Rogue – O que estão esperando? Vão! – fez as garotas perceberem.
Mas no mesmo instante em que as duas partiram, outras três saíram de seus esconderijos em direção à velha e ao rosado.
Lucy – O que? – se surpreendeu, podendo então ver Wendy correr mais rápido.
Natsu, um pouco mais distante das garotas, ouviu a velha murmurar.
Velha – Entendo... Então foi isso – sussurrou calmamente.
Natsu – Ela não vai fazer nada comigo, ela não vai fazer nada comigo, ela não vai fazer nada comigo, ela não vai fazer nada comigo... – pensava em tais palavras em uma velocidade impressionante, seu coração estava acelerado, talvez pelo medo de que o ruim piorasse.
Em pouco menos de cinco segundos, a velha e o rosado foram derrubados pelos cinco que haviam corrido até eles.
Todos – EU TOQUEI PRIMEIRO! – exclamaram ofegantes, já que haviam corrido por suas vidas.
Velha – Certo, temos um vencedor – suspirou de baixo daqueles cinco.
Natsu – E... Um perdedor... Também – respondeu com dificuldade para respirar, já que havia ficado de baixo da velha, recebendo todo o peso.
Os seis se levantaram, deixando o rosado ainda caído no chão.
– Q-Quem lhe tocou primeiro? – um rapaz resolveu perguntar – Fui eu, certo?
Velha – Sim, foi você – surpreendeu a todos, até mesmo à Natsu que estava deitado no chão – Mas você não venceu o evento – sorriu, deixando a todos confusos – Você tocou... O meu corpo – mostrou seu pescoço nu – E não minha roupa... Pervertido – deu uma leve corada ao sorrir.
Natsu – Então... Quem venceu? – perguntou ainda com dificuldade.
Velha – Isso é óbvio – suspirou – Ela! – apontou para a garota.
Natsu – Ahn? – se surpreendeu.
Velha – Agora, se me dão licença...
Natsu – E-Espera! – segurou na barra do vestido da velha.
Lucy – Natsu! – se agarrou ao pequeno.
Em um estralo de dedos, a velha desapareceu do local, levando com ela a pequena Wendy e Rogue.
Os três reapareceram em uma parte mais vazia da cidade.
Velha – E então? – encarou Wendy – Como vencedora, aprendeu sua lição?
Wendy – S-Sim – respondeu com os olhos cheios de lágrimas – E-Então, eu vou... Voltar ao normal? – perguntou sem conseguir esconder a alegria que estava sentindo.
Velha – Sim, você vai – sorriu gentilmente para a pequena.
Rogue – Teletransporte... Isso está a um nível além de feitiçaria – pensou um pouco surpreso – Será que poderei fazer isso também?
Natsu – Eu ainda não acredito que você perdeu Lucy! – reclamou indignado, surpreendendo à velha – Como um ser que pode voar, perdeu para uma criança de doze anos? – não conseguia aceitar.
Lucy – M-Me desculpa – pediu quase chorando, já que havia perdido a única forma, até o momento, de voltar ao normal.
Velha – Menino... – encarou Natsu seriamente – Como você conseguiu me seguir até aqui?
Natsu – Vai ver é por que eu sou uma droga de garoto extremamente azarado e amaldiçoado... Ou então foi porque me agarrei a sua roupa e por isso fui teletransportado junto – explicou no mesmo tom – E você... O que diabos você é? Talvez seja uma daquelas personagens de lendas urbanas? Foi enviada pelo demônio para acabar com a minha vida? – perguntou indignado – Só queria dizer que você não precisa fazer nada, ela já caminha para a merda sozinha... – respirou profundamente ao tentar se acalmar, não conseguindo – MAS É SÉRIO, COMO VOCÊ CONSEGUIU PERDER? – perguntou enquanto voltava a encarar a loira.
Lucy – Me desculpa – voltou a pedir completamente chateada.
Velha – De qualquer forma... – voltou a chamar a atenção do menino – Minhas roupas só foram tocadas por sua causa... Rogue... – encarou o neto – Você o ajudou nisso?
Rogue – Na verdade atrapalhei... Como pode ver... – apontou para o pequeno – Ele tem a minha idade.
Velha – Entendo... Então ele fez alguma idiotice em seu apartamento – encarava o rosado com um olhar curioso, como se quisesse saber mais sobre o mesmo.
Natsu – O que foi? Vai me amaldiçoar também? – perguntou sem um pingo de medo – Se for, tome cuidado, pois minha vida já está tão cheia de maldições, que se você mandar outra é capaz de bater e voltar para você!
Velha – Você... É realmente interessante – chamou a atenção de todos – Eu nem mesmo sei quem você é... Nunca nos encontramos, e mesmo assim é rodeado por essa aura...
Natsu/Lucy – Aura? – estranharam.
Velha – É só um modo de dizer... Sinto algo estranho em você... – explicou.
Natsu – Só falta você dizer que tem uma irmã mais nova que sai pregando peças nos outros também... – desviou o rosto.
Wendy/Lucy/Rogue – Aquele livro tirou o medo dele também? – se perguntaram com uma gota na cabeça.
Velha – Bem... Acho que terminei por aqui... – foi interrompida.
Natsu – Espera! – voltou a chamar a atenção de todos – Você não poderia me fazer voltar ao normal? – perguntou um pouco sem graça.
Velha – Eu posso, mas pode haver consequências – o respondeu.
Natsu – Por mim tudo bem, não é como se fosse pior que ser criança pra sempre, mas... – pensou por alguns segundos – Não é nenhuma maldição né? – viu a mulher negar com a cabeça – Então tudo bem.
Todos viram a mulher colocar a mão sobre a cabeça do pequeno. Um forte brilhou brotou dentre a mão da mulher e a cabeça do menino, fazendo todos fecharem os olhos, mas ao reabri-los, viram que Natsu havia voltado ao normal.
Os olhos do rosado brilharam e suas bochechas avermelharam –... É tão bom voltar a ser grande! – abriu um enorme sorriso – Olhem Wendy, Rogue... A velha não é tão cruel assim!
Velha – C-Cruel? – se espantou – Eu?
Lucy – E-EU... – elevou o tom de voz, esperançosa que algo poderia ser feito a ela também – E-Eu também... A senhora não poderia me conceder um pedido?
Velha – Não irei volta-la ao normal... – foi interrompida.
Lucy – Eu sei – ficou cabisbaixa – Eu perdi o evento, e para eu ainda estar assim é por que ainda “não aprendi minha lição”, mas... O que eu tenho para lhe pedir, é... – pareceu pensar se deveria ou não pedir aquilo, mas rapidamente se decidiu – POR FAVOR... Por favor... Tire o “efeito” da minha maldição – surpreendeu a Rogue, Wendy e à velha.
Velha – E por que você pediria... Justamente isso? – não compreendeu.
Lucy – Eu estou matando a pessoa que amo... E isso está sendo pior que qualquer coisa – explicou – Então... POR FAVOR! – fechou os olhos fortemente, esperando pela resposta.
Wendy – Lucy-san... – não sabia o que dizer.
Velha – É isso mesmo o que você quer? – viu a loira confirmar com a cabeça sem hesitação alguma – Tudo bem – suspirou – Mas só por que estou muito boazinha hoje... – tocou sobre a cabeça da loira – Pronto.
Lucy – Eh? Já? – viu a mulher sorrir – Sem brilho nem nada? – não entendeu.
Velha – Eu não lhe enganaria... Aquele efeito foi retirado, mas esteja preparada para um novo efeito – abriu um sorriso de canto.
Lucy nem mesmo se importou, “voou” em direção ao rosado – Natsu! – tentou abraça-lo, mas o que realmente aconteceu, acabou por surpreender Wendy e Rogue.
Wendy – Eh? – não pôde acreditar.
Lucy acabou por atravessar o corpo do rosado – Ahn? – novamente tentou abraça-lo, mas novamente passou por dentro do mesmo, assim como havia acontecido com Levy – Isso só pode ser mentira – pensou já com os olhos opacos.
A loira aproximou sua mão à de Natsu lentamente, assim que chegou o mais próximo possível, tentou segura-la, mas seus dedos passaram direto pela mão do garoto.
Com os olhos já cheios de lágrimas, com a tristeza e o ódio estampados em seu rosto, Lucy se virou rapidamente para encarar a velha, mas a mesma já não estava mais ali.
Natsu – Por que vocês dois estão tão surpresos? – não entendeu – Nossos problemas finalmente acabaram... A Wendy voltou ao normal, eu deixei de ser criança e o Rogue... Bem, ele viu a vó dele de novo – sorriu.
Rogue – Natsu? – estreitou os olhos.
Wendy – Do que você está falando Natsu-san, e a Lucy-san? – indagou um pouco indignada com a atitude do rosado.
Natsu – Ah, a Lucy... A Lucy... – pensou por alguns instantes – Quem é Lucy? – perguntou calmamente.
O silêncio tomou conta do local.
Rogue percebeu a falta de expressão na face da loira após aquela pergunta –... Natsu, isso não é brincadeira que se faça!
Natsu – Brincadeira? – não conseguia entender – Eu realmente... Não conheço nenhuma Lucy – respondeu sinceramente.
Wendy – V-Você não consegue vê-la? – não conseguia acreditar.
Natsu olhou em volta, olhou para baixo e para cima, mas nada avistou – Ver quem? Só estamos nós três aqui, não?
Lucy não conseguiu mais conter, tornou a chorar – Já estou cansada disso... Já estou cansada de chorar... O Natsu não pode mais me ver, ouvir ou tocar? – não queria aceitar – Essa foi à condição para que eu parasse de mata-lo? É esse o “efeito”? Eu... – pensou – Se meu coração desejar que ele possa me ver e me tocar novamente, então também estarei desejando que ele morra... EU QUERO VOLTAR AO NORMAL LOGO... Ou então... Morrer de uma vez... Não quero ficar sozinha novamente – pensou enquanto as lágrimas rolavam por seu rosto.
Para Rogue aquela já era uma cena comum, ver Lucy chorar já fazia parte de seu dia-a-dia.
Natsu –... Vamos pra casa? – perguntou calmamente, saindo na frente.
Horas depois, já de noite, Wendy e Natsu estavam sentados no sofá, frente a frente.
Natsu –... E agora Wendy? Pretende ir atrás de seus pais? – indagou em um tom mais baixo.
Wendy – Sim – abriu um sorriso de canto.
Natsu – Então vou ficar sozinho de novo – comentou em um tom mais triste, soltando um longo suspiro.
Wendy – Ele realmente não se lembra da Lucy-san... – pensou e logo o respondeu – Irei procura-los pela internet primeiro, e só então vou embora – explicou.
Natsu – Ainda me lembro de quando lhe encontrei naquele dia, debaixo daquela forte chuva... – suspirou – Só não entendo o que eu estava fazendo andando naquela tempestade...
Wendy podia ver a loira sentada ao lado do rosado, completamente deprimida, sem saber o que fazer – Já tentei falar com ele sobre ela varias vezes, mas não adiantou... É como se eles nunca tivessem se conhecido...
Logo, Natsu já estava deitado em sua cama, pronto para dormir. O garoto encarava o teto, tendo aquele sentimento estranho correr por todo seu corpo.
Natsu – Eu fiquei o dia inteiro esperando por essa noite... Mas por quê? – não compreendia – O que eu iria fazer... – instantes depois, a face de Lisanna veio a sua cabeça – E... Por que eu não respondi à pergunta que ela me fez? – levou as duas mãos a cabeça e se encolheu em uma posição fetal –... O que é esse sentimento de que... Algo está faltando?
Pouco tempo depois, Natsu já dormia com seu corpo virado para cima.
Lucy flutuava sobre o rosado, não muito alto, mas sim bem baixo, de modo que parecesse que estava deitada sobre o corpo do garoto – Não consigo nem mesmo sentir o calor do corpo dele mais... – pensou com os olhos opacos – O que aquela velha tem contra mim? – ficou daquela forma até que, com certa dificuldade, pegou no sono.
Na manhã seguinte, ao abrir os olhos, percebeu que mais uma vez estava sobre Rogue.
Rogue – Então você acordou... – comentou, fazendo a loira flutuar – Agora que o Natsu nem mesmo sabe quem você é... Pretende me tornar... – foi interrompido.
Lucy – Não – respondeu sem hesitar, passando a flutuar no local – Eu só preciso arrumar uma forma de fazê-lo voltar a se lembrar de mim.
Rogue – Tipo o que? – se levantou da cama, vestindo sua camisa.
Lucy – Sei lá, um remédio, uma pancada na cabeça... Talvez poderíamos até causar uma briga entre vocês, tipo, Natsu e Rogue brigando por minha causa, quando você o acerta com uma pedra na cabeça, e então, no meio da noite, ele se lembra de mim – explicou.
Rogue – Por que sinto que já vi isso em algum lugar antes? – pensou com uma gota na cabeça – De qualquer forma, você não vai com ele pra escola hoje não?
Lucy – Que horas são? – estreitou os olhos.
Rogue – Vinte e sete minutos depois do horário que vocês costumam sair – bocejou ao responder.
E em um piscar de olhos a loira não estava mais no apartamento do amigo.
Lucy – Wendy! O Natsu já foi? – perguntou um pouco afobada, mas não recebeu nenhuma resposta.
Wendy, deitada no sofá, apenas comentou em um tom de voz mais baixo – Onde será que a Lucy-san está... Ela sumiu desde cedo... Será que ela tentou fugir de novo? – se perguntou, surpreendendo a loira que estava ao lado do sofá.
Lucy – Do que você está falando Wendy? Eu estou bem aqui, do seu lado! – exclamou, mas percebeu que a menina não teve nenhuma reação.
Wendy – Acho melhor começar a procurar sobre meus pais... – suspirou, se levantando do sofá.
Lucy estava em estado de choque, não sabia o que fazer – Ela também me esqueceu? Não... Ela apenas deixou de me ver e de me ouvir... Mas por quê?
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