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História A Lenda de Kay - O Jing Neutro


Escrita por: SammiFirebender

Capítulo 10 - O Jing Neutro


Kay e Matt costumavam lutar o tempo todo um contra o outro na infância, no entanto, o avatar não se lembrava de nenhuma vez ter desafiado seriamente a Malik. Sempre que eles ameaçavam atacá-lo, Malik facilmente os desarmava e os rendia no chão em questão de segundos. Malik parecia sempre saber o tempo certo de agir e era muito preciso nos seus ataques. Kay temia não poder derrotá-lo e se perguntava se Matt já o havia superado também.

– Bem, Kay. Creio que aqui está bem, não?

Malik fez um aceno com as mãos estiradas e um retângulo era desenhado na terra ao redor deles formando os limites da arena. O homem de 40 anos então se contraiu em uma postura corcunda amedrontadora e começou a grunhir. Kay, que já tinha os dois punhos fechados preparados, recuou um passo, intimidado. Então todos os músculos do corpo de Malik repentinamente expandiram dilacerando completamente sua roupa surrada, apertando suas calças. Ele então se agachou e voltou com uma posição ereta triunfal. Um tremor se propagou por toda a caverna e a arena delimitada no solo se desnivelou em vários metros para cima. Kay olhava o mestre admirado, aquele poder era insano para um só dominador de terra, o garoto ficava imaginando de onde o mestre sacava tanto poder para dobrar a terra naquelas proporções.

Olhou para baixo e pôde ver que Quen os vigiava séria de uma das passagens laterais do Saguão. Malik levantou a perna e um banco de pedra se ergueu imediatamente abaixo do seu quadril. Ele se sentou calmamente e fechou os olhos.

– Não me subestime! - gritou o avatar e começou a atirar várias pedras no homem.

Malik apenas acenava para desviar a trajetória das pedras e quando vinham com muito direcionamento ele as desintegrava com um golpe rápido e firme. Kay então começou a conjurar vários espetos de terra na periferia do banco onde sentava o mestre. Com a contração de seu peitoral, Malik explodiu todos os espetos.

– Eu entendo sua estratégia, tio. Resistir todos os meus ataques em uma mesma posição para contra-atacar no tempo exato. Esse é o Jing neutro, a tática dos mestres de Dobra de Terra. Não se preocupe, eu não vou abrir nenhuma brecha para um contra-ataque.

Kay apontou os punhos para o solo e um banco de terra se ergueu até o nível dos seus joelhos. Ele se sentou e fechou os olhos como o mestre.

– HA HA. Muito bem, Kay. Parece que você se lembra mesmo das nossas lições...

Um minuto se passou então. Os dois homens seguiam frente a frente, sentados, encarando-se de olhos fechados e silenciosamente. Era um jogo mental em que estendiam seu espírito a terra a procura de qualquer hesitação no corpo do outro. Kay tentava manter o foco na luta e ter paciência “seja como uma rocha, não perca sua posição” pensou. Depois de alguns minutos, as pessoas da Resistência abaixo da arena já começavam a se entreolhar entediadas. “Eu odeio quando eles fazem isso” pensou Quen exalando fumaça de suas narinas. Lembrava-se das horas que Malik e Sarah costumavam passar contraídos em uma mesma posição como estátuas, competindo um com o outro em suas viagens. Geralmente quando alguém ousava atacá-los nessa posição, eles conseguiam dar contra-ataques extremamente inteligentes. No Jing neutro, os mestres estavam em 100% de sintonia com a batalha e nada mais passava em suas cabeças. Apesar de aparentemente distantes pela posição rígida e olhos fechados, todos os seus sentidos estavam impregnados pela terra.

De repente uma memória fugaz passou pela mente de Kay. Era a imagem de Matt, isso interrompeu seu fluxo de atenção e o Jing falhou. Malik notou por um pequeno estremecimento no seu dedo. “Não!” Pensou o avatar. Era tarde demais, porque a partir dessa brecha Malik já havia calculado uma sequência de ataques. Kay pôde defender a primeira pedra com uma barreira, mas um monte imediatamente embaixo de seus pés o expeliu para cima e Malik lançou discos de terra em sua direção. Kay conseguiu destruí-los no ar, mas não pôde se defender de outros montes que se formavam e manobravam seu corpo na arena como se fossem raquetes de ping pong. Quando estava prestes a cair na extremidade, Kay, que cambaleava depois de receber um golpe forte, meteu seus pés com força na terra de volta. Fechou os olhos e felizmente conseguiu voltar ao fluxo da luta na postura do Jing. Então os dois homens voltaram a se encarar cegos silenciosamente.

– Muito bem, Kay – disse Malik em um momento – aquela sua hesitação... Estou curioso. Em que você estava pensando?

– Matt...

Kay não tinha feito de propósito, mas ao falar de Matt, a mente de Malik se desorganizou por um segundo. O homem abriu os olhos e Kay percebeu através da terra a sua hesitação. Então o garoto chutou o chão e a metade da arena onde estava Malik se desmoronou. Entre os pedaços de rochas que se desabavam, Malik tentava escalar até a metade inteira da arena, quando chegou lá, uma pedra prontamente voou em sua direção com extrema velocidade e força, o homem usou todos os músculos de seu braço para desferir um golpe cortante que abriu uma brecha na pedra no meio do ar. Vários espinhos de terra vinham em sua direção e ele os quebrava com golpes de mão e tentava se aproximar de Kay, que estava muito concentrado em suas sequências. Malik parecia estar pouco a pouco recuperando o foco na luta, mas Kay seguia lançando golpes extremamente bem calculados aproveitando a brecha anterior que o mestre tinha dado. Quando os dois dominadores de terra chegam suficientemente perto um do outro, seus punhos nus se colidem, seus olhos se cruzam tomados de determinação.

Nessa colisão Malik pôde sentir uma energia estranha adentrar o seu corpo e tomar conta de sua mente. Várias imagens apareceram...

– Mestra...



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