História A Little Cat - Vkook - Diga oi, pequeno

Estive pensando por muito tempo se iria realizar essa tal ideia maluca da minha cabeça. Sentia-me solitário no meu apartamento - se é que eu poderia chamá-lo assim - e como qualquer outra pessoa, pensei em ter algum bichinho de estimação, mais precisamente, um gatinho.

Sempre via alguns amigos meus com seus animaizinhos e não achei má ideia, sendo que eu poderia bancar ele de boa já que eu trabalho. É de meio período, mas mesmo assim eu posso viver sem precisar da ajuda de alguém.  

Me olho pela última vez no espelho e saio de casa já com o celular, as chaves e a carteira em mãos.

Por incrível que pareça eu meio que não sabia onde ficava o pet shop que eu iria até por que eu só sabia que era na rua de trás da padaria que ficava a algumas quadras daqui, mas eu poderia estar errado já que as coisas aqui vivem mudando de lugar aqui. Esse era minha maior preocupação agora.

Como será que vai ser a minha vida daqui pra frente? Tipo, eu vou ter alguém a mais na minha casa, que vai ficar esperando eu chegar em casa, que vai me fazer companhia quando eu ficar carente...

Muitas coisas pra pensar.

Quando eu chego ao pet shop – que graças a Deus ainda estava aqui – logo entro fazendo aquele característico som de sino informando mais um cliente.

De fora parecia tão pequeno, mas o lugar em si era tão grande. Havia diversos bichinhos de todos os jeitos e raças que era impossível não querer levar todos dali. Ainda olhando tudo em volto, me dirigi até o setor que me interessava. O dos gatos.

Bem, por que um gato? Desde pequeno meu sonho era ter uma casa só minha e, claro, um gatinho pra me fazer companhia. Mas, o que esse bichano de quatro patas e peludo tem de tão especial? Não sei, só sei que os admiro e muito!

Vai me dizer que não os acha fofos? São tão agradáveis e carinhosos esses pequenos. Bom, alguns sim.

Começo a ir de cercadinho a cercadinho para achar algum que me interessasse. Prendo o olhar em um que realmente me interessou e vou até ele. Era um filhote com os pelos em um mesclado de preto e branco – apesar de admirar eu não sei muito das raças – que estava me olhando de um modo pidão.

O pego e começo a afagar seus pelos o vendo miar e buscar mais contato com a minha mão e se aninhar mais em meu colo. Sorrio e passo a mão nos seus pelos, mas paro assim que ouço o barulho do sininho novamente.

Eu não sabia que de fato eles existiam, pois eu nunca os tinha visto, mas ali dentro daquela caixa tem um pequeno e indefeso hibrido que está todo encolhidinho buscando calor no próprio corpo.  Continuei afagando o gato do meu colo esperando alguma coisa daquele cara que havia entrado com a caixa. Ele a colocou no balcão e começou a conversar com o dono sobre algo que eu não conseguia ouvir, mas mesmo assim não despregava o olho. Assim que o cara estranho saiu daqui, coloco o filhote no cercado novamente e caminho até o balcão.

— Posso ajudar? – perguntou o atendente com um sorriso.

— É... Não, na verdade sim, é que...  – coço a nuca para parar um pouco o nervosismo, coisa que deu totalmente errado. – Eu posso ver o gatinho que chegou? – pergunto ainda meio hesitante com medo de receber uma negação.

— Claro, pode pega-lo se quiser – diz me entregando a caixa.

Ele era tão... Pequeno. Estava com seus olhinhos semicerrados e uma carinha triste. Suspiro e o pego no colo era tão leve. No mesmo instante, o mesmo arregala os olhos e me olha com medo.

— Calma gatinho, não vou fazer nada com você. – afago seu cabelo e sorrio tentando demonstrar segurança, o que deu um pouco certo.

— Q-quem é você? – pergunta com a voz um pouco embargada. O que será aconteceu com você, pequeno?

— Sou Jungkook e você? – ele olha para baixo e depois para o desenho da minha camiseta.

— Taehyung...

— Vejo que gostou dele - a voz do atendente se faz presente e nós dois pulamos pelo susto.

— Ah, sim... – digo meio sem saber o que pensar e dizer. Queria conhecer mais do pequeno e quem sabe até leva-lo comigo. — Por que ele está aqui? – pergunto colocando o acastanhado de volta na caixa. perguntei mais para saber se ele estava a vendo ou algo do tipo.

— Parece que aquele rapaz o encontrou na rua e não sabia o que fazer, então o trouxe aqui. – diz sorrindo. Será que ele não se cansa?

— Então, ele está à venda? – pergunto esperançoso, queria muito leva-lo comigo.

—Eu não diria a venda, mas sim, ele esta para adoção. – sorrio e olho para o pequeno que tinha fechado os olhos.

— Posso leva-lo comigo então? – digo e o atendente me olha surpreso e depois sorri de novo.

— Sério? Não quer conhece-lo melhor? – nego com a cabeça diversas vezes. — Hm, venha aqui então... – diz e vai para o outro lado do balcão. Antes de ir, olho o castanho novamente e tiro a franja que estava caindo em seus olhos. Tão adorável.

— Você já deve imaginar os cuidados que terá que ter com ele certo? - assinto ainda meio hesitante. — Nós teremos que fazer uma breve olhada nele para ver se não há nenhuma doença ou algo do tipo nele. Não sabemos com o que ele se meteu enquanto esteve nas ruas... - terminou o balconista ainda me olhando de uma forma um tanto... incômoda.

O mesmo me disse que eu poderia voltar mais tarde, já que ainda era de manhã e o "check up" não iria demorar tanto assim.

Apesar da demora e de contar ansiosamente os minutos, finalmente pude voltar àquela loja e entrar nela me deu uma sensação de alívio inexplicável.

Após discutirmos sobre algumas coisas sobre o hibrido como sua alimentação, costumes e todos esses procedimentos, pude finalmente finalizar tudo e leva-lo comigo.

...

— Bem vindo a sua nova casa, pequeno. – digo assim que abro a porta do apartamento, o vendo levantar a cabeça e abrir a boca em sinal de surpresa.