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História A Linha Das 6:30 • Cellps - • Sem resposta •


Escrita por: Lesbicaniando

Capítulo 4 - • Sem resposta •


Ele é estranho, me olha diferente, talvez seja doido. Mas nós pegamos pesado com ele. Na verdade, nem sei o motivo de começar a tratar Rafael com tanta mediocridade.

Se eu citar os fatos, vou ter que anotar pra não esquecer algum. Mas vou tentar recuperar alguns ocorridos esse ano.

10/05/2016

-Vem logo, ele desceu - Phoenix ria e corria com os baldes d'agua.

Nossa idéia era molhar Rafael quando ele passasse debaixo da escada, mas não apenas com água, misturaram um monte de merda naqueles baldes, nem eu sabia o que diabos jogaram lá dentro.

-To indo viado - Guaxinim traxia folhas secas pra complementar o futuro homem-folha.

-Que nojeira, gente - eu vinha atrás, esperando ver alguma coisa, caso desse certo.

-Jogaram meu tênis aí dentro, caralho - Alan vinha mancando com um pé descalço, enfiando a mão em um dos baldes pra recuperar o calçado.

-Joga, joga! - Guaxinim enfileirava os baldes na beira da escada.

Eu ouvi apenas o barulho da água se chocar contra o chão. Gritos e risos. Dei meia volta e sai.

19/06/2016

Eu estava com os fones, de boa sentado na arquibancada lendo fanfics no celular quando Luba me chamou a atenção, pelas suas expressões, ele gritava, apontando pro meio do campo, onde um garoto estava lutando pra se levantar, recebendo arranhões de espinhos de rosas e agulhas por outros alunos.

Horas depois, Luba disse que ele apresentou um trabalho sobre o espinho de uma rosa venenosa. Lembro de não ter prestado atenção.

Ele foi ridicularizado por uma coisa que não fazia sentido algum. Ignorei e continuei lendo fanfics.

22/06/2016

Três dias após o ocorrido com as agulhas, ele faltou. Depois das aulas, fiquei sabendo que pegaram ele em um beco, uma encruzilhada.

Quanto ódio, e eu estava ali, no meio, dando risos disfarçados e me forçando ao bullyng. Eu me deixava levar pelas provocações de meus "amigos"

"Medroso" "Xinga ele á vontade" "Bate" "Ele não se importa" "Aquele gayzinho"

Foi quando eu descobri. Rafael é homossexual. Mas não é por isso que o mundo se rebeliou contra ele.

24/06/2016

Ele voltou. Com o braço esquerdo engessado, uma faixa na testa e no punho direito. Ele estava com dificuldades pra escrever aquele dia. Deve ter ficado com a mão fraca.

Duas horas depois daquele mesmo dia, ele foi ao banheiro, e eu o segui. Ao contrário do que achei, ele não foi matar aula, e sim, realmente foi ao banheiro. Quando entrei pela porta, ele estava sem camisa, analizando pelo espelho a grande gaze (faixa branca) que emoldurava seu peitoral inteiro. Haviam cortes por toda a extensão de seu corpo. Eu tive que sair dali.

Sorte ele não tem. Azar, muito.

No trabalho sobre as geleiras, ele mal olhou pra minha belíssima redação. Só focou nas palavras dele, lendo e relendo tudo.

-Estou como um parasita aqui. Cadê a parte de sermos uma dupla? - cruzei os braços e estiquei as pernas.

-Você é um parasita, e não considero você minha dupla. Se quer trabalhar, exija alguma coisa que quer encaixar aqui - ele jogou a folha em minhas mãos, e eu começei a ler.

Rafael e Felipe
Avaliação de Redação

Assunto: Geleiras
Tema: Corações Gelados

Eu realmente pensei que ele estava brincando ao dizer que iria fazer sobre corações frios ou coisa do tipo, revirei os olhos e continuei a leitura.

As geleiras podem ser a maior atração dos polos. Mas as geleiras existem fora deles, aqui, num país tropical. Dentro do peito. Muitos dos eleitos pra carregar dentro de si um pouco de gelo, gera sentimentos explícitos sobre o coração cogelado de si mesmo. Não tem que ser horrível, como também tem que jogar pro mundo o tanto de crueldade que podem acumular. Fazem pessoas escorregarem no gelo. Use um casaco, caso algum desses maníacos se aproxime, querendo te transformar em um coração de gelo também. Cada caso t--

Parei de ler e o encarei boquiaberto.

-VOCÊ ESTÁ NA QUINTA SÉRIE? - gritei, atraindo olhares para nós.

-Não. Mas a quinta série deve ser melhor que aqui - deu de ombros e se fez indiferente.

-Olha bem pra isso - joguei a folha de volta pra ele - Nem um pirralho de lá escreve isso.

-Qual o problema? - ele fechou a feição, eu já não consigo decifrar as expressões que ele exibe.

-Esquece, me explica isso aí do casaco, está sem sentido - massageei as têmporas, procurando relaxar meu falso stress.

-Eu uso casaco, certo? - o observei, e realmente, seu grande casaco vermelho estava lá, dando oi.

-Certo - afirmei.

-Os corações de gelo me pegaram faz tempo. pretendi escrever sobre o casaco por conta disso.

Ele se levantou e abaixou o ziper do casaco, tirando-o em seguida. Ele usava uma regata preta, bem colada. As marcas roxas e avermelhadas estavam bem marcadas em sua pele clara.

Phoenix e Luba nos olhava, com certeza tirariam satisfações comigo.

Rafael se sentou, e amarrou o casaco na cintura.

-Não vai cobrir isso? - me referia aos hematomas.

-Todos sabem sobre isso. Não tenho motivos pra esconder - me calei. Ele me deixou sem resposta pelo resto do dia.

Seria assim, por agora. Eu questionando, ele respondendo indiretamente com palavras inteligentes. Não sabia o motivo de eu babar em cima dele. Estava tão calmo apesar de tudo. Se eu fosse ele, mudaria de escola, tentaria uma vida nova. Mas não, qual o problema dele? Ele tem motivos? Tem algum em específico? Pais rígidos? Benefícios por estudar aqui? Talvez ele seja bolsista, quem sabe. Nunca fui atrás de quem é Rafael Lange.

Agora queria entender, quem é ele? Quem é esse cara despreocupado que apanha calado?

Estava sem resposta.


Notas Finais


Ave Maria, foi o máximo, deu problema no celular e decidi encerrar o cap. Eu ia fazer um pouco maior, mas olha a hora. É isso. Próximo cap, é sobre o motivo de zoeira com o Rafitos.


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