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História A Linguagem Das Flores - Eu Quero Você


Escrita por: Caahs

Notas do Autor


Olá, amorzinhos.

Chegamos ao fim de mais uma aventura, agora oficialmente. Sou eternamente grata por terem acompanhado o trajeto até aqui e compartilhado das emoções - seja em comentários, favoritos ou simplesmente lendo. É um estímulo que vocês me dão para continuar a escrever e a cada estória melhorar. No fim das contas, essa estória se tornou um dos meus xodós <3

Sobre as músicas do capítulo, não tenho muito o que indicar. Ouçam qualquer música de cunho mais sexual que dará certo, hahaha.

Prestem atenção nas tags novas para ter certeza de que nada irá incomodá-los no meio do capítulo!

Boa leitura e nos vemos nas notas finais!

Capítulo 6 - Eu Quero Você


Foram seis meses repletos dos mais variados eventos, incluindo as mais calorosas gargalhadas, as mais belas flores, os mais molhados beijos e até mesmo os mais acolhedores abraços. Pensamento sussurrados, palavras ditas em meio ao barulho da natureza em seus arredores, ou do ensurdecedor encontro de ambos os corpos no calor do momento. Contos compartilhados, memórias transcritas, incontáveis “bom dia” ao abrir os olhos pela manhã e encarar o mesmo par de íris que há muito tempo tornou-se a cor favorita um do outro; mesmo sem saber aponta-la dentre uma enorme aquarela.

Após a oficialização do namoro entre Erik e Charles os questionamentos dos respectivos amigos chegaram ao fim, as incessantes conversas às escuras sobre o que fazer, o que dizer. Porém, os sonhos que antes perturbavam a mente de Erik agora não só se repetiam em outros cenários, como também eram passados diretamente para Charles, que se mudara para o seu apartamento dois meses depois. Caixas e mais caixas foram trazidas elevador à cima com a ajuda de Raven, Hank e o próprio casal envolvido na mudança. A maioria delas sobrecarregadas de livros das mais longas datas e edições, disputando espaço com um guarda-roupa repleto dos mais diferentes suéteres e cardigans em posse do floricultor.

Adaptarem-se às manias um do outro fora, possivelmente, uma das mais difíceis tarefas a ser realizada. Erik, apesar de toda a sua intensidade emocional, mantinha-se organizado e disciplinado com seus pertences e deveres. Por outro lado, Charles provara ser o completo oposto do gestor, deixando seus livros e canecas de chá espalhados por todos os cômodos do singelo e minimalista apartamento. No dia em que Erik encontrou um amontoado de pétalas e terra espelhadas pelo chão banheiro, o bloco inteiro de apartamentos estremeceu com a sua efêmera fúria.

Contudo, a convivência provou beneficiar ambas as partes ao longo do tempo, que conseguiram se adequar às peculiaridades alheias sem deixar com que maiores ocorrências destruíssem o relacionamento até então construído. As experiências boas sobressaiam-se perante as ruins, fazendo com que o ambiente adquirisse a conotação de casa, a qual ambos os corações pertenciam e palpitavam agudamente, contentes por terem enfim encontrado um lugar para chamar assim.

 

Já era noite; a lua brilhava no céu, atraindo os mais sonhadores dos olhares e filosóficos pensamentos para si, iluminando as ruas com toda sua grandiosidade. O movimento na cintilante cidade de Nova York aumentava a cada minuto; bares e restaurantes abarrotados de pessoas a apreciarem uma boa bebida, celebrando o fim de uma longa e cansativa semana. As gargalhadas alheias misturavam-se com a sonoridade dos carros a passearem pelas largas avenidas, com as conversas paralelas, com o alvoroço nas estações de metrôs próximas; criando um ambiente tipicamente urbano e rotineiro.

Dentro do apartamento agora pertencente a Erik e Charles, o cheiro adocicado e inebriante; característico de rosas, espalhava-se pelos cômodos, preenchendo cada cubículo quadrado da residência. A iluminação era fraca, oriunda de algumas lâmpadas amareladas e do fogo que derretia o envolto cerâmico das velas protegidas por um ornamento amadeirado e oriental. O calor exalado constantemente contrastava com o gélido vento a ser soprado do lado externo, criando um ambiente confortável em termos de temperatura.

Erik encontrou nada mais do que um raro silêncio ao cruzar pela porta da frente. Seus dedos afrouxavam o nó de sua fina gravata preta enquanto seus olhos cautelosamente percorriam pelas velas e pétalas vermelhas, as quais desenhavam no assoalho de madeira um provocante caminho até o quarto.

“Charles?” A rouquidão de sua voz ecoou pelas finas paredes como o uivo do vento ao colidir contra as frestas das janelas. “Você está em casa?”

No quarto, Erik.

Após abandonar sua maleta sobre a bancada de mármore negro, Erik aproximou-se do quarto com lentos, porém longos passos, em harmonia com seu semblante apreensivo. Descendo pelo seu pescoço, as hábeis mãos desatacavam os primeiros botões esbranquiçados de sua camisa.

Ao inclinar-se no batente da porta, seus olhos arregalaram-se em surpresa com a visão lasciva que os cumprimentava.

O tom de pele pálida e rosada misturava-se no emaranhado de lençóis brancos enquanto o intenso vermelho das rosas era responsável pela vivacidade da cena, destacando ainda mais os brilhantes olhos azuis e os lábios rosáceos. Não havia um único pedaço de tecido a cobrir o corpo de Charles, esticado na cama naturalmente com um dos braços servindo de apoio atrás de sua cabeça e outro a abraçar seu abdômen languidamente. O único item que separava o telepata da completa desnudez era o conjunto de rosas – inteiras com seus caules e folhas esverdeadas; expostas na região de sua virilha e consequentemente bloqueando a visão de seu sexo. 

Erik sentiu um arrepio acompanhado de um libidinoso calor a descer por toda e extensão de sua coluna e espalhando-se para as extremidades de seu corpo, acumulando-se nas proximidades de seu ventre. Sua garganta e boca secaram instantaneamente com a deslumbrante imagem, engolindo forçadamente o que lhe restava de saliva.

Gostou do meu novo visual? Charles projetou provocativamente, erguendo as sobrancelhas e umedecendo o lábio inferior com a ponta da língua.

Gradualmente a boca de Erik curvou-se, dando forma a um sorriso puramente ladino. “Um pouco excêntrico, não acha?” Suas pupilas nitidamente dilatadas passearam sem pudor algum pelo corpo de Charles enquanto se aproximava.

Sentando-se na beirada da cama, o gestor tomou uma das flores em mãos, resvalando os dedos sobre o membro levemente enrijecido de Charles. No entanto, seu enfoque não se deu no ligeiro toque, muito menos no súbito arfar da respiração do telepata. E sim na vermelha rosa em sua posse, girando-a por entre seus elegantes dedos.

“Olhe pra você, Charles.” O descer de uma oitava na voz de Erik era o suficiente para Charles incomodar-se com a distância entre eles, soltando um breve chiado saturado de anseio. “Deitado aqui, rodeado por nada mais do que rosas.” O telepata sentiu a ponta dos dedos de Erik pressionarem sutilmente uma aveludada pétala contra a pele de seu torso, arqueando as costas em busca de mais daquela exótica sensação. “Uma visão digna dos quadros renascentistas.”

Erik.

Não confiando em sua própria voz, Charles murmurou diretamente na mente de Erik. Suas pálpebras trepidavam conforme o gestor direcionava a fina pétala para as róseas protuberâncias em seu peito.

“Imagine se os pintores da época encontrassem alguém como você. Dezenas de telas seriam pintadas a fim de alcançar o tom certo dos seus lábios.” Erik propendeu-se para frente, trocando a textura da pétala pela dos lábios de Charles. “Dos seus olhos.” Seus olharem encontraram-se de imediato; o desejo mais do que nítido na fraca coloração que se perdia em meio a escuridão se suas íris.

Charles mordeu o dedo indicador de Erik, fechando os olhos ao circundá-lo com seus lábios. Em sua mente era como se estivesse imerso em fantasiosos pensamentos, nos quais o dedo Erik representava, na verdade, seu próprio membro ingurgitado. Não lhe passou despercebido o suspiro estrangulado deixado pelos finos lábios entre partidos do gestor a olhá-lo com tanta luxúria.

Você pode me pintar a hora que quiser, meu amado. Mas agora eu realmente gostaria que você me fodesse.

“Sempre tão impaciente.” Erik sustentou o peso de seu corpo em ambas as mãos entre a cabeça de Charles, guiando o olhar ligeiramente azulado do telepata para si mesmo como se um antolho de couro limitasse sua visão periférica. Como se nada no mundo além de Erik existisse.

Um sorriso tênue tomou conta das feições de Erik ao mesmo tempo em que sua boca traçava um lento e tortuoso caminho do pescoço de Charles até seus lábios avermelhados – passando pelo lóbulo de sua orelha e mandíbula; tomando-os em um beijo casto, porém firme e apaixonado.

Além do intrincar físico por parte de suas bocas e línguas, gradualmente a mente de Charles expandia seus próprios horizontes em busca do convidativo ambiente proporcionado pela respectiva de Erik. O desconcerto dos pensamentos do gestor; antes tão bem amarrados entre si como uma resiliente teia de aranha, agora resultando em um redemoinho de sensações a se formar descoordenadamente, espalhando caos por todo o espaço disponível e inconscientemente transmitindo algumas delas através do elo criado entre ele e Charles. A luxúria, predominante em meio a felicidade, trocada por ambos envolvidos com extrema naturalidade, acostumados com o ato devido ao tempo em que passaram juntos.

As mãos de Charles prendiam-se na camisa branca de Erik, desatacando seus botões sem se importar com o estado final deles. A única coisa que almejava naquele momento era ter mais do corpo magro do gestor de encontro ao seu. As pontas de seus dedos percorriam indelicadamente pela pele ligeiramente morena, arranhando o peito do metalocinético com curtas unhas e deixando somente um rastro avermelhado para comprovar seu gesto de exaltação. Um latente grunhido foi abafado pelos lábios de Charles, todavia projetado em sua totalidade diretamente na mente do telepata.

Uma fina linha de saliva conectava os lábios rubros e intumescidos, porém desfez-se assim que Erik desceu pelo pescoço de Charles, mordicando a caucasiana pele em lasciva exposição. Seus braços movimentaram-se rapidamente, livrando-se do incomodo causado pela camisa ainda envolta de seu torso e lentamente tornaram a abraçar o corpo alheio deitado sob si.

“É terrivelmente injusto que você ainda esteja trajando um par de calças.” Charles murmurou com as pálpebras cerradas, afundando a cabeça em seu travesseiro ao sentir a boca de Erik circundar um de seus mamilos.

“Você sabe o que é realmente injusto? Você ainda estar falando, Charles.” Os dentes do gestor fecharam de encontro à rosácea protuberância, quebrando com a linha de raciocínio de Charles e fazendo-o arfar em resposta. O sorriso presunçoso que se desenhava pelo rosto de Erik ganhava destaque, dando-o confiança para continuar com as ações pretendidas e descer adiante pelo corpo de Charles.

Ao alcançar o nível da virilha do telepata, Erik ergueu a cabeça para melhor observar as flores ali colocadas; algumas reorientavam-se de acordo com o balançar dos pálidos quadris ou com o enrijecimento do membro de Charles, notável perante a intensa vermelhidão de pétalas. Lentamente, o gestor pegou cada flor com delicadeza, percebendo a falta de espinhos e consequentemente o trabalho feito pelo floricultor ao podá-las adequadamente.

“Tanto esforço para ver suas flores sendo jogadas ao chão.” Uma por uma, Erik as retirava com cautela, atento às variadas reações do telepata a se contorcer sobre os finos lençóis.

Em compasso com as latentes batidas de seu coração e o rápido inflar de seus pulmões, a voz de Charles se fez presente. “Essa é a graça, não acha? Construir todo o cenário para depois ver você o arruinar.” O branco de seus dentes contrastava com a coloração viva de seus lábios.

Me arruinar.

Ao invés de cintilarem por contentamento, o brilho presente no que restava de azul nos olhos de Charles poderia ser classificado como puramente libertino; um convite descuidado feito para Erik, que jamais em sã consciência seria capaz de recusar. Não quando a pessoa envolvida era nada mais, nada menos do que Charles.

As palavras, tão bem direcionadas e sinceras – com somente um sigiloso pingo de anseio; eriçaram os pêlos na extensão do corpo de Erik e forçaram um suspiro prolongado a deixar sua garganta, quase em um penoso grunhido. Longos dedos juntaram o restante das flores e as lançaram de encontro ao chão; seus olhos jamais abandonando o semblante apreensivo estampado no rosto do telepata.

Me deixe fazer as honras então.

Erik projetou ao tomar o membro de Charles entre os lábios, gradativamente descendo-os pelo prepúcio que o encobria, até a ponta de seu nariz afundar-se em meio aos negros fios na virilha do telepata. Sob a palma de suas mãos, O corpo de Charles estremeceu involuntariamente com o contato da boca do gestor e as sensações enviadas por sua mente ludibriosa. O peso sobre sua língua, que rodeava a coroa da glande; o gosto, por ora almiscarado e inebriante ao misturar-se com o pré-gozo já formado no ápice. Tão verídicas eram tais sensações que Charles umedeceu os próprios lábios, como se salivasse pelos exatos mesmos motivos de Erik.

As mãos de Charles entrelaçaram-se nos fios avermelhados do gestor, movendo os quadris cuidadosamente em sincronia com ritmo imposto pelos lábios e mão de Erik; não querendo provocar um possível desconforto. Apesar dos olhos forçadamente fechados em meio ao prazer oferecido, Charles via a própria imagem refletida do ponto de vista de Erik nos confins de sua mente, enviadas conjuntamente à uma onda de luxúria e amor.

Tardou para que Erik se tornasse tão passivo perante as constantes invasões de Charles, assim como os compartilhamentos – em sua maioria de pensamentos; rotineiramente realizados. Mas uma vez em que se estabeleceu entre eles mais do que um laço de afeto, mas sim de confiança, o gestor viu-se descendo por uma cascata infinita e sem aparente volta; abrindo-se de forma jamais feita com um outro alguém, completamente à mercê das vontades do telepata.

A musculatura das coxas de Charles contraia-se, seus dedos agarravam-se aos lençóis e ao cabelo de Erik conforme a sensação de desejo aumentava e com ela seu ápice, tornando-se cada vez mais palpável. Seus olhos, ao conceder a entrada de uma pitada de luz, perderam-se nas sobrancelhas envergadas em concentração do gestor e suas cativantes e escuras íris, cuja mera presença arrancava suspiros e gemidos daquele a receber tal ato.

Erik, eu não consigo –

Charles puxou o gestor pelos cabelos, afastando sua boca de seu membro completamente enrijecido e lustroso, recoberto por uma fina camada de saliva.

“Me beije.” Charles sussurrou. As maçãs de seu rosto coloridas com o mais natural tom de rosa, tingindo-se conforme a temperatura ao redor de ambos aumentava.

Erik rendeu-se à súplica inconsciente do telepata, subindo pelo seu corpo com avidez e aprisionando os avermelhados lábios contra os próprios em um passional beijo; dividindo não só seu desejo, mas também o gosto de Charles ainda pertinente nos cantos de sua boca.

Um gemido de contentamento pôde ser ouvido, ainda que abafado pelas línguas entrelaçadas. Porém, o contato provou-se curto, dito que Erik separou-as novamente e retornou à posição de antes. Um caminho molhado fora traçado, desde o ápice do membro de Charles até a parte posterior de suas gônadas.

Erik, o que você está –

As sobrancelhas de Charles imitaram a conformação adquirida por suas costas, arqueadas em surpresa por sentir as mãos de Erik levantando seus quadris e guiando ambas as pernas pálidas até seus ombros, ajustando-as para que seu rosto ficasse nivelado à entrada provocante e pregueada do floricultor.

“Me permite?” Erik murmurou, pressionando sua boca contra o interior da coxa de Charles, sentindo-a estremecer perante o mais sutil dos toques.

Sim, sim, sim. Por favor.

Um chiado extenso deixou a garganta de Charles ao ter suas nádegas massageadas brevemente, o ar quente exalado por Erik de encontro à pequena abertura localizada entre os dois globos de carne, a textura adventícia dos finos lábios em contato com seu entorno de maneira puramente provocativa.

“Erik, não me tente.” Os pés de Charles impulsionaram seu quadril para frente, buscando por um contato mais íntimo e prometido pelo gestor.

“Ou o quê?” Erik perguntou, interrompendo toda e qualquer ação para levantar seu rosto e fitar a expressão ligeiramente desesperada do telepata.

“Ou eu vou terminar sem você.” Pálidos dedos resvalaram pelo seu membro, expondo a avermelhada coroa ao afastar o prepúcio que a protegia. Os cantos dos lábios de Charles curvaram-se enquanto por sua boca saiam dos mais estrondosos e falsos gemidos; tudo em pró de atiçar as emoções de Erik.

As mãos foram rapidamente espantadas do local em que repousavam. “Não se atreva.” Erik sussurrou com ferocidade, apertando os dedos contra as firmes nádegas de Charles e tocando sua entrada com a ponta da língua.

Charles era capaz de sentir tudo, tanto as sensações dele mesmo quanto aquelas oriundas do gestor ao instiga-lo de tal maneira; circulando a enrugada abertura lentamente e sentindo-a contrair em resposta ao estímulo de seus lábios. A visão de Erik tornou-se a sua própria, como se Charles estivesse naquela mesma posição, realizando os mesmos atos carnais de luxúria e afeto. O incitamento, de tão soberba intensidade, resultava no inconsciente impulso dos quadris do telepata em direção do gestor, murmurando agudamente por mais daquele contato. Ação que as mãos de Erik mal conseguiam conter.

Em uma lenta agulhada, a língua do metalocinético aprofundou-se na estreita e abafada passagem, deixando-se levar pela contração da musculatura ao redor, que ao invés de empurrá-lo para fora como de costume, o convidava a penetrá-lo mais ao fundo. As mãos de Charles agarravam-se em toda e qualquer estrutura conveniente e próxima, oferecendo-o um mínimo de suporte e distraindo-o das doces sensações por Erik proporcionadas. Os gemidos variavam de tom conforme o ritmo imposto pelo gestor; ora calmo, ora impetuoso, no entanto sempre presentes, tal como a exorbitante comoção dentro de si, consumindo-o assim como Erik e suas brandas carícias.

“Erik...” O nome do metalocinético deixava os lábios entre partidos de Charles como um mantra pessoal; as sílabas alongavam-se conforme o chiado angustiado acompanhava tal palavra repetida. A única que fazia um mínimo de sentido dentro da cabeça do telepata a cada resvalar da língua de Erik ao comprimir-se contra as paredes musculosas de seu interior, cada deslize da áspera barba rala no interior de suas coxas e nádegas.

Eu preciso que você me toque, por favor. Me toque, me foda, qualquer coisa. Eu preciso de mais, Erik. Mais.

Ao afastar-se minimamente, Erik traçou a língua por entre seus lábios, deleitando-se com o gosto consignado em sua boca como se estivesse recém participado de um banquete. Suas mãos deixaram os quadris de Charles lentamente; beijando suas coxas, joelhos, panturrilha e até seus calcanhares, repousando-os na maciez de um dos travesseiros dispostos na cama para melhor ampará-lo.

Da segunda gaveta do criado-mudo, Erik retirou um usado frasco de lubrificante e um quadrado pacote unitário de preservativo, colocando ambos os itens próximos da cabeça de Charles e movendo-se para fora da cama.

Apesar da maioria de sua atenção estar voltada para Charles durante todo aquele tempo, era difícil esconder o calor que se espalhava por seu próprio corpo; o sangue redirecionado para certas partes dele, resultando em um nítido incômodo por parte de seu próprio par de calças social. Libertadora era a sensação de finalmente poder desafivelar o cinto e livrar-se do tecido que o aprisionava, assim como lascivo era o olhar de Charles ao observar cada parte de seu corpo desnudo e ligeiramente torneado.

“Apreciando a vista, Charles?” Erik o acordou de seus devaneios, erguendo uma de suas sobrancelhas em escárnio enquanto aproximava-se da cama novamente.

Charles murmurou algo inaudível, um som ecoando do fundo de sua garganta. “Só um louco não o admiraria. Mas no momento eu temo que a imagem esteja reservada somente para os meus olhos.”

E mente, obviamente. Charles adicionou com um travesso sorriso, balançando os dedos próximo de suas têmporas.

“Agora volte aqui e termine o que começou.” Planos no colchão, os pés de Charles deram-lhe o apoio necessário para que suas pernas se desvinculassem uma da outra, caindo em sua lateral e expondo ainda mais o corpo pálido e voluptuoso, dotado de carícias avermelhadas.

Erik não precisou de outros estímulos, espalhando o viscoso líquido transparente entre os dedos e rapidamente penetrando a avermelhada entrada de Charles com dois deles, sentindo a diferença em sua estreita passagem devido às ações de sua língua minutos atrás.

Céus, eu não preciso disso. Eu já estou pronto. Eu quero você. Sentir você.

Os dedos do gestor curvaram-se em resposta, reduzindo os pensamentos de Charles para um uníssono gemido estrangulado ao ter sua próstata veemente estimulada por tão familiares dígitos. As pernas do telepata enlaçaram a fina cintura de Erik, tentando encurtar a distância que os separava; que o fazia sentir-se tão vazio sem o membro do gestor a preenche-lo, sem o calor envolvente de sua mente.

A tentação não durou para sempre. Mesmo que Erik quisesse, era impossível negar o desejo que fluía por suas veias e percorria pelo resto de seu corpo com extrema rapidez. Suas mãos ansiavam por um ínfimo toque, assim como seus túrgidos lábios secavam com a esperança de tomar-lhes os de seu companheiro em mais um acalentado beijo.

Colocada a proteção de látex e uma camada extra de lubrificante, Erik, ajoelhado sobre a cama, posicionou as pernas de Charles firmemente ao redor de sua cintura, apoiando uma das mãos em seu quadril enquanto a respectiva encarregava-se de guiar seu engorgitado membro até a passagem brevemente alargada do floricultor.

Lentamente seus copos tornavam-se um único, tal como as ininterruptas palpitações de seus corações e ambas as mentes em conexão através de um fortalecido laço previamente estabelecido. Os sons externos dissipavam-se em meio às ofegantes respirações, controlando o desejo de simplesmente tomar-lhes o que fora, exatos seis meses atrás, dito como seus. A luxúria presente no brilho de seus olhos deu lugar a outro sentimento, aquele cuja origem se deu da forma mais natural possível, surpreendendo até mesmo os envolvidos.

Nenhum deles chegou um dia a imaginar que um ato de cunho carnal poderia se tornar algo tão intenso e importante, representando não somente a culminação de seus almejos mais profundos, mas também tornando a conexão entre aquelas duas pessoas ainda mais forte e resistente perante as dificuldades encontradas.

“Você está bem?” Erik sussurrou contra o peito de Charles, interrompendo todo e qualquer movimento. A ponta de seus dedos acariciava o quadril do telepata com curtos gestos, o suficiente para que a euforia inicial minguasse.

Charles assentiu, permitindo que seus olhos fechassem e entregando-se ao prazer subentendido que vagarosamente caminhava sobre seu corpo; traçando uma longa e sinuosa trilha desde a ponta dos dedos de seus pés até o último fio de cabelo acastanhado.

Os movimentos de Erik eram lânguidos, mapeando o entorno do corpo de Charles com uma das mãos e sussurrando galanteios em seu ouvido e diretamente em sua mente, fazendo com que sua voz ecoasse nos mais profundos espaços do telepata. O pálido torso tornava-se maleável perante as leves estocadas de Erik, sendo levado pelas sensações proporcionadas como a maré que arrastava para si as impurezas da costa.

O intrínseco elo mostrava a ambos os dois lados de uma mesma moeda, tal qual um espelho que lhes refletia sua imagem contrária. A sensação ambígua, de estar aprofundado no interior de alguém e ao mesmo tempo sentir-se penetrado; de início não se passava de uma grande confusão, mas logo os nós foram desfeitos e intensificavam as emoções pelos dois sentidas, trazendo um novo significado para aquele impudico ato.

Da luxuriosa boca de Charles saiam gemidos agudos e sinceros; palavras soltas ao ar, as quais não faziam qualquer sentido para aqueles fora do íntimo ambiente. Os sons instigavam Erik a acelerar o ritmo de suas estocadas, sendo levado inconscientemente cada vez mais adentro da mente e impuros pensamentos pertencentes a Charles.

Erik, não pare –

As estocadas tornaram-se diligentes e extremamente passionais, preenchendo o apartamento todo com estrondos advindos de seus corpos e seres, completamente tomados pelo calor do momento; pelos movimentos erráticos de seus quadris em busca da fricção que os levaria para um patamar superior de deleite.

Tão perfeito, tão belo. Seus sons, Charles. Seus olhos, seu corpo. São meus.

Erik guiou uma das mãos até o membro de Charles, movendo-a no mesmo acelerado e brutal ritmo de seus quadris. Seus pensamentos misturavam-se, formando um emaranhado de palavras que só faziam sentido para o telepata, o qual as recebia de braços e mente aberta.

Sim, sim. Todo seu, Erik. Eu te amo, te amo tanto. Por favor.

A visão de Charles enturveceu ao sentir o próprio orgasmo arrebatar-lhe e o ar subitamente faltou em seus inflados pulmões, como se a morte tivesse lhe tirado a vida por breves segundos e o paraíso fosse a primeira coisa que avistou ao alcançar o alto nível dos céus. Os músculos de seu corpo todo moviam-se em curtos espasmos, estimulados em excesso pelo compasso longo e duradouro de Erik, que atraído pelas inebriantes sensações do telepata, deixou-se levar momentos depois na direção de seu próprio orgasmo.

O peso do gestor caiu sobre o corpo de Charles momentaneamente enquanto recuperava-se de seu estado fatigado. Seus dedos acariciaram carinhosamente a rósea bochecha do telepata, cujos olhos permaneciam fechados; ao mesmo tempo que um sorriso satisfeito desabrochava em seu rosto.

“Eu também te amo.” Erik murmurou, quase sem forças para falar, afastando-se de Charles e retirando a usada proteção de seu membro semi flácido para jogá-la no lixo em seguida. Quando retornou para perto do telepata, pôde ouvi-lo lamentar pela dor sentida.  

Acredite, eu sei muito bem. Na verdade, acho que vou me lembrar disso pelo resto da semana.

Um riso fraco deixou ambos os lábios, e os olhares enfim cruzaram-se novamente. Charles levou uma das mãos até o rosto de Erik, sentindo o fervor de suas bochechas e empurrando parte de seu cabelo suado para longe de sua testa.

Então eu prometo fazer o mesmo na semana que vem, para que você jamais se esqueça.

“Eu vou aguardar por esse momento ansiosamente.” Charles respondeu com um largo sorriso, aprofundando seu rosto no aconchego proporcionado pelo peito de Erik e rendendo-se ao nítido cansaço de seu corpo extasiado.

“Feliz aniversário de seis meses.” Erik trouxe os lençóis para cima de seus torsos, abraçando a cintura de Charles com um dos braços e depositando um casto beijo em seus lábios.

“Você tem mais seis meses para pensar em uma surpresa à altura.” Charles murmurou, deleitando-se no calor proporcionado pela proximidade de Erik e o sutil inflar de seu peito.

“Eu aceito o desafio.” Os próprios olhos de Erik fecharam-se após resposta dada, relaxando o corpo de encontro ao colchão.

Eu sempre irei aceita-los.

Eu sei. Assim como sempre estarei aqui para ver você cumprir cada um deles.


Notas Finais


Meu coração tá apertado, mas é hora de dizer adeus. Espero que tenha encantado vocês da mesma maneira e esperem por mais Cherik em um futuro breve! Ideias sempre tenho, hahaha.

Obrigada, novamente, pela companhia e tempo dedicado <3
Aliás, o capítulo foi levemente inspirado nessa foto: http://67.media.tumblr.com/tumblr_lnhh0cwfah1ql7qv1o1_500.png
JAMES MARAVILHOSO <3

Beijos e até a próxima!


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