão na nuca do marido e dando-lhe um beijo incandescente. A paixão dos dois era algo escancarado e lindo de se ver. Joan e Vivien estavam cada vez mais encantadas por eles, e agora, por toda a banda como um todo.

- Eu acho que o aniversariante vai ganhar um presente especial do maridão. – Vivien sempre bem humorada arrancava risos de todos e Joan dava-lhe um cutucão. – AI! – ela não escondeu o gesto e todos riram ainda mais.

- Para de ser inconveniente. – a esposa a repreendia. Vivien torcia o nariz.

- Os rapazes são apaixonados, é todo mundo adulto aqui. Aproveitem que está tudo ótimo com este gestante. – ela lhes piscou e Joan girou os olhos, rindo leve a seguir. Vivien aproveitou para agarrá-la e dar-lhe um beijo e todos fizeram bagunça.

- Bom, meus amores, eu amei esta festa surpresa, até porque eu sempre tive meus aniversários nas mesmas datas de shows do My Chem... – ele riu e todos sorriam e assentiam. Joan e Vivien prestavam atenção sobre esta peculiaridade. - E estou ainda mais feliz porque é meu primeiro aniversário que comemoro devidamente casado e à espera da minha filhota, fruto de tudo lindo que existe entre eu e o amor da minha vida, foi radical! Incrível, foda, do caralho! Tudo! – ele continha a animação e deu um suspiro. - Agora devo me retirar com o excelentíssimo senhor meu marido para avançarmos mais uma etapa nesta noite de comemoração. – Frank piscou e levantou-se da poltrona e Gerard juntamente com ele. Os convidados lhe sorriam.

- Gente, foi incrível mesmo. Quando eu falei com a Eve sobre fazer algo legal para o meu marido, eu sabia que seria maravilhoso, mas foi ainda superior. Estou muito contente por ter dado certo e vocês comemorarem com a gente. – Gerard bateu palmas e todos o acompanhou.

Despedindo-se de cada um dos seus bandmates, Evelyn e Brian, Joan e Vivien, Frank e Gerard deram um abraço e beijo em cada um e se retiraram para o quarto. A noite ainda possuía mais uma festa, agora, particular.

 

Ao entrarem no quarto e deixarem apenas a meia luz dos abajures dispostos pelo cômodo, Gerard abraçou Frank pelas costas e o rapaz sorriu, lançando o braço para trás e o apertando mais contra si. Em seguida sentiu os lábios macios de Gerard sobre a pele de seu pescoço e suspirou de desejo, terminando de trancar a porta.

- Ainda tem energia para mais uma festa? Só eu e você? – Gerard disse ao ouvido de Frank e ele sorriu, virando-se de frente para o marido.

- Se você está com energia, imagine eu. – Frank olhou-o e molhou os lábios, erguendo a mão para apoiar na nuca de Gerard e trazê-lo para sua boca.

O beijo foi intenso, provocativo, tal como a mão de ambos por seus corpos. Frank não se continha pela vontade de sentir a pele de Gerard na sua, mas antes de se despirem, o casal seguiu para a cama, devagar e cuidadosamente para não tropeçar.

- Eu quero fazer amor com o meu vampiro. – Frank ajudava Gerard a deitar.

- E eu com o meu monstro favorito. – Gerard olhava-o com desejo, circulando os polegares sobre as bochechas de Frank. – Você está lindo com esta maquiagem.

- Eu adoro te ver assim também, parecendo que tem sangue escorrendo pela boca, a aparência lúdica... – Frank passava a língua no filete vermelho ao lado da boca de Gerard, desenhado por Evelyn que usou um batom cremoso de morango. Gerard tremeu e excitou-se ainda mais.

- Meu Deus... isto vai ser bom demais. – o gestante trazia o rosto de Frank para os lábios e os dois suspiravam de tesão.

Frank distanciou-se só um pouco de Gerard, para ajeitar melhor os travesseiros para as costas do marido e voltou, beijando-lhe com o rosto ao contrário. Gerard o afagava ainda mais forte contra si e ao se distanciarem mais uma vez, ele sorriu.

- Beijo de homem-aranha.

Frank riu ao lembrar da cena do filme e voltou a ficar na frente de Gerard, e agora, com habilidade, abria a calça do marido e depois retirou a roupa esgarçada, a qual Gerard ajudava-o a despir. Frank afastou-se um pouco e desamarrou a capa que Gerard usava e retirava-lhe a camiseta, passou o rosto sobre o peito nu de Gerard que respirou fundo.

Gerard ajudou Frank a livrar-se do restante da fantasia, tal como Frank fez o mesmo com ele, logo estavam livres das muitas peças desnecessárias para este momento. Frank reparou Gerard ajeitar-se melhor entre os travesseiros na cabeceira da cama, deixando um apoio mais confortável para si, e com isto o gestante se posicionava sobre o leito de maneira a decidirem qual posição seria melhor para seu ato de amor. Com uma barriga imensa daquelas, a logística tornava-se um pouco mais elaborada. Porém, nada que atrapalhasse ou retirasse um segundo de desejo e prazer do casal.

Gerard encostava nos travesseiros e ao mesmo tempo, puxava Frank em direção a ele. O rapaz lhe olhava objetivamente e passava seu rosto e ponta do nariz sobre o rosto de Gerard, suas mãos massageando o corpo quente, o membro ereto e latejante. Frank desferia beijos e lambidas pelo corpo de Gerard e fazia-o tremer e gemer ainda mais. Quanto mais excitado, melhor.

O rapaz seguiu com seus atos com mais paixão, ferozmente. Gerard apertava o lençol ao lado, amassando o tecido e abrindo a boca que aos poucos tornava-se seca; o gestante estava mole de desejo. Frank estava cada vez mais satisfeito com aquilo e a excitação lhe percorria o corpo como descarga elétrica. O rapaz afastou-se um pouco e olhou diretamente nos olhos do marido que o agarrou e impôs as pontas dos dedos sobre as costas dele, descendo a mão para massagear o membro de Frank que gemeu leve pelo toque na área sensível e já rígida.

- Às vezes eu acho que vou ter um orgasmo só de você me tocar. – Frank suspirava e Gerard sorriu.

- Eu quase tive agora há pouco – Gerard sussurrava-lhe.

E o gestante foi arrebatado por mais um beijo intenso, Frank e Gerard ofegavam e se agarravam ao ponto de arranharem-se se tivessem unhas para isso. Gerard desviou, momentaneamente, a boca dos lábios de Frank, abrindo-a um pouco e passando-a com seus dentes sobre o pescoço do marido, como se fosse mordê-lo. Frank gemeu mais alto e pediu a permissão mais desejada, não poderia esperar mais, isto foi a gota d’água.

- Posso? Preciso estar dentro de você. – um pedido baixo e gostoso o qual Gerard sorriu em aprovação.

- Por favor. – Gerard puxava-o.

- Me diz se machucar ou sentir qualquer outra coisa, amor.

Gerard apenas assentiu e aguardou pela penetração que não tardou. Frank começou a posicionar-se melhor, devagar e reparando em cada expressão de Gerard. Ele queria extrair todo o prazer do mundo para o marido, mas também tinha de verificar se ele não estava desconfortável. A energia e movimentos do ato poderiam desencadear o parto da filha.

Conforme sentia a pele de Frank debaixo da sua, Gerard suspirava e gemia de prazer, sem dor alguma ou desconforto; só prazer. Sorria de olhos fechados e levemente movimentava seus quadris o qual Frank sentia-se preenchido por satisfação. Mais alguns movimentos e os dois estavam perfeitamente encaixados, prontos a elevarem seus níveis de prazer. Frank se movimentava mas não deixava de passar a mão pelas pernas de Gerard e inclinar-se para dar-lhe mais alguns beijos. Gerard e Frank estavam em êxtase, e agora, de olhos abertos, fixos em suas faces ruborizadas e levemente suadas.

Frank passou o polegar sobre os lábios de Gerard e o marido beijou-o e gemeu longamente enquanto o guitarrista sentia que o prazer absoluto estava mais próximo. Gerard chegou ao seu limite e Frank percebeu, logo foi ouvido o gemido alto e satisfeito dele. Frank não se conteve, derramando-se a seguir. Os dois preenchidos pelo orgasmo, e sobretudo por seu amor.

- Você é a minha vida, Gee! Isto foi demais! Eu te amo muito! – Frank disse com urgência, ainda olhando diretamente nos olhos de Gerard e o beijou em seguida.

- Meu Deus...  Meu anjo, eu te amo demais, é tudo pra mim! – o gestante sorriu e o agarrou um pouco mais. – Você é delicioso!

Após as declarações carinhosas, Frank retirou-se de Gerard e os dois, lado a lado, se abraçavam sobre a cama, suspirando, sentindo o cheiro um do outro, beijando-se mais uma vez, prontos a descansar devidamente.

 

 

01 de novembro. EMA Munique.

Ao chegar no anfiteatro para o EMA, o My Chemical Romance foi direcionado ao tapete vermelho imediatamente. O painel do evento, tal qual os fotógrafos ávidos pelas imagens dos artistas estavam dispostos apenas esperando-os.

Frank ainda respirava os ares da plenitude de sua noite de amor e de sua pequena festa de aniversário, trouxe a máscara de monstro de Frankenstein que ganhou. Ficou como um chapéu em certas captures. Despojado nas vestes tal como Ray, Frank olhava hipnotizado vez ou outra para Gerard que trajava um terno impecável e exibia o rosto mais sublime que ela já havia visto. Hoje com uma tatuagem falsa escrito “Catholic” no pescoço; já era de praxe ver o marido escrevendo palavras ou frases pelo corpo. A gravidez deixou-o ainda mais lindo, ainda que Frank acreditasse que isto poderia não ser possível em outra época, mas estava ali, na sua frente, o amor de sua vida exibindo a beleza que irradiava por carregar a filha dos dois no ventre.

Assim que as fotos foram exaustivamente tiradas, um VJ da MTV Europa veio entrevistar-lhes curtamente. Elogiou-os pelas indicações, parabenizou a banda pelo sucesso estrondoso de The Black Parade e, claro, o casal pela gravidez. Depois disse que havia uma tensão se eles viriam ou não por conta da gestação e Gerard respondeu que eles vieram acompanhados de suas médicas, senão seria impossível. O VJ assentiu e os despediu desejando-lhes sorte na premiação.

Quando eles chegaram ao fim do corredor, prestes a entrar no anfiteatro, Evelyn e Brian efetuaram a divisão do grupo pois, eles deveriam seguir para a área VIP enquanto ela, Brian, Joan e Vivien ficariam na plateia em assentos especiais para o staff dos artistas. Feito isso, os rapazes caminharam por um caminho diverso e, neste intérim, viam vários músicos, produtores, atores, atrizes espalhados por ali.

Neste meio tempo, e próximo de chegar ao lugar deles, Jared Leto extasiou-se ao ver Gerard grávido, ao passo que cumprimentou a todos igualmente, mas deu um forte abraço de parabéns em Frank e em Gerard.

- Você está simplesmente incrível, que grande benção! – o líder do 30 Seconds To Mars lhes dava seu sorriso mais brilhante.

- Muito obrigado, Jared. – Gerard sorriu.

- Eu falo isso pra ele todo dia, a gravidez deixou-o ainda mais radiante. – Frank era um marido apaixonado.

- Não tenho dúvidas. E está se sentindo bem? Creio que esta barriga esteja prestes a explodir. – e todos riram.

- Pois é, estamos vivendo perigosamente. A data do possível nascimento é 20 de novembro. – Gerard disse entortando a boca um pouco mais.

- Meu Senhor Jesus Cristo! Espero que tenha médicos a postos só para você! – Jared levava a mão ao peito.

- Trouxemos as nossas. Senão nem poderíamos estar aqui. – Frank disse simples.

- AH, graças! – Jared levantou a mão ao alto.

A conversa discorreu mais um pouco e depois Frank afastou-se por conta de um chamado de Ray, nisto Gerard e Jared posaram para algumas fotos e o homem de marte beijou Gerard no canto da testa; o que ficou uma foto engraçada. Eles se despediram e Gerard alcançou Frank, dando-lhe a mão e beijando-lhe o rosto. O guitarrista sorriu pelo carinho e o conduziu até onde ficariam. Sentaram-se e aguardaram o início da premiação.

 

O evento avançava e Dave Grohl como o anfitrião da área VIP se aproximou dos rapazes do My Chemical Romance. Ray, Gerard e Frank sorriam e o líder do Foo Fighters vinha na direção de Gerard como se fosse sentar no colo dele.

- Eu tenho de fazer uma pausa agora para estar aqui com os meus amigos do My Chemical Romance. – e ele quase sentou no colo de Gerard.

Todos sorrindo para a câmera, Frank segurando uma caneca imensa de cerveja e Gerard rindo muito. Ray colocou o rosto mais próximo para aparecer também.

 – Não posso sentar no colo do grávido! – ele deu uma leve pausa enquanto os rapazes continuavam a sorrir. – Senhoras e senhores, quero agradecer por me deixarem aqui esta noite... – e Frank pegou um shot de uísque, já direcionando para Dave. - ... me divertir com os meus amigos, pode colocar este shot na minha boca, vamos lá! – olhando para o shot na mão de Ray e Frank aproveitando e tacando o que estava em sua mão na boca de Dave também.

O homem engoliu os dois e deu um grito:

- YEAH, YEAH, YEAAAAAAAAIIIIIHHHHHHHHHHHH!

E o público delirando. Logo em seguida veio a pausa para os comerciais, tempo que os rapazes sairiam da área VIP para chegar ao palco, após uma premiação logo no início do próximo bloco, eles seriam anunciados para sua performance.

Iluminados por uma intensa luz clara no palco imenso e ao lado, na plateia, o clarão vermelho das luzes dos holofotes, o My Chemical Romance dava os primeiros acordes de “Teenagers”, ligeiramente cercados por cheerleaders. Gerard retirou o paletó antes de subir ao palco, Evelyn guardou-o, e estava com as mangas da camisa social branca arregaçadas, o colete estava justo, protegendo a barriga, feito especialmente para a ocasião. Sob as câmeras alemãs, o gestante estava mais lindo e com os olhos mais brilhantes, hipnótico.

A apresentação foi crescendo e no primeiro refrão, o palco recebeu pelas laterais uma horda de adolescentes e jovens que se posicionaram nas pontas do palco, perto de bancos de madeira. A música fluiu tal como no clipe, mas com uma energia mais real. Enquanto a banda dava as notas em sinfonia perfeita, Gerard cantava furiosamente e dava alguns pulos, deixando tanto Frank quanto Joan e Vivien de cabelo em pé. Enfim, a canção terminou e todos puderam aplaudi-los belamente sob uma intensa chuva de papel vermelho picado e a atitude rock n’ roll de Gerard jogando pedestal e microfone no chão.

Missão mais que cumprida.

 

Após a premiação, a banda voltou para a área VIP e Evelyn e Brian para os assentos especiais na plateia junto de Joan e Vivien. O evento seguiu por mais uma hora e Gerard aproveitou para descansar tendo como encosto as costas de Frank, entrelaçando uma de suas mãos a do marido. Embora indicados em três categorias, a banda não levou nenhum prêmio, mas não ficaram tristes. A indicação já era uma coisa sensacional, a performance foi maravilhosa, bem como o carinho de todos, especialmente Jared Leto e Dave Grohl. Foi ótimo estar ali.

O EMA Munique terminou e logo foi pauta de discussão ir ou não para a festa. O combinado foi irem, mas uma vez lá, o tempo de duração seria relativo, todos estavam livres para ficarem o quanto desejassem.

- Nós vamos, mas seria melhor voltarmos logo para o hotel. – Frank pegava na mão de Gerard, acariciando-a.

- Também acho, estou me sentindo cansado. – Gerard suspirou e Frank olhou-o, preocupando-se.

- Só cansado? Está com alguma dor?

- Não, nada alarmante. Cansaço e um pouco de dor nas costas. – ele se reclinou para trás apoiando as mãos na lombar. Frank beijou-lhe o peito e assentiu. Gerard pegou a mão do marido e o puxou levemente:

- Vamos, amor. Assim voltamos mais rápido ao hotel.

E com esta frase, eles se retiraram juntamente com os outros rapazes, Evelyn e Brian, e Joan e Vivien.

 

Já na festa, apesar do ambiente estar lindo e bem animado pelos DJ’s renomados, o desfile interminável de artistas e um ótimo serviço de buffet e bar, ainda mais superior, Frank e Gerard optaram por voltar ao hotel e comer algo em um clima mais tranquilo, em seu quarto. O casal não queria abusar da sorte e desejava seguir o plano completo até o duo date. Rose teria todas as condições para nascer no conforto de seu lar, na orgulhosa cidade de seus pais, Nova Jersey.

Joan e Vivien estavam deslumbradas o suficiente com tudo o que haviam visto e, por esta razão, não ficaram chateadas quando Gerard e Frank decidiram deixar a festa bem cedo. Pelo contrário, as médicas concordaram que o gestante já havia gasto muita energia, devendo passar o máximo de tempo descansado.

Evelyn e Brian ficaram na festa, bem como os rapazes. Dave Grohl seguiu servindo Ray no bar e foi um festival de shots e risos sem parar. Pura loucura!

De volta ao hotel, Gerard e Frank despediram-se de duas doutoras e solicitaram uma refeição leve ao restaurante do hotel, alguns biscoitos amanteigados e chá de pêssego e baunilha. Após um belo banho, a refeição chegou e os dois se fartaram. Finalizaram o jantar tardio com o chá e logo após a rápida escovação nos dentes, se aninharam carinhosamente sobre a cama macia e aconchegante. Dormiram em menos de 5 minutos.

 

 

No dia seguinte, não houve encontros do casal ou doutoras com os outros rapazes, e Evelyn e Brian até que fosse a hora do check out. Neste tempo, Gerard e Frank tiveram a companhia de suas médicas por um passeio em Munique e almoço tranquilo em um restaurante alemão. Para finalizar com chave de ouro, a típica e tradicional torta de maçã alemã, o strudel, serviu-lhes como uma sobremesa muito saborosa.

Ainda sentados nas cadeiras fofas do restaurante, conversando trivialmente sobre a viagem, a premiação e depois em assuntos mais pessoais, o quarteto acabou por cair sobre a hora do parto de Gerard que estava mais perto do que nunca.

- Já pensaram sobre o plano de parto? – Joan questionou com simplicidade. – Onde deseja realiza-lo, quem estará presente...

- Seria legal tratarmos agora. Tudo bem? – Frank olhou-as.

- Claro, sem problemas! – Vivien sorriu e Joan abriu a bolsa, tirando um moleskine para suas anotações.

- Bom, começando pelo começo. Onde desejam o parto? Em sua casa ou no hospital? – Joan estava preparada para anotar.

- Há parto humanizado no hospital? – Gerard questionou.

- Sim. Há casais que preferem assim, se acaso ocorrer algo, já estão dentro do hospital. Mas, isto é variável. Em partos domiciliares a segurança é a mesma, uma ambulância sempre estará de prontidão para o gestante se ocorrer qualquer emergência.

- Fico muito mais aliviado. – Frank suspirou.

- Podem ficar tranquilos. – Joan lhes piscou.

- Bom, doutoras, queremos nossa filha nascendo em casa, de preferência na banheira do nosso quarto. – Frank sorriu.

- Sim, quero ter Rose na água. – a voz de Gerard é leve.

- Excelente, rapazes. - Joan tomava nota.

- Quem estará presente durante todo o rito de trabalho de parto de Gerard? – Vivien olhava-os atentamente.

- Eu, é claro e vocês. – Gerard disse com humor e todos riram.

- Não desejam a participação de mães, pais, avós, tios? – Joan conteve seu riso e perguntou.

- Não. Os avisaremos sobre o início do trabalho de parto, os nossos amigos. Evelyn, com certeza estará lá e será a primeira a chegar. Talvez peçamos para ela monitorar a chegada de nossos pais, parentes e amigos, se vierem. Conversamos sobre o parto com nossos parentes pouco antes do início do chá de Rose. Mas no nosso quarto ou banheiro, até o nascimento e minutos após nascimento de Rose, somente nós quatro aqui. – Frank explicou.

- Okay, meninos. Está anotado. – Joan terminava de escrever.

- Medicamentos, corte do períneo para acelerar a saída da bebê, qualquer intervenção cirúrgica, suponho ser somente em último caso. – Vivien apontava.

- Exatamente, apenas se for algo realmente necessário. Do contrário, deixemos a nossa Rose vir no tempo e jeito dela. – Gerard respondeu.

- Okay, papais. – Joan deu mais um sorriso.

-Bom, acho que por enquanto é só. São pequenos detalhes, mas que fazem grande diferença. Agora, uma pergunta ao Gerard. Como está lidando com as contrações de Braxton-Hicks? – Vivien juntou as mãos e colocou-as embaixo do queixo como um suporte.

- Olha, algumas vezes me assusto, fico aguardando o desconforto passar, a rigidez que se forma no abdômen e se vai doer. Mas, passa, não dói e aí vejo que não é minha Rose querendo nascer de verdade. – Gerard sorriu e passava as mãos em círculos sobre a barriga.

- Sempre pergunto para ele se está tudo bem, se sentir algo é para falar no mesmo instante. Temos caminhado bem até aqui. – Frank olhou rápido para as doutoras e de volta ao marido.

- Vocês são uma bela dupla e esta mocinha é bem educada desde a barriga, acho que não terão trabalho. – Joan pontuava.

- Estamos tão loucos para vê-la! Ver este rostinho lindo, os bracinhos e pernas se agitando. – Gerard entrava em êxtase a cada vez que pensava na filha em seus braços.

- A ansiedade está batendo forte. Mas que ela só venha na hora certa. Aguentamos até aqui, aguentaremos mais um pouco. – Frank continha sua ansiedade.

- Tenho certeza que será uma das experiências mais lindas e extraordinárias de suas vidas. Já é, será ainda mais grandiosa. – Vivien carregava ainda mais a mágica do momento.

- Com certeza! – Joan endossou a afirmação da esposa.

O quarteto ainda conversou aleatoriamente por mais alguns minutos, tomaram mais uma bebida e pediram a conta. Ao chegar no hotel, o passo era deixar a mala pronta, eles embarcariam de volta em um voo noturno tal como foi a ida.

Hora de voltar para casa após uma viagem curta, porém, inesquecível.

Hora de voltar para Jersey.

 

 

10 de novembro. Show acústico 98.7 FM, Penthouse.

Seguindo a reta final da sua jornada de gravidez, após a chegada de Munique, Gerard passou a descansar mais ainda. Frank continuava a ser um marido ainda mais zeloso, prestativo e altamente em alerta para qualquer aviso de chegada de Rose. Agora, estavam a dez dias do duo date dado por Joan e Vivien para o parto. Dez dias exatos. Ela pode vir agora, até o duo date, no duo date e até um pouco depois. Alerta máximo. Caso o parto não ocorresse até o dia 20 de novembro, nesta data, seguindo o cronograma de pré natal, seria mais uma consulta de Gerard com Joan e Vivien.

Assim, os planos de apresentação do My Chemical Romance, show acústico para 98.7 FM, Penthouse, em Nova York, estavam de pé, mas ao menor sinal de Gerard entrar em trabalho de parto, eles cancelariam a performance ou sairiam dela a qualquer momento. A organização assumiu o risco, os fãs também foram notificados disto ao comprarem os ingressos para o show, cujos valores não seriam devolvidos ainda que o evento fosse cancelado. Todos notificados.

Os rapazes chegaram ao prédio sob grande comoção e com a área ligeiramente isolada, auxiliada em segurança pela guarda municipal. Poucos, mas alguns guardas, apenas para manter a ordem já que o prédio se localizava no centro da cidade. Diferentemente de Munique, hoje, todas as namoradas e esposas marcavam presença. Cada rapaz saiu do carro com sua companheira, passando pelo cordão de isolamento na calçada até a entrada do prédio, e Gerard e Frank por último.

Conforme se aproximavam mais dos fãs que ficaram do lado de fora, eles deixavam-se fotografar, davam “Olás” e autógrafos em pôsters e capas de seus álbuns. Esta aproximação garantiu mais votos de felicidade para o casal Iero-Way, “bom parto ou boa hora” para Gerard e ainda alguns presentinhos para Rose. Muito gratos, Gerard e Frank retribuíram com muito carinho este cuidado especial e amoroso dos fãs, desferindo beijos e acenos, os dois entraram no prédio.

 

Passados dez, talvez, quinze minutos após a chegada no terraço, uma pausa para água, chá ou café, os rapazes foram checar o som de seus instrumentos e foram recepcionados por sua plateia eloquente e carinhosa. Gerard acenava-lhes e, vez ou outra, olhava para trás, verificando se tudo estava a contento para a banda. Enquanto isso, tocava uma playlist com música em volume ameno e as garotas dos rapazes da banda se ajeitavam no canto esquerdo da plateia, direito para eles. Evelyn e Brian, igualmente, se ajeitaram no mesmo local.

Tudo no lugar, era a hora de dar início ao pocket show acústico e beneficente. Inicialmente, com as banquetas dispostas para cada um dos rapazes sentarem, e devidamente acomodados, uma mulher conduziria a primeira etapa daquele evento o qual seria de interação da plateia com a banda através de perguntas direcionadas a eles. O Question & Answer - Q&A.

- Primeiramente, eu quero dar as boas-vindas a todos e, nosso super obrigado ao My Chemical Romance que se dispôs a participar desta grande e excelente causa, ainda que sob o risco de cancelamento ou sair daqui correndo por um bebê estar prestes a nascer. – a voz da locutora era animada e firme, todos a olhavam com expectativa e sorrisos sinceros. – Está tudo bem por aí, Gerard? – ela ergueu um pouco as sombracelhas e todos riram.

- Sim, fiquem tranquilos. Tudo certo e calmo por aqui. Creio que nossa filha nos deixará fazer o show. – a voz de Gerard carregava certo humor.

- Estamos muito aliviados com isso, pode acreditar. E super felizes por ouvirmos vocês. – a locutora pausou um momento e discorreu os olhos sobre as fichas em suas mãos. – Temos várias perguntas para vocês nestes primeiros minutos, muitas delas relacionadas à continuidade da turnê, o próximo álbum... casamento, nascimento do bebê. – ela sorriu. – Estão prontos?

- Absolutamente. – Gerard respondeu e todos assentiram.

- Vejamos, primeira pergunta. Este é o último show antes de entrarem em hiatos e licença paternidade, quando está prevista a volta do My Chemical Romance aos palcos?

- Retomaremos a turnê daqui 5 a 6 meses, talvez. Reiniciando a turnê pela Ásia e América do Sul, passando pelo México para gravar o show para nosso DVD e finalizando com um show no Madison Square Garden. – Frank respondeu com sua costumeira mão agitada, sob o olhar dos companheiros em aprovação.

- Sensacional. Este DVD conterá apenas o show do México? Ou possui conteúdo similar ao Life On The Murder Scene? Como será?

- Ele é diferente do Murder Scene. Conterá apenas o show do México, com todas as músicas do The Black Parade ao vivo e o show que gravamos no Maxwell’s algumas semanas atrás, muito intimista. – Gerard disse sério, mas não rígido, coçando a cabeça.

- Okay, será um DVD musical apenas, sem diários ou clipes, making of...

- Exato, apenas os dois shows. – Ray disse simples.

- Sobre o novo álbum, rapazes, já possuem alguma música, o repertório inteiro... ou nada? – a locutora sorriu e todos riram pelo final.

- Temos algumas músicas escritas, mas ainda tem muito trabalho pela frente, está tudo bem cru. Não sei se pensamos direito em um novo álbum sendo que ainda nem terminamos a turnê. Apenas ideias aleatórias. – Frank antecipou-se na resposta.

- É cedo para falar de um novo álbum sem ter finalizado a turnê. Há algumas coisas que pensamos e escrevemos despojadamente, mas somente depois de terminar tudo, passar este período, nós poderemos sentar e realmente trabalhar em algo novo. – Ray complementava a resposta de Frank.

- Certo. Fica difícil dizer se será conceitual ou não, então. É mais uma pergunta dos fãs. – a locutora erguia levemente uma das fichas.

- Sim, não dá para classificar ainda. Mas o álbum virá. – Gerard sorriu-lhes.

- Maravilha! – ela deu uma leve pausa. – Bom, desde que Gerard e Frank assumiram seu relacionamento durante a turnê Projekt Revolution e anunciaram a gravidez, milhares de fãs comemoram esta união, se espelharam nela para também resolver suas questões em torno das opções sexuais. Como vocês se sentem sobre isso?

- Nós ficamos orgulhosos de cada um que toma sua decisão e decide ser livre, viver sua verdadeira identidade sem máscaras. Nossos fãs são bravos e audaciosos. – Gerard respondeu e olhou para a plateia que agitava-se em completa alegria.

- As pessoas devem ser quem são, amar quem desejam, seja homem ou mulher. Precisam ser honestos, primeiramente em seu íntimo e exteriorizar isso. As pessoas podem aceitar ou não, mas no final do dia, quem tem de colocar a cabeça no travesseiro e sentir paz é você. – Frank arrematou e os fãs deliraram ainda mais. – O que eu e Gerard fizemos foi sermos verdadeiros, conosco primeiramente, e nossa filha veio nos dar este empurrão, este último gole de coragem, de sorte.

- É realmente incrível o que vocês disseram, pois esta honestidade e energia tão boa deve ser propagada. As pessoas não podem se esconder ou viver em uma mentira só para não desagradar aos outros, isto é sufocante e cruel. Parabéns pela boa influência. – a locutora congratulava-os.

- Nós é quem agradecemos. – Gerard exibia seu terno sorriso e dava uma olhada carinhosa para Frank que piscou para o marido.

- Bem, rapazes, agora um rumor a ser explicado, validado ou não. – a locutora fez ar de mistério e todos riram. – É verdade que vocês se casaram? Estou reparando que há alianças nas mãos de Gerard e Frank, pessoal.

Sob muitos sorrisos e olhares um para o outro, tanto os rapazes quanto somente o casal Iero-Way, fizeram caretas hilárias e riram com a questão. Eles não tinham motivo para esconder a felicidade e verdade.

- Sim, nós nos casamos. – Gerard ergueu a mão esquerda e apontou a aliança.

- Duas vezes! – Frank gesticulava e todos aplaudiram, rindo ao mesmo tempo. – Como nosso país ainda não pacificou este assunto em termos legais tal como é com casais heterossexuais, nós fizemos um contrato de união estável e recebemos uma benção religiosa por conta da devoção do meu marido, Sr. Way. Foi lindo.

- Então, realmente houve a celebração da união de vocês no backstage da Projekt Revolution após seu último show desta turnê?

- Sim. Nos casamos lá, na arena, e depois em Belleville. Foi único e incrível. Mágico! – Gerard disse com brilho no olhar e veludo na voz. Frank estremeceu de amor mais uma vez por ele.

- Parabéns, rapazes! Creio que é mais do que absoluto os nossos votos de felicidade para o casal, ainda mais formando uma família.

- Nós não poderíamos estar mais felizes. – Gerard finalizou. – Obrigado a todos, de coração!

- Muito obrigado! – Frank agradecia igualmente e os fãs continuavam a festejar.

- Bem, rapazes, agora é hora do show! – a locutora dirigiu-se à plateia. – Senhoras e senhores, é com imensurável prazer e honra que damos à vocês, My Chemical Romance!

Os rapazes ajeitaram-se melhor nas banquetas e pegaram seus instrumentos, dedilhando levemente e Gerard virou-se levemente para Frank e perguntou-lhe “Tudo bem?” e ele respondeu que sim, sorrindo daquele jeito que o gestante tanto amava.

James iniciou os acordes no teclado e logo “Welcome To The Black Parade” foi reconhecida pelo público. Com uma harmonia ainda mais imponente, a canção seguiu como hino até o final. A seguir, de forma melódica e profunda, “The Ghost Of You” ressoou nos ouvidos de todos como a balada carregada de pesar e amor que a envolve.

Pausando para tomar água e respirar um pouco, Gerard olhou para Frank, garantindo que está tudo bem, e assim “I Don’t Love You” pode seguir tranquila e doce. Já em “I’m Not Okay (I Promise), a harmonia e sequência dos vocais de Gerard ao cantá-la ficou tão diferente que nem lembrava sua versão original em nada. A mais diferente de todas até agora.

Antes de iniciar a próxima canção, Gerard deu a dica de qual era:

- Como bom católico, ela é a minha santa de devoção.

E “Our Lady Of Sorrows” veio trazer delírio ao público. A música ganhou uma roupagem sacra, foi como estar em uma Igreja, sendo que os rapazes conduziam os instrumentos como ministros de orquestra e Gerard cantava os versos tal como um padre faz seu sermão. Uma coisa única!

“Famous Last Words” foi um soco no coração. A banda deixou-a ainda mais poderosa e impactante. Na platéia, vários rostos exibiam as lágrimas que lhes escorriam pelas faces, as mãos levantadas ou no peito, direto sobre o coração. Extremamente emocionante.

Servindo seus fãs com um pouco mais do repertório de seu primeiro álbum, “Honey, This Mirror Isn’t Big Enough For The Two Of Us” foi suavizada na harmonia, mas não nos vocais. Gerard cantou forte e os fãs pareciam dividir o microfone com ele. Já em “Vampires Will Never Hurt You”, a banda deixou-a sombria e ainda mais lúdica. Se fechasse os olhos, com certeza iria sentir-se em meio uma horda de vampiros prontos a sugar-lhe o sangue. Era como uma história completa em uma só música.

Fechando a setlist com seu mimo particular, “Helena” foi performada de forma honrosa e amorosa, como uma verdadeira homenagem. Neste momento, os fãs, que percebiam ser o final, ficaram de pé e cantaram suave e docemente.

- Foi um prazer imenso estar com vocês! Fiquem bem e a salvo! Muito obrigado! – Gerard bateu palmas.

Toda a banda pôs-se de pé e curvou-se perante à audiência que os ovacionava emocionada. O My Chemical Romance fechou com louvor sua trajetória até ali.

Imponentes, únicos e maravilhosos.

 

 

17 de novembro.

Sete dias se passaram desde o último show da jornada do My Chemical Romance em sua turnê do The Black Parade. Agora, as férias eram oficiais e mais nenhum compromisso havia para a banda, seja shows, entrevistas, sessão de fotos, participação em eventos. Cada um seguia sua vida de forma mais leve, tranquila e com o merecido descanso dos justos.

Gerard e Frank aguardavam Rose. Cada dia parecia ser a espera interminável pela real presença de sua filha e ela continuava tranquila na barriga do pai. Como ainda estavam sob a programação normal, por assim dizer, na data para o parto, o casal procurou aproveitar seus momentos a sós mais plenamente e com muita paz. Seria necessário guardar muita energia e equilíbrio para o que estava por vir.

Já que a tranquilidade pairava sobre a casa Way-Iero, Gerard e Frank marcaram um almoço especial para suas famílias. Uma comemoração por tudo o que viviam até aquele momento e trazer ainda mais boas vibrações para a chegada de Rose. Com os pais de cada um, Mikey e Alicia, vovô Iero e Evelyn, o almoço seguiu sem interrupções e com muita alegria.

À tarde, Gerard pediu licença para deitar-se um pouco, já que estava com bastante dores nas costas e sentia repuxões ao redor da barriga, mas nada doloroso. Só parecia que a pele se esticava mais. Frank perguntou se realmente estava tudo bem e o marido garantiu que sim, que qualquer coisa, gritava. Frank riu e disse que achava bom mesmo, deu-lhe um beijo e deixou Gerard acomodado na cama. O gestante sentiu-se mais cansado, fechou os olhos mas demorou a cochilar. Não estava muito confortável.

 

Após a ida de todos para suas casas, Frank subiu até o quarto e verificou como Gerard estava e o gestante olhou-o assim que ele entrou no quarto.

- Desculpa, amor, não queria te acordar. – Frank lamentou e aproximou-se dele.

- Não acordou, eu tô meio sem posição aqui.

- Está com dor? Não conseguiu descansar?  - o guitarrista preocupou-se.

- Não, não é dor, só não consigo achar uma posição e relaxar de verdade. Estou com dor de barriga também, acho que comi algo que não me fez bem.

- Hum, mas não havia nada de diferente no almoço... Bom, vamos tomar um banho, então. Depois te faço massagem, preparo algo bem levinho para você comer. – Frank passava os dedos sobre o rosto alvo de Gerard.

- O que seria de mim sem você? – Gerard erguia a mão para acariciar o rosto do marido.

- Hum, difícil dizer... – eles riram e Frank aproximou-se dos lábios de Gerard, beijou-o carinhosamente, suspirando a seguir. – Eu te amo.

- Te amo demais, meu anjo.

Frank sorriu e o ajudou a levantar, seguindo em direção ao banheiro.

 

 

18 de novembro – Madrugada.

Gerard remexeu-se na cama e, de lado, apoiou a mão na barriga. A cólica que sentiu na ponta do ventre, forte, fez o gestante despertar. Ele ofegou um pouco e ainda com a cabeça recostada nos travesseiros, respirou fundo. Virou-se um pouco e viu Frank dormindo tranquilo, respirou profundamente mais uma vez e virou-se à posição inicial, pronto a deixar a cama.

Ergueu o tronco com cuidado e devagar, colocou pés e pernas para fora da cama, sentando-se. Arqueou um pouco a coluna apoiando a mão entre seu quadril e suas costelas, depois massageou a barriga com movimentos circulares. Gerard levantou-se, foi até o banheiro e fez xixi, como de costume, mas permaneceu sentado no vaso, tentando compreender aquela sensação de dor que demorou por volta de 25 a 30 segundos para passar, vindo o alívio para Gerard que inspirava e respirava pausadamente, concentrando-se em acalmar-se.

O gestante continuou sentado ali, ainda estava sonolento e confuso por causa da cólica e pegou um pedaço de papel para ver se havia expelido alguma secreção ou sangue, mas nada viu de diferente. Ele permaneceu recostado na caixa do vaso, movimentos circulares na barriga e após um tempo que não conseguiu contar, mas suficiente para que a dor retornasse, os segundos foram eternos pela intensidade. Ele fechou os olhos e concentrou-se na respiração mais uma vez. Passado o desconforto, Gerard não teve dúvidas.

- Eu acho que você vai chegar, Rose.

Ele sorriu, levantando-se devagar e indo em direção à cama. Frank precisava saber que a filha deles estava vindo ao mundo e já havia escolhido o dia.

Hoje.

 O capítulo 20 terminou ;) #VEMROSE

 


Notas Finais


AGORA É A HORA! ELA ESTÁ CHEGANDO!!!
Gostaram, amores?! Me digam tudo o que está passando por estas lindas cabecinhas! **___**
Tia Mary tentará não demorar muito, mas guenta firme que valerá a pena. Será único!!
MUITO OBRIGADA POR TODO AMOR, CARINHO E PACIÊNCIA, MEUS AMORES! AMO-VOS!!! MIL BEIJOOOOOS E INTÉ MAIS!!! <3 <3 <3


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