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História A Kiss Before She Goes - Capítulo Vinte e Um - La Vie En Rose


Escrita por: MaryAnnSGWay

Notas do Autor


RÉÉÉÉLLOOOOOUUUUU!
CHEGOU O GRANDE DIA!!! CHEGOU, AMORES!!! Respirem fundo e vão, não vou enrolar vocês um só segundo!!
Espero que se emocionem com a jornada ^^ E MUITO AMOR AO MAIS NOVO FAVORITO: IeroWayJoseph! <3 <3 <3
BOA LEITURA, BEIJOOOOOOOOOS, nos falamos nas notas finais :D AMO VOCÊS!!!

Capítulo 21 - Capítulo Vinte e Um - La Vie En Rose


Fanfic / Fanfiction A Kiss Before She Goes - Capítulo Vinte e Um - La Vie En Rose

A Kiss Before She Goes

Capítulo 21 – La Vie En Rose

 

Gerard aproximou-se do marido e, delicadamente, passou a mão pelo braço dele. Frank resmungou um pouco e virou-se na direção de Gerard, um pouco desnorteado pelo despertamento, mas não assustado.

- O que foi, Gee? Você está bem? – ele franziu a testa.

- Meu anjo, eu... eu acho que a Rose está chegando.

- Chegando? – Frank pareceu receber um choque. – Oh, meu Deus! O que você está sentindo?! Está com muita dor? Ai, Deus... Eu vou ligar para a Joan agora! – e ele pulou da cama antes que Gerard pudesse impedi-lo.

- Amor, calma. Ela não está para despencar da minha barriga não. Calma. – Gerard sentou na cama e respirou fundo, segurando a barriga com uma das mãos. Frank se aproximou e o acariciou. Gerard sorriu de olhos fechados com o carinho. – Eu estou bem, tá doendo um pouco, acordei com uma cólica forte bem no pé da barriga e reparei que a dor intensa possuía duração, ela começa a se tornar regular, diferente das outras que sentia.

- A de treinamento? – Frank pegou o celular.

- Sim. Vou começar a prestar mais atenção nisso. – Gerard ajeitava-se mais na cama. Frank se aproximou.

- Me diz o que eu faço para você se sentir melhor agora. – os olhos do marido eram piedosos e Gerard acariciou a face dele.

- Fica aqui comigo. Me ajuda a chegar até o meio da cama, fica atrás de mim e faz massagem nas minhas costas enquanto eu me concentro em respirar e medir a intensidade da dor e intervalo. Me ajuda? Depois você liga para a Joan. – Gerard estava calmo.

- Claro que ajudo, meu amor. Eu... não acredito que nossa garotinha está vindo. – Frank se emocionava.

- Está, meu anjo. Logo, veremos o rostinho dela e ela, o nosso. – Gerard beijou-lhe e Frank o abraçou. – Te amo.

- Te amo muito!

Frank pegou os travesseiros que estavam na cabeceira e colocou-os no meio da cama, Gerard ajoelhou-se, inclinando o corpo a apoiar-se juntamente com os braços sobre os travesseiros. A seguir, Frank começou a massageá-lo na região lombar e Gerard relaxou um pouco mais.

- Está se sentindo melhor? – Frank continuava a massagem.

- Sim, dá um alívio, mas sei que não passará até ela nascer, estou prevenido disso. – Gerard sorriu e Frank o beijou nas costas. – Não estou com medo.

- Que bom, meu amor. Que eu consiga te ajudar bem a passar por isso. – ele disse com preocupação.

- Já está ajudando, meu anjo. Maravilhoso desde que conversei contigo na sala do apartamento da Eve e confirmei a gravidez.

- Nossa. Parece tanto tempo já, uma era! E olha só, agora é que estamos no cume do monte. – Frank riu e Gerard acompanhou, a massagem não parava.

- Ao mesmo tempo passou rápido e devagar. Rápido por estarmos no grande dia e parecer que foi ontem que soube da existência dela, devagar porque a ansiedade é enorme para vê-la, sentir o cheirinho. – Gerard apoiava a cabeça no travesseiro e sorria.

- Mal posso esperar. – Frank se acalmava mais.

A massagem continuou por mais uns minutos e veio nova contração.

- Hum, tá vindo a dor de novo. – Gerard fechou os olhos e Frank o olhou. – Marca aí no relógio quantos segundos até eu dizer que passou. – ele comprimiu os olhos com mais força e respirou fundo.

- Okay, okay. – Frank olhava para o ponteiro do relógio como nunca olhou antes.

Aos poucos, Gerard foi relaxando mais pelo fim da contração, avisando Frank do término.

- Uh, passou. – ele suspirou.

- Okay, durou 20 segundos, Gee. E agora são 04:45 da manhã.

- Vamos anotar isso, amor. E esperar pela próxima, aí ligamos para Joan e relatamos para ela.

- Sim, já peguei o bloco de notas aqui na gaveta do criado. – Frank se esticou todo para alcançar o móvel e voltava à posição original, fazendo a anotação. – Pronto! Vou continuar a massagem e assim que a próxima vir, anoto de novo e aciono Joan e Vivien.

- Sim, meu anjo. – Gerard fechou os olhos, estava com muito sono.

Frank continuou massageando as costas e quadris de Gerard e passado mais um tempo, a nova contração veio lhe visitar, no momento em que o gestante estava mais relaxado e sentia conforto. Cronometrado e marcado, Frank anotou a duração de 20 segundos novamente e o horário de 05:15 da manhã.

- Agora, vou ligar para Joan. – Frank pegou o celular e Gerard assentiu com a cabeça. Apertou o botão para discagem direta e não mais que dois toques a médica o atendeu. – Alô, Joan? Desculpe o horário. Bom dia.

- Olá Frank, bom dia! Não tem problema. O que houve?

- Gerard acordou com uma cólica muito forte, e agora está com contrações que duram 20 segundos mais ou menos e intervalos de 30 minutos.

- Certo. Primeiro, parabéns por monitorar isso e por estar prestes a receber a filha de vocês. Rose está a caminho, Gerard realmente está na fase um do trabalho de parto.

- Ai, Deus. Tô nervoso, ansioso, preocupado... – ele riu nervoso e Gerard tentou acariciar a perna do marido que estava próxima a ele.

- Não fique, vocês já fizeram o essencial neste primeiro momento. As contrações estão bem regulares, este é o trabalho para dilatação do colo do útero, abrir passagem para a bebê passar.

- Certo.

- Elas começam um pouco longínquas, Gerard já deve ter sentido algumas mais distantes, agora elas estão mais curtas pois o corpo acelera o processo. Este tempo vai estreitar ainda mais, 15, 10, 5 minutos e a duração da contração será maior com 40, 60 e até 90 segundos.

- Okay, okay. Eu só quero saber o que posso fazer para ele se sentir um pouco confortável.

- Neste momento, faça massagens no Gerard, que ele inspire e expire profundamente, ele pode caminhar também, subir e descer as escadas porque ajuda a bebê para posicionar-se melhor para sair. Caso deseje, ele pode tomar um banho quente e tentar deitar virando-se para o lado esquerdo pois facilita a oxigenação do bebê e diminui a dor. Tentar armazenar energia e descanso agora, para facilitar depois. São rituais normais. Continue cronometrando as contrações. – Joan fez uma pausa. – Sabe me dizer se ele já expeliu o “tampão mucoso”? É uma secreção gelatinosa e pode vir acompanhado com um pouco de sangue, é mais um sinal do trabalho de parto latente.

- Um minuto e eu pergunto para ele. – Frank aproximou-se mais de Gerard. – Gee, Joan está perguntando se saiu alguma secreção gelatinosa.

- Eu não sei dizer... Fui algumas vezes no banheiro antes de dormir, continuava com aquela dor de barriga que te falei, aí, não reparei. Nem dava, né. Se saiu algo, misturou tudo no vaso.

- Okay. – Frank voltou a falar com Joan. – Joan, o Gerard estava com uma dor de barriga que começou ontem à tarde, fim da tarde, como ele foi algumas vezes ao banheiro por conta disso, então não pode dizer se saiu.

- Está certo, Frank. Por vezes, e inicialmente, muitos gestantes sentem dores e logo o intestino responde. Muitos confundem as contrações com apenas uma dor de barriga, é normal. Pela cronometragem das contrações, ele deve ter expelido, e com esta informação, posso dizer que entre a expulsão do tampão e a primeira contração do Gerard, talvez tenha passado dez horas. Eu e Vivien vamos nos arrumar para irmos para aí, não se preocupe. Vai nos mandando mensagens, okay?

- Pode deixar! Muito obrigado, Joan! Venham o mais rápido que puderem.

- Fica calmo, está tudo certo e dentro do plano natural. Procurem seguir as instruções que lhe dei. Tente fazê-lo comer algo como frutas e cereais, tomar bastante líquido, está bem?

- Sim, eu entendi, farei isso. E vou tentar me acalmar.

A médica riu levemente e ele também, despediram-se e desligaram. Frank relatou melhor a conversa com a médica e suas instruções e Gerard quis tomar banho para relaxar e tentar descansar mais um pouco, afinal, sabia que a jornada dali em diante seria árdua. Frank o ajudou durante o banho, fazendo-lhe massagem e dando carinho. Trabalho de parto em processo natural seguindo bem.

Após o banho, Gerard deitou-se do lado esquerdo e Frank continuou a massageá-lo até que o gestante fechou os olhos, descansando. Frank abraçou o marido e lhe acariciou a barriga.

- Rose, papai Frank aqui. Estamos ansiosos para ver você, gatinha. Será uma grande jornada hoje. Espero que você não sofra neste percurso, nem seu papai Gerard. Pelo menos, não mais do que necessário, afinal a dor é inevitável. Te amo, vem, minha linda, vem que a gente já não aguenta mais de ansiedade para te segurar. – Frank emocionou-se e beijou a barriga do amado. Sentiu o movimento da filha e Gerard mexeu-se rápido, mas não abriu os olhos, estava muito feliz pelas palavras de Frank e sentia-se mais forte.

Antes que o guitarrista aproveitasse para descansar um pouco também, ele desceu rapidamente até a cozinha e preparou uma garrafa de água e copo para levar ao quarto. Sob os olhares confusos e curiosos de seus filhos caninos, estranhando a movimentação do dono, Frank decidiu coloca-los na parte de trás da casa, um grande e confortável espaço para os cães. Ajeitou-os o mais rápido que conseguiu e voltou ao quarto, Gerard repousava.

 

 

O período das cinco da manhã até às seis foi bastante desconfortável para Gerard. Apesar de não sentir tanta dor, pois ainda estava um nível mais suportável, ele continuava a não achar uma posição adequada para o corpo. Desta forma, resolveu levantar e Frank, como escudeiro fiel, pôs-se ao seu lado, ajudando-o a sair da cama, andar e descer as escadas até o andar inferior.

Enquanto Frank foi até a cozinha para arrumar o café, Gerard andava devagar de um lado a outro na sala de estar, balbuciando as notas de uma canção, inspirando e expirando profundamente. Frank olhava-o vez ou outra e não pôde deixar de sorrir por, finalmente, estar prestes a conhecer a filha. A partir de hoje, Rose, que estava “sob o domínio” de Gerard por assim dizer, sairia para o mundo, para todos, para ele.

Gerard respirou fundo ao sentir a nova contração vindo e segurou a barriga, sentando no sofá com as pernas afastadas, coluna curvada, respiração profunda. Frank veio rapidamente vê-lo.

- Tudo bem, meu amor? – o guitarrista perguntou.

- Só mais uma contração. – Gerard disse baixo.

- Okay. – Frank afagava-lhe as costas, fazendo movimentos circulares com a mão e então, Gerard ergueu a cabeça e o olhou. – Passou?

- Sim, esta foi um pouco mais dolorida, mas nada insuportável.

- Saiba que, se você achar que ficará pesado demais durante a jornada, não pense duas vezes em me falar. Eu te apoiarei no que for necessário, você ainda é um herói, um super humano para mim. Por favor, não sofra mais do que é necessário por causa de orgulho ou vergonha. De ter achado que aguentava e viu que não dava. Você ainda será o meu orgulho sempre, meu amor. – Frank beijou-o nos lábios e Gerard abraçou-lhe.

- Ah, eu te amo tanto, Frank. Exatamente por ser esta pessoa foda que você é. – Gerard era quem o beijava agora. – Eu falarei, meu anjo. Se ficar muito pesado, eu falo sim. Mas está tudo sob controle.

- Nós vamos ter nossa garota hoje. Estou feliz demais.

- Eu também, muito!

- Bom, você precisa se alimentar. Acha que consegue comer?

- Sim, acho que a dor não me tirou o apetite. – Gerard riu e Frank acompanhou.

O casal seguiu para a mesa da copa e, lentamente, Gerard conseguiu comer uma porção de salada de frutas e tomar um copo de suco. Frank tomava seu café e monitorava o marido que continuava a padecer com as contrações de 30 em 30 minutos.

Durante este tempo, Frank enviou mensagens para Joan e disse-lhe que o trabalho de parto de Gerard corria bem e tranquilo; o marido estava lidando de forma excelente com as contrações. Feito assim, Joan o notificou que em mais ou menos duas horas, ela e Vivien chegariam na casa Way-Iero, a menos que algo urgente acontecesse antes. Frank estava mais calmo e então aceitou bem o aviso da médica.

Neste ínterim, eles deixaram a mesa do café da manhã e os papais ligaram para suas famílias e avisaram sobre o início do trabalho de parto de Gerard. Apesar do choque inicial, ambos os pais receberam a notícia e demonstraram felicidade. Perguntaram se o gestante estava com muita dor e Frank os tranquilizou dizendo que Gerard poderia ser um mestre zen budista e não um católico apostólico romano, o que fez o gestante gargalhar.

Antes de finalizar a ligação, Frank garantiu que tudo estava sob controle, suas doutoras estavam à caminho e Gerard exibia tranquilidade. Tanto os Ways quanto os Ieros confirmaram a vinda e chegariam perto da hora do almoço. Finalizado este comunicado, era hora de avisar Evelyn.

- Amor, eu acho melhor avisar a Eve quando Joan e Vivien já estiverem aqui, e nossas famílias também. – Gerard pontuou.

- Por quê, Gee? – Frank não entendeu.

- Meu anjo, você sabe que ela vai enlouquecer com a notícia, vai sair de pijama e desgrenhada de casa. Ao menos, se isto acontecer e ela chegar histérica aqui, tem mais gente conosco e para acalmá-la.

- Isso é. – Frank riu e apertou o celular em sua mão. – Quando eles chegarem, eu aviso a Pimentinha. – ele suspirou. – Bem, vou mandar mensagens para os caras. Nossos companheiros precisam saber que nossa garota está vindo.

Gerard sorriu, assentiu para o marido que iniciava o dedilhar nas teclas do celular, e sentou com as pernas afastadas na beirada do sofá. Olhos fechados, balbuciando notas musicais, respirando como lhe foi orientado. Frank enviou a mensagem para os múltiplos destinatários e observou seu amado por alguns minutos. Logo, viu a face de Gerard mudar um pouquinho, discretamente, anunciando a chegada de nova contração. Esta veio um pouco mais cedo do que as outras. Em 27 minutos e durou 25 segundos.

- O tempo diminuiu um pouco, Gee. – Frank anotou no bloco e Gerard assentiu.

- Mas está tudo bem, Frankie, estou bem.

Frank sorriu e massageou as costas do marido.

 

Às oito e meia da manhã, Gerard sentia-se um pouco mais dolorido a cada passagem de contração. Elas diminuíram um pouco mais: de 27 para 24 minutos e 28 segundos de duração. Suas costas doíam mais e o peso no baixo ventre parecia ser maior. O gestante sentia a expansão do corpo formando-se para que sua filha, na hora dela, pudesse passar e ver a luz do mundo exterior, ver as faces ansiosas de seus pais corujas que já não aguentavam mais pela espera.

- Frankie? – Gerard chamou o marido e ele imediatamente o olhou.

- Fala, meu amor.

- Acho que vou tentar subir e ficar na cama. Sentado aqui não está mais legal.

- Okay. Posso voltar a fazer aquela mensagem na qual você se debruçou sobre os travesseiros.

- Acho que me deixará um pouco aliviado mesmo, vamos lá.

Com cuidado e apoiado ao corpo de Frank, Gerard seguiu até o quarto. A face do gestante era serena. Frank continuava abismado pela postura plena do marido. Toda aquela yoga e meditação realmente havia injetado o equilíbrio ideal no gestante.

Já no quarto, Frank arrumou os travesseiros sobre o meio da cama e Gerard debruçou-se sobre eles tal como na madrugada. Frank impôs seus dedos sobre a lombar e quadris do marido e massageou ponderadamente.

- Nossa, que alívio. – Gerard até sorriu e Frank ficou ainda mais contente.

- Que bom, meu lindo. Que bom!

A massagem seguiu e Gerard voltou a inspirar e expirar profundamente e compassado.

 

Mais uma hora passou e conforme as contrações mostravam suas oscilações em diminuir tempo e aumentar a intensidade da dor, Joan e Vivien chegaram para aliviar a tensão que começava a bater em Frank. Estar sozinho com Gerard começava a deixa-lo nervoso por ver que o sofrimento de seu marido aumentava e ele tencionava, se caso Gerard exprimisse muito mais dor.

- Estou tão feliz em ver vocês! – Frank atendeu a porta com a velocidade de um raio.

- Bom dia, papai! Fica calmo, tudo está sob controle. Onde está nosso gestante? – Vivien dava um abraço leve em Frank, seguida por Joan.

- Bom dia, Frank. Chegou o grande dia! – a doutora lhe sorria.

- Bom dia, minhas queridas. Chegou! Gerard está lá no quarto. Eu estava fazendo massagem nele.

- Maravilha. Podemos subir? – Joan pediu permissão e Frank fechou a porta imediatamente e iniciou a condução das médicas até a suíte do casal, auxiliando-as com suas bolsas enormes.

- Por favor, claro! – ele dava passos apressados e elas o seguia.

Ao entrar no quarto, Joan e Vivien viram Gerard sobre a cama, olhos fechados, concentrado. Frank sorriu e então, o gestante abriu os olhos e esboçou um sorriso delicado para as doutoras.

- Olá, Joan e Vivien. Rose está vindo de verdade. – ele disse leve.

- Estamos vendo, Gerard. Tudo bem? Como está indo? – Joan o olhava com atenção e deixava a bolsa ao lado do criado-mudo, Vivien imitou a esposa e Frank igualmente.

- Acredito que bem. As contrações estão ficando cada vez com intervalos menores e intensidade maior, mas estou suportando bem. Sinto muita pressão na minha pélvis e isto estava me deixando mais desconfortável. Porém, a massagem e esta posição ajudou bastante, sem contar que a vontade de conhecer a minha filha é maior do que qualquer dor. – e as palavras de Gerard deixaram Frank emocionado.

- Isto é ótimo, Gerard. A dor é inevitável, mas há meios de não fazê-la ser a personagem principal, por assim dizer. E esta pressão na pélvis é a sua bolsa que ainda não rompeu. Assim que estourar, sentirá um alívio a mais. – Vivien lhes sorria. – Você e Rose são nossos astros maiores. Tem muito amor envolvido aqui, por isso, ao lado do seu marido, tudo continuará a ser uma experiência natural e mágica.

- Eu não tenho dúvidas. – Gerard sorriu-lhes.

- Ele é a pessoa mais formidável e corajosa que já conheci. Eu tenho o marido mais foda do mundo, doutoras! O maior! – Frank abraçou Gerard e o beijou com amor em sua testa, sob os olhares ternos e sorrisos sinceros de Joan e Vivien.

- Com certeza ele é! – Joan disse com energia e lançou mão de sua grande bolsa, juntamente com Vivien. – Bem, meninos, é hora de fazer algumas checagens, okay?

Eles assentiram e as doutoras posicionaram o gestante sobre a cama de modo a examiná-lo.

 

Após alguns minutos, Joan e Vivien iniciam a checagem de Gerard e de Rose, passando para o casal todas as informações conforme segue o rito:

- Papais, primeiramente, vamos verificar pressão e coração do Gerard, depois a dilatação, e a seguir, ouvir aquele doce som do coraçãozinho de sua filhinha. – Joan disse e, juntamente com Vivien, se preparava para aferir pressão e auscultar o coração de Gerard, bem como, a médica alçava o aparelho Doppler fetal portátil para verificar Rose.

A pressão e coração de Gerard estavam extremamente satisfatórias, assim como o som alto e claro do coração de Rose. Como a bolsa ainda não havia estourado, a bebê ainda não havia descido para o canal do parto, mas isto aconteceria assim que houvesse o rompimento. Em seguida, Joan efetuou o exame para verificar a dilatação de Gerard.

Tirando rapidamente a calça de tecido leve com a ajuda do marido, Gerard tentou relaxar enquanto Joan colocava luvas e passava um pouco de lubrificante na ponta do dedo, a doutora certificou que o gestante já estava com 4 centímetros, significando que tudo seguia maravilhosamente bem. Com sorte, não muitas horas além, e Gerard estaria dilatado em 10 centímetros. Rose pronta para vir ao mundo.

 

Por volta das dez e meia da manhã, as contrações passaram para 20 em 20 minutos e intensidade de 30 segundos. O desassossego se torna maior para o gestante que, apesar de estar absolutamente em processo normal, começa a sofrer mais pelos espasmos recebidos em todo o corpo.

Frank e Vivien seguem lhe dando apoio e carinho, bem como massageando-o, conversando com ele, enquanto Joan deixa todo o aparato médico à disposição. Com isso, a médica pergunta:

- Queridos, após o nascimento, quem dará o primeiro banho e fará a primeira troca de roupas em Rose?

- Eu gostaria muito de fazer isso, Joan, mas confesso que não sei como. Me ajudando, eu faço com certeza e Gee pode descansar um pouquinho antes de ter nossa filha nos braços novamente. – Frank disse simples, olhando para trás já que Gerard estava com os braços envoltos no pescoço do marido e Vivien lhe massageava a lombar.

- Pode deixar que te instruo. Depois só precisamos deixar tudo separado para este momento. Os itens de higiene e roupas da Rose. – a doutora pontuou.

- Ah, sim. Na verdade, está separado. Os itens de higiene estão sobre a cômoda-trocador e a roupa também. Eu e meu marido estávamos ansiosos demais e arrumamos isto todos os dias, mudando roupa a cada dia até decidir pela qual realmente queríamos. – e o guitarrista riu, Gerard acompanhou.

- Foi difícil escolher, mas enfim chegamos a um veredito. – Gerard expunha antes de se enrijecer perante a próxima contração.

- Respira, meu amor, respira. Eu tô aqui. – Frank lhe confortava e Gerard apertava mais os braços ao marido.

- Você está indo muito bem, Gerard. Muito bem. – Vivien seguia com a massagem e movimentando os quadris do gestante de um lado a outro.

Gerard ofegou um pouco, piscou várias vezes e quando voltou a olhar para Frank, suspirou como alívio.

- Tudo bem? – o guitarrista perguntou.

- Sim. Eu te amo, sabia?

- Que bom, porque eu te amo muito e cada dia mais. – Frank o beijou carinhosamente e Gerard deitou a cabeça no ombro do marido. Nada mais era necessário.

 

Passada meia hora, as famílias Way e Iero tocaram juntas a campainha da casa. Ao ressoar do barulho de sinos, Gerard e Frank tinham certeza que eram seus parentes e Gerard pediu um favor para sua obstetra.

- Joan, por gentileza, atenda a porta para nós. Devem ser meus pais, meu irmão e cunhada e os pais do Frank e avô. Não quero sair dessa posição aqui. – ele dizia abraçado a Frank e agora, sentado em uma cadeira, curvando-se um pouco para que Vivien não cessasse os movimentos em suas costas e quadris.

- Claro que sim, Gerard. Já volto. – Joan parou de súbito e eles a olharam. – Devo trazê-los aqui ou prefere descer depois?

- Eu descerei. – ele lhe sorriu fraco antes que o corpo mergulhasse na nova contração. – Deus do céu...

- Calma, meu amor, calma. – Frank afagava-lhe os cabelos e passava seu rosto ao dele.

Gerard tremeu pelo espasmo violento e sentiu as forças lhe deixarem por alguns segundos. Ele estava mole e a exaustão começava a lhe bater. Mas não queria perder o foco mesmo diante da dor excruciante. Respirou profundamente e abraçou o marido com a força que tinha.

- Ai, que Nossa Senhora das Dores me ajude, Frankie. – a voz saiu baixa e ofegante.

- Já disse que, se quiser, tudo isso para e vamos para um hospital. Você toma um sedativo e... – Frank foi interrompido pelos lábios rápidos de Gerard.

- Não... – ele cessou o beijo urgente. – Nossa filha vai nascer naturalmente, mesmo que eu tenha de ficar 3 dias assim.

- Pelo amor de Deus, Gee... Três dias e eu que estarei parindo aqui junto com você. Minhas vísceras! – Frank demonstrava preocupação e humor. Vivien riu pelo comentário do guitarrista.

Com mais alguns minutos passados, Gerard sentiu-se pronto para levantar e descer até o andar inferior e ver seus parentes. Com a ajuda de Frank e Vivien, o gestante ergueu-se da cadeira e apoiou-se no ombro do marido. Dava passos lentos, inspirando e expirando profundamente, Vivien seguia na frente, olhando-o.

- Estou com uma aparência muito péssima? – Gerard entortou a boca e Frank sorriu.

- Você está dando à luz, meu amor. Sua aparência está ótima. Mal vi caretas em sua face, pelo amor de Deus. Você é foda, Gerard Way!

- Elogio assim vale, Vivien? – Gerard perguntou bem humorado e Frank riu.

- Olha, apesar de ser suspeito, porque ele é seu zeloso e amado marido, vale sim. Você está maravilhoso, Gerard. Será um parto que, eu e Joan, faremos dele um exemplo para outros casais.

- Ahhh, que bom!

Com mais alguns passos, eles chegaram na sala e os olhos atentos dos parentes se voltaram para o casal, porém os pais de Gerard e Frank, Donald e Sr.Iero, e o vovô não estavam presentes.

- Bom dia, gente. Rose está chegando de verdade! – Gerard esboçou um sorriso e Donna logo o abraçou. Frank abriu espaço para a sogra.

- Gerard, meu filho. Você realmente está bem? A doutora disse que sim, mas... – e Gerard interrompeu a aflita mãe.

- Mãe, estou ótimo. Não é nenhum passeio no parque, tô sofrendo, tá doendo pra caralho, mas é minha filha vindo ao mundo. Eu já sabia que seria assim. Fica calma, só eu posso ficar desesperado aqui, o que não é o caso. – Gerard arrancou um sorriso de alívio de todos. – Cadê meu pai e o pai e avô de Frank? – ele estranhou a ausência juntamente com o marido.

- Eles estão a caminho, já nos avisaram.  – Linda sorriu para o genro. – Eu trouxe algumas frutas. Seria bom fazermos um chá de maracujá para Gerard e salada de frutas também.

- Eu agradeço, sogra. Apesar de que eu acho que há frutas aí, porém não para todos. E maracujá não tem. – Gerard apoiou-se em Frank e direcionou o olhar para o sofá. O marido entendeu e começou a puxá-lo levemente na direção do móvel.  - Bom, creio que conheceram nossa obstetra, Dra. Joan, e esta é nossa doula e sua esposa, Dra. Vivien.

- Sim, muito simpáticas por sinal, e agradeço demais por todo o cuidado com meu filho e minha neta. – Donna lhes sorria.

- A recíproca é verdadeira. – Joan disse contente e Vivien assentiu.

- Tudo fluindo bastante bem. Gerard é um guerreiro zen e católico devoto, dando-lhe um super poder nos planos astrais. – Frank brincava e o ar se tornava ainda mais leve.

Era justo que todos estivessem preocupados com o gestante em trabalho de parto em casa, sem interferências medicinais, sedativos, aparato hospitalar. Era novo para eles e é a primeira filha do casal, primeira sobrinha, neta e bisneta. A ansiedade e preocupação multiplicam-se por mil.

- Bom, enquanto cada um dá um abraço gostoso, muito carinho para meu marido agora... – Frank vira-se para Gerard. – Vou ligar para a Eve. Chegou a hora de comunicar a Pimentinha.

- Sim, avise-a. – Gerard beijou Frank com carinho e deixou o marido se afastar para fazer a ligação.

O gestante foi cercado pelos parentes e sob a vigilância de Joan e Vivien.

 

Frank foi até a cozinha e apertou o número de discagem direta para Evelyn. Não mais que dois toques foram necessários para que a moça atendesse.

- Oi, monstrinho. – ela disse com voz firme.

- Olá, bom dia, Pimentinha. Tudo bem?

- Sim, tudo ótimo. Gerard está dando à luz? – a voz dela permanece firme e Frank meio que congela antes de responder. – Frankie?

- Oi. É isso mesmo! Como é que você sabe? Eu...er... Sabia que pessoas assim eram queimadas vivas na fogueira uns séculos atrás? – ele disse com humor e ela riu.

- Sabia! Mas até parece que iam me pegar. – Evelyn se gabava e Frank gargalhou. – Tô indo pra aí! Tô no carro!

- Mas mulher... Como...

- Shhh, Iero. Eu tô chegando, vou ligar para o Brian porque tô nervosa e seria legal ele estar aí também.

- Hummm...

- Para de viadagem! Segura firme o Gerard aí, fala pra Rose esperar a Tia Eve chegar!

- Ah, minha filha vai chegar a hora que ela quiser, então, trate de se apressar. Só não mate ninguém pelo caminho.

- Mais dez minutos e tô aí! Beijo, tchau! – e desligou não dando margem para Frank dizer nada. Ele somente riu e balançou a cabeça.

Evelyn era uma figura única. Exageradamente única.

 

Voltando para a sala de estar, Frank encontrou Vivien dando suporte para Gerard que iniciava mais uma contração. Sob os olhares aflitos da mãe e sogra, o guitarrista viu o marido enrijecer-se e fechar os olhos, abrindo e fechando a boca em uma respiração compassada, longa e profunda. Apressou seus passos para junto dele e afagou-lhe as costas e cabelo.

- Tô aqui, amor, respira fundo. Tô aqui, você é maravilhoso, viu.

Gerard deu um suspiro alto e seus olhos estavam dilatados, imediatamente ele se virou para Frank e o abraçou. O marido lhe retribuiu o carinho com muitos beijos no rosto.

- Acho que está na hora de fazer aquele chá de maracujá em doses cavalares para todos, Linda. Vamos, eu te ajudo.

As duas mães foram para a cozinha e assim, Mikey e Alicia puderam, enfim, se aproximarem do casal.

- Gerard, está tudo preparado para o parto? Quer que faça, providencie algo? – Alicia olhava com atenção para o cunhado.

- Está tudo arrumado, Ali, obrigado. Eu e Frank deixamos tudo preparado. – Gerard sorriu fraco após iniciar a recuperação da contração.

- Não quer que compremos nada? Ir a algum lugar? – Mikey questionava baixo como se o som de sua voz pudesse incomodar ou trazer mais dor ao irmão.

- Olha, acho que precisarão encomendar comida para todos. – Frank pareceu lembrar de algo. – Temos itens aqui em casa, mas fazer almoço agora não me é uma boa ideia. Acho que o cheiro de muita comida poderia enjoar o Gerard. Até agora ele conseguiu comer e está tomando água, mas é bom não abusar.

- Não querendo me meter, mas necessariamente opinando, acho uma boa ideia não mexer com aromas. – Vivien disse com cautela e carinho. – Gerard está indo muito bem, mas as dores ainda vão piorar. Alguns gestantes não conseguem nem beber água, vomitam. Espero que ele não padeça assim, porém é melhor acautelarmos.

- Exatamente. Ele está segurando firme as contrações e conseguiu tomar café da manhã. Ainda precisa de muita energia pela frente e só a alimentação e hidratação poderá dar este suporte para ele. – Joan endossou a opinião da esposa.

- Se as doutoras falaram, está falado. – Gerard pronunciava-se. – Mikey e Alicia providenciem a encomenda do nosso almoço e jantar em algum restaurante bem caseiro ou italiano. Em Belleville tem muitos.

- Sim, nós conhecemos alguns. Pode deixar, vamos atrás disso e logo voltaremos. – Alicia sorriu e já puxando Mikey, o casal deixou a casa Way-Iero.

Frank e Gerard entreolharam-se e o menor deu um beijo na testa do maior. Joan e Vivien sugeriram que o gestante pudesse andar um pouco na ala externa da casa, e foi nesse momento que Gerard, como desperto de algo, lembrou-se:

- Nossos cachorros!

- Fica calmo, de manhã já os deixei na área coberta dos fundos. Professor Buckley, Mama foram os primeiros, Peppers, Sinatra, Bela em seguida, Houdini, Daisy, Texas deram um pouco mais de trabalho e, por fim, pensei em deixar Sweet Pea dentro de casa, porém, como a movimentação seria enorme, isto iria estressar nossa pequena jurássica. – Frank riu. – Por isso tratei de colocar a galera para acampar. Estão todos bem, com água e ração, caminhas, brinquedos. Vou pedir para nossas mães ficarem de olho neles. Fica tranquilo, amor. Só se preocupa em trazer a nossa filha para gente. – e Frank deu um beijo nos lábios de Gerard que, ao se distanciarem, acariciou a face do amado.

- Você é foda! Somos uma bela dupla!

- A melhor! Desculpem doutoras. – Frank e Gerard riram. Joan e Vivien acompanharam.

- Vocês são o melhor casal gay masculino, eu e Joan somos as melhores no feminino. – Vivien lhes piscou.

- E Eve e Brian são o melhor hetero! – Frank comemorava e todos riram.

- Aqueles dois são lindinhos mesmo. Estão há muito tempo juntos? – Joan iniciava mais uma aferição de pressão e auscultar o coração de Gerard e Rose. – Continue bem relaxado, Gerard.

- Eles não assumiram nada ainda publicamente, mas tá na cara. Liguei pra ela e a viada disse que ligaria para Brian vir pra cá porque ela estava muito nervosa. – Frank balançava a cabeça.

- Para mim já é mais do que certo. – Gerard disse leve.

- São um belo casal. – e a seguir, mais uma vez o som maravilhoso do coração de Rose ressoava e todos sorriam. – Perfeito, tudo correto, rapazes. Se quiserem, podem ir para o jardim.

Com cuidado, Frank e Vivien ajudaram Gerard a levantar-se, mas antes que eles caminhassem muito, Donna e Linda os interceptam.

- O chá está pronto. – Donna comunicou e entregou uma caneca na mão de Frank. – Ajude-o a beber. – e o genro assentiu.

- Vou tomando devagar lá fora, vou caminhar um pouco ao ar livre. – Gerard disse simples.

- Só não demore, Gee. Não acho bom ficar lá fora pois esfriou bastante, aqui está aquecido e aconchegante. – Linda pontuou.

- Será rápido, mãe, só para ele tomar um ar. – Frank continuou a caminhar com Gerard. – Joan e Vivien fiquem aqui, tomem chá ou café, a mesa ainda está posta. Mãe, Donna, por favor, acompanhem nossas doutoras enquanto fico com Gerard.

Prontamente, as mães se colocaram ao lado das médicas guiando-as até a mesa ainda arrumada na copa para que pudessem se alimentar, descansar um pouco.

 

Do lado de fora, Frank estava de mãos dadas com Gerard e, por incrível que pareça, não estava nervoso. Parece que Joan e Vivien realmente o havia acalmado.

- Eu estava com muito medo disso tudo. – e a declaração pega Gerard de surpresa.

- Sério?

- Sim, você não?

- Eu estava muito nervoso, mas não queria transparecer, amor. Por isso, em cada meditação focalizava toda esta tensão para ser dissipada. Eu precisava ficar calmo, assim todos ficariam.

- Mas você não pode botar este peso nas suas costas, Gee. Pensar em todos, agora é hora de pensar só em você e na nossa filha.

- Eu penso, meu anjo. Foi antes que pensei em todo mundo. Hoje, eu só penso na nossa Rose.

- Ah, tá. – Frank suspirou e passou a mão na barriga de Gerard. Rose se movimentava naquele momento. – Ela está agitada?

- Não, os movimentos são para se encaixar, eu acho. Tá diferente hoje. Ela sabe o que está fazendo.

- Nossa garota!

- Nossa garota!

O casal seguiu caminhando por mais alguns minutos até que, Gerard foi surpreendido por mais uma contração, que veio um pouco mais cedo e o fez agarrar-se ao pescoço de Frank. Os segundos pareceram mais do que poderiam imaginar e assim que passou, os dois foram tirados daquele momento por uma Evelyn assustada.

- Mas o que é que você tá fazendo aqui fora, homem de Deus!? Parindo uma criança no jardim?!

O riso foi instantâneo por parte do casal e a amiga nada entendia.

- Isso é sério! Você tá bem, Gee?

- Estou sim, Eve. Foram Joan e Vivien que nos instruiu a dar umas voltas aqui fora. Assim Rose se ajeita melhor para sair.

- Ai, meu Deus. Tá doendo muito?

- Dói pra caralho, não dá pra descrever, mas estou focado e tentando não me concentrar na dor.

- Jesus! Posso imaginar que está bem hard core mesmo, meu amigo.

- Bom, vamos entrar porque a contração diminuiu o tempo mais uma vez e Joan e Vivien terão de verificar a dilatação de Gerard. – Frank dava um beijo no rosto de Evelyn e ela lhe retribuía. A seguir, a moça beijou Gerard e sua barriga.

- Vamos entrar ou Rose já nasce com resfriado, Deus me livre! – e arrancou risos dos dois.

Os três foram para dentro da casa devagar, Gerard que até esqueceu do chá na mão de Frank, o tomava agora.

 

 

Gerard já apresentava contrações de 15 em 15 minutos e 35 segundos de duração, o processo seguia rápido aos olhos de Joan e Vivien, mas para o gestante e Frank ainda parecia ser bem longínquo.

- Para uma primeira gravidez, Gerard avança muito bem. Por vezes, há gestantes que passam dois dias ou até três em trabalho de parto.

- Deus nos livre! Já tá bom o suficiente estas horas de suplício. – Frank arregalava os olhos.

- Bom... – Joan olhava para sua moleskine aberta. – Gerard começou a sentir desconforto na tarde de ontem, teve a dor de barriga e com isso o tampão pode ter saído neste momento, sentiu a primeira contração por volta das quatro da manhã, okay?

- Mais ou menos isso, Joan. – Frank respondeu.

- Okay. Agora passa das 11 da manhã. Ele está em trabalho de parto há pelo menos 7 horas.

- Nossa! - o guitarrista se surpreendia, não se deu conta das horas passadas.

- Eu desejo examiná-lo mais uma vez para ver a dilatação.

- Vamos para o quarto, me sinto mais confortável lá. – Gerard olhou para Frank. – Só quero que Eve suba conosco.

- Tem certeza? E sua mãe e sogra? – Vivien questionou.

- Não, só a Eve. Eu e Frank precisamos conversar com ela.

- Tudo bem, vou avisá-la e já volto.

Na cozinha, todos direcionaram seus olhares para Vivien assim que a doula entrou no cômodo.

- Vamos subir com Gerard para o quarto para examiná-lo melhor e verificar a dilatação. – todos lhe assentiam. – E o casal pediu para Evelyn acompanha-los pois precisam falar com ela.

Evelyn saltou da banqueta e nem perguntou nada, seguindo Vivien até a sala onde Frank e Joan ajudavam Gerard a levantar-se do sofá.

- Vamos? – Vivien chamava-os.

- Quer ajuda em algo, Gee? – Evelyn se colocava na frente do gestante.

- Joan pode deixar, a Eve me dá apoio até o quarto. Pode subir com Vivien. –Gerard disse com carinho.

- Claro que sim.

Evelyn deixou Gerard colocar o braço direito sobre o ombro dela enquanto Frank estava no lado oposto. Com passos curtos, respirando profundamente, o gestante subia degrau por degrau a escada que era mediana.

- Só mais um pouquinho, Gee. – Eve olhava para ele e o gestante assentia.

- Vou abrir a porta e ajeitar os travesseiros para que ele se deite. – Vivien dava a instrução e Joan entrava com ela, prontas a deixar a cama preparada.

Rapidamente as doutoras arrumaram o leito e Gerard sentou-se na beirada da cama, seguindo devagar para o meio e com a ajuda de todos, colocar seus pés e pernas sobre a cama e relaxar suas costas entre os travesseiros.

- Ai, Jesus... – ele suspirou, e tanto Evelyn quanto Frank entortaram a boca por vê-lo tão frágil e forte perante àquela dor.

- Logo vai passar, meu querido. Vai passar. – Eve beijou a testa dele e Frank sorriu.

- E quando passar, Rose estará aqui. – o guitarrista fazia todos sorrirem.

- Muito bem dito, Frank. Bom, garotada, preciso pedir para que Gerard dobre as pernas para mim, apoiando os pés sobre a cama e afaste-as um pouco para que eu possa fazer o exame físico novamente. – Joan sentava na cama e ajeitava as luvas cirúrgicas nas mãos, Vivien a vigiava e auxiliava com o lubrificante e uma fralda adulta posta logo abaixo das nádegas de Gerard, caso a bolsa se rompa ou qualquer outro líquido ou secreção seja expelida e não suje diretamente os lençóis da cama.

- Relaxe bem, Gerard, será mais fácil e rápido. – Vivien lhe sorria e Evelyn e Frank se dispunham um em cada lado da cama, segurando a mão do gestante e encostando metade do rosto ao dele em apoio e carinho.

- Vamos lá. Talvez doa um pouco pois você está com contrações mais perto uma da outra e bem mais intensas, por isso, respira fundo e só recebe este carinho gostoso do seu marido e da sua amiga. – Joan era um poço de simpatia e calmaria.

Sob o olhar assertivo de Gerard e o relaxamento entre os travesseiros, Joan sentiu a permissão final do gestante para examiná-lo. Seguindo o rito habitual, com um pouco de lubrificante na ponta dos dedos protegidos pela luva, a médica explorou suavemente a entrada de Gerard que contraiu um pouco com o incômodo e dor. Tudo estava ainda mais sensível. Mais alguns segundos e a doutora obteve as informações necessárias, aliviando a tensão e dor do gestante.

- Devo felicita-lo, Gerard. Já estamos com 6 centímetros de dilatação.

- Que ótimo! – Gerard olhou em comemoração para Frank. – Agora só faltam 4 centímetros.

- Isso mesmo. – Vivien sorriu-lhes e ajudou a esposa a livrar-se das luvas, jogando-as no lixo. – Que belo progresso.

- Nossa, estou aliviada com isso, muito mesmo. Imaginei um desespero, gritaria e muito sangue. Minha visão de parto é caótica! – Evelyn olhava-os e todos riram.

- Não, não, Evelyn. Isso é para plots de filmes e séries, livros, talvez. Na vida real não deve ser assim, e em muitos casos não é. Aquele caos é ignorância, falta de informação e nervosismo desmedido. – Joan explicava.

- Mesmo em uma situação emergencial, Joan? – a moça questionou.

- Sim. Ainda que fosse uma situação de risco, emergência, sempre há um processo a seguir. Por óbvio não podemos controlar as emoções humanas, mas podemos diminuí-las. A hora do parto é uma hora de alegria, é a chegada de um presente vivo que se espera por meses. Deve ser calmo, celebrado e não com correria e gritaria.

- Isso é, acho um horror aquelas cenas, aquele escândalo. Eu, hein! – Evelyn se voltava para Gerard e beijava a mão do gestante.

- Deus sabe a dor que é, mas estou muito feliz por receber minha filha. Eu e Frank estamos. Tenho certeza de que no segundo seguinte que vermos seu rosto, eu não lembrarei de um minuto desta dor. – Gerard disse sereno.

- Eu não possuo dúvidas. – Frank beijou a testa do marido.

- Estou com sede. – Gerard olhou rápido nos criados-mudos e nada viu.

- Eu pego água pra você. – Evelyn já levantava e ele a segurou, fazendo-a estranhar a reação.

- O que foi?

- Peço gentilmente que Joan e Vivien pegue água e suco, chá para nós. Por favor, minhas doutoras? – a voz doce e melódica do gestante fazia as duas mulheres sorrirem.

- É óbvio que sim. E salada de fruta ou alguma outra coisa, pois o senhor precisa comer. – Vivien apontou-lhe o dedo divertidamente.

- Muito obrigado, minhas queridas. – Frank agradeceu e em poucos segundos as doutoras estavam fora do quarto.

- Que é isso, meus amores? Vocês querem falar algo muito sério comigo? – Evelyn franziu o cenho.

- Sim, é isso mesmo, Eve. – Frank olhou-a.

- Nós precisamos te dizer algo muito importante e.... – Gerard sentiu os músculos contraírem para mais uma contração.

- Contração? – Evelyn preocupou-se e afagou-lhe os cabelos enquanto Frank sussurrava palavras de amor no ouvido do marido.

Gerard fechou os olhos com força e apertou as mãos de Evelyn e Frank, os segundos seguiram sob gemidos dolorosos do gestante, mas nenhum grito. Gerard arqueou-se um pouco dos travesseiros e esticou as pernas que ainda estavam dobradas. Respirou fundo e abriu os olhos com alívio, sob a atenção da amiga e do marido.

- Ufa... mais uma, passou. – ele dizia um pouco fraco, mas calmo.

- Meu Deus, você é realmente um mestre de controle. Eu quero isso pra minha vida, Gerard Way, quero este poder! – Evelyn o fazia sorrir e ele a beijava na mão.

- Eu disse, ele é foda demais, mega guerreiro! – Frank era puro orgulho do marido.

- Nunca tive dúvidas do poder deste vampiro. – Evelyn piscou e ambos riram. – Bom, mas não me deixem mais nervosa do que já estou. O que tem para me falarem?

Sob o olhar atento de Evelyn, tal qual uma criança que aguarda a revelação de um segredo, Gerard e Frank entreolharam-se e Frank iniciou:

- Bem, nós conversamos sobre algo e decidimos que só há uma pessoa no mundo a qual sabemos que amará Rose tão incondicionalmente quanto nós.

- Eu, é claro! – ela disse cantando e eles riram. – Mal posso esperar para segurar, cuidar desta pessoinha, sufocar com meu amor.

- Com esta certeza absoluta é que eu e Frank decidimos te fazer um convite. – Gerard olhava-a e corrigiu-se. – Convite não, intimação.

- Não aceitamos não como resposta. – Frank disse firme.

- Nossa, gente, fala logo!

- Queremos que seja madrinha da Rose. O que significa que ela será sua filha também. – Gerard terminou a frase, Frank olhou-o sorrindo e Evelyn levou a mão à boca.

- Madrinha? – ela questiona incrédula.

- Sim, monstrinha. Ninguém além de nós ou na nossa ausência poderá cuidar e amar Rose melhor do que você. – Frank acariciou a mão de Evelyn.

- Gente, eu... eu... nossa! Que foda isso! Meu coração tá explodindo aqui. – ela coloca a mão no peito e respira fundo.

- Não me vai morrer agora, Eve. – Frank apertou a mão dela e Gerard levantou o braço na direção do rosto dela, apontando os dedos para acaricia-la na face.

- Diga que sim, minha Pimentinha. Sim? Nós te amamos muito e Rose não pode ter madrinha melhor.

- Sim... – ela disse saindo do torpor. – SIM! – e vibrou. – Sim, sim, eu quero, eu sou! Sou madrinha de Rose! – e abraçou-os com muita emoção.

- AEW! – Frank e Gerard disseram alto e a beijaram.

- Meu Deus, eu amei este convite, este acontecimento. Estou muito feliz! – os olhos dela estavam marejados. – Eu amo vocês, esta pessoinha aqui só vai deixar tudo ainda mais mágico. Eu amo vocês demais, para sempre!

E jogou-se, com cuidado sobre Gerard e Frank. O abraço foi ainda mais emocionante. Em um dia tão especial, Rose não só conheceria seus pais, mas a sua “monstrinha” madrinha.

 

Passa do meio dia e Gerard não aguenta ficar na cama, seu desconforto é tremendo e ele vira de um lado a outro tentando sentir menos impacto das contrações que diminuíram para 13 em 13 minutos. Com a ajuda de Frank e Evelyn, ele levantou da cama e por algum tempo ficou de cócoras, respirando e expirando profundamente, costas apoiadas na beirada da cama e mãos e braços esticados atados às mãos de Frank enquanto Evelyn massageava as costas do amigo.

Joan e Vivien deixaram o gestante à vontade para aliviar suas dores e quando Gerard sentiu-se mais aliviado, ele levantou-se com a ajuda do marido e de Evelyn e as médicas procederam novamente a aferição de sua pressão e auscultou seu coração e de Rose. Tudo certo, as doutoras pediram para ele descer, tanto para andar um pouco e ajudar ainda mais a bebê a posicionar-se no canal do parto, quanto para almoçar, nem que fosse um pouquinho.

- Consegue descer, meu amor? – Frank preocupou-se.

- Sim. Só espero que antes que a próxima contração me abata. – Gerard disse com cansaço.

- Tem certeza que você consegue descer? Quer ficar aqui e trazemos algo para você? – Evelyn olhava no fundo dos olhos de Gerard. – O quarto de vocês é grande e ainda tem a sacada, dá pra andar legal, não dá, Joan, Vivien? – ela virou o rosto para as médicas.

- Se Gerard preferir, sem problemas. Ele é quem manda, o que for mais confortável para ele. – Vivien respondeu com carisma.

- Então... – o gestante suspirou. – Prefiro ficar aqui. – ele olhou para todos. – Frankie, fique aqui enquanto a Eve desce e pega algo para mim.

- Claro que sim, amor.

- Mas quero que Joan e Vivien desçam e comam sossegadas. Se algo ocorrer, pode ter certeza que a Eve vai gritar. – Gerard disse com humor e a moça mostrou-lhe a língua, fazendo todos rirem.

- Pode deixar, vamos repor nossas energias e quando voltarmos, essa dilatação já estará em 8 centímetros, se Deus quiser! – Vivien piscava-lhes.

- Venham, doutoras maravilhosas. – Evelyn as chamava e Joan e Vivien as seguia porta afora.

Sozinhos no quarto, Gerard e Frank se abraçaram e o gestante agarrou-se um pouco mais ao corpo do marido, mesmo com a protuberante barriga, Gerard queria sentir o envolvimento dos braços do marido, seu cheiro e seus lábios. O beijo foi carinhoso e com uma intensidade diferente. A emoção latente de estar em um momento único.

Ao afastar seus lábios de Frank, Gerard deitou a cabeça no ombro dele e respirou fundo, Frank continuou a acariciar as costas do marido e beijar-lhe no rosto e ombro.

 

Na mesa da copa, Donna e Linda dispunham as vasilhas com a variedade de comida italiana a qual Mikey e Alicia trouxeram: bruschetta al pomodoro, risoto com tomate e vegetais crocantes, sopa Minestrone, nhoques ao sugo e aos quatro queijos, spaguetti à carbonara e amatricciana; de sobremesa, o tradicional tiramisu e as cannolis talianas. Mais uma boa leva de comida foi direcionado para a geladeira e congelador, incluindo lasanhas e pizzas, para mais tarde e dia seguinte.

Mesa pronta e posta, as mães subiriam para avisar o quinteto no quarto, mas não foi necessário. Os passos de Joan, Vivien e Evelyn ecoaram no assoalho de madeira e chamaram a atenção das senhoras.

- Onde estão Gerard e Frank? – Donna adiantou-se.

- Eles estão no quarto. Gerard prefere ficar lá. Vou levar algo para ele comer. – Evelyn respondeu e olhou para o menu em cima da mesa. – Joan e Vivien, por favor, me ajudem a escolher a melhor refeição para ele neste momento.

- Claro, Evelyn. – Joan olhava atenta e Vivien a acompanhava. – Creio que a sopa Minestrone está ótima. Bastante legumes, leve e nutritiva. Leve mais suco e água para ele também.

- Perfeito! – Evelyn alçou a mão para pegar um bowl e colocar uma pequena porção para Gerard enquanto Donna e Linda separavam mais água e suco.

- Vou pegar uma bandeja para você levar tudo, Eve. – Linda olhou-a e ela assentiu.

- Pronto, tudo certo. – Evelyn dispôs a sopa no bowl e separou talher e copo. Foi o necessário para Linda voltar com a bandeja. – Obrigada, mãe Iero, vou subir e levar para o meu barrigudinho e pedir para o Frank descer.

- Apesar de eu achar difícil aquele baixinho se separar do marido bem agora. – Linda sorriu e todos a acompanharam.

- Pode até ser, mas ele precisa comer também. Enquanto isso, Joan e Vivien comam à vontade e em paz. Se Rose der um empurrão monstro, eu grito ensandecida para vocês subirem. – Evelyn piscou e fez todos rirem.

Sob a ajuda e simpatia das matriarcas Way e Iero, e a singeleza de Mikey e Alicia, Joan e Vivien se serviam das delícias dispostas, iniciando um almoço tranquilo. Evelyn subiu as escadas com cuidado, dispondo com equilíbrio o que colocou na bandeja. Perto da porta do quarto, ajeitou a bandeja mais perto do peito e girou a maçaneta.

- Mocinhos, aqui está a refeição do nosso barrigudinho que logo, logo não será mais barrigudinho.

Frank e Gerard sorriram perante a leveza de Evelyn e mais uma vez a sua disposição em deixá-los bem e confortáveis.

- Muito obrigado, Eve. – Gerard estava de joelhos no chão e com os cotovelos apoiados sobre a cama, Frank ao seu lado.

- Agora, o papai Frank desce e vai comer enquanto fico aqui com Gee. E isto não possui discussão, quanto mais rápido você descer e comer, mais rápido volta para o seu marido. – Evelyn foi categórica e estava certa. Frank não levaria mais do que 5 minutos para engolir um pouco de risoto ou nhoque, ou somente alguns pedaços de bruschetta.

- Cinco minutos e volto. Antes da próxima contração estarei aqui, amor. – Frank plantou um beijo no topo da cabeça de Gerard e ele assentiu, saindo rapidamente do quarto.

- Bom, agora somos nós, Sr. Way. – Evelyn colocou a bandeja sobre a cama e Gerard reparou no bowl.

- A última contração foi tão forte que me deixou ligeiramente enjoado. – ele a olhou. – O que é exatamente isso? Sopa de quê?

- Sopa Minestrone. Mik e Ali compraram todo o menu do restaurante italiano e trouxeram para cá. – Evelyn sorriu e Gerard riu ligeiramente, respirando fundo em seguida. - Bem, vou te ensinar minha técnica para dissipar enjoos porque você precisa comer um pouquinho e beber todo este suco.

- Não sei, Eve... – Gerard fez uma careta e massageou a barriga em movimentos circulares. – O cheiro até que tá bom, mas... não sei se consigo engolir.

- Vamos lá, vou te ajudar a levantar, você sentará na beirada da cama e abaixará a cabeça até onde conseguir, inspirando e expirando profundamente, soltando o ar devagar. Quando eu pedir, você levantará a cabeça bem devagar. – Evelyn auxiliou Gerard a sentar na cama e conforme ela ditou, foi feito. – Okay, muito bem. Cabeça levantando devagar, bem devagar, respira.

Gerard seguiu todas as instruções e até o calafrio que havia sentido dissipou.

- Nossa, Frank tinha razão, você é boa nesta técnica mesmo. – ele a olhou com alívio.

- Que bom, meu vampiro, que bom.

- Eu te amo, Eve. – Gerard beijou a mão dela.

- Eu também te amo, Gee. E vou amar mais ainda se comer todo o conteúdo deste pequeno bowl.

- Prometo me esforçar. – ele sorriu. – Agora me ajuda a ficar de joelhos de novo porque eu não consigo ficar sentado, nem deitado e está vindo a contração de novo. – ele fechou os olhos e ela ajudou-o a se ajoelhar novamente. Com movimentos circulares nas costas do gestante, os segundos eternos da dor passaram e Gerard respirou profundamente mais uma vez. Evelyn auxiliou-o a ficar um pouco mais ereto, sentado sobre os calcanhares e apoiado com os cotovelos sobre a cama. Deste modo, Gerard colocava pequenas porções de alimento na boca. Evelyn se contentava em vê-lo bem apesar de tanto sofrimento.

 

Conforme prometido, Frank comeu o mais rápido possível e voltou ao quarto. Gerard conseguiu comer lentamente um pouco mais da metade da quantidade da sopa e tomou o suco. Já foi um grande avanço. Como se fosse programado, assim que Frank colocou as mãos em apoio e carinho sobre Gerard, assumindo seu lugar novamente, o gestante enrijeceu-se, fazendo uma careta e soprando o ar pela boca por conta da dor vertiginosa. Por pouco a comida que havia ingerido não voltou toda.

- Jesus, acho que esta foi a pior de todas até agora. – Gerard abria os olhos e esticava os braços sobre a cama, cansado.

- Meu amor, mais um pouco e vai acabar. – Frank beijou-o no topo da cabeça. – Está com ânsia?

- A comida veio aqui na garganta. – Gerard fez uma careta como se tivesse comido algo amargo e tanto Frank quanto Evelyn lançaram olhares piedosos para o gestante.

- Amores, que eu me lembre, vocês não queriam ninguém no quarto na hora do parto propriamente dito, certo? – Evelyn olhou-os e eles assentiram. – Tô vendo que a hora da Rose sair está chegando e se houver algo que ainda posso fazer antes de eu descer e esperar em definitivo, me falem.

- Eu acho que... – Gerard tossiu um pouco, elevando a voz que estava baixa. – Acho que está na hora de preparar a banheira. Rose nascerá na água.

- Ah, que lindo. – Evelyn juntava as mãos.

- Sim, nada impactante para ela, bem natural. Bom, preciso que encha a banheira com água quente, acenda as velas aromáticas e jogue as pétalas de rosas para receber nossa filhota com flores. – Frank disse animado.

- É pra já, meus amores. Está tudo lá?

- Sim, as velas estão sobre a bancada e as rosas em um vaso ao lado do cesto das toalhas. – Frank diz.

- Quando entrar, repara bem no espelho. – Gerard sorriu torto para Evelyn.

- O que tem o espelho? – ela franziu o cenho.

- Entre e veja. – Gerard disse misterioso e Evelyn sorriu, estreitando os olhos.

Evelyn deixou o casal e foi até o banheiro e ao entrar olhou diretamente para o espelho, levando um choque emocional. Gerard e Frank colaram várias fotos no objeto. Estava uma exposição maravilhosa com fotos deles quando criança, duas ou três de cada, passando para adolescentes, adultos no My Chemical Romance, com os pais, avós e tios, fotos da Projekt Revolution, especialmente a do beijo no palco quando assumiram o relacionamento e anunciaram a gravidez e o casamento na arena e, por fim, fotos do dia do casamento na Igreja, recepção e algumas aleatórias dos dias que se seguiram, passando pelo show no Maxwell’s, EMA e 98.7 Penthouse em Nova York.

Evelyn passava a ponta dos dedos em cada foto, cada rosto maravilhoso de seus rapazes, incluindo seu rosto em algumas delas. Aliás, tinha uma dela solo, talvez a preferida deles. Seus olhos lacrimejaram e ela sacudiu a cabeça. Aquilo era mais do que boas-vindas para Rose, era um renascimento para todos eles.

- Tudo bem aí, Eve? – Frank perguntou em alta voz.

- Está sim, seus monstrinhos. – ela colocou a cabeça para fora do banheiro e eles riram. – Vocês são uns demônios. Eu tô passada de emoção aqui. – ela respirou fundo e enxugou o canto dos olhos. – Tá lindo, muito lindo! Rose verá tudo de mais mágico e sublime logo de cara. É perfeito.

- Era essa a reação que queríamos. – Gerard suspirou e sorriu.

- Bom, vou arrumar a banheira e as velas. Muito amor neste cômodo. – e ela virou-se.

Frank e Gerard sorriram um para o outro e mais alguns minutos, uma nova contração abateu o gestante.

- Contração mais cedo. – Gerard apertou os lençóis, amassando-os e enterrando seu rosto sobre o colchão. Aquilo fez o coração de Frank doer. Ao mesmo tempo que sabia do processo natural da filha vir ao mundo, ver seu marido, seu amor sofrendo tanto, estava deixando-o em pedaços.

- Eu queria tanto poder dividir isso com você, essa dor é tão cruel. Mas eu entendo... – ele sussurrava no ouvido de Gerard e dava-lhe um beijo. – Te amo, meu guerreiro, te amo demais.

Gerard levantou a cabeça e olhou diretamente para Frank, seus olhos lacrimejados.

- Eu não poderia ter e nem desejaria ninguém melhor do que você ao meu lado. Eu sou guerreiro porque tenho um guerreiro junto comigo. Te amo muito, meu amor. – Gerard encostou a cabeça na coxa de Frank e o guitarrista emocionou-se, abraçando-o forte.

 

Alguns minutos a mais se passaram e Evelyn deixou a banheira preparada para Gerard, o ambiente estava mágico e perfeito. Rose nasceria sob a aura da beleza, alegria e amor. Neste momento, Evelyn saía do banheiro e a porta do quarto recebia batidas leves.

- Pode entrar. – Frank permitiu.

Joan e Vivien apareceram e os sorrisos brotaram nos rostos do trio.

- Pronto para mais um exame físico? – Joan se aproximava.

- Sim, as contrações diminuíram, Joan e Vivien. – Gerard disse com simplicidade.

- Quantos minutos?

- Dez e a intensidade está bem maior. – Frank pontuou.

- Certo, isso é muito bom. – Joan preparava-se para aferir a pressão de Gerard e auscultar seu coração e de Rose novamente. Depois era hora de verificar a dilatação.

- Preciso que fique na cama, na mesma posição habitual para o exame, Gerard. – Vivien virava-se para Joan rapidamente.

No mesmo momento, Frank e Evelyn o ajudavam a levantar, mas a contração fez os joelhos do gestante vacilarem e, em um instinto muito aguçado, Frank botou mais força em seus braços e segurou firme o marido enquanto Evelyn assustou ligeiramente, porém, segurou firme também.

- Opa. – Frank expressou e Joan e Vivien ajudaram.

- Calma, respirando. - Vivien colocou as mãos na lombar de Gerard e ele gemeu pelo contato dolorido, agarrou-se ao pescoço de Frank e fechou os olhos esperando a contração passar.

- Okay, está ficando mais difícil, querido, mas a notícia boa é que agora, sua filha está ainda mais perto. – Joan o encorajava e ele assentia com a cabeça no peito de Frank.

- Ai, Deus... Preciso de mais forças. – Gerard suspirou.

- Venha, vamos te colocar na cama e examinar. – Vivien cedia as luvas para a esposa.

- Depois eu quero ir para a banheira, minhas doutoras. Acho que agora só o meu banheiro, aquela água quente pode me acalmar e aliviar, com o carinho do meu marido e ajuda de vocês, lógico. – o gestante sorriu.

- Tudo o que quiser, Gerard. Vamos ver os sinais aqui e te levaremos para a banheira. – Joan acariciou a mão dele.

Gerard foi auxiliado a ficar no meio da cama e desta vez, Joan e Vivien jogaram um lençol sobre o corpo dele, pediu que Frank retirasse a calça leve do marido e assim, elas procederam ao exame físico. Tudo seguia normal e a dilatação aumentou.

- Sete centímetros e meio, Gerard. Está maravilhoso. – Joan comemorava junto com Vivien e os outros.

- Amém! – Evelyn juntava as mãos como em uma prece de agradecimento.

- Gente... – Gerard estava um pouco ofegante e lhe deram atenção. – Quero que chamem minha mãe e minha sogra aqui, meu irmão e cunhada. Não sei se nossos pais chegaram, o vovô Iero, mas quem estiver aí, peçam pra subir porque quero dar um beijo em cada um e mostrar onde Rose nascerá.

- Pode deixar que eu aviso, Gee. – Evelyn se prontificava.

- Muito obrigada, madrinha. – ele jogou-lhe um beijo e ela retribuiu saindo do quarto.

 

Evelyn foi rápida ao chamar os presentes na sala, as quais haviam apenas as matriarcas, Mikey e Alicia; os pais e avô não chegaram ainda. Logo, todos subiram e após as batidas permissivas para entrar no quarto, Gerard exibiu um sorriso para todos, mas era nítido o seu grau de cansaço e desgaste.

- Meu filho, você realmente não quer ir para um hospital? – Donna exibia olhar aflito.

- Mãe, estou ótimo, está tudo bem comigo e Rose, é um processo natural. Tenho tudo o que eu preciso aqui.

- Mas...

- Não tem “mas”. Se eu fosse para um hospital seria sedado, minha filha arrancada de mim e eu ainda passaria um mês me recuperando de pontos de cirurgia, correndo risco de infecção, tomando remédio. Não mesmo! – Gerard disse com mais afinco.

- Está bem, é que eu me preocupo ao te ver sofrer tanto assim.

- Fica tranquila, só pense que em mais algumas horas e vocês conhecerão sua neta, sobrinha. – ele deu mais um sorriso. – Bom, quero que vejam onde darei à luz e depois venham aqui se despedir de mim.

Sob a ordem do gestante, os parentes foram até o banheiro e ficaram maravilhados com o que viram, as mães emocionadas. Ao voltarem para o quarto, Gerard pediu para que se aproximassem e lhes pediu:

- Quero que rezem por mim e desejem ansiosamente para Rose vir tranquila a este mundo. Rezem para Nossa Senhora das Dores e do Bom Parto. Da próxima vez que nos vimos, ela estará bem aqui, nos meus braços e de Frank. – o gestante emocionava-se e todos juntamente com ele.

Porém, antes que os parentes lhe dessem um beijo, uma nova contração o abateu e as súplicas por ele iniciaram mais cedo. A intensidade foi absurda e Gerard virou-se para o lado esquerdo, tentando ajeitar-se, mas era inútil. A pressão na pélvis cresceu e como se fosse um tampão que se rompia, Gerard sentiu um líquido escorrer por suas pernas e molhar o tapete higiênico que Vivien dispôs sobre a cama.

- Ai, Deus... acho que a bolsa rompeu... – ele disse um pouco assustado e, rapidamente, Joan e Vivien olharam debaixo do lençol.

- Exatamente, Gerard. Está claro e limpo, uma ótima notícia. Sua dilatação chega a 8 centímetros e estamos a 2 do ponto final. – Joan olhava-o.

Com a cabeça em afirmação, o gestante recebeu o beijo dos parentes, palavras de ânimo, conforto e muito amor.

- Te vejo em algumas horas. Estou maluca para segurar minha afilhada. Eu te amo, Gee, Frankie. – Evelyn beijou os dois e foi a última a sair do quarto.

- Bem, rapazes, acho que é hora de irmos para aquela banheira convidativa. Rose está mais perto do que nunca. – Vivien diz com alegria.

Sob a ajuda de Frank e das médicas, Gerard levanta-se e a passos lentíssimos vai na direção do banheiro. Lá, é despido completamente e Frank entrará na banheira com ele, vestido de short e camiseta. O guitarrista auxilia o marido a abaixar-se devagar na água e o refrigério que Gerard sente em seu corpo é visível. Sua face até volta a ter mais frescor.

Frank liga os botões da hidromassagem e a água que massageia toda a região lombar do gestante o deixa ainda mais aliviado. Gerard só tem mais dois pedidos.

- Amor, por favor, pega o rosário da minha avó naquela caixinha em cima da cômoda e quero uma toalha aqui para apoiar a cabeça ou morder caso a dor extrapole os limites do meu cérebro.

- Claro, meu amor.

Frank sai e vai em busca do rosário enquanto Joan entrega a toalha para Gerard que agradece e apóia a cabeça na borda da banheira, recebendo os jatos de água.

- Nossa... eu devia ter vindo para cá antes. – e o gestante fez todos sorrirem.

Frank retornou e entregou-lhe o rosário de Elena. Gerard beijou-o e enrolou na mão, segurando-o firme. Frank entrou na banheira e beijou ombro e rosto do marido.

 

Após uma hora na banheira, Gerard sente-se ainda mais exausto e o trabalho de parto parece que nunca vai chegar ao fim, por mais que Joan e Vivien garantam que está tudo bem e logo vai terminar. Ele repousa a cabeça no ombro de Frank que, já não sabe o que fazer para dar forças ao marido. No fundo, Frank está cansado também, principalmente de ver Gerard sofrendo com os espasmos viscerais e animalescos que se espalham no corpo dele como se cada osso fosse quebrado em cada contração.

- Estou... muito, muito cansado. – Gerard suspira exausto.

- Amor, você quer mesmo continuar? Está arrependido? – Frank sussurra no ouvido do marido, promovendo uma conversa íntima do casal.

- Não, eu não me arrependo de nada... a gente... já sabia que seria dif... difícil. Está acabando. – Gerard levantou a cabeça e olhou para Frank, beijou-o e o menor o abraçou com todo o carinho. Sentindo os dedos de Gerard se enterrarem nas suas costas, Frank soube que mais uma contração se apoderava dele. Agora, as dores eram tão próximas que o gestante mal tinha tempo de se recuperar entre uma e outra.

Passados os segundos torturantes, Gerard sentiu uma pressão diferente no baixo ventre. Era como se algo realmente estivesse descendo, escorregando.

- Joan, Vivien... – ele levantou a cabeça rápido e Frank assustou-se ligeiramente. – Eu acho que a Rose tá descendo... Eu... eu não sei...

- Um instante, Gerard. – Joan curvou-se sobre a banheira e Vivien junto com ela. – Abra bem as pernas, creio que chegamos aos dez centímetros. – ela viu a entrada do rapaz completamente dilatada e a cabeça da bebê prestes a aparecer com mais visibilidade. – É isso mesmo, Gerard, Rose está “coroando”, ou seja, a cabecinha dela está na sua entrada, ela está vindo!

Ao mesmo tempo que a informação trazia sorrisos de alívio e êxtase para todos, o choque por Rose estar tão perto deixou o casal um pouco apavorado momentaneamente.

- O que eu faço? Força? O que eu posso fazer para ajudar minha filha? – a voz de Gerard não vacilou perante a ansiedade e Frank o olhava atento.

- Na próxima contração faça força, mas Rose está se movendo sozinha. Aqui. – e Joan pegou a mão do gestante e direcionou para sua entrada. – Ela está aqui, tá sentindo? É a sua filha!

- Oh, meu Deus! Frankie... Frankie, ela tá aqui, amor. – Gerard esqueceu da exaustão, da dor, do cansaço, agora ele só conseguia pensar na filha saindo de seu corpo naturalmente.

- Oh, Jesus, Gee... Ela, ela está aqui. É de verdade!

- SIM! – o gestante abriu mais as pernas e a cabeça de Rose girou-se na sua entrada. – Tá ardendo um pouco.

- É normal, ela tá se ajeitando para sair, Gerard. Você está trazendo sua filha ao mundo, querido! – Vivien disse contente e o casal lhe sorria abertamente. – É o seu dom natural de gerar vida!

Nisso, Gerard sentiu mais uma pressão natural e uma leve expulsão.

- OH, DEUS! Frankie! A cabeça dela, está toda aqui, amor! Olha, olha! – Gerard estava extasiado e Frank olhava emocionado.

- Caralho! É mágico, ela tá virando? Tá mexendo? – e ele parou. – Gee, ela tá virando e olhando pra gente! Joan e Vivien!

As doutoras olharam contentes e viram a bebê girando a cabeça, piscando debaixo d’água e, em seguida, olhando para os pais.

- DEUS, obrigado! – Gerard estava muito emocionado e Frank encostava o rosto no ombro dele tentando conter as lágrimas, colocando a mão na água para tentar acariciar a cabeça da filha juntamente com a mão de Gerard. – Linda dos seus papais! Filha, a gente tá aqui!

- Se quiser pode forçar um pouco, Gerard, mas é com você. – Joan o orientava.

- Ela tá se movimentando, eu sei que ela vai sair sozinha. – ele disse com leveza.

Não mais que poucos minutos além, Rose deslizou-se do canal do parto e encontrou o amparo das mãos trêmulas de emoção de Gerard e Frank, seus olhos ávidos e lacrimejados. A criança saiu da água como se tivesse dado um mergulho e apenas resmungou, respirando o ar do ambiente exterior.

- Rose! Rose, filha! Você está aqui! – Gerard encostava o rosto da filha ao seu e ao de Frank.

- Rose, meu amor! Meu amorzinho! – Frank chorava de emoção e beijava Gerard, que neste momento esqueceu totalmente do processo de longa dor que o levou até ali. Foi como se tivesse dissipado, não existisse. Só a alegria de ter a filha nos braços era importante.

- Seja bem-vinda, Rose! – Joan comemorou.

- Muito bem-vinda com a benção de todos! – Vivien sorria abertamente.

- Minha linda, nossa linda, Frankie, olha ela! Olha! – Gerard ria e deixava as lágrimas escapar de seus olhos sem perceber.

- Ela é maravilhosa, Gee. Olha que coisa mais linda a gente fez! Perfeita! – Frank continuava a dar carinho para Gerard e Rose, e chorar de emoção. – Deus, que benção!

- Que seja abençoada eternamente, guardada pelos exércitos celestiais, vigiada por Nossa Senhora das Dores, obrigado Cristo! – Gerard fazia a primeira prece para a filha.

- Amém! – Frank sacramentava e as doutoras também:

- Amém!

Joan e Vivien levantam-se da beirada da banheira e deixam o casal curtir seus primeiros momentos com a filhinha a sós. Gerard deu à luz Rose, com calma, tranquilidade, alegria e sem um pingo de sangue. Divino e pleno.

- Eu não consigo acreditar, meu amor, ela está aqui. Oi, filhinha, tá reconhecendo a minha voz? – e a criança o olha séria.

- Eu acho que está. – Frank sorri. – Meu anjinho, olha o papai Frank aqui, lembra da minha voz? Eu conversei muito com você. – e Rose olhava-os, atenta, reconhecendo as vozes que lhes era mais familiar.

- Obrigado, muito obrigado por estar ao meu lado, por me ajudar, eu não conseguiria nada sem você, Frank, nada. Eu te amo tanto, meu marido, tanto!

- Eu é quem agradeço, meu lindo. Olha só o presente que você me deu! Você foi um viking hoje! Pelo amor de Deus! Se eu já possuía um orgulho monstruoso de você, agora isto é mais do que elevado! Eu te amo, Gerard, te amo eternamente! – e os dois trocaram um beijo apaixonado, aconchegados com sua filha.

- Rose Ivy Iero-Way está entre nós. E isto é maravilhoso aos nossos olhos. – Gerard finalizou.

 

Passado o primeiro e grande momento de impacto pelo nascimento e o período de reconhecimento entre pais e filha, o casal pediu para que as médicas comunicassem o nascimento do bebê aos parentes. Joan e Vivien deram a grata boa nova e uma explosão de felicidade ecoou pela casa Way-Iero, com muito pulos, gritos, abraços e beijos de cumprimentos. Todos já estavam presentes, incluindo os pais dos rapazes que demoraram a chegar por conta do trabalho e o vovô Iero porque aguardava seu filho ir busca-lo. A emoção de ouvir que a bisnetinha chegou ao mundo fez o Iero mais velho desabar em lágrimas de felicidade.

- Vamos efetuar os exames físicos em Rose e aguardar Gerard expelir a placenta. Assim que isso estiver encerrado, poderão ver papais e filhinha, okay? – Joan disse com todo o seu carinho peculiar. – O que podemos acrescentar é que ela é linda e o Gerard foi formidável. Talvez seja o parto mais lindo que vi até hoje, e olha que já vi muitos! - ela suspirou contente. – Voltamos em breve para leva-los todos ao quarto.

- Mal podemos esperar! Obrigada, Joan e Vivien! – Evelyn ria feito boba e pulava no pescoço de Brian, beijando e emitindo gritinhos de felicidade.

 

Retirando- se da sala e voltando ao quarto, Joan e Vivien juntamente com Frank ajudaram Gerard a sair da banheira, segurando Rose firmemente, ele botou forças nas pernas e no corpo, agora muito mais leve e relaxado, e o levaram até a cama que estava preparada e com um novo tapete higiênico para a saída da placenta. Cobriram-no com um lençol e um edredom macio, mantendo Rose no calor do corpo do pai. Frank trocou-se rapidamente, retirando a roupa molhada por uma seca e colocando-se de sentinela ao lado de Gerard na cama.

Mais uns minutos a frente, o corpo de Gerard voltou a fazer pressão no canal do parto para expulsar a placenta. E com ela expelida, o cordão umbilical pôde ser cortado e Rose estar definitivamente livre para viver fora do corpo do pai. Joan e Vivien perguntaram se Frank desejava cortar, mas o papai preferiu não fazer o ato.

- Deixo para profissionais. – ele brincou e todos riram.

- Okay, papai. – Vivien cortou o cordão e com o auxílio de Joan, as duas recolheram a placenta armazenando em um pote específico.

Enquanto as doutoras seguiam os ritos pós parto, o casal estava em êxtase, babando pela cria. Nada poderia ser maior, melhor e mais perfeito.

Com certa resistência, Joan e Vivien conseguiram pegar Rose para os exames físicos, limpeza, medida e pesagem. A criança nasceu com 50 centímetros e 3,400 kg. Uma bebê enorme. Tudo estava bem com seus reflexos, batimentos e a seguir, Frank aproximou-se para ajudar a limpar a filha e vestí-la.

- Pode puxar o bracinho assim, Frank, não tenha medo. – Vivien o orientava.

- Tenho medo de machucar.

- Eu sei, meu querido, mas desta maneira aqui não tem problema.

 Ele assentiu e sorriu, terminando de colocar o macacão, beijou-a no topo da cabeça e colocou a touca, enrolando levemente com o xale vermelho, o rapaz envolveu Rose nos braços e entregou novamente para Gerard aconchega-la no seu peito.

- Aqui, amor.

- Será que ela vai mamar, Frankie? – Gerard franziu um pouco o cenho.

- Tenta, deixa ela bem pertinho do seu peito, sentir seu cheiro. Ela também está se acostumando com o novo ambiente. – Frank disse amoroso e deu um beijo leve no marido que assentiu e fez como ele recomendou.

Poucos minutos depois e Rose estava pegando firme no peito de Gerard que esboçou uma careta de dor pela pegada firme da filha faminta.

- Acho que ela está com fome! – ele riu e todos acompanharam.

- Ela pegou? – Joan se aproximou para verificar.

- Sim, e forte. – Gerard estava mais do que contente, Frank mantinha o corpo ao lado do marido, entrelaçando os dedos nos cabelos de Gerard e observando a filha se alimentando. – Gente, pode chamar o pessoal para vir nos ver. Ou eles enlouquecem.

Joan e Vivien assentiram e foram dar a boa notícia, abrindo a temporada da visitação para a recém chegada!

 

Gerard descansa sobre a cama e Rose em seu peito, que logo após a breve primeira mamada, mergulha em um soninho gostoso. Nisso, a porta do quarto é aberta e os parentes ao verem Gerard em esplendor com Rose sobre ele, Frank ao seu lado, os olhos lacrimejados e as mãos juntas em surpresa, alegria e alívio por tudo dar certo eram tangíveis. O momento foi muito sublime e mágico com inúmeras felicitações ao casal, elogios para Gerard, Frank pelo apoio incondicional, e claro, bênçãos sem medida para a pequena e fabulosa Rose.

- Eu não acredito o quanto ela é linda e perfeita. – Evelyn se aproximava com Brian. – A madrinha aqui, Rose. Fui eu que fiquei maluca quando soube que você estava vindo, viu? Foi você que fez a mágica de juntar seus pais. De formar esta família que te ama demais, minha pequena punk. – e plantou um beijo leve no topo da cabeça da bebê.

- Ela está tão serena, tão tranquila. – Donna babava pela neta.

- Foi um ato divino, mãe. De repente, eu estava no limite de toda a dor no meu corpo e assim que ela começou a sair, eu esqueci de tudo, dissipou, só queria segurar, ver! Frank começou a chorar e me beijar, foi mágico! – ele ainda estava com o rosário de Elena, agora, envolto em seu pulso. – O rosário da vovó, Nossa Senhora das Dores, Cristo, todos me ajudaram! Foi divino, não tem outra palavra.

- Estou vendo, filho!

- Que parto lindo e maravilhoso! Que glória! – Linda beijava o topo da cabeça de Frank. – Meu filho fez uma criação bela junto com o amor dele. Eu estou muito contente.

- Minha bisnetinha é a mais linda e abençoada do mundo! E a mais musical! – vovô Iero fez todos rirem e celebrarem. – A gente precisa cantar algo. – o patriarca suspirou e levantou o dedo como se tivesse a escolha certa na ponta da língua. – “Somebody To Love”.

- Nossa, vô, o senhor joga sujo. – Frank foi o responsável pelas gargalhadas no quarto.

- Vamos lá. Especialmente para nossa mais nova integrante! – ele sorriu e iniciou - Can anybody find me somebody to love? Each morning I get up I die a little…

E todos iniciaram o coro juntamente com a voz grossa e firme do senhor, timidamente nos primeiros versos, mas logo o som se tornava mais alto e firme. Rose pareceu não se importar, aliás, gostava. A criança estava serena no peito de Gerard, olhando atenta aos lábios dos pais, esperta ao som, como se ainda estivesse na barriga do pai, no meio de um show.

A canção seguiu com a participação da família em peso, palmas e até Joan e Vivien juntaram-se a eles, abraçadas pelos familiares, beijadas por Evelyn. O clima não poderia ser melhor. E no fim, após o último verso...

- Somebody to love. Find me somebody to love... – e com os olhos marejados novamente, o patriarca expressa com todo o amor e carinho. – E nós encontramos. Rose está aqui!

O que era mais necessário?

Nada.

São momentos como este que recebem a perfeição como descrição.

O capítulo 21 acabou ;) #RoseEstáEntreNós <3

 


Notas Finais


AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHH, ELA CHEGOU!!! ROSE ESTÁ NOS BRAÇOS DOS PAPAIS, DA MADRINHA, DA PARENTADA TODA, NO NOSSO!!!!!!! **_____**
Vocês gostaram, meus amores?? Fala bem sério pra Tia, viu, porque eu praticamente fiquei parindo esta criança junto com o Gerard nestas últimas semanas (parto mais longo da história hahaha).
Bom, eu precisei ler MUITO desde o começo da fic para entender tanto os estágios da gravidez como do parto, e busquei algumas referências pessoais como a gravidez de minha mãe e tias (Tia Mary, apesar do auge de suas 35 primaveras, ainda não passou por isso rs. Tô pensando ainda rs). Vi muitos vídeos sobre partos humanizados e um deles me comoveu profundamente pois, se encaixava perfeitamente ao que pensei para Gerard. Para quem tiver curiosidade, é este: https://www.youtube.com/watch?v=8EkiJxnKFFo&t=1409s.
Eu também não teria chegado aqui sem a minha madrinha-miga-almagêmea, a Wanted, que me orientou MUITO em tudo e sofreu estas dores comigo! TE AMO, TE AMO DEMAIS! <3 <3 <3
Bom, meus amores sublimes, é isso. Tô tão aliviado quanto o Gerard rsrs, mas mega curiosa para saber o que acharam. #Nefossaaaannnn
BOM FIM DE SEMANA, INTÉ O PRÓXIMO CAPÍTULO, AMO, AMO VOCÊS!!!!!!!!!!!!!!!!! MIL BEIJOOOOOSSSSSS!!!


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