A promessa é mais perigosa que uma flecha perdida. Ela, uma vez não cumprida, te atormentará pelo resto da vida. De manhã bem cedo, Rudá saiu em disparada para o lago, não podia ir visitar a flor de mãos vazias. Como saíra rápido de casa, esqueceu de pegar uma folha de bananeira que iria ajudar bastante a levar água para o alto da colina. Sem tempo para pensar, sugou a água para dentro de sua boca e correu para o seu destino.
Ela estava lá, linda igual ao dia em que o índio a conheceu. Refrescada pelo presente recebido, o amarelo de suas pétalas se intensificaram e a sensação de paz abraçou o nativo. Rudá, admirado com aquilo, deu-lhe o nome de Alamanda, que em sua tribo significava paz.
O tempo passou voando, Rudá passou o dia contando a flor as histórias que eram contadas por seu avô. O sol já estava mergulhando no mar, quando o pequeno índio percebeu que já estava ficando tarde. Ao se despedir da flor, com um aceno, correu a apanhar as frutas que eram encontradas ao longo do caminho.
Jaci: De novo frutas Rudá?
Rudá: Desculpa mãe, mas uma luz apareceu em meu caminho e me guiou a essas frutas. É a deusa da natureza que deve estar cansada de nos vê matando.
A noite ia se aproximando da mesma maneira que o sol se afastava. O pequeno índio tinha seus pensamentos longe. Pensava em Alamanda, e em como sua presença o acalmava, no entanto, tinha medo de alguém ou algum animal a machucasse.
Mesmo estando tarde, Rudá saiu na carreira para a colina. Por sorte, ela estava lá, intacta, do jeito que ele havia deixado.
O céu estava estrelado, a lua estava mais brilhante, um ótimo momento para colocar os sentimentos em palavras. Ao lado da flor se sentou, fechou os olhos, e deixou que as palavras de formassem.
“ Flor, minha flor, tão bonita e delicada. Traz a paz com tamanha facilidade, igual a um rio que nos traz peixe. Tua presença me faz ir além do horizonte e a sua beleza me faz enxergar perfeição até mesmo na carcaça de um animal que acabara de ser morto. Você sempre terá um lugar em meu coração, mesmo, que eu cresça e esqueça da tua existência. Cuidarei de ti, até mesmo quando eu me tornar uma estrela. ”
E ali mesmo, perto de sua amada, adormeceu. A noite passou calma, só se ouvia o som do vento batendo nas folhas, de vez em quando, um grilo cantava.
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