Jogo as pernas para o lado, tomando cuidado para não acordar Taehyung, me levanto e pego minha manta que estava caída no chão. Quando me levanto, me dou conta que ele já está acordado. Não são nem oito horas da manhã, e ele já está acordado. Literalmente. Segurando minha manta sobre minhas costas, vou andando descalço pelo chão e desço com passos pesados a escadaria.
Levo meu café até a sala de estar e me animo no sofá.
- O que o Taehyung tem pra me mostrar hoje ? = penso comigo mesmo.
Bom. Não sei, pois, tenho que focar em meus colégas de trabalho. Será que eles vão ser solidários e me dizer como foi injusta a decisão tomada por minha mãe ? Ou será irrompeu em aplausos e comemoração quando souberam da novidade ? Solto um gemido de lamento. Terei de endireitar os ombros, levantar a cabeça e fazer com que todos acreditem que foi minha ideia ter Jimin dirigindo a empresa.
Ah, mãe, por que você me colocou nessa situação ?
Sinto um nó na garganta e o engulo com um gole de café. Hoje não tenho tempo para lamentos, graças a Jimin e sua reunião. Ele acha que está sendo discreto, mas sei exatamente o que está planejando. Nesta manhã ele vai me oferecer um prêmio de consolação: sua antiga posição como vice-presidente. Ele fará de mim o segundo em comando; em troca, vai querer anistia e a minha obediência. Mas ele está delirando se acha que vou aceitar isso sem sérias exigências. Sem herança, vou precisar de um bom aumento de salário.
Minha expressão mal-humorada é suavizada com um sorriso quando Taehyung passa rapidamente pela porta, com algumas sacolas na mão.
Eu me levanto.
- Bom dia, Tae. Onde estava ?
- Fui fazer umas comprinhas. = Ele tira o boné e passa as mãos nos curtos cabelos.
- Ah sim, não precisava.
Ele se vira para desamarrar os cadarços.
- Precisava, sim !
Taehyumg se virá em direção ao sofá e, senta para assistir televisão. Eu me viro para sair da sala, mas paro no meio do caminho até a escada.
- Tae ?
- Hã ?
- O que você tem pra me mostrar hoje ?
- É uma surpresa e, eu a estragaria se te contasse. = Ele me olha dando um sorriso de lado.
Eu apenas dou um sorriso e aceno em confirmação com a cabeça, subindo a escada para me arrumar.
∆∆
Subo no elevador até o quadragésimo nnono andar e entro na luxuosa matriz da empresa. Empurrando as portas duplas de vidro para passar, sigo diretamente para a sala de Jimin.
Enfio a cabeça para dentro da sala que era de minha mãe, numa esquina do corredor, e vejo Jimin atrás da mesa. Ele está ao telefone, mas me convida para entrar com um aceno de mão, erguendo o dedo para indicar que em breve falará comigo. Enquanto finaliza a ligação, me sento e fico vagando pelo espaço que me é familiar e me pergunto o que ele fez com as pinturas e esculturas que minha mãe adorava.
- Parece que você já se mudou de vez pra cá = Digo, incapaz de resistir à irrigação interna. - Até mudou a sala de nossa mãe em... O que ? Vinte horas ? Quem diria que isso poderia ser feito com tamanha rapidez !
Ele se levanta e dá a volta na mesa, aproximasse e posiciona a outra cadeira de frente para mim.
- Hobi, é um momento difícil para todos nós.
- Um momento difícil para todos nós ? = A minha visão fica embaçada. - Você está falando sério ? Que eu saiba, era pra mim estar no seus lugar, mas invés disso, perdi o cargo de presidente da empresa.
- Hobi. Nossa mãe me deixou uma carta. = Jimin aperta de leve meu ombro enquanto passa atrás para fechar a porta. Quando ele retorna para seu lugar, crava os olhos em mim, e a intensidade em seu olhar é alarmante.
- O que estou prestes a dizer é muito difícil para mim. = Ele morde o lábio inferior, o rosto enrubescido. - Quero que você se prepare, Hobi.
- Meu Deus, Jimin, suas mãos estão tremendo. Numca vi você tão ansioso. O que está acontecendo ?
- Tenho uma ordem vinda de nossa mãe. Ela deixou um envelope na gaveta da minha mesa. Havia um bilhete dentro dele. Posso pegá-lo se você quiser.
Ele começa a se levantar, mas eu agarro o seu braço.
- Não. A última coisa que preciso é de um bilhete de nossa mãe.
Meu coração está galopando.
- Nossa mãe me instituiu a... Ela quer que eu...
- O quê ? = Eu quase grito.
- Você está demitido, Hobi.
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