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História A Lince Germain. - Senta que lá vem história.


Escrita por: Ju_M10

Notas do Autor


200 FAVORITOS EHOOOOOOO EHOOOOOO
VOCÊS SÃO FODAS E EU TAMBÉM.
Agora é serio, muito obrigada por isso, muito obrigada pelo carinho de todas vocês, por tudo que vocês passam nas minhas mãos. Eu queria poder retribuir esses 200 e poucos favoritos dando 200 e poucos beijos em vocês.

Ah, eu quero dedicar esse capitulo, que eu não revisei sinto muito, para as vitimas do avião da Chapecoense, aquilo doeu demais.

Capítulo 22 - Senta que lá vem história.


Fanfic / Fanfiction A Lince Germain. - Senta que lá vem história.

     Naquela mesma noite, enquanto eu me preparava para dormir, ouvi batidas na porta. A principio achei que fosse algum vizinho ou até mesmo Guilherme, mas fiquei muito surpresa quando abri a porta e dei de cara com Pastore.

-Pas? O que faz aqui?- perguntei a ele.

-Oi Ceci- ele entrou no apartamento e teve uma reação inusitada, começou a vasculhar o lugar entrando em todos os cômodos á procura de algo.

-O que está procurando?- indaguei a ele assustada e confusa enquanto o seguia por todos os lados.

     Finalmente, após ter rodado todo o apartamento e olhado até debaixo da cama, ele olha pra mim e pergunta:

-Você está sozinha?

-É claro que estou!- berrei jogando as mãos aos altos.

-Ótimo- ele disse simplesmente e começou a marchar até a saída.

    Foi como uma luz que me iluminou, rapidamente entendi o que estava acontecendo e não gostei nadinha dessa merda.

-Por acaso Zlatan te mandou vir aqui para saber se Guilherme dormiria aqui?- indaguei furiosa.

    Pastore se virou para mim incrédulo, mas me respondeu com calma:

-Ele não é o único que se importa com você.

-Não, não é, mas é típico dele.

     Como esquecer meu encontro com Pastore, quando Zlatan permaneceu no apartamento até eu chegar em casa, só pra saber se eu dormiria fora ou traria Pastore para dentro.

-Só estou cuidando de você- Pastore respondeu- Afinal, o que você pretende com aquele seu ex namorado Ceci? Ele não foi um idiota com você?

-Ele era. Não é mais.

-Você não está tentando fazer ciúmes no Ibra está?

-Eu nem sabia que ele iria para o bar hoje- grunhi em raiva- Eu odeio o Zlatan! Depois do que ele me fez, por que eu ainda pensaria nele?! Porque eu ainda iria querer algo com ele?!

-Ceci, vamos ser sinceros- Pastore disse suavemente, como um amigo de verdade, segurando minhas mãos- Você ainda o ama, por mais que ele tenha sido um idiota completo com você, você o ama de verdade. E eu não acho certo, por experiência própria você sabe disso, ir atropelando suas emoções e tentando enfiar outra pessoa no seu coração a força, vai fazer mal pra ele e principalmente pra você quando se der conta de que está com alguém mas queria estar com outro.

     Assim que Pastore terminou seu discurso, eu não consegui falar nada, primeiro por que ele me conhecia bem e sabia meus sentimentos, segundo por que ele disse detalhadamente como se sentiu em relação a mim. Só acenei e deixei que ele fosse embora.

    Só que as palavras de Pastore martelaram na minha cabeça por quase todo o dia, especialmente enquanto eu me arrumava para sair com o Guilherme e com os outros. A ideia de que eu estava usando Guilherme para esquecer Zlatan, fazia com que eu me sentisse uma idiota e essa sensação de ser idiota me acompanhou durante todo o caminho até o Jardim de Luxemburgo.

     Me enrijeci toda quando avistei Guilherme na ponte em cima do lago, sozinho e com o celular no ouvido. Assim que me viu, abriu um enorme sorriso bonito, que sem querer me fez balançar.

-Bem, Doug está doente, Dom está com a Elle e eu não consigo falar com o Kevin e com o Marco- ele disse assim que me aproximei dele- Você prefere ir pra casa ou prefere ficar?

     Eu via um pouco de expectativas em seus olhos, ele queria que eu ficasse. E se eu ficasse, ficaríamos sozinhos pela primeira vez, como se fosse um encontro.

-Vou ficar- respondi

-Que bom!- ele disse animado- Você quer comer? Tem várias barraquinhas de comida aqui.

-Vamos olhar a feirinha primeiro.

    Como sempre, demos as mãos e caminhamos juntos.

    Não tinha muita coisa na feirinha, apenas artesanato. Enquanto Guilherme brincava de achar a coisa mais feia de toda a feira, eu comprei uma porção de panos de prato, um chaveiro de boneca de pano para a Clau Clau e um anel de coco, acabei comprando uma escultura estranha e bizarra de uma mulher dando a luz já que Guilherme a elegeu como a coisa mais feia que ele já viu. Depois, assistimos uma banda tocar duas musicas e resolvemos comer um cachorro quente no píer do lago.

-Nossa, parece um bebê comendo- Guilherme disse ao limpar minha boca suja de maionese.

-A moça melecou todo meu sanduiche- me defendi.

-Eu te conheço Ceci- ele riu.

     E então, ele ficou em silencio, um silencio estranho enquanto encarava a agua escura e fria do lago, como se estivesse se lembrando de alguma coisa.

-Eu conheci uma mulher quando estive no Canadá- ele disse após ficar em silencio por alguns minutos- O nome dela era Emilly e ela era a mulher mais independente que eu já conheci.

    Outra pausa. Eu respirava com dificuldade.

-A principio a independência dela me fascinava, ela nunca aceitava nenhum favor meu, nenhuma gentileza, nenhuma cortesia, eu não pagava nada pra ela, ela me atraia por que eu a achava forte, decidida e capaz, assim como eu. E eu perdi virgindade com ela.

     Engoli em seco. Eu já imaginava que isso aconteceria. Quantas e quantas vezes Guilherme tentou fazer sexo comigo? Todas em vão, por que eu nunca me senti a vontade, nunca me senti intima dele, nunca senti que fossemos um casal de verdade. Ainda teve o dia em que meu irmão nos flagrou na melhor chance que tivemos, quando já estávamos quase lá.

    Era obvio que ele garraria a chance com outra.

-No começo, tudo parecia perfeito- ele recomeçou- Mas ai eu percebi que ela não precisava de mim, ela não cuidaria de mim assim como eu nunca poderia cuidar dela por que ela tão segura de si. E então, ela ficou fria, meio segundo depois que a gente fazia sexo, ela voltava a trabalhar e eu me sentia um idiota.

      Guilherme, que encarava o lago até então com firmeza, passou a me analisar com doçura.
-É diferente de como eu me sinto com você- ele disse- Com você, eu me sinto bem, como se você precisasse de mim do mesmo jeito que eu preciso de você Ceci.

    Os olhos dele eram faíscas me atingindo, me incendiando. Havia uma energia no ar, meu corpo inteiro pulsava e minha cabeça girava. As palavras de Pastore desapareceram quando afastei todos os meus pensamentos racionais e fiz algo corajoso.

    Aproximei-me rapidamente de Guilherme e imprensei seus lábios nos meus.

   Mas, foi um erro. Não foi o resultado esperado, Guilherme não fez nada, não retribuiu o beijo, nada! E quando ele ergueu os braços, entendi que ele me afastaria. Então me desgrudei dele o mais rápido que pude e com vergonha, confusa, comecei a dar passos para trás.

-Me desculpa- pedi, ele tentou agarrar minha mão, mas antes disso fugi correndo.

    A única coisa que eu pensava ao entrar em casa era: O que eu fiz?

     Como eu pude fazer isso? Como eu pude deixar tanta coisa para trás? Como eu pude esquecer o que Pastore me disse? E pelo amor de Deus, como eu pude gostar de beijar Guilherme mesmo ele me dando um fora?

-Burra!- gritei para mim mesma e me joguei na cama.

    Na manhã seguinte, acordei com dor de cabeça e grunhi ao me virar pro lado e ver o relógio marcando que eram quase dez da manhã.

    Paulinha havia implorando para que eu fosse a um jogo beneficente do PSG feminino lá no CT do clube e eu me sentia obrigada a ir. Eu queria mesmo era ficar em casa, lamber minhas feridas e tentar reconstruir meu ego depois de passar vergonha ontem a noite. Mas do que isso me adiantaria?

   Guilherme nem havia me mandado mensagem, me sentia impotente. Estraguei tudo.

    Estacionei a moto ao lado da entrada do CT, ajeitei minha camisa e tirei meu capacete, e quando voltei a olhar a entrada, gelei ao me deparar com Guilherme lá, segurando dois copos de café.

   Minha respiração ficou descompassada e minhas bochechas pegaram fogo. Meu Deus, eu quero me matar, fugir de lá.

-Pra você- ele me estendeu o copo de plástico com café.

-O que está fazendo?- tentei me acalmar para falar normalmente.

-Vim ver o jogo- ele me mostrou sua credencial de jornalista- Preciso de inspiração para a coluna.

    Peguei o café que ele me estendeu e olhei incerta para a mão que ele me oferecia. Ele iria mesmo fingir que nada aconteceu? Não peguei em sua mão, por que eu faria isso se eu levei um fora?

   Um milhão de coisas se passavam em minha mente enquanto caminhamos lado a lado, embora meio distantes, para a arquibancada, me fazia perguntas sobre por que ele tinha vindo e o que queria agindo assim.

   Sentamos lado a lado para assistirmos o jogo.

    Era estranho ver um jogo do PSG sem estar usando uma fantasia por cima da roupa, e o mais estranho era Paulinha ter me enganado. Ela havia dito que era um jogo beneficente do PSG feminino, mas lá estava toda a corja maldita dos caras que eu não queria ver, entrando em campo. E Paulinha me deu um sorriso cínico ao sentar com Babi, Peru e Polly em um dos lugares perto de mim e Guilherme.

    Mesmo assim, fiz meu papel de torcedora, gritando alto, xingando o juiz sem levar cartão vermelho e comemorei bastante o gol, mesmo que ele tenha sido feito pelo Zlatan Ibrahimovic.

    Eu me divertia com as meninas e com o Guilherme, pela primeira vez eu entendia o como era legal assistir um jogo de futebol com amigos, e até conseguir esquecer o climão com Guilherme. Quase no final do jogo, quando o time vencia por 5X4, coisa que só acontece em jogo beneficente mesmo, o telefone de Guilherme tocou e ele começou a falar com a pessoa na linda, em algum momento, eu o ouvi dizer:                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                               

-...A Ceci? Está aqui do meu lado, linda como sempre foi...

    Depois que ouvi isso, não consegui parar de olha-lo, eu conseguia ouvir as batidas descompassadas do meu coração. Guilherme desligou o telefone após um tempo e olhou pra mim, curioso por eu ainda encara-lo.

    De repente, nossos olhos se juntarem em sintonia, as pessoas ao redor desapareceram e o ar entrou em combustão. Ele me desejava, assim como eu o desejava. E como se fosse o certo a fazer, nós nos beijamos.

   Estávamos em sintonia, no meio de uma torcida comemorando mais um gol, erámos só nós ali, nos beijando.

   Uma de suas mãos deslizou do meu quadril até a base de minhas costas, me puxando para seu peito, me abraçando. Eu me esqueci de tudo, só conseguia pensar em como a boca dele era quente e como ele me abraçava firmemente. Eu não compreendia o que estava acontecendo, eu só queria mais dele.

   Guilherme interrompeu o beijo, e foi então que a realidade bateu em mim com tanta força, que mal sei por que meus ossos não se quebraram com o impacto. Me senti decepcionada comigo mesmo igual ontem a noite.

    Dei um passo cambaleante para trás, e então outro. Eu estava respirando com dificuldade, com pânico, não confiava em meus próprios sentimentos. O que eu fiz? Por que eu fiz isso? Eu gostei de fazer isso?

    Lá estava eu, saindo correndo de novo, fugindo de Guilherme outra vez.

    Ele não demorou a me alcançar em um dos corredores, eu nem esperava que ele fosse correndo atrás de mim, mas lá estava ele, segurando meu braço com firmeza, me impedindo de chegar até a porta de saída do CT, me olhando com firmeza, esperando respostas.

-Fugindo de novo?- ele disse- Isso me magoa sabia?

-Desculpa, não vai mais acontecer, eu não estava preparada, me sinto uma idiota, e terrivelmente confusa-soltei tudo de uma vez.

    Lagrimas se formavam em meus olhos, e minhas bochechas ficaram infladas. Eu iria soltar um berreiro bem alto em alguns minutos.

-Me diga o problema e vamos resolver Ceci- Guilherme disse tentando me acalmar- Não chore.

-Foi o beijo- as lagrimas rolavam- É uma serie de coisas. Pra começar, você nem queria né Guilherme?

-Como não queria?- ele soltou uma risada e começou a passar os dedos sobre minhas lagrimas- Eu sempre quis, desde que te vi gritando com seu irmão por ele ter misturado o uniforme sujo do futebol com um vestido seu na maquina de lavar.

     Essa foi a primeira vez que nos vimos.

-Se está falando de ontem- ele recomeçou calmamente e me fez encara-lo- Você me pegou de surpresa, achei que ficaria brava por eu ter perdido a virgindade com outra pessoa sendo que eu jurei que seria com você, eu esperava que você brigasse comigo, mas ai você me beija. E eu já ia te beijar de volta quando você resolveu fugir, e por favor, armei pra todo mundo não ir e me deixarem sozinho com você.

-Armou?- eu estava mais confusa ainda.

-Mas é obvio! Eu queria te beijar a noite toda.

    O fitei com a boca aberta, com mais vergonha ainda. Mas não significa que os problemas tenham acabado. Eu ainda o beijei, e acho que foram pelos motivos errados.

-Pense a respeito Ceci- ele pediu- Você me beijou, mas está triste por que queria me beijar e ao mesmo tempo acha que não devia por causa dele, ou está triste por que não queria me beijar mas mesmo assim beijou?

    A resposta para essa pergunta era quase cruel demais pra mim. E eu vou fingir que eu não sei a resposta.

-Eu não sei- menti a ele, ele não percebeu a mentira descabida em minha cara.

-Vou continuar te beijando, até você saber.

    E então, lá estava ele, me beijando enquanto fazia carinhos em meu rosto. Eu já não me sentia tão mal.

    Não sei quanto tempo se passou em que eu e Guilherme nos beijamos naquele corredor, mas quando ouvimos o som de alguém limpando a garganta, apenas separamos nos lábios, ainda abraçados encarávamos Zlatan Ibrahimovic.

-Pois não?- indaguei Zlatan ainda enevoada demais pra ficar nervosa por ele estar me olhando nessa situação com Guilherme.

-Quero falar com você- me respondeu firme e seco.

-Fale.

-Só com você- dessa vez ele olhava pra Guilherme, o expulsando com o olhar.

    Guilherme e eu nos separamos.

-Te vejo lá fora- ele disse e caminhou lentamente pelo corredor.

    Sozinha com Zlatan, me toquei na situação frágil em que eu estava, eu não queria falar com ele, na verdade eu não tinha nada pra falar com ele. Seu rosto era tenso e nervoso, zangado, e sua voz saiu firme.

-Que isso não seja pra me fazer ciúmes Cecile- ele disse apontando para a direção em que Guilherme havia ido.

-Não é- respondi firmemente- Não tem ninguém aqui pensando em você.

    Zlatan soltou um suspiro, olhou pro meu rosto e agora mais clamo disse:

-Olha, eu sei que me odeia...

-Não odeio, acabei de falar, não tem ninguém aqui pensando em você.

    Eu deveria ser atriz.

-Me deixa falar- exigiu zangado e fiquei quieto.

    Quando ele deu dois passos em minha direção, ergui o queixo, querendo mostrar que foda-se, eu não ligo pro que ele me diz, eu não tenho medo dele, simplesmente acabou seu efeito sobre mim.

-Você pode não entender- ele começou dizendo outra vez calmo- Mas eu sempre cuidei de você e vou continuar cuidando, mesmo que você não queira, e eu não acho que esse garoto seja pra você.

-Você não sabe de nada- respondi nervosa- Você não o conhece e mesmo se o conhecesse que direito você tem pra se intrometer na minha vida? Nenhum!

-Cara, porque você simplesmente não entende que eu fiz por você?

-Para com isso!- pedi aos gritos- Para de pensar em mim!

-Então vou pensar em mim- ele disse seriamente- Que futuro eu teria com você?

    Fiquei quieta enquanto as palavras dele me machucavam.

-Quando você nasceu eu já estava passando fome e lutando pra sobreviver na Suécia- ele disse me dilacerando.

-Quando eu nasci minha mãe morreu- falei para mostrar que minha vida não era fácil como ele julgava ser.

-Eu sei- me respondeu- Mas isso não te fez mais madura e sim mais mimada.

-Eu entendo seu ponto Zlatan- retruquei- Você quer casar, quer filhos.

-E eu não quero com você, quero sua amizade- ele disse e me controlei pra não estourar de ver- Você está certa, eu não o conheço, não tenho o direito de me intrometer na sua vida, mas você continuar fazendo isso por razões óbvias...

-Que razões obvias?- mais uma vez eu fiquei confusa.

-Você sabe por que eu a protejo.

-Ah sim!- exclamei- Sua ex mulher...

-O que?!- ele exclamou exasperado- Não tem nada haver com isso, eu estou falando de...

-Dane-se Zlatan- falei dando de ombros- Nada vai mudar, você escolheu me pôr pra fora da sua vida, e é assim que vamos ficar.

-Você ainda é minha amiga...

-Eu não quero mais- falei lentamente para que ele entendesse, e ele me olhou perplexo ao finalmente entender- Eu só preciso te esquecer de vez.

    Nossos olhares se fixaram de vez, eu não conseguia decifrar a expressão de Zlatan mas sabia que ele não estava feliz. Quem liga? Eu também não estou. Acabei de dizer que eu não havia o esquecido ainda, admiti pra mim mesma isso, eu era uma idiota.

   Sem mais uma palavra, dei as costas a ele e comecei a me afastar pelo corredor, o ouvindo dizer:

-Eu não ligo pro que você quer Cecile, ainda vou estar aqui quando você precisar.

   Quando cheguei no fim do corredor, duas coisas aconteceram. Enquanto David me puxava subitamente por uma porta no corredor, Zlatan arremessou para longe uma lata de lixo.

-Fique aqui, já que você adora ouvir as coisas por trás da porta- o tom de voz de David era de alguém que mandava.

   Ele fez um sinal para que eu ficasse em silencio e escondida e saiu pela porta.

-O que aconteceu Zlatan?- David perguntou fingindo surpresa

-É essa garota!- Zlatan berrou com raiva

-Ceci? O que ela fez?

-Ela é burra! Burra! Você a viu com aquele ex dela? O que ela pensa que está fazendo?!

-Te esquecendo?- David jogou essas palavras no ar e pude imaginar a cara de possesso que Zlatan fazia no momento.  

-E eu?! Quando vou esquecê-la?!

-Você não consegue? 

-Não David, não consigo! Tudo o que eu penso é em como era divertido vê-la se estabacar em um chão, ou como ela era bonita quando sorria, como eu gostava de fiar perto dela e claro, eu não consigo parar de pensar em todas as vezes que eu tive a oportunidade de possui-la e não fiz por que a respeitava!

     De novo, as lagrimas vieram. Ouvi Zlatan e David marcharem para longe e minha respiração se prendeu. Eu sabia por que estava chorando, eu estava chorando por que eu o amava do mesmo modo como ele me amava mas nunca me diria. Como ele pode me amar e ao mesmo tempo conseguir planejar sua vida sem mim?

    Em menos de dois minutos, meus sentimentos por Zlatan se afloraram ainda mais, eu soube que esquece-lo não seria tão fácil, e de agua morna eu passei a lava efervescente. Tudo isso só me fazia chorar.

    Mas eu tinha que seguir em frente. Limpei minhas lagrimas e respirei fundo para ir encontrar Guilherme.  

     “Ainda vou estar aqui quando você precisar”, disse Zlatan. Enquanto olhava pra Guilherme, encostado em seu carro, eu sabia que ele iria fazer essa promessa também.

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         Houve duas situações em que eu realmente precisei de Zlatan, e ele não estava lá como disse que estaria.

      A primeira situação foi depois de duas semanas depois daquela conversa no corredor. Eu estava com Guilherme em uma loja de ternos, ele iria para um evento e queria me ajuda para escolher um bom terno pra ele. Enquanto eu ria de suas palhaçadas e recebia seus beijos, recebi uma ligação assustadora de Paulinha aos prantos dizendo que o ex da Cynara a tinha sequestrado e que a estava ameaçando.

     Guilherme se ofereceu para ir comigo para a casa de David, mas eu não queria envolve-lo nisso, fora, que na minha consciência, nem eu deveria ir pra lá, mas eu estava preocupada com a Cynara, com as meninas e com o David.

    Assim que cheguei na casa de David, eu esqueci a raiva que sentia dele quando ele me abraçou fortemente, chorando alto e me pediu para sentar do lado e segurar sua mão. Achei isso estranho, mas queria ajuda-lo.

    Olhei em volta, a sala estava repleta de gente, vários policiais, todas as meninas estavam lá com os meninos, até a Sara que mesmo gravida visivelmente era a que mais sofria. Cavani abraçava Carol como se fosse o único ponto seguro dela. Aparentemente, eu era o porto seguro de David, mas quem seria o meu já que Zlatan nem estava lá?

    As horas passavam devagar e eu ficava muito nervosa ao ver as pessoas tão aflitas quanto eu, David chorava igual á um bebê e se culpava por tudo. Babi me contou por cima o que tinha acontecido.

   Cynara estava sendo ameaçada pelo ex há meses, mas ela só levou a sério quando ele bateu no carro do David e a enviou fotos dele, como se tivesse o perseguindo. Foi então que ela teve que “trair” David na frente dele com o ex. Desde então, ela tem sido escravizada pelo ex, e agora, ele quer o dinheiro.

-Eu devia ter protegido ela- David se lamentava mais uma vez- Em vez disso, ela se sacrificou por mim, pra me proteger e eu nunca corri atrás dela. Como eu deixei isso acontecer?

-David, a culpa não é sua- Falei apertando sua mão firmemente- E poxa, não é só por que você é o homem da relação, que você tem que protege-la e que as coisas ruins não vão atingi-la. Você não tinha como ajuda-la.

-Você tentou me avisar Ceci...- ele disse em lagrimas- Você disse que talvez ela estivesse sido forçada.

-Sim- e agora me senti culpada- Mas nunca fiz nada para ajuda-la.

    O telefone tocou e a sala se encheu de tensão. David atendeu com as mãos trêmulas depois de ouvir atentamente o que os policiais diziam.

-Alô?

-David- era Cynara, ela parecia confusa e sonolenta- Eu...

-Cy, me desculpa- ele voltou a chorar- Me desculpa por tudo.

-Desculpas não vão adiantar- agora era a voz do cara, me arrepiei- Foi tão fácil pra você se livrar dela né? Você nem entendeu que algo poderia estar errado né Sr. Escolhi Esperar? Você não acreditou em nenhuma jura de amor que ela te fez?

-Seu filho da puta!- David xingou possesso- Cadê ela seu desgraçado?

-Não ouse me xingar! Quem fez merda foi você!

-Cadê ela?! Eu pago o que você quiser, mas devolva-a a mim.

     O telefone ficou mudo por um tempo, mas então ouvimos o som apavorante do grito do sequestrador e de uma batida muito forte, logo após um tiro e a linha caiu.

    Comecei a arfar, pânico me encheu de cima a baixo, minha barriga se revirou e pontos pretos invadiram minha visão. Me forcei a ficar calma por que todos aos meu redor gritavam em desespero, e o pior aconteceu.

    Quando olhei pra Sara, ela sangrava, e mais pânico tomou conta da sala. Finalmente, Bernard como um verdadeiro pai de família, a pegou  no colo e disse que a levaria pro pronto socorro.

-Eu vou também- me prontifiquei, pelo menos lá, eu teria um pouco de paz.

-Não por favor, fique aqui- Carol disse- Eu vou com vocês.

-Eu vou junto.

-Nos deem noticias- Karol pediu desesperada, era a primeira vez que eu a ouvia falar naquela noite. 

    Sara não tinha nem 8 meses de gestação, se algo acontecesse com ela, eu ficaria na fossa.

    Mais um tempo se passou, e eu não consigo descrever o quanto eu ficava nervosa e tentava relaxar para não criar preocupações. A verdade era que eu queria vomitar, e chorar de dor, mas eu não poderia fazer isso. Os policiais trabalhavam sem parar, David parecia inerte a tudo e apenas chorava com desespero.

    Quando comecei a tremer de dor, falei que iria para a cozinha, mas quando me vi sozinha, cai no chão e comecei a soltar tudo o que havia em meu estomago, a situação me deixava doente. Eu precisava de ajuda, mas quem me ajudaria? Ele não estava lá, e eu precisava dele.

    Então, me lembrei de quando assisti um seriado alemão legendado.

-Erik! Hilfe! Hilfe! Erik!

    Erik chegou alguns segundos depois, nervoso, pálido e quando viu meu estado, veio logo me socorrer, do jeito que eu pedi.

-Você precisa ir á um hospital- ele disse.

-Não, por favor, eu não quero! Vai todo mundo se preocupar comigo e eu não quero isso! Erik, pelo amor...

-Calma, então vamos à minha casa, tem remédios lá- e então ele fez algo bem chato- Mario Gotze, kommen hier sofort!

-Por que está chamando o Mario?- me forcei a perguntar.

-Preciso que ele me ajude a limpar seu vomito, venha cá- Erik me tirou do chão e me ajudou a sentar em uma cadeira da mesa da cozinha.

    Mario chegou igualmente nervoso e palido, e quase vomitou ao ver meu proprio vomito.

-O que...?- ele murmurou.

-Preciso levar a Ceci pra ela tomar um remedio, limpe pra mim por favor?- Erik pediu.

-Ah cara...- Mario já ia recusar.

-É pela Ceci!

    Mario olhou nos meus olhos, e ai sim concordou.

     Erik me ajudou a chegar até a porta de entrada, gritando para todos que iriamos comprar comida chinesa.

    Em algum momento no caminho para a casa do Erik, eu apaguei. Acordei sendo carregada por ele no colo e me senti enjoada.

-Pode me pôr no chão, já estou bem- pedi a ele.

     Erik me ignorou e continuou a me carregar casa a dentro, só me largou quando chegou na cozinha, me pondo sentada no balcão e começou a remexer uma gaveta cheia de remedios ao meu lado.

-Você está gravida?- ele perguntou casualmente.

    Tossi como louca com engasgo que tive ao ouvir sua pergunta.

-É claro... que não!- afirmei com dificuldade, tentando pôr ar para dentro dos pulmões.

-Tem certeza?- me ignorou outra vez.

-Sim Erik! Eu não estou gravida!- falei agora com mais firmeza para que ele me levasse a sério- Menstruei semana passada alias.

-Poupe-me dos detalhes- retrucou, pondo algumas gotas de remedio em um copo e depois o encheu de agua, me entregando.

     Bebi o remedio de uma vez, fazendo careta ao descobrir o quanto ele era amargo.

-Só estou nervosa com a situação, sitoações tensas me deixam mal- respondi.

-Esqueci que você é muito sensivel.

    Sensivel. Fraca. Mole. Me chame como quiser, era a verdade. Egoista também. Enquanto todos estavam preocupados com a Cy, morrendo de medo que algo acontecesse com ela, eu estava aqui, passando mal. Eu deveria ser forte, para ajudar os outros a ficarem fortes também, infelizmente, ser forte não combinava nem um pouco comigo.

    Fora, que a culpa da Cy estar em problemas, também era minha.

-Espero que a Cy me perdoe- falei a mim mesma, mas Erik acabou escutando.

-Por que? Você ajudou a sequestra-la?

-Não.

     Como sempre, minha visão começou a embaçar com as lagrimas que se formaram. Eu não sei viver em um mundo onde a minha mãe morre no meu parto, onde meu pai e minha madrasta morrem em um acidente de carro a caminho da minha formatura, um mundo onde eu sabia que Cynara estava com problemas mas não fiz nada para ajuda-la.

-Ceci, qual é oproblema?- Erik perguntou docemente enquanto secava minhas lagrimas.

-Eu sabia Erik, eu sabia que a Cynara estava sendo chantageada pelo louco do ex dela mas não fiz nada mesmo assim!

    Erik me abraçou com força enquanto eu me desmanchava em lagrimas, e lentamente começou a dizer:

-Ceci, a culpa não é sua. Por mais que você soubesse, o que você podia fazer além de nada? Cynara se entregou por amor, para salvar o David e isso é ter coragem. E Ceci, por favor, nesses ultimos tempos, você teve seus problemas, e eles não foram poucos.

-Mas e se algo aconteceu com ela?

-Eu sinto no meu coração, que ela está bem.

    Engoli o choro. Não por que as palavras de Erik me consoloram, mas por que a situação não era sobre mim, era sobre a Cy! Eu não poderia amolecer, eu tinha que estar forte para ajudar os outros a encontraram.

    Zlatan deveria estar aqui!

    Na cozinha de Erik, havia uma grande porta de vidro, que dava uma visão geral do jardim maravilhoso que ele tinha.

-Nossa Erik!- exclamei ao dar uma boa olhada no jardim. Havia uma macieira lá e outras arvores também, a grama era verde e fofinha, flores coloridas e uma piscina cristalina.

-Bonito não é? Isso é o que eu acho mais engraçado sobre mim.

-O que?- perguntei confusa.

-Eu sempre fugi de ter uma familia, mas meu subconsciente  comprou uma casa bem estilo família- então, seu humor mudou, ficou triste e eu entendia seus motivos- Pena que isso não vai acontecer.

    Erik amava Paulinha como nunca havia amado ninguém, mas isso também não o impedia de planejar sua vida sem ela.

-Você está fazendo escolhas certas Erik- murmurei a ele- E a Paulinha entende isso.

-Eu sei, só sei lá, queria que nosso relacionamento fosse blindado e duradouro. Eu a amo demais e não consigo imaginar uma vida sem ela.

     A única coisa que eu podia falar e ele era:

-Se vocês quiserem de verdade, vai ser duradouro.

     Erik sorriu. E era hora de voltar pra casa do David.

    Quando chegamos à casa de David, nos surpreendemos com Paulinha em frente do portão levantando os braços para parar o carro, a cara dela era de pura  adrenalina e tensão.

-O que aconteceu?- perguntei nervosa enquanto ela entrava no banco de trás do carro.

-Acharam a Cy, ela está no hospital geral, levou um tiro no ombro ao tentar tirar a arma daquele maldito mas está bem, todo mundo já foi pra lá.

-E a Sara?- voltei a perguntar.

-Entrou em trabalho de parto.

-Ai meu Deus!- pânico encheu minhas veias.

-Calma, a Sara se cuidou, Bernard e mãe dele estão com ela na sala de parto.

-A mãe dele? Ela não odiava a Sara?

-Quando há perigo, há amor também- Paulinha filosofou.

     Chegamos ao hospital em tempo recorde, com Erik atravessando todos os faróis vermelhos possíveis. Na entrada do hospital, comprei balões de melhoras tanto pra Cy quanto pra Sara e comecei a andar rapidamente até o quarto da Cy.

    Cheguei bem a tempo de David abrir a porta do quarto dela e anunciar com um brilho sem igual no rosto:

-Ela aceitou se casar comigo!

-Amém!- Babi jogou suas mãos ao alto e começou a atropelar todo mundo para entrar no quarto logo.

    Foi fofo ver as meninas abraçaram a Cy em conjunto. Cy parecia bem, embora assustada e machucada, ela olhava pra David e seu rosto se suavizava de volta, eles eram tão apaixonados.

    Quando todo mundo terminou de abraça-la, foi a minha vez. Amarrei os balões na cabeceira de sua cama, olhei bem nos olhos dela e sussurrei:

-Eu sinto muito.

-Esta tudo bem Ceci- ela sussurrou de volta apertando minha mão- Se você se envolvesse, traria problemas a você e mais problemas pra mim.

   E assim, mais um capitulo da minha vida se concretizou sem Zlatan. Ele disse que estaria aqui quando eu precisasse, mas não esteve.

    Ainda esperamos por duas horas o bebê de Sara nascer, embora prematuro, a menina que ela resolveu chamar de Sabrina para homenagear a amiga morta delas era forte e linda, e trouxe uma paz muito grande para Sara e para sua sogra. Sabrina nasceu em um dia horrível, mas no final, trouxe muita alegria.

   E claro, estava rolando um clima entre Carol e Cavani outra vez.

   Uma semana de passou depois daquele dia.

   E eu fui convidada para uma festa do pijama que as meninas resolveram fazer para fortalecer a amizade delas e para deixar Cy a par de tudo o que andou acontecendo.

  Como era uma festa do pijama vesti meu melhor pijama, um de zebrinha super fofo, mas quando cheguei à casa de Paulinha, assim que ela abriu a porta, começou a rir como louca. Paulinha, Babi, Cynara, Carol, Peru e Polly estavam vestidas normais, só eu estava pagando mico.

-Sabe brasileiras, aqui na França quando fazemos uma festa do pijama, é literalmente de pijama.

-Você veio assim pra cá?- Cy perguntou gentilmente

-Guilherme me deixou aqui- respondi.

-Guilherme- Paulinha disse com malicia.

-Guilherme- foi a vez de Babi

    Revirei os olhos. Sim, Guilherme estava sendo um ótimo amigo e eu estava feliz com ele no momento.

-Quem é Guilherme?- Cy voltou a perguntar.

-Na hora certa ela te conta- Paulinha disse lançando um saco de salgadinhos para mim.

    Logo Sara chegou, sem a filha, ela disse que queria trazer mas a sogra insistiu muito para ficar com a neta e mesmo se sentindo mal por abandonar a filha com uma semana de nascença, ela permitiu para que as coisas ficassem bem.

    Karol foi a ultima a chegar. Ela abraçou a Cy com força e foi cumprimentar todo mundo. Na minha vez, ela nem hesitou em me abraçar e disse:

-Não se preocupe, eu fui uma idiota com você.

-Nossa, quem é você e o que fez com a Karol que eu conheço?- Babi disse jogando um colchão no chão.

-Evolui- Karol respondeu dando de ombros

-Então, você sabe da novidade?- Babi perguntou meio receosa a Karol.

-Que o Thiago está saindo com a agente dele? Sim, eu sei. Na verdade, ela sempre gostou dele, era explicito, finalmente ela conseguiu o que queria.

-E você não está se importando?- Carol perguntou confusa.

-No momento certo, eu vou falar- Karol respondeu.

    Fiquei me perguntando o que era aquilo de momento certo, mas não foi por muito tempo. Assim que ajeitamos todos os colchões no chão, Babi disse que era para sentarmos em uma roda, ela iria girar a garrafa e em quem parasse teria que falar sobre a vida para explicar a Cy o que tinha acontecido.

   A primeira em que a garrafa parou, foi a Carol e eu estava muito curiosa pra saber se ela e Cavani tinham voltado.

-Vocês viram o que ele postou no instagram?- ela disse casualmente.

    Todo mundo começou a remexer o celular e o que eu vi no perfil de Cavani, me deixou surpresa. Em uma foto que ele publicou, ele disse que o namoro com a modelo era falso e apenas para promover a marca que ele e a modelo patrocinavam.

-Porra!- Babi xingou- Isso é serio?

-Sim- Carol concordou- Ele tinha assinado um contrato com essa marca e com a modelo antes de namorar comigo, antes de me conhecer, por isso que ele não me assumia. O plano dele era ficar comigo escondido até o contrato acabar, mas eu não o deixei explicar.

-Uau!- Karol assobiou- E vocês voltaram?

-Estamos pensando nisso - Carol corou.

-Mentirosa!- Paulinha gritou histérica- Você dormiu fora a semana toda, estava transando né safada!

-Eu estava sim!- Carol assumiu- Estamos apenas esperando a poeira abaixar para revelarmos ao mundo nosso namoro, finalmente!

   A próxima foi Sara, que disse:

-Eu sou mamãe, minha sogra me ama agora e eu tenho uma noticia pra dar pra vocês e espero que vocês não surtam.

-Vai ser mamãe de novo?- Cy brincou.

-Não- e ai os olhos da Sara se encheram de lagrimas- Bernard e eu voltaremos para o Brasil em alguns meses.

    A histeria tomou conta da sala, e demorou muito para que Sara acalmassem a todos, e ela disse algo bem interessante.

-Gente, agora eu sou mãe, e vou me casar com Bernard, meu dever como mulher dele é segui-lo para o quinto dos infernos se ele for pra lá. Isso é ser uma família.

-Mas você vai nos deixar!- Cynara acusou chorando.

-Claro que não, sempre estarei com vocês. Amo muito vocês.

   Após um chororô danado, a garrafa caiu em Babi, que deu de ombros dizendo:

-Eu estou bem, eu estou bem com o Lucas, estou bem com a minha carreira, não poderia estar mais feliz.

   E então a garrafa apontou para Paulinha, que a encarou por um tempo até dizer:

-Eu demorei tanto tempo pra estar seriamente envolvida com Erik, e agora, ele vai me deixar pra ir pra Alemanha.

     Paulinha não chorou, mas queria chorar.

-E eu não posso reclamar- ela continuou- Por que eu faria a mesma coisa se eu estivesse na posição dele, e ele está fazendo o melhor para ele. E fim, não quero mais falar nisso.

    Todo mundo a encarou, quando eu tentei falar algo para anima-la, ela me cortou dizendo que realmente não queria falar sobre aquilo, então fomos para a próxima.

    Eu fui a próxima.

-Senta que lá vem história- Babi disse.

-Vou ser breve- falei- Eu perdi a virgindade com Zlatan, ele me deixou e agora estou saindo com meu ex, e ele é muito fofo comigo.

    Todas me olharam com surpresa, até Cy resolver falar.

-Por que Zlatan te largou?

-Por que ele acha que nós dois não daremos certos.

-Ele nem tentou- ela disse.

-Não é preciso, eu agora entendo que é verdade. Ele quer casamento e filhos, eu quero estabilidade emocional e paz.

    Fui breve, também não queria falar sobre isso ou dar detalhes sobre meus sentimentos por Guilherme.

   Logo, foi a vez de Polly.

-Bom, eu estou namorando o Mario depois dele insistir muito.

-Mas ela ama o Mario gente- Peru interveio

-Mentira!- Polly exclamou- Talvez ame, um pouco.

    Eu não conhecia Polly muito bem, mas imagino o quanto deve ser difícil pra ela dizer que se importa com alguém, por algum motivo, ela preferia ser fria.

-Minha vez- a própria Peru disse quando a garrafa parou sobre ela- Eu estou saindo com o James, ele me pediu em namoro e disse que me ama, mas ainda não to pronta pra ter um relacionamento com ele.

-Mas por que Peru?- Cy perguntou.

-Tem sempre uma vadia dando em cima dele, sempre, que tipo de paz eu vou ter?- Peru parecia bem chateada- E o pior, se eu não aceitar, se eu não confiar nele de vez, vou acabar o perdendo.

-Vai mesmo- Polly replicou- Cara, se não der certo, você larga ele.

-Você fala como se fosse fácil, eu não sou a rainha de gelo como você.

    A ultima foi a Karol, outra que eu estava tremendamente curiosa pra saber o que estava rolando.

-Bem, eu ando conversando com um terapeuta- ela confidenciou e deixou todas chocadas- Ele disse que meu mundo se transformou apenas em Thiago e eu não estava pensando em mim, por isso, eu parei para refletir e vi que não estava sendo feliz e resolvi fazer uma coisa que eu queria fazer a muito tempo. Vou aceitar um emprego de estilista em Milão, parto em um mês.

    Todas nós a olhamos estatizadas. Karol mudou, mudou muito e as amigas dela não estavam preparadas para essa mudança.

-Milão?- Carol perguntou tentando se estabilizar.

-Sim- Karol confirmou- Eu fui chamada pra esse emprego faz meses mas recusei por causa do Thiago. Bom, agora, eu posso ir.

-Você também vai nos deixar?!- Babi perguntou aborrecida.

-Primeiro a Sabrina, depois a Julyana, agora a Sara e agora você?!- Paulinha parecia bem aborrecida.

-Ei gente, eu sou a Karol- Karol bateu palmas- Eu não morri, minha cabeça não subiu com o sucesso que nem certas ruivas jogadoras de futebol, Sara tem uma família agora, eu nunca vou abandonar vocês, vocês são minha família.

   Foi a festa do pijama mais triste que eu já participei, mas era até bom não ser a única com problemas.

   Eu fui dormir do lado da Karol, e no meio da noite, eu perguntei pra ela:

-Ka, você não pretende lutar por ele?

    Karol pegou minha mão e a apertou com força.

-Não, às vezes, é preciso deixar seus problemas irem, se eles quiserem de verdades ser resolvidos, irão voltar.

    Era um conselho que eu levaria por muito tempo.  

 

 

   

       

 

   

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Obrigada e até a próxima gurias da minha vida!


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