História A Lista de Emily - Você é forte!

Fiquei mais um bom tempo na mesma cafeteria mexendo no computador. Quando deu 3:00p.m. fui para casa para assistir a aula. Chegando em casa, parecia que meu pai já estava um pouco melhor, ele conversava com o Michael, meu professor. Os dois riam enquanto tomavam café.

- Oi? - disse assim que entrei em casa

- Oi Emily. Finalmente você chegou, estava preocupado! - o Michael disse

- Oi filhinha! - ele disse e me deu um beijo na testa - Bom, eu vou sair pra que você possa aprender! - logo depois foi embora da sala para o quarto

Eu e o Michael ficamos arrumando os livros de Matematica em cima da mesa de jantar.

- Emily, que bom que seu pai esta deixando você sair agora! - ele disse muito animado, provavelmente não sabe o motivo do meu pai estar deixando eu sair

- É, está sendo bem legal! - eu disse tentando demonstrar animação

- Agora que está tudo arrumado, vamos aprender um pouco sobre os grandes matemáticos!

- Isso é História ou Matematica?

- Uma mistura dos dois! - ele disse e começou a me explicar

Depois de toda aquela chatice, Michael começou a arrumar as coisas para ir embora, e eu o ajudei.

- Michael, eu tenho uma irmã? - eu perguntei sem o olhar, ele e meu pai se conheciam a muito tempo, se eu tivesse uma irmã, ele saberia!

- Que? Claro que não! Seu pai nunca te contou a história?- ele parecia nervoso

- Não, que história? - perguntei curiosa

- Seu pai tinha uma namorada que teve você, mas um dia, quando seu pai te dava amor e carinho, ela fugiu. Pegou todas as coisas e fugiu! - ele disse engolindo em seco

- Ah, essa história! - eu disse pegando o ultimo lapis que ele tinha esquecido na mesa. Meu pai ja me contou essa história mais de mil vezes, mas ele nunca contou algo a mais. É sempre a mesma coisa!

- Obrigada pela ótima aula Michael!

- Até amanhã Emily! - ele disse e eu fechei a porta

Subi para meu quarto e abri um salgadinho, nem fui na cozinha pois sabia que não tinha nada pra comer, to vivendo com comida de cafeteria e salgadinho a 2 semanas! Comi tudo que tinha no pacote em 2 minutos e fui dormir. Tinha que acordar pelo menos as 2 da manhã pra não me assustar com o meu pai entrando no meu quarto gritando.

Acordei quando ainda eram 1:30a.m. e durante mais ou menos três horas fiquei mexendo no Twitter, vendo o que meus youtubers favoritos postavam. Até que de repente ouço uma sirene chegando perto da minha casa, no começo nem estranhei, mas ela parou na frente da minha casa e comecei a ouvir barulho de tiros. Desci as escadas correndo e quando estava a um degrau de conseguir ver a sala, uma bala passou raspando na minha perna. E nesse momento percebi, meu pai estava trocando tiros com a policia.

Voltei correndo para meu quarto, peguei minha bolsa com meu computador e celular. Quando estava prestes a pular da janela, voltei até o quarto do meu pai tampando os ouvidos por causa do barulho extremamente pertubador das balas e, dentro de uma gaveta de meias, peguei um bolo de dinheiro. Descobri esse bolo na semana passada quando procurava meu colar da sorte. Quando estava voltando para meu quarto para pular pela janela consegui ver meu pai estirado no chão da sala, morto. Seu corpo sem vida estava de olhos abertos e com uma mancha de sangue em volta. Comecei a chorar que nem louca, mas não parei de correr, pulei da janela desesperada, ela dava na parte de trás da casa. Pulei no quintal da vizinha e fui para rua, andava chorando e pensando que eram quatro horas da manhã e eu, uma garota de 15 anos, andava pelas ruas de um dos bairros mais perigosos da cidade. Parei em um parque em que tinha alguns mendigos e me sentei em um banco, apoiei minha cabeça nas mãos e comecei a chorar como nunca tinha chorado.

- Você é forte! Você é forte! - eu sussurrava repetidamente para mim mesma

Depois de um bom tempo que eu fiquei sentada naquele banco chorando que nem uma menininha de 7 anos começou a clarear e eu sai em busca de uma cafeteria que estivesse aberta a esse horário. Eu tentava não chorar, mas era quase impossível! Eu estava sem casa, sem pai, sem nada pra fazer, sem lugar para ir! Porém quando eu estava entrando em uma cafeteria qualquer lembrei da louca de ontem. Abri meu computador e coloquei no Twitter. E mandei mensagem para a Cameron

"Ta, me encontra na cafeteria que a gente se encontrou ontem e me explica essa história direito!"

Enquanto aguardava a resposta pedi para a garçonete que claramente odiava seu trabalho uma xicara bem grande de café e duas rosquinhas. De repente vejo o numero 1 grudado no simbolo de mensagens do Twitter e abro para ver a mensagem.

"Okay, estou indo!"

É estranho saber que uma pessoa sai de casa só pra se encontrar com alguém que ela nem conhece. Tudo bem que ela é louca, tanto que ela disse para uma desconhecida que era sua irmã.

Depois de um tempo, quando eu ja tinha até acabado de comer a minha rosquinha e ja estava na metade do meu copo de café, ela chegou com um sorriso extremamente simpático. Nesse momento eu já estava com o rosto normal, não parecia com um tomate de tanto chorar.

- Oi, é um prazer te reencontrar! - ela disse estendendo a mão, mas eu continuei com a minha mão apoiados na minha coxa. Nunca vou gostar do contato com seres humanos!

- Oi, a gente vai ficar enrolando ou você vai me contar tudo que você sabe?- eu perguntei sem paciência assim que ela se sentou na minha frente.

- Bom, já que você ta com pressa, vou tentar resumir tudo! Quando eu tinha 5 anos, minha mãe teve trigêmeos, dois meninos e uma menina, ela arriscou a vida do Ethan e do Grayson pra você nascer. E bom como você já ouviu, na minha teoria maluca, você tem dois irmãos gêmeos, o Ethan e o Grayson! - as palavras saiam da boca dela, mas eu não conseguia acreditar no que eu ouvia - Só que um dia minha mãe ficou muito brava com meu pai, eu não sei porque e mandou ele embora da casa dela, e ele disse que apenas com uma condição, a menininha dos trigêmeos ficaria com ele. Primeiramente a minha mãe recusou, mas logo depois ela aceitou pois não aguentava mais ele! E, bom, eu achei que você fosse minha irmã por causa do seu queixo/maxilar, e claro não só o queixo mas seu rosto é muito parecido com o dos meus irmãos!

- Que? Que história louca! Mas... - eu comecei a falar, mas ela me cortou

- Eu não terminei! E seu nome é o mesmo da minha irmã e do seu pai também! E o seu sobrenome é o de solteiro do meu pai! Bom, não tem nada que mostre que você não é minha irmã!

- Tá, talvez isso possa ser verdade... - eu disse e ela me abraçou, a empurrei muito forte o que quase a fez cair da cadeira.

- E como que tá o nosso pai? - ela perguntou muito animada

- Morto! - disse baixo, toda vez que eu me lembrava de seu corpo estirado pelo chão batia uma dor extremamente forte

- Como assim? Morto, morto?- ela perguntou extremamente assustada

- É! Morto, morto! - eu gritei alto até demais, porue todos me olharam assustados

Eu botei as mãos no rosto e a Cameron colocou uma mão no meu ombro direito, eu a tirei e continuei com a mão no rosto.

- Me desculpa. Eu não queria que você ficasse mal! Mas... Você esta a quanto tempo sem ele? E como você está sem ele?

- Ele morreu não faz muito tempo! - eu disse tirando as mãos do rosto

- O que aconteceu? Pode confiar em mim!

´´7- Nunca se esqueça que eu sou a unica pessoa em que você pode confiar! ``

- Não, eu não posso! - eu disse começando a ficar brava

- Por que você é assim?

- Eu não sei! - eu gritei

- Ta, me desculpa! Moça, você pode me trazer um milkshake de chocolate por favor! - ela disse pra garçonete

Ficamos um tempo em silêncio, eu não sabia se podia realmente confiar nela, mas quem eu tinha? Exato, ninguém! Decide confiar nela, mas apenas nela!

- Então...- comecei a falar sem nem olhar para ela - ... meu, nosso pai usava drogas e nessa madrugada ele trocou tiros com policiais. Eu fugi pela janela pra não ser cumplice do meu pai. - eu terminei de falar ainda sem olhar pra ela, fazendo desenhos no café

- Nossa, você quer ficar lá em casa? Eu posso falar que você é uma amiga minha! - ela disse de um jeito super fofo

- Melhor não, eu não te conheço direito, nem temos certeza se somos parentes! - eu disse, vai que ela é só uma louca

- Você vai ficar na rua? - ela perguntou me olhando séria

- Puta que me pariu! Okay, eu vou! - eu disse e ela bateu palmas de alegria

Fomos andando pelas ruas de Nova Jersey, eles moravam numa casa maravilhosa, eu estava de queixo caido. Quando entramos não tinha ninguém, logo depois da entrada, tinha uma sala com uma lareira, encima da lareira tinha varios porta-retratos, em um tinha uma mulher com a Cameron e dois gêmeos, em outra tem uma foto da Cameron sozinha, logo depois dos gêmeos sozinhos e por ultimo, uma de trigêmeos, dois garotos e uma garota. Era lindo, eu deixei uma lagrima cair quando terminei de ver as fotos. Eu tinha uma familia além do meu pai!